2013-06-17

É preciso explicar no currículo o motivo pelo qual demorei a ingressar no mercado do trabalho? - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 17/06/2013, sobre se é preciso explicar no currículo o porquê de demora em entrar no mercado de trabalho.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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É preciso explicar no currículo o motivo pelo qual demorei a ingressar no mercado do trabalho?

currículo mercado de trabalho

Uma ouvinte pergunta: "Como é que alguém como eu, com 28 anos e que nunca trabalhou, monta um currículo? É preciso explicar por que demorei tanto a entrar no mercado de trabalho?"

Bom, em princípio, sim. Porque essa será a principal dúvida de quem for ler o currículo. E o objetivo de um currículo é eliminar dúvidas, e não criá-las. Mas vamos começar separando dois motivos.

O primeiro é o de alguém que decidiu fazer todos os cursos acadêmicos possíveis, incluindo um intercâmbio no exterior, antes de ingressar no mercado. Nesse caso não é preciso explicar nada. A lista de cursos, com todas as datas em sequência, já será uma explicação suficiente.

O segundo caso é os dos motivos excepcionais. Aqui vão três exemplos: "Tive problemas médicos que me impediram de trabalhar, mas já estou clinicamente apto." Ou "Fiquei estudando para concursos públicos e prestei vários deles, mas não fui aprovado em nenhum." Ou "Passei muito tempo procurando exatamente o emprego que eu sempre sonhei, numa organização de grande porte e não aceitei propostas inferiores a meus objetivos."

Essas explicações, embora verdadeiras, deveriam ser escritas em um currículo? Não. Se forem, elas funcionarão contra o candidato e não a favor dele. Porque em todos os processos sempre aparecem candidatos que tiveram, por assim dizer, uma trajetória normal. Estudaram e trabalharam ao mesmo tempo. E, portanto, possuem lastro acadêmico e experiência prática.

Supondo que o caso da nossa ouvinte, que não foi especificado por ela, se enquadre no quesito das exceções, o melhor seria colocar uma frase sincera, mas não específica, do tipo: "Nos últimos anos dediquei-me a outras atividades e apreciaria poder explicá-las em uma entrevista pessoal." Ainda assim, não será muito fácil ser chamado. Mas sem a frase seria muito mais difícil.

Max Gehringer, para CBN.

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