Às vezes um milagre acontece. São raros, mas podem acontecer. E essa semana, aconteceu um: a estreia de Ponyo - Uma Amizade que Veio do Mar (ou Gake no Ue no Ponyo, no original), a nova animação de Hayao Miyazaki, aqui em Florianópolis. Na data de estreia nacional! Algo totalmente inesperado, mas que mesmo assim, chega bem atrasado (já que o filme é de 2008).
Esqueça animação 3D, o diretor Hayao Miyazaki é uma pessoa bem old school. Ponyo é todo feito com animação tradicional, aquela em que o desenhista (no caso, um batalhão deles) desenha cada quadro individual a mão. Juntando essa fabricação artesanal e o grande talento de inúmeros artistas, o resultado é excepcional.
Visualmente, Ponyo é lindo. Cada cenário parece uma verdadeira pintura, daquelas que ficam penduradas nas paredes. E sabendo disso, o diretor Miyazaki aproveita para mostrar essas pinturas, para ao mesmo tempo, nós as admirarmos e ele estabelecer o cenário da história: no caso, um pequeno vilarejo na beira do oceano, com um pequeno porto.
Ali, o garoto Sousuke de 5 anos vive com a mãe enquanto espera pela volta do pai, capitão de um barco. Enquanto brinca perto do mar, acaba achando uma espécie de peixe dourado (no japonês, kinguio) meio esquisito, com cara de gente (!). Ele dá o nome de Ponyo ao peixinho. Só que Ponyo não é um peixe comum, ela é na verdade filha de uma poderosa entidade mágica dos oceanos.
Ponyo e Sousuke desenvolvem um afeto muito grande um pelo outro, mas logo o pai de Ponyo, uma espécie de rei do mar, acaba vindo buscá-la. Entretanto, Ponyo agora deseja se tornar humana, e vai voltar, custe o que custar, para o lado de seu amor, Sousuke.
Bem, a história é bem rasinha mesmo. Inspirada no conto que também deu origem ao filme da Pequena Princesa da Disney, Ponyo é um dos trabalhos mais infantis e universais de Miyazaki. Já na época de A Viagem de Chihiro, ele disse em uma entrevista que fazia seus filmes pensando apenas na audiência da terra natal, ou seja, nos espectadores japoneses. Vendo Chihiro, nota-se claramente isso: apesar de "entendível" por qualquer um, o filme é tão cheio de referências às lendas e cultura japonesas, que sem entender nada delas, perde-se metade da graça do filme (e olha que mesmo assim, ele ganhou o Oscar). Este Ponyo, entretanto, é bem mais universal, talvez pelo fato de ser feito para um público mais infantil. Sim, os pimpolhos, joelhinhos e cia. vão adorar o filme.
A história de Ponyo é bem simples, e como várias animações voltadas ao público infantil, a trama não tem um vilão de verdade. E mesmo com uma ou outra menção à ecologia (desequilíbrio do planeta, etc), logo volta-se para o foco da história: o relacionamento entre Ponyo e Sousuke.
Enfim, Ponyo consegue divertir as crianças, com uma animação voltada realmente para elas (ao contrário de um Mary e Max, por exemplo). E também consegue encantar os adultos, que além de se deliciarem visualmente, podem se emocionar com a história de amor singela e ingênua entre duas crianças. Porque, pelo menos do lado de lá da tela, milagres não parecem ser tão raros assim.
Trailer:
Para saber mais: crítica no Omelete.
aaaaaaaaaaaaahhh eu quero tanto ver esse filmeee.. faz tempo que to esperando \o/
ResponderExcluirCara... minha irmã de 11 anos foi comigo ontem no Iguatemi... e ela se recusou a ver esse filme...
ResponderExcluirPor que?
ResponderExcluirAdoro filmes assim. com certeza vou ver.
ResponderExcluireu quase assisti esse filme, mas bóris me gritou mais alto.
ResponderExcluirFez bem. Boris rulez!
ResponderExcluirufa! rs
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