Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 12/06/2012, sobre as diferenças entre empregados políticos e puxa-sacos.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Qual a diferença entre um empregado político e um puxa-saco?'
Um ouvinte me pergunta se eu poderia explicar a diferença entre um empregado político e um puxa-saco. Porque, ele diz, algumas pessoas sem noção o acusam de ser puxa-saco, enquanto ele se considera um bom político.
Vamos lá. Ser político é saber manter um bom relacionamento com todos os colegas de trabalho e ser puxa-saco é bajular apenas quem ocupa cargos mais altos. Ambos fazem elogios. A diferença é que o político sabe reconhecer méritos e elogia a quem merece. Já o puxa-saco elogia o chefe, mesmo quando não existe nem motivo, nem necessidade.
O político é um apaziguador. Dificilmente ele entra em uma discussão, mas quando entra, sempre procura encontrar uma solução conciliatória, que não irá gerar mágoa ou mal estar. Já o puxa-saco defende não os pontos de vista dele, mas o de seus superiores. E, de preferência, na presença dos superiores.
O político tem um plano de longo prazo. Ele sabe que o bom relacionamento pesa bastante na hora de uma promoção. O puxa-saco tem uma visão de curto prazo. Ele está mais interessado em manter a sua posição.
O político propõe trocas. Ele procura demonstrar que pode ser útil a um colega, sabendo que um dia o favor será retribuído. Já o puxa-saco não se compromete. Ele é mais de pedir do que de oferecer.
Porém, é comum que políticos e puxa-sacos sejam confundidos, como o nosso ouvinte constatou. A verdadeira diferença aparecerá com o tempo. Enquanto o político pode ser político em qualquer empresa, o puxa-saco está amarrado a uma situação temporária. Para sobreviver, ele precisa de um chefe que aprecie ser bajulado. E quando deixa de ter um, perde a sustentação.
Mas talvez o que mais incomode a quem não é nem político, nem puxa-saco, é o fato de que, na média, ambos se dêem melhor na carreira do que os autênticos que não fazem concessões.
Max Gehringer, para CBN.
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