Mostrando postagens com marcador comportamento. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador comportamento. Mostrar todas as postagens

2018-08-29

'Sempre fui de falar pouco, mas minha personalidade reservada incomoda colegas' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 29/08/2018, com um ouvinte que fala pouco e isso parece incomodar seus colegas.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/==========================================================================

'Sempre fui de falar pouco, mas minha personalidade reservada incomoda colegas'

funcionários fofocando

Escreve um ouvinte: "Sempre fui de falar pouco e procuro não me envolver em rodinhas de piadas e conversinhas de corredor. Mas a minha personalidade reservada parece incomodar a meus colegas. E pergunto se estou errado em me comportar como realmente sou?"

Não! Está muito certo. Se todo mundo se comportasse como realmente é, teríamos bem menos problemas para decifrar a índole e os sentimentos uns dos outros.

Mas a situação que você descreve me parece ser mais uma questão de adaptação ao meio.

Ser o único sério em um ambiente divertido, ou ser o único gargalhando em um ambiente sisudo, são duas situações que passam aquela impressão de que o pessoal do setor de recrutamento vacilou.

Além do aspecto técnico, é costumeiro trazer para a empresa, profissionais que não terão dificuldade em se adaptar à cultura existente.

Se você estivesse em uma empresa com uma cultura de alta sobriedade no modo de agir e de se comunicar, provavelmente seria apontado como exemplo e modelo de funcionário. Já em uma empresa faladeira e barulhenta, você destoa.

De qualquer forma, se você não se incomoda com o que seus colegas pensam de você, a vida segue. Mas se você sente algum mal-estar por estar em um ambiente ao qual não irá se ajustar, e acredita que isso poderá afetar a sua carreira ou o seu estado anímico, só posso lhe sugerir uma mudança para outro ambiente, em uma empresa mais comedida e mais adequada à sua personalidade.

Max Gehringer, para CBN.

2017-09-11

Ao receber críticas, trabalhador deve perguntar ao chefe como deveria ter procedido - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 11/09/2017, com uma ouvinte que tem o problema de não reagir bem a críticas.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/==========================================================================

Ao receber críticas, trabalhador deve perguntar ao chefe como deveria ter procedido

crítica no trabalho

Escreve uma ouvinte: "Meu superior me criticou por um trabalho que, na opinião dele, não ficou bem feito. Eu achei que ele estava exagerando na dose, mas confesso que tenho um pequeno problema: eu não reajo bem a críticas, sejam elas merecidas ou não. O que preciso fazer para não me sentir tão ofendida quando sou criticada?"

Vamos lá. Pessoas que têm baixa resistência a críticas costumam reagir de três maneiras:

Primeira: começar imediatamente a dar alguma explicação, sem saber como ela irá terminar.

Segunda: negar o fato que originou a crítica, mesmo quando ele é indiscutível.

Terceira: ter alguma reação emocional, seja em gestos, caretas ou em uma expressão de angústia ou raiva.

Nenhuma das três vai produzir resultado favorável e só piora uma situação que nem era tão ruim assim.

Em minha opinião, a melhor reação é perguntar em vez de tentar se justificar. Por exemplo: "Chefe, como eu deveria ter procedido?" Devolvendo a palavra ao superior, você se isenta de ter que procurar justificativas ou de sucumbir a um estado emocional.

Após ouvi-lo, você responde que entendeu, sai da sala, vai no banheiro, tranca-se no box e desabafa da maneira que quiser, chorando, dando cabeçada na parede ou simplesmente deixando o tempo passar até se acalmar.

Não é fácil deixar de ter reações negativas a críticas, mas há como se controlar para que a reação não seja imediata, impensada e, não raramente, desproporcional ao fato.

Max Gehringer, para CBN.

2015-06-12

'Meu gerente participou de um seminário e agora acha que é psicólogo' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 12/06/2015, com uma ouvinte cujo gerente participou de um seminário de fim de semana e agora acha que é psicólogo.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

'Meu gerente participou de um seminário e agora acha que é psicólogo'

psicólogo no divã

Uma ouvinte escreve: "O meu gerente participou de um desses seminários de fim de semana e voltou pensando que virou psicólogo. Ele passou a ter conversas individuais com os subordinados e a fazer perguntas sobre as nossas vidas pessoais, sobre os nossos problemas fora da empresa, e tudo isso temperado com conselhos rasos, do tipo 'se você sorrir mais, sua vida será melhor'. Não sei como me comportar nessas conversas e confesso que tenho até vontade de rir. Mas o pior é que essa acareação faz com que todos percamos um tempo que poderia ser aproveitado fazendo o que somos pagos para fazer. Você teria alguma sugestão?"

Tenho duas. A primeira é nunca relatar situações de sua vida particular, sejam elas problemas ou não, a pessoas no trabalho que não sejam da sua total confiança. Portanto, responda a seu gerente que está tudo bem e que você compartilha da filosofia de que um sorriso ajuda a vida a melhorar.

Segunda sugestão: enquanto você está ouvindo conselhos que não pediu, pense que poderia ser muito pior. O seu gerente poderia, por exemplo, lhe dizer que a situação está feia, que os resultados da empresa têm sido ruins e que ele está temeroso pelo futuro dele e de vocês. Ou você poderia ter um gerente amargurado, desses que acham que o mundo vai acabar amanhã. E aí você perceberá como é bom ter um gerente que fala de borboletas e girassóis.

E não se preocupe. Porque logo o seu gerente voltará ao normal, já que raramente os efeitos de seminários de um fim de semana duram mais do que um mês.

Max Gehringer, para CBN.

2015-02-06

Aprenda a ser Chefe: Quem pretende ser chefe deve saber dizer não - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 06/02/2015, com a série "Aprenda a ser Chefe", sobre a importância de saber dizer "não", para se chegar a um cargo de liderança.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

Aprenda a ser Chefe: Quem pretende ser chefe deve saber dizer não

dizer não

Logo no começo da minha carreira, eu tive uma conversa informal com um dos diretores da minha empresa, conversa que mudou a minha vida profissional. No meio de nada, meu diretor começou a elogiar um dos meus colegas, dizendo que ele era o tipo do subordinado perfeito. Eu perguntei: por que? E o diretor me respondeu que aquele colega nunca dizia "não" para nada, tanto que até vinha trabalhar todos os sábados sem ganhar e nem pedir hora extra.

Os anos se passaram e aquele colega continuou no mesmo lugar e com o mesmo salário, enquanto alguns de seus pares receberam aumentos ou foram promovidos. Foi quando eu comecei a perceber que nunca dizer "não" a um superior era ótimo, ótimo para o superior.

Quem nunca diz "não" sempre acha um tempo para ajudar os outros, mesmo quando está atolado de trabalho e mesmo que os outros estejam mais coçando do que produzindo.

Quem nunca diz "não" é incapaz de criticar alguém cara a cara. Pelo contrário, tende a concordar com qualquer coisa que ouve para não criar atrito.

Quem nunca diz "não" prefere não reagir quando alguém se apossa de uma ideia sua, sem dar crédito ao verdadeiro autor.

Quem nunca diz "não" começa qualquer conversa se justificando, ou explicando o que não precisa ser explicado. Parece diplomacia, mas na verdade é o receio de desagradar.

Finalmente, gente assim cala, quando surge uma oportunidade de pedir o que qualquer pessoa normal pediria, como um reconhecimento, um aumento ou uma oportunidade. De modo geral, quem nunca diz "não" age como se fosse um figurante de um filme, aquele que aparece sorrindo lá no fundo da cena e que não faria diferença se não aparecesse.

Quem pretende ser chefe precisa aprender a dizer "não", sem explicar porque não, sem se desculpar e sem prometer nada em troca. Na primeira vez, isso requer um enorme esforço, mas é um passo fundamental para se chegar a um cargo de liderança.

Max Gehringer, para CBN.

2014-07-18

'Não sei como devo me comportar com rumores sobre redução de quadro' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 18/07/2014, com um ouvinte que corre o risco de perder o emprego porque a empresa está em má situação e quer saber como se comportar nessa situação.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

'Não sei como devo me comportar com rumores sobre redução de quadro'

despedidos

Um ouvinte aflito escreve: "Corro o risco de perder o emprego porque a minha empresa está em má situação e há rumores de uma iminente redução de quadro. Não sei como devo me comportar."

Vamos lá. Não seja pessimista. Mas também não seja muito otimista imaginando que você possa estar seguro. Ninguém está seguro quando a situação financeira de uma empresa se deteriora.

Faça contatos com pessoas de outras empresas e informe a elas que você está empregado, mas teria interesse em trocar de emprego.

Mas também não seja o primeiro a abandonar o barco porque boas oportunidades costumam surgir em situações de crise. Por isso, não se esconda e mostre iniciativa. Pergunte ao seu chefe o que mais você pode fazer para ajudar, mesmo que sejam tarefas abaixo da sua capacidade. Proponha reduções de custo naquilo que você faz.

E faça contato com alguém de recursos humanos para o caso de surgir alguma vaga em setores que sofrem menos quando há cortes, como produção e vendas.

Também é importante que você não fique se lamentando. Quando há cortes, os pessimistas vão antes.

E além disso, avalie o seu comportamento. Quem tem muitas faltas ou muitos atrasos, tem maiores chances de entrar numa lista de dispensa, mas esse provavelmente não é o seu caso.

Agora, pensando na pior hipótese, a de você ser mesmo dispensado, relate em futuras entrevistas tudo o que você tentou fazer para ajudar a sua empresa atual a superar a crise. Só isso, vai lhe ajudar a conseguir outro emprego.

Max Gehringer, para CBN.

2014-06-03

'Colegas pediram para eu maneirar o meu desempenho no trabalho' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 03/06/2014, com um ouvinte muito produtivo, que teve uma comissão de colegas pedindo para ele maneirar o desempenho no trabalho para que os outros não parecessem preguiçosos.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

'Colegas pediram para eu maneirar o meu desempenho no trabalho'

produtividade no trabalho

Um ouvinte escreve: "Comecei a trabalhar no escritório de uma grande instituição com um trabalho semelhante ao de outros vinte e tantos colegas. Esse trabalho é facilmente mensurável ao fim de cada dia porque basta contar o número de documentos que cada funcionário confere e passa adiante. Eu achei o trabalho simples, embora ele requeira concentração permanente. E consegui ótimos resultados de produtividade já a partir da segunda semana. E aí começou o meu problema.

Uma comissão de colegas veio me pedir, num tom meio ameaçador, para eu maneirar um pouco, porque eu estava fazendo com que os demais parecessem preguiçosos aos olhos do nosso chefe. Pergunto: o que devo fazer? Falo com o chefe? Continuo a mostrar produtividade e me indisponho com os colegas? Ou reduzo a minha velocidade e fico bem com todos?"


Bom, a única coisa que eu lhe recomendo é não ir falar com o chefe, porque aí você transformaria uma brisa em um vendaval. Do ponto de vista estritamente profissional, a opção mais recomendável, sem dúvida, é a segunda: a de mostrar que você merece, com sobras, o salário que a empresa está lhe pagando. Já do ponto de vista de relacionamento, a terceira opção, ficar bem com todos, é a que lhe causará menos transtornos.

Mas você pode combinar as duas, se quiser praticar um pouco de inteligência política. Num primeiro momento, controle a sua produtividade para continuar a ser o primeiro da turma, mas por uma margem menor do que a atual. Aos poucos, você pode ir aumentando a velocidade e puxando a turma. Isso resolveria todos os problemas, incluindo o da empresa, que contrata gente preguiçosa, e sem criar nenhum problema novo.

Max Gehringer, para CBN.

2014-05-30

O que devo fazer se sou muito emotiva no trabalho? - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 15/05/2014, com uma ouvinte que tem o pavio curto e está se prejudicando no trabalho por causa disso.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

O que devo fazer se sou muito emotiva no trabalho?

mulher pavio curto

Uma ouvinte escreve: "Meu problema é que sou explosiva. Já recebi várias recomendações de meus superiores para tentar ser mais calma e menos emotiva. Mas não consigo. Respondo antes de pensar e sempre num tom de voz mais alto e quase sempre agressivo. E isso acaba gerando confrontos e mal-entendidos. Sempre fui assim e não consigo evitar. E pergunto se há algo que eu possa fazer?"

De fato, esse tipo de comportamento, também chamado de pavio curto, é responsável por minar, no nascedouro, carreiras que poderiam ser muito promissoras. É verdade que não temos como controlar todas as situações que aparecem no trabalho. Mas podemos sim, aprender a controlar melhor as nossas reações quando alguma coisa nos desagrada.

No seu caso, como você está bem consciente de que sua carreira pode degringolar se você continuar a agir com essa intempestividade desnecessária, a solução é procurar ajuda clínica especializada. As recomendações que você irá ouvir irão desde caminhar diariamente, ou ter algum hobby que lhe ajude a relaxar, ou tomar algum calmante que o médico lhe receite ou fazer terapia para tentar descobrir as reais causas do seu comportamento, para poder minimizá-las. Mas o importante é que você procure logo essa ajuda.

Geralmente, quem tem pavio curto costuma se defender alegando que numa situação de pressão, é melhor desabafar do que se segurar. Mas a ciência já comprovou que isso não apenas não é verdade, como é exatamente o contrário. Explodir por qualquer coisa é que pode causar problemas físicos e emocionais, na vida e no trabalho.

Max Gehringer, para CBN.

2013-05-26

'Empresa cobra muito, mas não elogia os trabalhadores' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 24/05/2013, com uma história do Max sobre cartomantes e elogios a funcionários.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

'Empresa cobra muito, mas não elogia os trabalhadores'

cartomante bola de cristal

Um ouvinte reclama que a empresa dele cobra muito dos funcionários: aperta muito, critica muito, mas nunca dedica um minuto sequer a elogiar os que conseguem bons resultados.

Bom, eu não me lembro se já contei essa história antes, mas uma vez, numa empresa em que trabalhei, fizemos uma convenção. Para não ficar naquele velho modelo de manter os funcionários sentados em uma sala ouvindo apresentações durante horas, decidimos fazer algo inovador: convidamos consultores externos de diversas áreas, para que cada participante, individualmente, pudesse conversar com eles. Tínhamos especialistas em oratória, em finanças pessoais, em dicas de informática, em negociação e por aí vai.

Mas incluimos também uma figura esotérica nessa lista: uma cartomante. Para nossa surpresa, ela foi de longe a mais procurada pelos participantes. Mais do que aprender a falar melhor, ou a equilibrar o orçamento, ou a se inteirar das novidades tecnológicas, o nosso pessoal queria mesmo era descobrir o que o destino reservava a eles. Além disso, na avaliação feita pelos próprios participantes após a convenção, a maior nota de aprovação foi dada à cartomante, algo que o nosso diretor de recursos humanos definiu como "um absurdo total".

O que a cartomante tinha dito aos que a procuraram? Que eles eram ótimos e que seriam ainda melhores no futuro. Acostumados a cobranças constantes e a avaliações frias e burocráticas com base em números e objetivos, os funcionários ouviram, em dois minutos, o que já não ouviam há muito tempo: um cumprimento e um incentivo.

É claro que a cartomante não podia fazer uma avaliação precisa de cada um. Ela apenas nos mostrou o óbvio: funcionários vão acreditar mais em si mesmos se a chefia demonstrar que acredita neles.

Max Gehringer, para CBN.

2013-04-12

'Sou superqualificado, mas não consigo emprego' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 12/04/2013, com um ouvinte que tem um bom currículo, mas está sendo dispensado com a desculpa de ser superqualificado, apesar da verdadeira razão ser provavelmente a atitude dele nas entrevistas de emprego.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

'Sou superqualificado, mas não consigo emprego'

entrevista emprego arrogante

Um ouvinte escreve: "Tenho um problema que muita gente gostaria de ter: sou superqualificado. Tenho faculdade, pós e MBA, além de falar inglês e espanhol. O problema é que não consigo um emprego, exatamente por causa disso. Já participei de vários processos de seleção e no fim sempre vem aquela mesma desculpa, de que tenho qualificação demais para a função. Embora isso pareça ridículo, seria melhor eu eliminar alguns cursos do meu currículo para aumentar as minhas chances?"

Bom, eu conheço gente que está mesmo fazendo isso, porque não é chamado para entrevistas. Mas esse não é o seu caso. Você está sendo chamado e está sendo entrevistado. Logo, a lógica diz que é exatamente por causa do seu currículo e não apesar dele, que você tem sido convocado para processos seletivos. Mais ainda, o bom senso diz que nenhuma empresa irá pegar o seu currículo e dizer: "Olha só, esse rapaz tem um monte de cursos, vamos chamá-lo aqui só para dizer que não vamos contratá-lo porque ele tem um monte de cursos."

Logo, o seu problema não é o currículo. Eu diria, correndo o risco de estar enganado, que é o seu comportamento nas entrevistas que está pegando. Você talvez esteja usando termos complicados, ou assumindo uma atitude superior, ou usando palavras em inglês quando podia falar português. É esse tipo de atitude, e não o currículo, que assusta as empresas. E aí o entrevistador escolhe o caminho mais fácil: o de dizer que você é superqualificado ao invés de dizer que você precisa repensar o seu comportamento em entrevistas.

Posso até estar avaliando mal a sua situação, mas acredite: nenhuma empresa convoca um candidato pelo currículo diferenciado e depois o elimina pelo currículo diferenciado.

Max Gehringer, para CBN.

2013-03-08

Entrevistas de emprego: Bom humor faz bem - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 08/03/2013, sobre o bom humor nas empresas.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

Bom humor faz bem

bom humor nas empresas

Vamos falar um pouco do bom humor nas empresas. Imagine uma cena comum nas grandes cidades: aquele trânsito pesado na hora de ir para o trabalho. Aí o sinal fecha e o motorista do carro ao lado olha para você e abre um enorme sorriso. O que você faz? Eu aposto que a maioria das pessoas imediatamente desviaria o olhar, fecharia o vidro, agarraria o volante e ficaria esperando o sinal abrir para sair o mais rápido possível do lado daquele inconveniente. Parece incrível, mas hoje em dia, as pessoas saem de casa para o trabalho preparadas para um possível assalto, mas não para um possível sorriso.

Como a maioria das empresas vê o bom humor? Com certa desconfiança. Basta ver que, em qualquer entrevista de emprego, são feitas dezenas de perguntas de todos os tipos. Mas eu nunca vi um entrevistador dizer para um candidato: descreva uma situação que você resolveu usando o bom humor.

Mas o bom humor, embora seja importantíssimo, não substitui os bons resultados. Humor nunca é o prato principal. É um ingrediente. Ele dá aquele gostinho de querer levantar da cama de manhã e ir trabalhar.

Há várias pesquisas mostrando que empresas que incentivam o bom humor são mais produtivas que empresas mal humoradas. E aí vem a grande pergunta: funcionários bem-humorados conseguem melhores resultados porque são bem-humorados ou são bem-humorados porque conseguem bons resultados? É a mesma história do ovo e da galinha. Mas as empresas inteligentes já aprenderam que galinhas bem-humoradas botam mais ovos e com muito menos esforço.

Max Gehringer, para CBN.

2012-06-12

'Qual a diferença entre um empregado político e um puxa-saco?' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 12/06/2012, sobre as diferenças entre empregados políticos e puxa-sacos.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

'Qual a diferença entre um empregado político e um puxa-saco?'

puxa-saco

Um ouvinte me pergunta se eu poderia explicar a diferença entre um empregado político e um puxa-saco. Porque, ele diz, algumas pessoas sem noção o acusam de ser puxa-saco, enquanto ele se considera um bom político.

Vamos lá. Ser político é saber manter um bom relacionamento com todos os colegas de trabalho e ser puxa-saco é bajular apenas quem ocupa cargos mais altos. Ambos fazem elogios. A diferença é que o político sabe reconhecer méritos e elogia a quem merece. Já o puxa-saco elogia o chefe, mesmo quando não existe nem motivo, nem necessidade.

O político é um apaziguador. Dificilmente ele entra em uma discussão, mas quando entra, sempre procura encontrar uma solução conciliatória, que não irá gerar mágoa ou mal estar. Já o puxa-saco defende não os pontos de vista dele, mas o de seus superiores. E, de preferência, na presença dos superiores.

O político tem um plano de longo prazo. Ele sabe que o bom relacionamento pesa bastante na hora de uma promoção. O puxa-saco tem uma visão de curto prazo. Ele está mais interessado em manter a sua posição.

O político propõe trocas. Ele procura demonstrar que pode ser útil a um colega, sabendo que um dia o favor será retribuído. Já o puxa-saco não se compromete. Ele é mais de pedir do que de oferecer.

Porém, é comum que políticos e puxa-sacos sejam confundidos, como o nosso ouvinte constatou. A verdadeira diferença aparecerá com o tempo. Enquanto o político pode ser político em qualquer empresa, o puxa-saco está amarrado a uma situação temporária. Para sobreviver, ele precisa de um chefe que aprecie ser bajulado. E quando deixa de ter um, perde a sustentação.

Mas talvez o que mais incomode a quem não é nem político, nem puxa-saco, é o fato de que, na média, ambos se dêem melhor na carreira do que os autênticos que não fazem concessões.

Max Gehringer, para CBN.

2012-04-10

'Como devo me comportar quando recebo elogio?' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 10/04/2012, sobre como se comportar e o que dizer quando receber um elogio.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

'Como devo me comportar quando recebo elogio?'

oh, pare com isso

Um ouvinte pergunta: "Como devo me comportar quando recebo um elogio? Eu sempre respondo 'temos uma boa equipe' ou 'o mérito é de todos', mas na verdade eu sei que estou sendo elogiado por algo que eu fiz e os outros não fizeram. Eu vejo colegas que aproveitam um pequeno elogio para se destacar ainda mais perante o chefe, contando, por exemplo, que estão fazendo algum curso. E tem um outro que aproveita para dar uma puxadinha, dizendo que com o chefe que temos, cada um dá o máximo e mais um pouco. Não sei agir dessa maneira. Qual seria a melhor resposta?"

Bom, seria ouvir o elogio e dizer: "Obrigado". Não é necessário esticar a conversa, porque um elogio não é um convite ao diálogo, e nem é uma avaliação de desempenho. É apenas o reconhecimento por uma tarefa pontualmente bem executada.

Quanto a atribuir os méritos à equipe, deixe isso para os jogadores de futebol. Se o chefe acha que deve elogiar a equipe inteira, ele o fará. Se ele elogiou um só, é porque tem um bom motivo para isso.

Agora o inverso também é verdadeiro. Se o chefe faz uma crítica a algo que não saiu que ele gostaria, não é uma boa ideia o subordinado dar uma desculpa, ou repartir a culpa, ou tentar provar que seus acertos são em número muito maior do que seus eventuais erros. A melhor resposta é "Certo!", num tom sério de quem escutou, entendeu e não vai repetir o erro.

Se o chefe quiser alguma explicação adicional, ele pedirá. Da mesma maneira, se ele quiser ouvir alguma coisa além de "Obrigado" depois de um elogio, ele tomará a iniciativa de prolongar a conversa.

Em resumo, tanto em elogios quanto em críticas, ser lacônico sempre dá resultados melhores do que ser estriônico. Ou puxa-sacônico.

Max Gehringer, para CBN.

2012-01-26

As histórias e desejos das pessoas nas colagens digitais de Nacho Ormaechea

Nacho Ormaechea é um designer gráfico e diretor de arte espanhol radicado na França. Entretanto, o que me chamou a atenção foi um de seus projetos pessoais. Sem título, o projeto reúne fotografias digitalmente manipuladas de modo que as pessoas sejam identificadas apenas pelas suas silhuetas (e eu já disse que adoro silhuetas), e no que seria o corpo delas, são colocadas outras imagens, num processo de colagens digitais. E essas imagens formam, em conjunto com as fotografias, histórias e desejos, em forma de lugares a visitar, lugares para se lembrar ou mesmo objetos desejos de consumo.

Essas imagens acabam sendo, como bem colocou o site que deu a dica deste post, como portais. E eu acrescento: tanto num sentido figurado, como uma porta para o que se passa na cabeça das pessoas, ou no sentido literal em algumas imagens, em que as pessoas das imagens parecem um ponto de transição onde dois lugares distantes se conectam, num belíssimo trabalho de manipulação digital das imagens.

Vejam:

Nacho Ormaechea fotografia colagens digitais pessoas como portais pensamentos histórias desejos

Minha imagem preferida. Viajando no metrô, embaixo da terra, sem ver a luz do sol. E na colagem, um belíssimo pôr do sol.

Nacho Ormaechea fotografia colagens digitais pessoas como portais pensamentos histórias desejos

Leitura, uma porta de acesso para outros tempos e lugares.

Nacho Ormaechea fotografia colagens digitais pessoas como portais pensamentos histórias desejos

Senhorinha pensando em paisagens tranquilas.

Nacho Ormaechea fotografia colagens digitais pessoas como portais pensamentos histórias desejos

Liberdade.

Nacho Ormaechea fotografia colagens digitais pessoas como portais pensamentos histórias desejos

Nacho Ormaechea fotografia colagens digitais pessoas como portais pensamentos histórias desejos

Pessoas religiosas...

Nacho Ormaechea fotografia colagens digitais pessoas como portais pensamentos histórias desejos

Nacho Ormaechea fotografia colagens digitais pessoas como portais pensamentos histórias desejos

...e que pensam em sacanagem.

Nacho Ormaechea fotografia colagens digitais pessoas como portais pensamentos histórias desejos

Nacho Ormaechea fotografia colagens digitais pessoas como portais pensamentos histórias desejos

Nacho Ormaechea fotografia colagens digitais pessoas como portais pensamentos histórias desejos

Mulher flor e abelha.

Nacho Ormaechea fotografia colagens digitais pessoas como portais pensamentos histórias desejos

Vegetais.

Nacho Ormaechea fotografia colagens digitais pessoas como portais pensamentos histórias desejos

Cerejas.

Nacho Ormaechea fotografia colagens digitais pessoas como portais pensamentos histórias desejos

Indo para a feira.

Nacho Ormaechea fotografia colagens digitais pessoas como portais pensamentos histórias desejos

Pensando naquele quarto de hotel...

Nacho Ormaechea fotografia colagens digitais pessoas como portais pensamentos histórias desejos

Imagens via Le Carnet Noir, o site para projetos pessoais de Nacho Ormaecha (o site com o portfólio completo do designer está neste link.) Dica via Beautiful Decay - Nacho Ormaechea's Internal Portals.

2012-01-19

O melhor antídoto contra o 'não' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 19/01/2012, sobre a melhor maneira de evitar um 'não' como resposta a uma solicitação.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

O melhor antídoto contra o 'não'

não

Um ouvinte aparentemente bem humorado escreve: "Outro dia você comentou sobre a arte de dizer 'não'. E eu tenho um chefe que é catedrático nesse assunto. Pedi uma bolsa para estudar e ele disse 'não'. Pedi um reajuste de salário e ele disse 'não'. Pedi uma transferência para outro setor e ele disse 'não'. A minha pergunta é: quantos 'não' a gente precisa ouvir para entender que jamais ouvirá um 'sim'?"

Bem, se todos os 'não' vieram acompanhados por uma justificativa coerente, o número pode ser infinito. Por exemplo, a empresa não tem como norma conceder bolsa de estudo. Se o funcionário pede, a resposta é negativa. Não porque o chefe aprecia o som do 'não', mas porque a decisão está acima da competência dele.

Um reajuste de salário se enquadra nesta mesma categoria caso exista um plano bem definido de cargos e salários e uma avaliação anual de desempenho que determinará quem merece um reajuste.

Então, dos três 'não' mencionados, o único duvidoso é o da transferência interna, mas eu espero que o chefe tenha dado alguma explicação para o nosso ouvinte.

Eu convivi com funcionários que ficavam arrasados ao ouvir o primeiro 'não' da vida, como se ele fosse uma sentença permanente.

Convivi com outros que acreditavam que nenhum 'não' era para sempre. Eles pediam a mesma coisa várias e várias vezes, imaginando que um dia, venceriam o chefe pelo cansaço. E para minha surpresa, isso realmente acabou acontecendo num caso ou outro.

E convivi com gente que sabia como argumentar e que apresentava dados indiscutíveis ao fazer uma solicitação. Esses raramente recebiam um 'não'.

Portanto, o melhor antídoto para o 'não' é saber ponderar o que se pede, como se pede e a hora em que se pede.

Max Gehringer, para CBN.

2012-01-11

'Colegas se aproveitam porque eu não sei dizer não' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 11/01/2012, com uma ouvinte que não consegue dizer 'não'.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

'Colegas se aproveitam porque eu não sei dizer não'

dizer não

"Meu problema", escreve uma ouvinte, "é que não sei dizer 'não'. Meus colegas já descobriram isso e ficam transferindo para mim coisas que eles poderiam fazer. A situação chegou a tal ponto que um colega queria fazer uma reclamação, mas não tinha coragem. E me pediu para falar com o chefe em nome de todo o grupo. Fui, tomei uma bronca danada do chefe, mas mesmo assim não aprendi a negar favores. Acho que é a minha natureza, sei lá. Você pode me ajudar?"

Não. Brincadeira, claro que sim.

'Não' é uma palavra fácil de pronunciar, mas de fato, existem pessoas que travam na hora de dizê-la. Uma característica de quem não se sente a vontade para negar um pedido é tentar acomodar a situação, dizendo "faço em casa", "faço amanhã" e coisas assim, como se o favor se transformasse em uma obrigação e não em uma solicitação.

A melhor maneira da nossa ouvinte começar a dizer 'não' é ir praticando aos poucos. Ela pode ter uma frase já pronta, para responder a um colega. Como por exemplo: "Vou dar uma olhada em tudo o que eu tenho para fazer hoje e te respondo daqui a dez minutos, pode ser?" E dali a dez minutos, ela diz ao colega que já está com excesso de trabalho e infelizmente não poderá atendê-lo dessa vez.

Outro ponto importante para quem diz 'não' é a firmeza, não só da voz, mas também da expressão corporal. Dizer um 'não' olhando para o teto ou apertando as mãos, irá fazer com que o solicitante insista e acabe sendo atendido.

Nossa ouvinte também precisa aprender a avaliar o que lhe é solicitado antes de começar a responder 'não' para tudo. Se um colega pede auxílio pela primeira vez e a nossa ouvinte pode atender, não há porque negar. Caso contrário, nossa ouvinte poderá transformar a imagem de fraqueza em outra, ainda pior: a da falta de cooperação.

Max Gehringer, para CBN.

2011-01-23

'Sempre chego à fase final das entrevistas, mas perco a vaga por algum detalhe' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 14/01/2011, com quatro dicas para quem está passando por entrevistas de emprego, mas empaca no final do processo de seleção.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

'Sempre chego à fase final das entrevistas, mas perco a vaga por algum detalhe'

entrevista de emprego mulheres
"Chego sempre à fase final das entrevistas", escreve uma ouvinte, "mas sempre perco a vaga por algum detalhe. O que você poderia me sugerir?"

Hmm. Quatro coisas.

A primeira é pensar positivamente, mas com os números a seu favor. Se o processo tinha inicialmente vinte candidatos, você foi melhor que pelo menos quinze deles. Talvez melhor que dezoito deles. Portanto, você tem potencial para conseguir um bom emprego.

A segunda coisa é esperar um pouco até a frustração passar. E aí, com calma, você avaliar o que aconteceu na última entrevista. Faça um esforço para se lembrar bem dos detalhes. Quais de suas respostas impressionaram o entrevistador e quais não impressionaram? Quando o entrevistador não está satisfeito com uma resposta, ele repete a mesma pergunta de outro modo, ou pede mais detalhes. Quando ele está satisfeito, ele passa para a pergunta seguinte. Então, lembre-se dos pontos em que você vacilou, engasgou, ou demorou a responder, ou não estava segura da resposta. Feito isso, elabore as respostas que teriam sido mais apropriadas.

A terceira coisa é lembrar que nem todo processo seletivo é um primor de igualdade. Há processos, e não são poucos, em que um dos candidatos já vem recomendado por alguém e só vai perder a vaga se for um desastre. Talvez você tenha sido ótima, mas não ótima o suficiente para desbancar um candidato recomendado que se portou muito bem. Nesse caso, você perdeu a vaga por falta de um bom padrinho, e não por alguma outra deficiência. Isso quer dizer que se você não for apadrinhada, terá que ganhar por um bom saldo de gols para conseguir a vaga. Isso é justo? Não sei dizer se é justo, mas é uma situação normal no mercado de trabalho e não será mudada de repente.

A quarta coisa: ao receber a notícia de que você não foi a escolhida, não demonstre insatisfação. Agradeça e coloque-se à disposição para uma nova oportunidade. Porque nem sempre o candidato que foi admitido vai se dar bem no emprego. E nesse caso, o segundo colocado no processo, será o primeiro a ser chamado. Ou então uma nova vaga pode aparecer em outro setor da empresa, e um candidato que se portou bem, tanto na entrevista quanto depois dela, terá mais chances de ser reconvocado.

E finalmente, não pense em mudar radicalmente o seu comportamento em futuras entrevistas, tentando parecer o que você não é. Isso iria lhe trazer mais dissabores do que alegrias.

Max Gehringer, para CBN.

2010-12-15

'Inflexibilidade sem causa' cria rótulo indesejável, mas pode ser corrigida - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 15/12/2010, sobre inflexibilidade no ambiente de trabalho.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

'Inflexibilidade sem causa' cria rótulo indesejável, mas pode ser corrigida

inflexibilidade no trabalho
"Estou confuso", escreve um ouvinte. "Estou nesta empresa faz quatro anos e participei de um processo interno de seleção para uma vaga que eu queria muito. Fui bem na parte técnica, e a última etapa foi uma dinâmica entre os cinco finalistas. E eu fui descartado porque, segundo o avaliador, sou inflexível. Eu caí das pernas porque não me considero inflexível, muito pelo contrário. Agora, além de não ter conseguido a vaga que eu queria, acredito que acabei ficando com um rótulo que pode me prejudicar em processos futuros. Por que será que eu passei essa impressão falsa ao avaliador?"

Bom, a primeira característica do inflexível é a de negar que ele seja. Todo inflexível se considera autêntico e seguro de suas opiniões. Mas o avaliador não teria chegado a conclusão que chegou se o nosso ouvinte não tivesse dado, durante a dinâmica, repetidas demonstrações de inflexibilidade.

Mas vamos ao futuro, que é o que interessa. Não é preciso que o nosso ouvinte mude radicalmente de atitude nas próximas dinâmicas. A tática é: começar concordando para depois discordar. Se o participante fizer uma afirmação e o nosso ouvinte tiver uma opinião oposta, ele deve dizer algo assim: "O ponto do colega é válido, mas eu gostaria de abordar a questão por outro ângulo". E aí, emitir o seu parecer sem criar um confronto.

Inflexibilidade é a característica de quem não ouve o que os outros têm a dizer, porque está convencido de que a sua própria opinião é definitiva e suficiente. Ao demonstrar que pelo menos ouviu o que o outro falou e deu a ele um mínimo de crédito, a inflexibilidade se dilui.

Outro ponto importante é não interromper quem estiver falando. O inflexível é sempre impaciente e já mostra isso nos gestos, antes mesmo de cortar o colega que está falando. E finalmente, o nosso ouvinte não deve confundir flexibilidade com concordância geral e irrestrita.

Chefes tendem a ser inflexíveis quando a situação exige uma posição mais dura, e as empresas apreciam isso. Mas o verdadeiro inflexível se revela quando não precisa discordar e discorda. Quando poderia ouvir e não ouve. Quando não precisaria interromper e interrompe. Essa é a inflexibilidade sem causa que, de fato, cria um rótulo indesejável, mas que é facilmente corrigível.

Max Gehringer, para CBN.

2010-10-19

Saiba agregar humildade ao seu 'cardápio de talentos' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 18/10/2010, sobre humildade e arrogância.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

Saiba agregar humildade ao seu 'cardápio de talentos'

arrogante
Um ouvinte escreve para contar a sua rápida trajetória: "Após a chegada de um novo gerente", diz o ouvinte, "tive dois aumentos em menos de um ano. Embora eu tenha a certeza de que esses reajustes se deveram unicamente a meu esforço e às minhas contribuições, percebo que muitos dos meus colegas não ficaram satisfeitos com meu sucesso. Acredito que alguns pensam em favoritismo, ou algo assim. Eu tenho mantido a minha postura de sempre, procurando ignorar o diz-que-diz e colocando-me à disposição do gerente para executar até mais tarefas, se ele achar necessário. Posso assumir que estou no caminho certo?"

Bom, a sua pergunta não me pareceu bem uma pergunta. Pareceu uma afirmação, seguida por um ponto de interrogação, mais para efeito ornamental do que por uma dúvida genuína. Percebe-se que você está seguro de que a opinião de seus colegas a seu respeito não tem importância alguma.

Pode até ser que você esteja certo, mas vou lhe dar uma sugestão.

Não permita que uma corrente negativa se forme ao seu redor. Cumprimente os colegas, mesmo aqueles que lhe torcem o nariz ou lhe viram a cara. E ofereça a eles toda a colaboração que você puder dar para o trabalho deles.

Por um motivo bem simples. Está claro que o novo gerente gostou de você, do seu estilo e do seu trabalho. Isso acontece. Mas o seu gerente pode vir a desocupar a poltrona dele. Ele pode ser promovido, transferido ou mudar de empresa. E não necessariamente o substituto dele terá por você, o mesmo apreço.

Não estou afirmando que isso vai acontecer, mas que isso pode acontecer. E caso aconteça, você se verá numa situação incômoda: a de ter a antipatia generalizada dos colegas. Como gerentes novos costumam ser sensíveis às opiniões da maioria, você poderá ficar isolado. Por isso, eu sugiro que você faça o possível para demonstrar que continua sendo mais um na turma, e não é, e nem quer ser tratado como se fosse uma exceção.

Pode ser que você continue merecendo aumentos e promoções, e chegue a presidente da empresa. Mas você não perderá nada e ganhará muito, se souber agregar a seu cardápio de talentos, um ingrediente que os seus colegas apreciarão bastante: humildade.

Max Gehringer, para CBN.