Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 11/06/2012, com um ouvinte que trabalha numa filial de uma empresa europeia e que pode ser ameaçado pela crise.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Empresa onde trabalho pode anunciar cortes de pessoal na filial brasileira'
Escreve um ouvinte: "Trabalho em uma empresa cuja matriz fica em um país da Europa que está em crise. Os resultados da operação brasileira têm sido constantemente bons. Mas, na semana passada, fomos surpreendidos por uma notícia não confirmada de que haveria cortes de pessoal no Brasil. Primeiro, não entendo a lógica dessa medida. Se a situação lá fora não está boa, não seria mais sensato investir nos países que poderiam contribuir para melhorar a receita e o lucro da corporação? E segundo, pergunto se vale a pena esperar para ver quem serão as vítimas dessa loteria às avessas ou se seria melhor sair procurando outro emprego?"
Bom. Primeiro: quando corporações decidem fazer cortes em escala mundial, para sossegar acionistas preocupados, a pressuposição é a de que o faturamento será mantido e apenas cargos administrativos serão eliminados. Isso pode até ser verdade, desde que a empresa tenha acumulado uma gordura nos tempos bons, o que nem sempre é o caso.
E segundo: daqui a alguns dias haverá uma eleição na Grécia, que poderá ter um efeito ainda indeterminado sobre toda a comunidade europeia, com respingos no resto do mundo. Se houver uma crise, ela será sentida em curto prazo, com quedas na bolsa, tanto lá como cá, e o aumento do dolar, e com a consequente paranoia que costuma tomar conta de muitas empresas nessas horas, como já aconteceu aqui mesmo no Brasil, em 2008.
Mas, respondendo à sua pergunta: sim, vale a pena esperar. Tanto porque a notícia pode ser somente um boato, quanto porque quando ocorrem cortes indiscriminados, os primeiros a serem dispensados são os mais novos de casa, porque o custo da rescisão é menor. Logo, se você mudar de emprego agora, o risco de uma eventual dispensa poderá vir a ser maior do que é atualmente.
Max Gehringer, para CBN.
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