2010-09-30

As apaixonadas fotos de Pink Flutterby

Segundo seu perfil no FlickR, Pink Flutterby é uma dona de casa que recentemente começou a se aventurar no mundo da fotografia. Apesar disso, é possível ver em suas fotos uma grande energia.

Aqui, separei algumas que lidam com o tema amor:

fotos apaixonadas amor coração
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Imagens originais, em maior resolução, na galeria do FlickR de Pink Flutterby.

'Trabalho no setor de RH e sei que um amigo será demitido. Como agir?' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 29/09/2010, sobre o dilema de manter um processo em sigilo ou contar para um amigo que ele será despedido.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Trabalho no setor de RH e sei que um amigo será demitido. Como agir?'

boca fechada sigilo profissional
O caso de hoje é uma tremenda saia justa. Uma ouvinte que atua na área de Recursos Humanos escreve para contar que foi solicitada a iniciar um processo confidencial de seleção, para substituir um funcionário antigo de casa. Acontece que esse funcionário é amigo pessoal da nossa ouvinte, amizade mesmo, de muitos anos.

Agora, se a nossa ouvinte contar para o amigo que ele está na marca do pênalti, pronto para ser chutado, ela estaria desobedecendo a uma determinação superior para manter o processo em absoluto sigilo. Se ela não disser nada, quase certamente perderá o amigo.

Nossa ouvinte já sabe que a solução mais fácil, a de eventualmente transferir o funcionário para outra área está fora de cogitação. A diretoria decidiu pela demissão e não vai mudar de ideia.

Dividida entre a amizade e o zelo profissional, a nossa preocupada ouvinte pergunta: "Qual seria o melhor caminho?"

Bom, o caminho mais profissional é manter o processo em sigilo. Ao ser contratada para exercer sua a atual função, a nossa ouvinte assumiu um compromisso: o de seguir as determinações superiores. A amizade dela com o futuro demitido é um fator casual, que não pode se sobrepor a obrigação profissional.

Isso posto, eu, se estivesse no lugar dela, falaria com o amigo. Diria a ele para se preparar para uma possível demissão, sem afirmar que ele será demitido. Se ele não entender a óbvia mensagem e perguntar: "Por que, eu vou ser mandado embora?", eu diria para ele que essa possibilidade existe e que seria conveniente ele estar preparado. Eu também me colocaria a disposição para orientá-lo, para ajudá-lo a preparar um currículo e para marcar eventuais entrevistas.

Quando finalmente a notícia da demissão for dada, eu deixaria claro que fiz tudo que estava ao meu alcance para evitar a demissão, mas a intransigência dos superiores estava acima de minhas forças.

Este é um caso que os ouvintes racionais fariam uma coisa e os ouvintes emocionais fariam outra. Não há uma solução perfeita. E a menos imperfeita seria a de tentar preservar a amizade, mas sem o risco de comprometer a carreira.

Max Gehringer, para CBN.

2010-09-29

Eu sou Gandalf e Magneto. Supere isso

Sir Ian McKellen vestindo uma camiseta numa passeata a favor dos direitos LGBT, contra a visita do Papa na Inglaterra:

gandalf magneto ian mckellen camiseta

"Eu sou Gandalf e Magneto. Supere isso."

A foto é fake, uma montagem, mas que seria foda pra caramba, seria. Afinal, você iria preferir estar do lado do Mestre do magnetismo E do Feticeiro branco, ou do lado de alguém que reinvidica ter uma linha direta com um ser invisível? A foto original está neste artigo da BBC News, e na camiseta diz apenas "Algumas pessoas são gays. Supere isso."

Via Fuck Yeah Dementia.

Como se candidatar a uma vaga que não existe? - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 29/09/2010, sobre o início de carreira de um recém-formado.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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Como se candidatar a uma vaga que não existe?

recém formado
Uma ouvinte escreve para dizer que está se formando em Pedagogia. E pretende usar os seus conhecimentos em empresas. Ela tem muitas ideias que poderão contribuir para melhorar o clima organizacional, reduzir o estresse e aumentar a motivação geral. Porém, diz a ouvinte, ela não sabe como propor o seu trabalho a uma empresa. A questão é: como é que alguém se candidata a uma vaga que não existe?

Creio que a resposta vale para todos os jovens que terminaram uma graduação e se encontram na mesma situação. Todos têm vontade de aplicar imediatamente o que aprenderam e sabem que poderiam contribuir bastante, caso lhes fosse dada uma oportunidade.

A questão é que essa oportunidade não existe, porque as empresas estão mais ocupadas em contratar funcionários para executar tarefas rotineiras. Isso não afeta apenas a quem se forma em pedagogia. Alguém que acabou de se formar em Administração, por exemplo, não vai ser contratado para administrar um setor. Durante algum tempo, irá desempenhar uma tarefa burocrática.

A mesma coisa ocorre com o recém-formado em Psicologia, ou em Comunicação, ou Economia, ou numa variedade de outros cursos. Ao entrar numa empresa, esses jovens irão desempenhar tarefas burocráticas, que muitas vezes, pouco tem a ver com o curso que eles concluiram. E muitas vezes são tarefas ordinárias, que poderiam ser perfeitamente desempenhadas por quem não concluiu curso superior algum.

Isso significa que o sistema está falhando? Não. Significa apenas que existe um processo comum à grande maioria das empresas. Um funcionário é admitido e durante algum tempo, que pode chegar a dois ou três anos, ele irá ganhar a confiança da empresa, executando tarefas que parecem banais, mas são vitais para o funcionamento da empresa. Aqueles que se destacam fazendo o que qualquer um pode fazer, ganham posteriormente oportunidades para desempenhar tarefas mais importantes e mais criativas.

Em resumo, é preciso pagar um pedágio antes de dar o primeiro salto profissional. Para quem tem muita pressa, esse período vai parecer uma eternidade, mas basta perguntar a qualquer gerente ou diretor como ele começou a carreira e a resposta será a mesma: executando tarefas de rotina, abaixo de sua qualificação acadêmica. O início da carreira é sempre uma mistura de muita competência e de um pouco de paciência.

Max Gehringer, para CBN.

2010-09-28

Carey Mulligan na Vogue

Desde que eu vi Carey Mulligan no filme Em Busca de uma Nova Chance, me encantei com aquele sorriso dela. Ok, tá certo que eu também adoro mulheres de cabelo curto!

As imagens abaixo são do ensaio de Carey Mulligan para a revista Vogue de outubro/2010. Fotografia de Peter Lindbergh.

carey mulligan vogue outubro 2010

carey mulligan vogue outubro 2010

carey mulligan vogue outubro 2010

carey mulligan vogue outubro 2010

carey mulligan vogue outubro 2010

carey mulligan vogue outubro 2010

carey mulligan vogue outubro 2010

carey mulligan vogue outubro 2010

carey mulligan vogue outubro 2010

carey mulligan vogue outubro 2010

Imagens em maior resolução aqui: Fashion Gone Rogue: Carey Mulligan for Vogue US October 2010 by Peter Lindbergh.

'Voltei à minha ex-empresa e ninguém me recebeu' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 28/09/2010, sobre amizades e relações profissionais.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Voltei à minha ex-empresa e ninguém me recebeu'

andando sozinho
Escreve um ouvinte: "Tive uma das maiores decepções da minha vida, ao visitar uma empresa na qual trabalhei catorze anos, e da qual saí faz três anos. Em minha despedida, meus colegas promoveram uma festa e meu chefe fez um discurso elogiando meu trabalho, e disse que as portas da empresa estariam sempre abertas para mim. Pois bem, descobri que não estavam. Aproveitando um dia livre, decidi dar uma passadinha na ex-empresa, para rever os antigos colegas. A minha decepção começou na portaria: ninguém me reconheceu, porque todos os porteiros haviam mudado.

Meu ex-chefe me atendeu apenas pelo telefone interno, e me disse que estava ocupado demais para me receber naquele momento. Quando solicitei que ele autorizasse a minha entrada para eu falar com outras pessoas, ele me respondeu que as normas da empresa não permitiam que ele me desse essa autorização. Eu fui embora arrasado. Nos catorze anos que passei ali, meus resultados foram excelentes e meu relacionamento com os colegas era apontado como exemplo. Agora, nem um cafezinho eu pude tomar. Fiquei sem entender o que fiz de errado."


Bom, você não fez nada errado. Você apenas confundiu relação profissional com amizade pessoal.

Ao deixar a empresa, o seu compromisso com ela cessou, e vice-versa. A festa que lhe deram marcou o final dessa relação. O discurso das portas abertas, feito por seu chefe, dizia respeito apenas ao campo profissional. Se você tivesse algo a oferecer em termos de negócios, seria bem recebido.

Casos como o seu são cada vez mais comuns, porque a rotativade está aumentando e a memória das empresas está encurtando.

Eu espero que você tenha mantido contato frequente com alguns de seus antigos colegas, não porque eles eram seus amigos, mas porque eles podem ser uma boa fonte de referência, caso você necessite.

Os amigos de verdade eram dois ou três, embora nos catorze anos, você deva ter convivido com centenas de colegas que o elogiavam e davam a impressão de ser seus amigos do peito.

O mais frustrante nessa história é que você só descobre quem são seus verdadeiros amigos depois que sai da empresa. Enquanto você está nela, não há como saber.

Max Gehringer, para CBN.

2010-09-27

Chupando o dedo

Chupando o dedo médio:

chupando o dedo do meio

Provocante.

Reclame, mas faça algo pela mudança - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 27/09/2010, sobre as mudanças no mercado de trabalho e no mundo.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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Reclame, mas faça algo pela mudança

protesto reclamação
"Sei que a minha mensagem não tem qualquer chance de ser lida", escreve um ouvinte, "mas quero manifestar a minha insatisfação pela maneira como o mercado de trabalho suga os trabalhadores. Veja o meu caso. Trabalho dez horas por dia e não ganho o suficiente para pagar a conta do supermercado, mesmo sendo um técnico especializado. O meu salário está na média da minha categoria, mas eu me sinto como se estivesse vivendo no século 16."

Bom, como você percebeu, sua mensagem está sendo lida, o que mostra que os tempos mudaram. No século 16, além de ser proibido de se manifestar contra o sistema, você provaelmente seria queimado em praça pública. Hoje, no máximo, seria dispensado sem justa causa, já que a sua causa é mais que justa.

Mas a grande diferença entre os tempos idos do mercado de trabalho, e o tempo presente, está numa palavrinha: oportunidade. Se bem me lembro das histórias que a minha Nona me contava, todos os nossos parentes haviam terminado a vida profissional mais ou menos na mesma condição em que a haviam começado. O grande projeto de um trabalhador era se aposentar. Não era estudar, viajar, mudar de emprego, ser promovido, ganhar mais ou ser dono de uma empresa. Ninguém tinha muita esperança de que alguma mudança significativa pudesse acontecer, e todos se sujeitavam ao que era oferecido.

Hoje, um jovem da classe E já pode pensar em fazer um curso superior. Comparativamente, é um tremendo progresso, mas isso não quer dizer que chegamos ao momento em que as coisas estão ótimas. Muito pelo contrário. Estamos evoluindo gradativamente e não chegamos nem perto do que se poderia chamar de uma vida com qualidade. O trabalho ainda ocupa a maior parte do nosso tempo e continua sendo o centro de nossas preocupações.

Temos que repetir sempre isso, como você mesmo fez, para que ninguém pense que estamos satisfeitos. Não estamos. Queremos ganhar dez vezes mais, trabalhando dez vezes menos. Queremos uma sociedade igualitária, mas uma que enriqueça os pobres e não uma que empobreça os ricos.

Então, a minha sugestão para o nosso ouvinte seria: reclame. Mas não seja o vegetariano na churrascaria. Não fique só na crítica. Faça algo prático a respeito. Estude, esforce-se e não desista.

Você está certo, mas o mundo não está errado. Ele está apenas evoluindo. Mais rapidamente do que nunca, mas ainda, mais devagar do que todos nós gostaríamos.

Max Gehringer, para CBN.

2010-09-26

As frases e citações de Tropa de Elite e do Capitão Nascimento

Pra preparar que o segundo filme de Tropa de Elite está prestes a estrear no começo de outubro, uma coleção de frases e citações do primeiro filme.

O primeiro Tropa de Elite marcou bastante, deixando no imaginário popular várias frases de efeito, sobretudo, graças ao Capitão Nascimento, vivido por Wagner Moura.

Abaixo, algumas delas. As imagens foram retiradas do DVD original, e as legendas mudam um pouco as falas originais. No texto, como está no áudio:

filme tropa de elite capitão nascimento

No Rio de Janeiro, quem quer ser policial tem que escolher. Ou se corrompe ou se omite ou vai pra guerra.

filme tropa de elite capitão nascimento

Nosso símbolo mostra o que acontece quando a gente entra na favela. E a nossa farda não é azul, parceiro. É preta.

- Não vai subir ninguém! Não vai subir ninguém! Vai ficar todo mundo aí, quietinho aí!

filme tropa de elite capitão nascimento

- Caralho! Que vontade de meter tiro nesses filhos-da-puta.
- Em qual deles, meu capitão? É só falar.
- Catorze, deixa os caras fazerem a entrega lá que o Renan segura eles lá embaixo.
- Dá pra matar dois coelhos com uma porrada só aqui, hein?
- É 100%, Catorze?
- Caveira, meu capitão.
- Então, senta o dedo nessa porra.

Pra mim, quem ajuda traficante a se armar também é inimigo.

filme tropa de elite capitão nascimento

- Não quero mais saber dessas porras, não. A pica não é mais minha. Essa pica agora é do aspira.

filme tropa de elite capitão nascimento

- Já avisei que vai dar merda, isso.

filme tropa de elite capitão nascimento

- Pra mim, missão dada é missão cumprida. Estamos atendidos?

filme tropa de elite capitão nascimento

- Ninguém aqui tá com pressa não, viu filho. Posso passar a madrugada toda aqui. Cadê o fogueteiro?
- Não sei não, chefe.
- Não sabe não o quê? Como é que você não sabe? Você vai voltar pro saco.

filme tropa de elite capitão nascimento

- Fazer o que com o verme aqui, capitão?
- Bota na conta do Papa.

filme tropa de elite capitão nascimento

- Você acha que ninguém aqui sabe que você recebe dinheiro do tráfico? Você acha que ninguém aqui sabe que você recebe dinheiro do jogo do bicho? O senhor sabe por que número do senhor é Zero 1? É porque o senhor vai ser o primeiro a desistir. E eu vou fazer o senhor desistir. Pede pra sair. Pede pra sair.

filme tropa de elite capitão nascimento

- O conceito de estratégia... em grego, estrategia... em latim, estrategie... em francês, stratégie... Os senhos estão anotando?
- Sim, senhor.
- Vou pedir isso na prova. Em inglês, strategy... em alemão, strategie... em italiano, strategia... em espanhol, estrategia...
- Coordenador?
- Pois não?
- O Zero 5 está dormindo.
- Zero 5?
- Sim, senhor.
- Tenha a bondade. Zero 5, se o senhor deixar essa granada cair, o senhor vai explodir o turno inteiro. O senhor vai explodir os seus colegas, o senhor vai explodir meus auxiliares, o senhor vai me explodir. O senhor vai dormir, Zero 5?
- Não, senhor!
- Estamos todos confiando no senhor.
- Eu vou... retomar o raciocínio. O conceito de estratégia, em grego, estrategia...

filme tropa de elite capitão nascimento

- O turno tá pronto pra almoçar, xerife?
- Sim, senhor!
- Quanto tempo o senhor quer para o turno almoçar, xerife?
- Dez minutos está bom, senhor!
- Está de sacanagem?
- Xerife, o senhor é um fanfarrão, xerife! Os senhores têm dez segundos pra almoçar!

filme tropa de elite capitão nascimento

- Sabe por que você não vai conseguir fazer o que eu mandei? Não é só porque o senhor é um fraco. O senhor não vai conseguir porque, para ter essa caveira aqui, seu Zero 2, é preciso ter caráter. Coisa que o senhor não tem. O lugar do senhor é com puta. O lugar do senhor é com cafetão. O lugar do senhor é com clínica de aborto.

filme tropa de elite capitão nascimento

- Tira essa roupa preta. Tira essa roupa preta, que você não merece usar. Você não é caveira, você é moleque, ouviu? Você é moleque!

filme tropa de elite capitão nascimento

- O que foi? Está tudo bem?
- Não abre a boca pra falar do meu trabalho nessa casa.
- O que é isso?
- Você não fala mais do meu trabalho nessa casa. Você tá entendendo?
- O que aconteceu?
- Quem manda nessa porra aqui sou eu! E você não vai mais abrir a boca pra falar do meu batalhão nessa casa! Você tá entendendo? Você entendeu? Quem manda nessa porra aqui, sou eu!

filme tropa de elite capitão nascimento

- Vou falar uma coisa, filho. Eu não quero machucar você. Não quero que saia daqui machucado, você entendeu? Cadê o Baiano?
- Não sei não, meu senhor.
- Não sabe porra nenhuma? Vou te mostrar o saco, hein!
- Ajoelha ele aqui. Ajoelhe. Cadê o Baiano?
- Não sei dele.
- Cadê a porra do baiano, filho-da-puta?
- Tá foda, capitão.
- Tira a calça dele, aí.
- O que é isso? Tenha dó.
- Você vai falar!
- O que é isso?
- Tira a cueca dele.
- Vai falar? Eu falo.

filme tropa de elite capitão nascimento

- Me leva pro hospital aí, meu chefe.
- Você já perdeu, seu filho-da-puta.
- Na cara não, chefe. Pra não estragar... Na cara não, pra não estragar o velório.
- "Na cara não..."
- Dá a 12 aqui. Solta o moleque. Deixa esse moleque ir embora.
- Passa, que é teu.
- Porra, na cara não!

Umbra, uma animação com uma história recursiva

Um explorador se aventura num mundo desconhecido, mas de alguma forma, muito familiar, como se ele já estivesse estado ali antes.

Umbra (HD - 2010) from Malcolm Sutherland

Dica do Beautiful/Decay.

2010-09-25

Filme: O Bem Amado

Cada obra, querendo ou não, acaba refletindo o seu tempo, o modo de pensar da sua época, mesmo que a obra se passe no passado ou no futuro. Este é o caso de O Bem Amado, que volta agora encarnado no filme de Guel Arraes. Não assisti a novela, nem li a peça original de Dias Gomes (que aliás, foi um excelente escritor), então não posso tecer comentários aprofundados sobre as diferenças entre as diversas mídias. Entretanto, sendo uma obra original dos anos 60, é visível que houve algumas adaptações no modo como a história é contada, mas o seu cerne permanece o mesmo. E assim, é possível de ver o quanto a obra é, talvez infelizmente, atemporal.

filme o bem amado guel arraes marco nanini poster cartaz

O Bem Amado acompanha o mandado de prefeito de Odorico Paraguaçu (Marco Nanini) em Sucupira, desde a sua eleição até o seu fim. Político enrolador e bom de papo (além de inventor de palavras), consegue se eleger em cima da morte do ex-prefeito, prometendo para a cidade uma grandiosa obra, o "construimento" cemitério municipal. Entretanto, depois de eleito e com o cemitério 'superfaturadamente' construído, ele não consegue inaugurá-lo por falta de mortos na cidade.

filme o bem amado guel arraes marco nanini
Como uma novela, o filme segue essa linha principal, o do esforço de Odorico em conseguir inaugurar sua grande obra, enquanto outras pequenas linhas narrativas surgem, sempre orbitando o prefeito de Sucupira, como a oposição política responsável pelo jornal da cidade, nas figuras do jornalista e candidato adversário Vladmir (Tonico Pereira) e do fotógrafo Neco (Caio Blat), este último ainda envolvido com sua filha Violeta (Maria Flor).

Outras linhas ou núcleos incluem os encontros amorosos/afetivos de Odorico com as irmãs cajazeiras Dulcinéia (Andréa Beltrão), Judicéia (Drica Moraes) e Dorotéia (Zezé Polessa;, a história de Dirceu Borboleta (Matheus Nachtergaele), o funcionário público da prefeitura; a ameaça do pistoleiro Zeca Diabo (José Wilker); as complicações do primeiro candidato a residente do cemitério, o "primo" Ernesto (Bruno Garcia); e por fim, as intervenções mais do que cômicas do coveiro e bêbado da cidade Chico Moleza (Edmilson Barros).

filme o bem amado guel arraes marco nanini
Com tantos personagens e subtramas, é evidente que tudo isso condensado em mais ou menos duas horas, o filme seria superficial com muitos dos personagens e tramas. O primeiro arco de romance entre Neco e Violeta, por exemplo, é corridíssimo. Paixão à primeira vista perde. E de maneira geral, é tudo muito rápido. Entre cada mini trama se passam semanas, meses, e a transição de tempo é imperceptível, a não ser por um ou outro diálogo que acaba expressando isso. Talvez isso se dê de modo intencional, com a cidade sendo sempre a mesma, refletindo as poucas (ou nenhuma) mudanças pelas quais ela passa (e de maneira metafórica, o próprio Brasil, em alguns aspectos, como a política).

filme o bem amado guel arraes marco nanini
Entretanto, se o filme O Bem Amado deixa claro que tem um viés político, expressado com todas as palavras por um narrador, ele se perde ao tentar fazer com que a história de Sucupira seja uma mini-história do Brasil e do mundo (na época polarizado pela Guerra Fria, medo de comunistas comedores de criancinhas, etc). O embate entre EUA e União Soviética, entre capitalismo e comunismo (e que acabou afetando diretamente a história brasileira, com a culminação da ditadura em 64), que é logo jogado na tela, dando a entender que se trata de uma extrapolação do embate político em Sucupira, logo se mostra sem importância pelos personagens da pequena cidade. Mais do que ideológicos, os personagens se mostram humanos (um tanto podres) e atemporais. Corrupto e corruptor se misturam, e sempre o primeiro deslize ético é por uma boa causa (ou não).

filme o bem amado guel arraes marco nanini
Mas antes de tudo, O Bem Amado é uma comédia. Tem um texto brilhante e que é interpretado a altura por Nanini, no papel principal. É dele o show, até porque os outros personagens sofrem com o pequeno espaço reservado a eles. Mesmo assim, conseguem se destacar Wilker como Zeca Diabo e sua ética particular, e Edmilson Barros como Chico Moleza. Este último, protagoniza alguns dos momentos mais engraçados do filme. Matheus Nachtergaele, que é sempre promessa de boas atuações, tem poucos momentos memoráveis no filme, servindo apenas como assistente do prefeito. O lado mais cômico do personagem Dirceu Borboleta praticamente só dá as caras uma vez, na sua noite de núpcias.

filme o bem amado guel arraes marco nanini
A história de Odorico e Sucupira extrapola de certa maneira um único momento da história, e se torna atemporal quando mostra políticos corruptos, mas carismáticos e verborrágicos, ou quando mostra que a oposição nem sempre é melhor que a situação, mesmo que ela pense assim. Enfim, usando de bom humor e entregando um filme divertido, O Bem Amado mostra histórias que são bem conhecidas do povo brasileiro. Dentro e fora da telinha.

Trailer:



Para saber mais: crítica no Omelete e site oficial do filme O Bem Amado.

2010-09-24

Filme: Resident Evil 4: Recomeço - em 3D

Confesso que não estava levando muita fé nos rumos atuais do cinema em 3D. Parece que depois de Avatar, nenhum filme conseguiu realmente fazer do 3D um diferencial, mesmo as animações, que teoricamente, seriam mais propensas (tecnicamente) ao novo formato. Mas depois de ver Resident Evil 4: Recomeço (ou Resident Evil: Afterlife, no original), minha opinião é de que o que faltava era vontade de um diretor de fornecer um espetáculo visual na terceira dimensão. Pois é isso que o novo Resident Evil oferece: um espetáculo visual incrível. E só.

filme resident evil 4 recomeço afterlife milla jovovich poster cartaz

A história e o roteiro nunca foram o forte da franquia Resident Evil no cinema, e este quarto filme, mais uma vez escrito por Paul W.S. Anderson, que também dirige o filme, mantém a tradição de história capenga e um roteiro tão cheio de furos quanto os zumbis do filme.

Mais uma vez, Mila Jovovich é Alice, uma ex-funcionária e guarda de segurança da grande e evil Corporação Umbrella, corporação esta que desenvolveu o T-vírus, capaz de transformar qualquer ser vivo num zumbi. Neste quarto filme, com a Terra devastada, Alice continua seu caminho a fim de encontrar outros sobreviventes e enfrentar a maligna corporação, enquanto tenta sobreviver ao apocalipse zumbi.

filme resident evil 4 recomeço afterlife milla jovovich
Resident Evil 4: Recomeço é uma sequência direta do terceiro filme. Spoiler do terceiro filme, se não quiser ler, pule este parágrafo: No final do último filme, Alice, a única ser humana que conseguiu incorporar o T-vírus ao seu próprio DNA, aprende a controlar melhor seus poderes psíquicos/psiônicos/whatever. Isto é, ela é tipo uma Jean Grey misturada com o Wolverine, com poderes telecinéticos (mover com a mente), além de força e agilidades sobre-humanas. Além disso, ela descobre que a Umbrella vinha tentando replicar este vínculo humano/T-vírus, através da fabricação de clones da própria Alice. Montes de clone, que ela no final, acaba libertando e fazendo o seu próprio exército de Alices. Trocando em miúdos, ela termina o filme muito poderosa. E isso causa um pequeno problema para a continuação, afinal, um herói, ou no caso heroína, sempre deve enfrentar um inimigo mais forte, para haver uma tensão e um suspense (mesmo que seja óbvio que no final, o herói supere), senão, a história fica monótona. Portanto, um herói extremamente poderoso, para continuar tendo uma história decente, tem duas opções: ou acha um vilão ainda mais poderoso (o que neste caso significaria achar algum super sayajin pra enfrentar), ou então você, de alguma forma, faz com que o personagem perca seus poderes ou parte deles (tipo o que fizeram com o Goku no começo de DBGT). A opção de Resident Evil 4: Recomeço foi pela segunda, logo após a primeira grande sequência de ação do filme.

filme resident evil 4 recomeço afterlife milla jovovich
Acho que foi Richard Donner uma vez que disse que um filme de ação deveria começar sempre com uma cena de muita ação e impactante, mesmo que ela não fizesse parte da linha principal da história (mandamento este seguido a risca nos filmes da quadrilogia Máquina Mortífera, por exemplo, que ele dirigiu). Pois bem, o diretor Paul W.S. Anderson parece que seguiu a dica ao pé da letra, e entrega neste Resident Evil 4: Recomeço, uma abertura excelente.

As duas primeiras sequências são visualmente deslumbrantes, tanto pelo acertado uso do 3D, quanto por outros aspectos. A primeira sequência é a dos créditos iniciais, onde é mostrado uma Tóquio a beira da infecção zumbi, numa noite de chuva. No meio da multidão, é exibido uma jovem mulher parada, toda molhada, não parecendo se importar muito com o resto das pessoas, todas carregando guarda-chuvas. E visto de cima, a cena exibe uma metáfora não tão criativa, mas ainda assim bela, da imagem com o que está por vir (culpa da Corporação Umbrella, que é guarda-chuva em inglês). A montagem da cena, assim como a música, vão criando um tom de expectativa e tensão, pois sabemos que tem algo de errado com a mulher ali. E claro, ao final, temos o tão esperado ataque zumbi, que se espalha por todo o mundo.

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A segunda sequência começa depois de uma elipse temporal de alguns anos, quando Tóquio é uma cidade devastada pela praga zumbi. Entretanto, escondidos numa base subterrânea, se encontram soldados da Umbrella, bem como um dos manda-chuva da corporação, o vilão Albert Wesker (Shawn Roberts, bastante caricato na sua representação). Esta sequência, totalmente de ação, mostra Alice(s) invadindo a base. Cenas de ação excelentes, que foram especialmente pensadas para serem vistas em 3D. Repare nos detalhes da execução: muitos planos abertos, mostrando uma grande parte do cenário, o que é fundamental numa experiência em 3D. Além disso, os cortes com a combinação do uso da câmera lenta em determinados momentos, faz com que possamos apreciar os estilhaços voando pela tela, além é claro, das tradicionais balas e armas brancas voando em nossa direção. Repare o extenso uso desses pequenos elementos, essas partículas no ar. Na minha opinião, esses elementos são os responsáveis pela maior imersão num filme em 3D.

Bem, se o diretor Mr. Anderson copiou a velha dica de Richard Donner de abrir o filme com uma grandiosa sequência de ação, pode-se dizer também que ele bebeu na fonte dos irmãos Wachowski para coreografar essas cenas. Na invasão da corporação Umbrella, repare como em determinado momento Alice fica atrás de uma coluna, segurando duas armas e se preparando para atirar. Esse plano em específico, é idêntico ao do primeiro Matrix, quando Neo invade um prédio buscando Morpheus. Mas claro, não é apenas esse plano, toda a sequência lembra muito a sequência em Matrix. Até mesmo uma hora em que Alice salta do alto da base, indo em direção ao primeiro andar e quebrando um vidro, é uma sequência com planos, coreografia e cenário, quase idênticos a cena em que Trinity salta de um prédio sendo perseguida por um agente, em Matrix Reloaded. Isso pra não falar em um bullet time no final dessa primeira grande sequência do filme. Eu, como fã de Matrix, achei uma homenagem digna.

filme resident evil 4 recomeço afterlife milla jovovich
Uma coisa interessante de Resident Evil 4: Recomeço, comparado com os dois últimos filmes anteriores da franquia, é o retorno aos ambientes fechados. No segundo e no terceiro, os embates com os zumbis se davam quase sempre em ambientes abertos (cidade no segundo, e o deserto no terceiro). Neste, a ação se passa em ambientes predominantemente fechados, mesmo que as cenas, por exigirem planos abertos (para enfatizar o 3D), mostrem ambientes grandes. Além do caso da base subterrânea, o presídio em que se passa a segunda parte do filme, traz novamente à franquia os elementos claustrofóbicos de se ver encurralado com um monte de zumbis atrás de você. Sem dúvida, um dos aspectos que gostei do filme.

Em termos de roteiro, já disse que o filme é bastante furado. Além de inconsistências (como Alice voltando a ser humana, mas ainda assim, fazendo coisas que deixariam qualquer X-Man de cabelo em pé), o roteiro traz também coisas absurdas que não fazem parte daqueles absurdos que a gente até releva num filme desses. Por exemplo, se você estivesse num mundo pós-apocalíptico zumbi, iria achar importante estar super arrumada e maquiada? Bem, tanto Alice quanto Claire Redfield (Ali Larter), esta última mesmo estando amarrada, acham que um batom é fundamental. Repare nos closes em que elas estão voando no avião. Ok, temos que mostrar umas gatas pro filme vender, mas podiam ter maneirado na maquiagem (ou talvez ela seja realçada pela tela grande e pelo efeito 3D).

filme resident evil 4 recomeço afterlife milla jovovich
E falando em Ali Larter, é notável que no filme, todos os coadjuvantes sejam praticamente dispensáveis (e, como é de praxe, a maioria realmente o é, sendo morta no decorrer da película). Quero dizer, em termos de relevância, Claire Redfield até tem uma boa cena de ação com um grande machado, mas é só. Pior é a inclusão de seu irmão Chris Redfield (Wentworth Miller) na história. Uma inclusão só pra agradar aos fãs do personagem, que já é conhecido nos games? Bem, quem é realmente fã dos videogames, dificilmente acha os filmes digeríveis.

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Enfim, Resident Evil 4: Recomeço é um filme de ação desenfreada (mas acerebrada), e um verdadeiro espetáculo visual, devido ao seu uso da tecnologia 3D. Tudo nele foi pensado e tendo como foco esse aspecto. Repare, por exemplo, que na prisão tenha água em abundância (mesmo depois de anos de apocalipse zumbi). Isso é realmente necessário pro roteiro/história? Não, mas é necessário pra justificar o belíssimo efeito que a água faz, como se fosse chuva, durante uma luta. ;) Em suma, se for assistir, vá numa sala 3D, porque em 2D, ele perde muito do seu charme.

Trailer:



Para saber mais: crítica no Cinema em Cena e no Omelete.