2011-02-22

'Estou me sentindo acomodado na carreira' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 22/02/2011, sobre acomodação na carreira.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Estou me sentindo acomodado na carreira'

estátua trabalhador negócios
Um ouvinte escreve para dizer que fez uma avaliação de sua carreira e concluiu que está acomodado. "Tenho 29 anos e estou fazendo a mesma coisa há cinco anos", escreve ele. "Durante esse tempo, não estudei e não fui atrás de oportunidades, dentro ou fora da empresa. Agora, toda vez que chega um novo funcionário, cheio de gás, eu percebo que a minha acomodação ainda não me faz correr algum grande risco, mas não sei por quanto tempo isso irá durar.

Estou bem, estou tranquilo, não tenho problemas de relacionamento, não tenho dívidas, mas os meus superiores me enxergam como o funcionário legal e prestativo que treina os recém-chegados e ajuda a todo mundo. Meu chefe já me falou que está satisfeito comigo, mas ele nunca me disse que posso ser algo além do que já sou. Minha dúvida é a seguinte: seria conveniente eu mudar de emprego para não ser apanhado de calças curtas, daqui a alguns anos?"


Vamos lá. De fato, o nosso ouvinte corre o risco de virar parte da paisagem. Quem faz todo dia o mesmo trajeto para o trabalho, já decorou os lugares por onde passa: a mesma padaria, o mesmo posto de gasolina, a mesma pracinha. Parece que essas coisas sempre estiveram ali e sempre estarão. Ninguém para para pensar que a padaria está precisando de uma pintura, ou a pracinha de mais cuidado, ou o posto de um luminoso mais chamativo.

Essa é também a síndrome do funcionário-paisagem. Os colegas que passam por ele todos os dias sabem que ele sempre esteve ali e sempre estará, e portanto, já não precisa mais de qualquer atenção especial. E quanto mais o tempo passa, mais imóvel ele parecerá, e mais integrado à paisagem.

O nosso ouvinte deve começar a mudança por ele mesmo, conversando com o chefe, pedindo uma oportunidade que pode ser uma transferência para outro setor. Ao mesmo tempo, ele pode se matricular em algum curso de aperfeiçoamento, tanto pelo curso quanto pelas pessoas que ele poderá conhecer.

O que eu sugiro que o nosso ouvinte não faça é aceitar a primeira proposta que apareça para trocar de emprego. O primeiro passo, que é reconhecer a acomodação, ele já deu. Mas o segundo passo não precisa ser um salto no escuro no mercado de trabalho. Ser acomodado não é bom, mas ser descuidado pode ser pior.

Max Gehringer, para CBN.

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