Em alguns lugares do Japão se comem gafanhotos (inago). É considerada uma especiaria.
Agora, uma pequena sorveteria japonesa resolveu inovar e lançar sorvetes com cobertura de gafanhotos. Ao contrário dos gafanhotos em geral, esses têm textura pastosa, e não crocante:
E se você quiser se aventurar um pouco mais, tem um sorvete com bichos da seda:
Fotos do jornal Asahi, via Kirainet.
2010-07-30
Filme: Predadores
Nestes tempos em que reboots de franquias cinematográficas andam tão em voga, é sempre bom ver algo que se mantém no seu universo previamente já estabelecido pelos filmes que o antecederam. E mesmo adicionando novos elementos a este universo, manter-se fiel ao espírito original, especialmente não contradizendo o que já foi mostrado. E é nessa linha que o filme Predadores (Predators, no original), anda.
Ignorando totalmente os dois filmes anteriores com o alienígena-rastafari-cara-de-siri (as aberrações de Aliens vs Predadores, filmes horríveis, especialmente o segundo), o novo Predadores retorna boa parte das ideias do primeiro filme, estrelado pelo atual governador do futuro Arnold Schwarzenegger (sim, eu procurei no google e copiei o nome dele).
Na trama, várias pessoas se encontram no meio de uma floresta. Todos gente bacana, daquele tipo que se você cruza na rua a noite, reza pra sair vivo. Mercenário, sniper, soldado, condenado a morte, capanga da máfia, yakuza... Esse bando heterogêneo se vê perdido no meio de uma floresta, e logo descobre que aquela não é uma floresta conhecida por eles. E nem poderia, já que eles se encontram num outro planeta, um planeta que serve como reserva de caça para os Predadores. Atordoados, eles vão enfrentando os perigos de serem caça e ao mesmo tempo, tentam entender mais sobre o que ou quem os estão caçando. E além de sobreviver, talvez achar um meio de voltar para Terra.
Basicamente, a história é essa, mas o que menos importa nos filmes dos Predadores é a trama. O que realmente nos seduz nesses filmes são as cenas de ação com bastante tensão. Duas coisas que se fazem bem presentes neste novo filme. Apesar das cenas de ação serem corretas, elas não escapam dos clichês e estereótipos, como o tiro no último segundo, a munição que acaba no momento exato pra dar mais suspense, etc. Nada que desagrade, no entanto.
Quanto à tensão, qualquer novo filme do Predador leva uma clara desvantagem em relação ao original, de 1987. Lá, o alienígena era novidade, e boa parte do suspense e tensão vinham do fato de desconhecermos o monstro, a ameaça. Neste novo Predadores, o diretor Nimród Antal tenta imprimir o mesmo tipo de tensão usando um jogo de câmera, em que antes de mostrar uma imagem, ele foca extensivamente sobre os personagens e suas reações. Repare em diversas cenas, em que a câmera gira em torno dos personagens com caras de espantados, até que enfim, foca sobre o objeto que os personagens estão olhando. É um recurso interessante pra se criar um suspense (afinal, enquanto o giro da câmera se prolonga, ficamos nos perguntando o que não estamos vendo), mas como este recurso é bastante usado, depois da segunda vez, vai perdendo bastante da força.
Se a trama do filme é bastante rasa, os seus personagens (que inicialmente são vários), também são. E são basicamente clichês ambulantes. Um ou outro se salva da unidimensionalidade total, mesmo que de forma bem pobre. Por exemplo, o soldado russo/checheno/whatever (Oleg Taktarov), quando revela um pouco da sua família, ou ainda quando o doutorzinho (Topher Grace) mente descaradamente para se salvar. Ou ainda nos diálogos entre o mercenário (Adrien Brody) e a sniper (Alice Braga), que mostra certa tensão, mas que é logo abafada pela ação vindoura.
Neste tipo de filme, a atuação sempre acaba tendo menor destaque, mas é preciso dizer que a atuação de todo o elenco é bastante concisa e eficiente.
Mas o grande problema mesmo de Predadores são seus furos. O primeiro nem é culpa do roteiro, mas do diretor. A cena em que os personagens se dão conta de que não estão na Terra é basicamente motivada pela visão do céu, bem diferente do nosso, com luas ou planetas GIGANTES orbitando ao redor do planeta. Pois bem, há poucos minutos atrás, os personagens estavam em uma clareira e não notaram nada de diferente no céu. Ou melhor, um deles notou que o sol não se movia. Err... ele não notou que tinha um corpo celeste quase se chocando com o planeta em que ele estava? Ok, não dá pra dizer que foi falha do roteiro, pois a escolha da locação não devia estar explícita, mas foi uma falha do diretor. Uma falha de roteiro é quando um personagem cai numa armadilha e fica quase aleijado, e momento depois está andando todo faceiro. E não, ele não estava fingindo.
Talvez alguns se queixem do personagem de Brody, que saca quase tudo com apenas uma rápida olhada, e acaba narrando para a platéia, se esta ainda não entendeu, o que se passa. Apenas observando, ele percebe quem são os seus "companheiros", e também rapidamente entende o que eles estão fazendo ali (servindo de caça). Um tanto quanto inverossímil, mas que acaba funcionando no filme, pois acelera o ritmo da ação.
Predadores inova em alguns aspectos, como os "cães de caça" dos alienígenas rastafari, ou a divisão de "clãs" de Predadores. São boas ideias e que se mostram eficientes na tela, mas que logo são esquecidas. Talvez sejam mais frisadas em uma eventual continuação, que eu assistiria com gosto.
Porque, mesmo com todos seus defeitos, Predadores é um filme divertido. Não se leva a sério, e isso faz parte da sua diversão, essa postura de se assumir caricato. Além de prestar uma grande homenagem ao filme original (tanto citando os feitos do personagem de Schwarzenegger numa passagem, quanto em referências visuais e em situações de roteiro), este novo filme tem tudo para levantar novamente a moral dos alienígenas caçadores. E, quem sabe, restabelecer a franquia nos cinemas. Sem reboots, por favor.
Trailer:
Para saber mais: crítica no Omelete e no Cinema em Cena.
Ignorando totalmente os dois filmes anteriores com o alienígena-rastafari-cara-de-siri (as aberrações de Aliens vs Predadores, filmes horríveis, especialmente o segundo), o novo Predadores retorna boa parte das ideias do primeiro filme, estrelado pelo atual governador do futuro Arnold Schwarzenegger (sim, eu procurei no google e copiei o nome dele).
Na trama, várias pessoas se encontram no meio de uma floresta. Todos gente bacana, daquele tipo que se você cruza na rua a noite, reza pra sair vivo. Mercenário, sniper, soldado, condenado a morte, capanga da máfia, yakuza... Esse bando heterogêneo se vê perdido no meio de uma floresta, e logo descobre que aquela não é uma floresta conhecida por eles. E nem poderia, já que eles se encontram num outro planeta, um planeta que serve como reserva de caça para os Predadores. Atordoados, eles vão enfrentando os perigos de serem caça e ao mesmo tempo, tentam entender mais sobre o que ou quem os estão caçando. E além de sobreviver, talvez achar um meio de voltar para Terra.
Basicamente, a história é essa, mas o que menos importa nos filmes dos Predadores é a trama. O que realmente nos seduz nesses filmes são as cenas de ação com bastante tensão. Duas coisas que se fazem bem presentes neste novo filme. Apesar das cenas de ação serem corretas, elas não escapam dos clichês e estereótipos, como o tiro no último segundo, a munição que acaba no momento exato pra dar mais suspense, etc. Nada que desagrade, no entanto.
Quanto à tensão, qualquer novo filme do Predador leva uma clara desvantagem em relação ao original, de 1987. Lá, o alienígena era novidade, e boa parte do suspense e tensão vinham do fato de desconhecermos o monstro, a ameaça. Neste novo Predadores, o diretor Nimród Antal tenta imprimir o mesmo tipo de tensão usando um jogo de câmera, em que antes de mostrar uma imagem, ele foca extensivamente sobre os personagens e suas reações. Repare em diversas cenas, em que a câmera gira em torno dos personagens com caras de espantados, até que enfim, foca sobre o objeto que os personagens estão olhando. É um recurso interessante pra se criar um suspense (afinal, enquanto o giro da câmera se prolonga, ficamos nos perguntando o que não estamos vendo), mas como este recurso é bastante usado, depois da segunda vez, vai perdendo bastante da força.
Se a trama do filme é bastante rasa, os seus personagens (que inicialmente são vários), também são. E são basicamente clichês ambulantes. Um ou outro se salva da unidimensionalidade total, mesmo que de forma bem pobre. Por exemplo, o soldado russo/checheno/whatever (Oleg Taktarov), quando revela um pouco da sua família, ou ainda quando o doutorzinho (Topher Grace) mente descaradamente para se salvar. Ou ainda nos diálogos entre o mercenário (Adrien Brody) e a sniper (Alice Braga), que mostra certa tensão, mas que é logo abafada pela ação vindoura.
Neste tipo de filme, a atuação sempre acaba tendo menor destaque, mas é preciso dizer que a atuação de todo o elenco é bastante concisa e eficiente.
Mas o grande problema mesmo de Predadores são seus furos. O primeiro nem é culpa do roteiro, mas do diretor. A cena em que os personagens se dão conta de que não estão na Terra é basicamente motivada pela visão do céu, bem diferente do nosso, com luas ou planetas GIGANTES orbitando ao redor do planeta. Pois bem, há poucos minutos atrás, os personagens estavam em uma clareira e não notaram nada de diferente no céu. Ou melhor, um deles notou que o sol não se movia. Err... ele não notou que tinha um corpo celeste quase se chocando com o planeta em que ele estava? Ok, não dá pra dizer que foi falha do roteiro, pois a escolha da locação não devia estar explícita, mas foi uma falha do diretor. Uma falha de roteiro é quando um personagem cai numa armadilha e fica quase aleijado, e momento depois está andando todo faceiro. E não, ele não estava fingindo.
Talvez alguns se queixem do personagem de Brody, que saca quase tudo com apenas uma rápida olhada, e acaba narrando para a platéia, se esta ainda não entendeu, o que se passa. Apenas observando, ele percebe quem são os seus "companheiros", e também rapidamente entende o que eles estão fazendo ali (servindo de caça). Um tanto quanto inverossímil, mas que acaba funcionando no filme, pois acelera o ritmo da ação.
Predadores inova em alguns aspectos, como os "cães de caça" dos alienígenas rastafari, ou a divisão de "clãs" de Predadores. São boas ideias e que se mostram eficientes na tela, mas que logo são esquecidas. Talvez sejam mais frisadas em uma eventual continuação, que eu assistiria com gosto.
Porque, mesmo com todos seus defeitos, Predadores é um filme divertido. Não se leva a sério, e isso faz parte da sua diversão, essa postura de se assumir caricato. Além de prestar uma grande homenagem ao filme original (tanto citando os feitos do personagem de Schwarzenegger numa passagem, quanto em referências visuais e em situações de roteiro), este novo filme tem tudo para levantar novamente a moral dos alienígenas caçadores. E, quem sabe, restabelecer a franquia nos cinemas. Sem reboots, por favor.
Trailer:
Para saber mais: crítica no Omelete e no Cinema em Cena.
Banho de champanhe em modelo em slow motion
No youtube, tem vídeos de um programa japonês que filmou várias cenas em super slow motion. Uma das cenas é um banho de champanhe, tipo aquele que os corredores de Fórmula 1 dão no pódio, mas em uma modelo de biquini.
Eu sei que eu tenho uma mente suja, mas vai me dizer que não lembra outra coisa?
Como diria o capiau: Eita banho da porra!
Pra quem é inocente, eu digo. Não parece um banho de esperma, daqueles de filmes pornô? ;) Se bem que tem gente que diz que é nutritivo e até faz bem pra estética. Sei não...
Bem, se você achou que só eu tenho uma mente pervertida, então veja este outro vídeo da mesma série, só que desta vez, em vez de champanhe, é arremessada na modelo uma espécie de creme/massa (tipo de torta) de leite. Pois é, mais explícito do que esse leitinho...
Outros vídeos de bônus, com japinhas em situações bem devagar:
Cuspindo pro alto.
Não pergunte se cospe ou engole. Grato.
E se limpando da lama:
Pra ver todos os vídeos do Super Slow Motion (que não tem só sacanagem, tem outras bizarrices divertidas também), vá neste canal do youtube: goomoTV. Está em japonês, mas os vídeos desta série têm o "Super Slow Motion" bem visível em letras romanas.
Dica do Pink Tentacle.
Eu sei que eu tenho uma mente suja, mas vai me dizer que não lembra outra coisa?
Como diria o capiau: Eita banho da porra!
Pra quem é inocente, eu digo. Não parece um banho de esperma, daqueles de filmes pornô? ;) Se bem que tem gente que diz que é nutritivo e até faz bem pra estética. Sei não...
Bem, se você achou que só eu tenho uma mente pervertida, então veja este outro vídeo da mesma série, só que desta vez, em vez de champanhe, é arremessada na modelo uma espécie de creme/massa (tipo de torta) de leite. Pois é, mais explícito do que esse leitinho...
Outros vídeos de bônus, com japinhas em situações bem devagar:
Cuspindo pro alto.
Não pergunte se cospe ou engole. Grato.
E se limpando da lama:
Pra ver todos os vídeos do Super Slow Motion (que não tem só sacanagem, tem outras bizarrices divertidas também), vá neste canal do youtube: goomoTV. Está em japonês, mas os vídeos desta série têm o "Super Slow Motion" bem visível em letras romanas.
Dica do Pink Tentacle.
'Minha empresa quer que funcionários apoiem candidatos políticos' - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 30/07/2010, sobre apoio à candidatura política dentro das empresas.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Minha empresa quer que funcionários apoiem candidatos políticos'
"Eu trabalho em uma empresa de uma cidade relativamente pequena", escreve um ouvinte. "Meus patrões estão apoiando abertamente um candidato a deputado, e querem a colaboração dos funcionários. Não apenas para votar no candidato, mas também para ajudar a angariar votos, e usar um buton na camisa mesmo fora do horário de expediente. Foi também aberta uma lista para que voluntários se apresentassem para fazer panfletagem nos dias anteriores à eleição.
Mas os chefes estão pressionando para que todos os funcionários assinem a lista. Segundo disse meu chefe, os patrões ficariam insatisfeitos se algum funcionário não participasse desse esforço coletivo. Como não existem muitas opções de emprego na cidade, a maioria dos funcionários está assinando a lista. Eu me sinto coagido, porque não gosto nem de política e nem do candidato em questão. O que pode acontecer se eu me recusar a assinar a lista?"
Vamos lá. Um empresário pode apoiar um candidato fazendo uma contribuição para a campanha dele, dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação eleitoral. Um empresário pode também manifestar o seu apoio público a um candidato. Pode até subir em palanques e fazer discursos a favor do candidato.
O que um empresário não pode é forçar seus funcionários a participar da campanha, nem dentro e nem fora do horário de expediente.
Eu já vivi uma situação idêntica a do nosso ouvinte. E pelos mesmos motivos que ele alega, eu corri o risco de não aderir à campanha de um parente do dono da empresa em que eu trabalhava. Não me aconteceu nada, mas durante algum tempo eu temi que pudesse acontecer. Principalmente depois que o dito candidato teve uma votação inexpressiva e não foi eleito. Se eu tivesse sido dispensado, a empresa certamente alegaria algum fator que nem de longe teria a ver com a eleição, como redução de custos, por exemplo.
Está claro que o nosso ouvinte tem toda a razão do mundo ao não querer se engajar na campanha. Mas este é mais um daqueles casos em que todo mundo sabe precisamente o que deve ser feito, desde que não esteja na pele de quem precisa fazer.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Minha empresa quer que funcionários apoiem candidatos políticos'
"Eu trabalho em uma empresa de uma cidade relativamente pequena", escreve um ouvinte. "Meus patrões estão apoiando abertamente um candidato a deputado, e querem a colaboração dos funcionários. Não apenas para votar no candidato, mas também para ajudar a angariar votos, e usar um buton na camisa mesmo fora do horário de expediente. Foi também aberta uma lista para que voluntários se apresentassem para fazer panfletagem nos dias anteriores à eleição.
Mas os chefes estão pressionando para que todos os funcionários assinem a lista. Segundo disse meu chefe, os patrões ficariam insatisfeitos se algum funcionário não participasse desse esforço coletivo. Como não existem muitas opções de emprego na cidade, a maioria dos funcionários está assinando a lista. Eu me sinto coagido, porque não gosto nem de política e nem do candidato em questão. O que pode acontecer se eu me recusar a assinar a lista?"
Vamos lá. Um empresário pode apoiar um candidato fazendo uma contribuição para a campanha dele, dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação eleitoral. Um empresário pode também manifestar o seu apoio público a um candidato. Pode até subir em palanques e fazer discursos a favor do candidato.
O que um empresário não pode é forçar seus funcionários a participar da campanha, nem dentro e nem fora do horário de expediente.
Eu já vivi uma situação idêntica a do nosso ouvinte. E pelos mesmos motivos que ele alega, eu corri o risco de não aderir à campanha de um parente do dono da empresa em que eu trabalhava. Não me aconteceu nada, mas durante algum tempo eu temi que pudesse acontecer. Principalmente depois que o dito candidato teve uma votação inexpressiva e não foi eleito. Se eu tivesse sido dispensado, a empresa certamente alegaria algum fator que nem de longe teria a ver com a eleição, como redução de custos, por exemplo.
Está claro que o nosso ouvinte tem toda a razão do mundo ao não querer se engajar na campanha. Mas este é mais um daqueles casos em que todo mundo sabe precisamente o que deve ser feito, desde que não esteja na pele de quem precisa fazer.
Max Gehringer, para CBN.
2010-07-29
O ponto eletrônico - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 29/07/2010, sobre a dificuldade de se passar num concurso público.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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O ponto eletrônico
Vários ouvintes escreveram para perguntar sobre a nova lei que dispõe sobre o registro eletrônico de entrada e saída de funcionários. "Minha empresa até agora não fez nada", escreve um ouvinte. "Ela pode ser multada?"
Vamos então recapitular o assunto. No dia 21 de agosto de 2009, o Ministério do Trabalho baixou a portaria 1510, que determina os procedimentos para o registro eletrônico de entrada e de saída de trabalhadores. Pela minuciosa descrição que consta na portaria, o sistema é inviolável e não permite fraudes. O prazo dado às empresas para se enquadrar na portaria foi de 12 meses, ou seja, daqui a 25 dias.
O objetivo da portaria é o de garantir ao empregado o registro do horário exato de entrada e saída da empresa. Quando o empregado aciona o registro eletrônico, o sistema emite um recibo, que o empregado deve guardar. No caso de uma futura ação trabalhista, por horas extras não pagas, por exemplo, os recibos valem como prova.
Nossos ouvintes que trabalham em empresas de pequeno porte, perguntam se isso vale para todas as empresas do Brasil, ou só para as grandes. Na verdade, vale para as empresas que quiserem aderir, qualquer que seja o tamanho delas. Porém, no caso de uma empresa decidir optar pela marcação eletrônica, todos os outros sistemas atualmente utilizados por ela, perderão a validade legal.
O que isso significa? Em meu entendimento, significa que empresas que cumprem a legislação trabalhista e mesmo assim são processadas por funcionários que reclamam horas extras não pagas, terão à sua disposição um sistema que lhes permitirá provar que essas horas extras não existiram.
Embora muitos sites estejam falando na obrigatoriedade da instalação do ponto eletrônico, a portaria 1510 fala apenas em disciplinar o registro eletrônico de ponto. E o site do Ministério do Trabalho é ainda mais específico. Ele informa que empresas que utilizam relógios mecânicos de ponto ou livros para anotação manual de ponto, poderão continuar utilizando esses sistemas, que estão previstos no artigo 74 da CLT.
Como a portaria 1510 não revogou o artigo 74 da CLT, a dedução é a de que a adoção do ponto eletrônico é facultativa, e não compulsória. Caso haja algum pronunciamento oficial do Ministério do Trabalho contrariando essa interpretação, nós voltaremos ao assunto.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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O ponto eletrônico
Vários ouvintes escreveram para perguntar sobre a nova lei que dispõe sobre o registro eletrônico de entrada e saída de funcionários. "Minha empresa até agora não fez nada", escreve um ouvinte. "Ela pode ser multada?"
Vamos então recapitular o assunto. No dia 21 de agosto de 2009, o Ministério do Trabalho baixou a portaria 1510, que determina os procedimentos para o registro eletrônico de entrada e de saída de trabalhadores. Pela minuciosa descrição que consta na portaria, o sistema é inviolável e não permite fraudes. O prazo dado às empresas para se enquadrar na portaria foi de 12 meses, ou seja, daqui a 25 dias.
O objetivo da portaria é o de garantir ao empregado o registro do horário exato de entrada e saída da empresa. Quando o empregado aciona o registro eletrônico, o sistema emite um recibo, que o empregado deve guardar. No caso de uma futura ação trabalhista, por horas extras não pagas, por exemplo, os recibos valem como prova.
Nossos ouvintes que trabalham em empresas de pequeno porte, perguntam se isso vale para todas as empresas do Brasil, ou só para as grandes. Na verdade, vale para as empresas que quiserem aderir, qualquer que seja o tamanho delas. Porém, no caso de uma empresa decidir optar pela marcação eletrônica, todos os outros sistemas atualmente utilizados por ela, perderão a validade legal.
O que isso significa? Em meu entendimento, significa que empresas que cumprem a legislação trabalhista e mesmo assim são processadas por funcionários que reclamam horas extras não pagas, terão à sua disposição um sistema que lhes permitirá provar que essas horas extras não existiram.
Embora muitos sites estejam falando na obrigatoriedade da instalação do ponto eletrônico, a portaria 1510 fala apenas em disciplinar o registro eletrônico de ponto. E o site do Ministério do Trabalho é ainda mais específico. Ele informa que empresas que utilizam relógios mecânicos de ponto ou livros para anotação manual de ponto, poderão continuar utilizando esses sistemas, que estão previstos no artigo 74 da CLT.
Como a portaria 1510 não revogou o artigo 74 da CLT, a dedução é a de que a adoção do ponto eletrônico é facultativa, e não compulsória. Caso haja algum pronunciamento oficial do Ministério do Trabalho contrariando essa interpretação, nós voltaremos ao assunto.
Max Gehringer, para CBN.
2010-07-28
O Massacre da Serra Elétrica... Rosa - por Jason Levesque
Jason Levesque é um ilustrador que vive nos Estados Unidos. Além de seu trabalho com ilustrações, ele se dedica a alguns trabalhos com fotografia que posta em seu FlickR.
Um de seus trabalhos que me chamou a atenção foi a série de fotos abaixo, baseada no estereótipo de filmes de terror envolvendo serras elétricas e muito sangue. Só que o estereótipo acaba sendo subvertido, ao usar uma bela modelo e um "sangue" rosa. Particularmente, achei muito bonito e instigante.
E me lembrou um pouco o trabalho que o Dexter faz em seu laboratório. Só que mais rosa e menos vermelho, claro.
Fotos em maior qualidade no FlickR de Jason Levesque.
Um de seus trabalhos que me chamou a atenção foi a série de fotos abaixo, baseada no estereótipo de filmes de terror envolvendo serras elétricas e muito sangue. Só que o estereótipo acaba sendo subvertido, ao usar uma bela modelo e um "sangue" rosa. Particularmente, achei muito bonito e instigante.
E me lembrou um pouco o trabalho que o Dexter faz em seu laboratório. Só que mais rosa e menos vermelho, claro.
Fotos em maior qualidade no FlickR de Jason Levesque.
Amor em cadeiras
Amor em cadeiras. Do artista James Hopkins:
Love is in the air... Não. Desta vez, love is in the chair.
Love is in the air... Não. Desta vez, love is in the chair.
A dificuldade de aprovação em concursos públicos e o 'buraco' no currículo - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 28/07/2010, sobre a dificuldade de se passar num concurso público.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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A dificuldade de aprovação em concursos públicos e o 'buraco' no currículo
Eu venho recebendo uma quantidade cada vez maior de mensagens de ouvintes sobre concursos públicos. Resumindo as várias mensagens em uma só, a pessoa percebe que o serviço público tem mais vantagens do que desvantagens quando comparado a um emprego na iniciativa privada.
Então parece lógico que muita gente resolva arriscar. Isso tem levado profissionais insatisfeitos com os rumos de suas carreiras a pedir a conta, e a se dedicar exclusivamente à preparação para prestar concursos.
No começo não parece muito difícil. Afinal, é apenas um teste de conhecimentos sobre uma matéria específica. Basta mergulhar com afinco nas apostilas e pronto! Passa quem acerta mais. Não há entrevistas, nem avaliações pessoais, e nem necessidade de referências e indicações.
Mas aos poucos, a realidade demonstra que a coisa é bem mais difícil do que parece. Como existem muitas vagas sendo abertas, mas também existem cada vez mais candidatos por vaga, passar num bom concurso público se tornou mais difícil do que passar nos vestibulares das universidades mais concorridas do Brasil.
Os ouvintes que me escrevem já entraram nesse processo de revisão do próprio otimismo. Após um ano inteiro estudando e mais um ano prestando concursos, eles ainda não obtiveram sucesso. E o entusiasmo vai diminuindo a cada nova tentativa frustrada.
E aí vem o segundo problema: o buraco que ficou no currículo. Ao tentar retornar ao mercado de trabalho, a maioria dos ouvintes encontra dificuldades para explicar porque quer voltar a uma empresa privada após ter decidido que a sua meta era o serviço público. E por não achar uma explicação satisfatória, esses ouvintes acabam sendo eliminados nos processos de seleção das empresas.
Eu não tenho uma resposta infalível para oferecer aos ouvintes que me escreveram. Sugiro que eles digam a verdade: que se enganaram com relação à facilidade que esperavam encontrar. Mas acredito que a situação possa servir de alerta a quem está empregado e pensa em largar um emprego para se tornar um concursando. São poucos, bem poucos, os que no fim, conseguem atingir o seu objetivo. E esses poucos têm uma formação sólida, uma enorme capacidade de concentração e uma memória muito privilegiada.
Eu não pretendo desencorajar ninguém, mas apenas esclarecer que a volta dos que não foram é, e será, bastante complicada.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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A dificuldade de aprovação em concursos públicos e o 'buraco' no currículo
Eu venho recebendo uma quantidade cada vez maior de mensagens de ouvintes sobre concursos públicos. Resumindo as várias mensagens em uma só, a pessoa percebe que o serviço público tem mais vantagens do que desvantagens quando comparado a um emprego na iniciativa privada.
Então parece lógico que muita gente resolva arriscar. Isso tem levado profissionais insatisfeitos com os rumos de suas carreiras a pedir a conta, e a se dedicar exclusivamente à preparação para prestar concursos.
No começo não parece muito difícil. Afinal, é apenas um teste de conhecimentos sobre uma matéria específica. Basta mergulhar com afinco nas apostilas e pronto! Passa quem acerta mais. Não há entrevistas, nem avaliações pessoais, e nem necessidade de referências e indicações.
Mas aos poucos, a realidade demonstra que a coisa é bem mais difícil do que parece. Como existem muitas vagas sendo abertas, mas também existem cada vez mais candidatos por vaga, passar num bom concurso público se tornou mais difícil do que passar nos vestibulares das universidades mais concorridas do Brasil.
Os ouvintes que me escrevem já entraram nesse processo de revisão do próprio otimismo. Após um ano inteiro estudando e mais um ano prestando concursos, eles ainda não obtiveram sucesso. E o entusiasmo vai diminuindo a cada nova tentativa frustrada.
E aí vem o segundo problema: o buraco que ficou no currículo. Ao tentar retornar ao mercado de trabalho, a maioria dos ouvintes encontra dificuldades para explicar porque quer voltar a uma empresa privada após ter decidido que a sua meta era o serviço público. E por não achar uma explicação satisfatória, esses ouvintes acabam sendo eliminados nos processos de seleção das empresas.
Eu não tenho uma resposta infalível para oferecer aos ouvintes que me escreveram. Sugiro que eles digam a verdade: que se enganaram com relação à facilidade que esperavam encontrar. Mas acredito que a situação possa servir de alerta a quem está empregado e pensa em largar um emprego para se tornar um concursando. São poucos, bem poucos, os que no fim, conseguem atingir o seu objetivo. E esses poucos têm uma formação sólida, uma enorme capacidade de concentração e uma memória muito privilegiada.
Eu não pretendo desencorajar ninguém, mas apenas esclarecer que a volta dos que não foram é, e será, bastante complicada.
Max Gehringer, para CBN.
2010-07-27
A singela beleza nos autorretratos de Katherine White
Katherine White "Cloundnine" expõe em seu FlickR as fotografias que tira. A maioria das fotos são autorretratos, em que se mistura a beleza plástica da imagem com a beleza própria da fotógrafa.
Interessante também é ler os comentários que ela mesma faz em suas fotos. É praticamente um blog com fotos próprias.
Bolhas de sabão. Rimam e me lembram tanto do verão.
Adoro essa sequência de fotos, balançado os cabelos e escondendo o rosto. O contraste com o fundo só deixa o objeto principal ainda mais belo.
Entre livros. A imagem acima é uma das minhas fotos preferidas, e me lembra muito uma certa senhorita encrenca.
Cabelo azul.
Que olho!
Mulher de pele clara com cabelo vermelho... A palavra beleza nasceu pra definir isso.
Cansada e descansando.
Mais fotos (ou estas, mas em maior resolução), no FlickR de Katherine White. Dica de Empty Kingdom.
Interessante também é ler os comentários que ela mesma faz em suas fotos. É praticamente um blog com fotos próprias.
Bolhas de sabão. Rimam e me lembram tanto do verão.
Adoro essa sequência de fotos, balançado os cabelos e escondendo o rosto. O contraste com o fundo só deixa o objeto principal ainda mais belo.
Entre livros. A imagem acima é uma das minhas fotos preferidas, e me lembra muito uma certa senhorita encrenca.
Cabelo azul.
Que olho!
Mulher de pele clara com cabelo vermelho... A palavra beleza nasceu pra definir isso.
Cansada e descansando.
Mais fotos (ou estas, mas em maior resolução), no FlickR de Katherine White. Dica de Empty Kingdom.
'Sou elogiada, mas não recebo aumento de salário e nem sou promovida' - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 27/07/2010, sobre uma funcionária que é bastante elogiada, mas não recebe aumento salarial.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Sou elogiada, mas não recebo aumento de salário e nem sou promovida'
"Eu vivo uma situação contraditória", escreve uma ouvinte. "Tenho 29 anos e estou há 5 anos em uma empresa de porte médio. Olhando a situação pelo lado bom, sou muito elogiada pela minha versatilidade, cubro férias de colegas e frequentemente sou requisitada para colaborar em tarefas que não fazem parte da minha função. Porém, agora olhando a situação pelo lado não tão bom, eu nunca recebi um aumento e nunca fui considerada para um promoção.
Por três vezes, perguntei para meu chefe se eu poderia ser transferida para outra área e ele me respondeu que 'nem pensar, porque sem eu, o nosso setor iria parar'. Então, tudo o que ouço me leva a crer que eu sou importante, mas eu não recebi qualquer recompensa financeira até agora, por mínima que fosse, por essa importância. Tem dias em que me sinto bem, e tem dias em que me sinto mal. Hoje não estou num bom dia, por isso decidi escrever. Não sei se você entendeu."
Entendi. Para seu chefe, você é importante, desde que você não queira demonstrar que pode ser tão ou mais importante em outro setor da empresa, e desde que você considere que seu salário atual está adequado à sua importância.
Há duas maneiras de analisar a sua situação. A primeira é a de que o seu chefe tem muita consideração por você, mas ele já percebeu que você atingiu o ponto máximo a que poderia chegar na carreira. Por isso, ele tenta manter você motivada com elogios, até exagerados. A segunda maneira é que você tem um chefe que sabe do seu potencial, mas faz o possível para manter você presa, porque seria difícil encontrar alguém para substituí-la.
Se você tem ou não, condições de conseguir um salário melhor, só há um modo de saber: é você sair à procura de outro emprego. Somente com uma proposta em mãos, você teria condições de barganhar a sua permanência.
E se você não conseguir uma proposta melhor? Aí pode ser que seu chefe esteja mesmo protegendo você. E se você conseguir? Aí, se você for mesmo importante, imediatamente receberá uma contra-proposta para não sair.
Qualquer que seja o motivo para seu salário ter ficado estacionado, o seu chefe está apostando que você não tomará a decisão de procurar outro emprego. Cabe a você aceitar ou não, essa aposta dele.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Sou elogiada, mas não recebo aumento de salário e nem sou promovida'
"Eu vivo uma situação contraditória", escreve uma ouvinte. "Tenho 29 anos e estou há 5 anos em uma empresa de porte médio. Olhando a situação pelo lado bom, sou muito elogiada pela minha versatilidade, cubro férias de colegas e frequentemente sou requisitada para colaborar em tarefas que não fazem parte da minha função. Porém, agora olhando a situação pelo lado não tão bom, eu nunca recebi um aumento e nunca fui considerada para um promoção.
Por três vezes, perguntei para meu chefe se eu poderia ser transferida para outra área e ele me respondeu que 'nem pensar, porque sem eu, o nosso setor iria parar'. Então, tudo o que ouço me leva a crer que eu sou importante, mas eu não recebi qualquer recompensa financeira até agora, por mínima que fosse, por essa importância. Tem dias em que me sinto bem, e tem dias em que me sinto mal. Hoje não estou num bom dia, por isso decidi escrever. Não sei se você entendeu."
Entendi. Para seu chefe, você é importante, desde que você não queira demonstrar que pode ser tão ou mais importante em outro setor da empresa, e desde que você considere que seu salário atual está adequado à sua importância.
Há duas maneiras de analisar a sua situação. A primeira é a de que o seu chefe tem muita consideração por você, mas ele já percebeu que você atingiu o ponto máximo a que poderia chegar na carreira. Por isso, ele tenta manter você motivada com elogios, até exagerados. A segunda maneira é que você tem um chefe que sabe do seu potencial, mas faz o possível para manter você presa, porque seria difícil encontrar alguém para substituí-la.
Se você tem ou não, condições de conseguir um salário melhor, só há um modo de saber: é você sair à procura de outro emprego. Somente com uma proposta em mãos, você teria condições de barganhar a sua permanência.
E se você não conseguir uma proposta melhor? Aí pode ser que seu chefe esteja mesmo protegendo você. E se você conseguir? Aí, se você for mesmo importante, imediatamente receberá uma contra-proposta para não sair.
Qualquer que seja o motivo para seu salário ter ficado estacionado, o seu chefe está apostando que você não tomará a decisão de procurar outro emprego. Cabe a você aceitar ou não, essa aposta dele.
Max Gehringer, para CBN.
2010-07-26
O Princípio do Incêndio - um mal necessário
Há uns dias atrás estava eu revendo a série Miracles, ou Milagres, como o SBT nomeou quando passou por aqui.
Apesar de eu considerar uma série boa, ela não caiu no gosto do público e teve apenas 13 episódios. O screenshot de hoje é desta série, do 12º episódio, "The Letter":
Apesar de eu considerar uma série boa, ela não caiu no gosto do público e teve apenas 13 episódios. O screenshot de hoje é desta série, do 12º episódio, "The Letter":
Você está procurando por bondade que venha de bondade, e maldade de maldade. Elas não são mutuamente exclusivas.
Já ouviu falar da "Príncípio do Incêndio"? Os pinheiros possuem resina. Em um incêndio, o calor derrete a resina, o pinheiros se abrem e milhares de sementes são lançadas por toda a terra, o que vai nos dar mais pinheiros.
As pessoas que vêem as notícias só enxergam destruição. O que eles não vêem é que a terra está renascendo, está voltando mais forte e mais fértil.
Esse é um mal necessário Paul.
É apenas como as coisas funcionam.
'Meu diretor vai abrir o próprio negócio e me chamou para ganhar mais' - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 26/07/2010, sobre oportunidades sem registro em carteira.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Meu diretor vai abrir o próprio negócio e me chamou para ganhar mais'
Uma consulta diferente. Escreve um ouvinte: "Um diretor da empresa na qual estou faz oito anos, pediu demissão para abrir a própria empresa e me convidou para ir com ele. Ele me prometeu um salário que é 60% superior ao que eu recebo atualmente. Mas sem registro em carteira e nem férias, décimo-terceiro ou fundo de garantia. Segundo meu diretor seria uma sociedade, mas eu teria um ganho fixo. Gostaria de saber como fazer as contas para entender se realmente vale a pena."
Bom, primeiro, não ficou claro para mim o que o seu diretor está lhe propondo. Se for uma sociedade, você deixaria de ser empregado para ser empresário. E aí, realmente, você não teria mais direito aos benefícios sociais a que vem tendo como empregado. Além disso, você teria que passar a recolher por conta própria o INSS, para garantir a sua aposentadoria. Tudo isso somado, os 60% a mais que o diretor está lhe oferecendo representariam entre 25 e 30% de ganho real.
Porém, numa sociedade, você passaria a ser co-responsável por eventuais prejuízos ou ações judiciais.
Eu sugiro que você peça para o seu diretor redigir um contrato no qual fiquem estipulados os seus direitos e as suas obrigações. Aí, é mais que conveniente você solicitar a um advogado que leia esse contrato, e lhe diga que riscos você corre. Porque só advogado consegue decifrar linguagem jurídica.
A segunda hipótese seria a de você simplesmente se tornar um empregado não-registrado, o que é ilegal, mas não é uma raridade. Metade dos trabalhadores brasileiros está trabalhando em situação irregular. As pessoas aceitam essa condição ou por falta de informação ou porque o ganho é atrativo. E também porque o empregado não corre o risco de ser processado por essa irregularidade. Todo o ônus recai sobre o patrão que não registrou.
Então, resumindo, ou você está sendo convidado para ser sócio, ou para ser um empregado clandestino. A decisão é sua, mas em seu lugar, eu só aceitaria uma sociedade na qual só a outra parte tem poder de decisão, se um advogado me jurasse que eu não correria nenhum risco de ver meu patrimônio ameaçado. E eu não aceitaria ser um empregado sem registro porque, bom, porque o fato de muita gente estar fazendo uma coisa errada, não a torna menos errada.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Meu diretor vai abrir o próprio negócio e me chamou para ganhar mais'
Uma consulta diferente. Escreve um ouvinte: "Um diretor da empresa na qual estou faz oito anos, pediu demissão para abrir a própria empresa e me convidou para ir com ele. Ele me prometeu um salário que é 60% superior ao que eu recebo atualmente. Mas sem registro em carteira e nem férias, décimo-terceiro ou fundo de garantia. Segundo meu diretor seria uma sociedade, mas eu teria um ganho fixo. Gostaria de saber como fazer as contas para entender se realmente vale a pena."
Bom, primeiro, não ficou claro para mim o que o seu diretor está lhe propondo. Se for uma sociedade, você deixaria de ser empregado para ser empresário. E aí, realmente, você não teria mais direito aos benefícios sociais a que vem tendo como empregado. Além disso, você teria que passar a recolher por conta própria o INSS, para garantir a sua aposentadoria. Tudo isso somado, os 60% a mais que o diretor está lhe oferecendo representariam entre 25 e 30% de ganho real.
Porém, numa sociedade, você passaria a ser co-responsável por eventuais prejuízos ou ações judiciais.
Eu sugiro que você peça para o seu diretor redigir um contrato no qual fiquem estipulados os seus direitos e as suas obrigações. Aí, é mais que conveniente você solicitar a um advogado que leia esse contrato, e lhe diga que riscos você corre. Porque só advogado consegue decifrar linguagem jurídica.
A segunda hipótese seria a de você simplesmente se tornar um empregado não-registrado, o que é ilegal, mas não é uma raridade. Metade dos trabalhadores brasileiros está trabalhando em situação irregular. As pessoas aceitam essa condição ou por falta de informação ou porque o ganho é atrativo. E também porque o empregado não corre o risco de ser processado por essa irregularidade. Todo o ônus recai sobre o patrão que não registrou.
Então, resumindo, ou você está sendo convidado para ser sócio, ou para ser um empregado clandestino. A decisão é sua, mas em seu lugar, eu só aceitaria uma sociedade na qual só a outra parte tem poder de decisão, se um advogado me jurasse que eu não correria nenhum risco de ver meu patrimônio ameaçado. E eu não aceitaria ser um empregado sem registro porque, bom, porque o fato de muita gente estar fazendo uma coisa errada, não a torna menos errada.
Max Gehringer, para CBN.
Apenas um frasco de perfume ou...
A Diesel lançou um frasco comemorativo em função do lançamento do filme Homem de Ferro 2. O frasco tem a forma de um punho metálico. Só que o punho tem um detalhe que deixa todo o conjunto, digamos... com um visual estranho.
Vai me dizer que não parece que a mão está segurando algo fálico? Ainda mais com as modelos se esfregando...
Não precisa nem ter uma mente tão suja assim pra enxergar.
Via copyranter.
Vai me dizer que não parece que a mão está segurando algo fálico? Ainda mais com as modelos se esfregando...
Não precisa nem ter uma mente tão suja assim pra enxergar.
Via copyranter.
2010-07-25
Também tenho um Tumblr agora
Pois é, como eu me cadastro em quase tudo, também tenho um Tumblr agora. Se quiser dar uma olhada: Andarilho's Dungeon.
O segredo para escrever - cenas de Encontrando Forrester
Escrever (bem) é uma coisa cansativa e complicada. Às vezes sofremos bloqueios, ou estamos simplesmente muito cansados pra escrever qualquer coisa um pouco menos deplorável. Mas, como teimosos que somos, seguimos em frente (ou não).
No filme Encontrando Forrester (ou Finding Forrester, no original), Sean Connery vive um escritor famoso, mas recluso. Um dia, ele acaba se encontrando com um garoto talentoso, mas que ainda não encontrou seu caminho, e acaba como mentor desse garoto.
E, como um filme sobre escritores e a literatura de modo geral não poderia deixar de ter, Encontrando Forrester tem duas cenas (uma continuação da outra) que valem a pena serem vistas por quem gosta de escrever. A primeira cena é sobre o segredo para escrever:
A segunda cena é especial para quem está com bloqueios criativos. E foi a motivação deste post, pois lembrei dela ao comentá-la no blog da Sularien alguns dias atrás, justamente sobre bloqueios:
Eu particularmente uso bastante dessa segunda dica.
No filme Encontrando Forrester (ou Finding Forrester, no original), Sean Connery vive um escritor famoso, mas recluso. Um dia, ele acaba se encontrando com um garoto talentoso, mas que ainda não encontrou seu caminho, e acaba como mentor desse garoto.
E, como um filme sobre escritores e a literatura de modo geral não poderia deixar de ter, Encontrando Forrester tem duas cenas (uma continuação da outra) que valem a pena serem vistas por quem gosta de escrever. A primeira cena é sobre o segredo para escrever:
- Escreva.
- O que está fazendo?
- Estou escrevendo. Como você vai estar quando começar a bater nas teclas. Algum problema?
- Não, só estou pensando.
- Não. Nada de pensar. Isso vem depois. Você escreve a primeira versão com o coração. E a reescreve com a cabeça. O primeiro segredo para escrever é... Escrever. Não pensar.
A segunda cena é especial para quem está com bloqueios criativos. E foi a motivação deste post, pois lembrei dela ao comentá-la no blog da Sularien alguns dias atrás, justamente sobre bloqueios:
- "Uma Estação da Perfeição da Fé"? O que é isto?
- Comece a copiar. Às vezes, só o ritmo da datilografia já nos leva da página um para a página dois. E, quando sentir suas próprias palavras, comece a escrevê-las.
Eu particularmente uso bastante dessa segunda dica.
2010-07-24
Como são feitos vários filmes em 3D
Depois de Avatar, todo mundo quer fazer um filme 3D (afinal, dá muito dinheiro $$$). Agora, imaginem os engravatados de Hollywood escolhendo os novos projetos pra filmes em 3D. Pois é:
Original via See Mike Draw (em inglês).
Original via See Mike Draw (em inglês).
2010-07-23
Cuidado com o efeito dominó
Cuidado com o efeito dominó. E nem falo daquela banda de mesmo nome:
Um simples jogo pode ter consequências desastrosas... ;)
Mais uma tirinha do Wulffmorgenthaler (em inglês).
Um simples jogo pode ter consequências desastrosas... ;)
Mais uma tirinha do Wulffmorgenthaler (em inglês).
'Fiquei grávida e acho que serei dispensada assim que a lei permitir' - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 23/07/2010, sobre a gravidez e a carreira das mulheres.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Fiquei grávida e acho que serei dispensada assim que a lei permitir'
"Eu tenho um bom salário e estou nesta empresa há três anos", escreve uma ouvinte. "Tudo ia bem até o dia em que eu comuniquei a meu gerente que estava grávida. Imediatamente ele me colocou de lado. Não me passou mais trabalho, deixou de conversar comigo e eu acabei ficando com um tempo ocioso que não consigo preencher. Imagino que vou ser dispensada no momento em que a legislação permitir que meu gerente tome essa decisão.
Tentei conversar com meu gerente e explicar a ele que a gravidez e a maternidade não vão influir em nada. E que eu tenho intenção de dar continuidade à minha carreira. Mas ele não quis me ouvir. Não foi mal educado, me tratou respeitosamente, mas não me deu nenhuma perspectiva de futuro. Sei que se eu sair procurando outro emprego agora, não vou conseguir. Acho quase impossível uma empresa contratar uma mulher grávida de quatro meses. O que você sugere que eu faça?"
Eu sugiro que você se concentre em sua gravidez. Ela é muito mais importante do que o seu emprego. Dito isso, você pode, com a autorização do seu gerente, colocar-se a disposição da área de recursos humanos de sua empresa, para ser aproveitada em outro setor.
Ou pode chegar a um acordo com o seu gerente para permanecer em casa, já que ele parece ter deixado claro que a sua presença no escritório é dispensável. Pela descrição que você fez da situação, é bem provável que ele concorde, já que a sua presença terá um custo maior para a empresa, do que a sua ausência.
Pelo lado bom, eu conheço muitas empresas que tratam a mulher grávida com o respeito e a dignidade que ela merece. O que está acontecendo com você é algo que acontecia com certa frequência, mas décadas atrás. Naquela época, não era incomum que chefes se julgassem donos de suas subordinadas, a ponto de elas terem que pedir a eles, permissão para engravidar.
Hoje o mercado de trabalho mudou, mas alguns chefes ainda não mudaram. Só não permita que esse tipo retrógrado de atitude, possa lhe causar um mal muito maior do que desacelerar a sua carreria. Seu filho é a sua prioridade. Prepare-se para ele. Todo o resto, você irá resolver no devido tempo.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Fiquei grávida e acho que serei dispensada assim que a lei permitir'
"Eu tenho um bom salário e estou nesta empresa há três anos", escreve uma ouvinte. "Tudo ia bem até o dia em que eu comuniquei a meu gerente que estava grávida. Imediatamente ele me colocou de lado. Não me passou mais trabalho, deixou de conversar comigo e eu acabei ficando com um tempo ocioso que não consigo preencher. Imagino que vou ser dispensada no momento em que a legislação permitir que meu gerente tome essa decisão.
Tentei conversar com meu gerente e explicar a ele que a gravidez e a maternidade não vão influir em nada. E que eu tenho intenção de dar continuidade à minha carreira. Mas ele não quis me ouvir. Não foi mal educado, me tratou respeitosamente, mas não me deu nenhuma perspectiva de futuro. Sei que se eu sair procurando outro emprego agora, não vou conseguir. Acho quase impossível uma empresa contratar uma mulher grávida de quatro meses. O que você sugere que eu faça?"
Eu sugiro que você se concentre em sua gravidez. Ela é muito mais importante do que o seu emprego. Dito isso, você pode, com a autorização do seu gerente, colocar-se a disposição da área de recursos humanos de sua empresa, para ser aproveitada em outro setor.
Ou pode chegar a um acordo com o seu gerente para permanecer em casa, já que ele parece ter deixado claro que a sua presença no escritório é dispensável. Pela descrição que você fez da situação, é bem provável que ele concorde, já que a sua presença terá um custo maior para a empresa, do que a sua ausência.
Pelo lado bom, eu conheço muitas empresas que tratam a mulher grávida com o respeito e a dignidade que ela merece. O que está acontecendo com você é algo que acontecia com certa frequência, mas décadas atrás. Naquela época, não era incomum que chefes se julgassem donos de suas subordinadas, a ponto de elas terem que pedir a eles, permissão para engravidar.
Hoje o mercado de trabalho mudou, mas alguns chefes ainda não mudaram. Só não permita que esse tipo retrógrado de atitude, possa lhe causar um mal muito maior do que desacelerar a sua carreria. Seu filho é a sua prioridade. Prepare-se para ele. Todo o resto, você irá resolver no devido tempo.
Max Gehringer, para CBN.
Axe cura ejaculação precoce... quer dizer, transpiração
Pelas propagandas do desodorante Axe, basta usar o desodorante pra resolver os seus problemas com mulheres. Até mesmo ejaculação precoce... Ou melhor, transpiração precoce:
Hahaha, a cara que os atores fazem... impagável.
Propaganda do Axe Full Control na Argentina.
Via copyranter.
Hahaha, a cara que os atores fazem... impagável.
Propaganda do Axe Full Control na Argentina.
Via copyranter.
2010-07-22
'Temo que meu chefe passe referências ruins sobre mim para outras empresas' - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 22/07/2010, sobre se as empresas ligam para as ex-empresas de um candidato em busca de referências.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Temo que meu chefe passe referências ruins sobre mim para outras empresas'
Consulta de um ouvinte intranquilo: "Gostaria de saber", diz ele, "se no processo de seleção é comum que as empresas peçam referências a ex-empregadores. Pergunto porque há cinco meses eu sai de uma empresa numa situação não muito amigável, e meu ex-chefe não me perdoou. Ele continua fazendo comentários ruins a meu respeito, pelo que meus antigos colegas me contam. Meu receio é que uma empresa ligue para o meu ex-chefe e ele me detone. O fato de que participei de vários processos nesses cinco meses e não cheguei ao final de nenhum deles, só aumenta o meu temor."
Bom, vamos por partes. Quanto mais alto for o cargo, maior é a preocupação da empresa em buscar informações com antigos empregadores. Se o cargo envolver a liderança de uma equipe, ou o manuseio de dinheiro, há praticamente 100% de possibilidade que empresas anteriores sejam consultadas.
Já em funções de nível hierárquico menor, é muito raro que uma consulta seja feita. Então, tudo depende do cargo que o nosso ouvinte está pleiteando. Se não for um cargo gerencial, ele provavelmente está atribuindo ao ex-chefe um poder acima da realidade.
Mas, vamos dizer que o nosso ouvinte esteja em busca de um cargo de nível mais alto. Nesse caso, a consulta é feita. Mas não para todos os candidatos que participam de um processo. Somente os dois ou três finalistas é que são pesquisados. Como nosso ouvinte afirmou que não chegou à fase final de nenhum processo até agora, a probabilidade de alguém ter ligado para a ex-empresa dele, é mínima.
Mas, ainda no terreno das hipóteses, vamos dizer que uma empresa ligou. Aí, na quase totalidade dos casos, foi uma pessoa de recursos humanos que ligou para outra pessoa de recursos humanos. A ligação não é feita diretamente para o ex-chefe, até porque se supõe que ninguém saiba o nome dele.
A não ser que nosso ouvinte também tenha se desentendido com alguém da área de recursos humanos na ex-empresa, a intranquilidade dele é exagerada. Pode até ser que o ex-chefe esteja soltando os cachorros pelos corredores, mas isso não chegará aos ouvidos de um futuro empregador. A explicação para nosso ouvinte ainda não ter conseguido uma vaga, deve ser bem mais simples. Por exemplo, os candidatos que competiram com ele estavam mais bem preparados, ou eram mais adequados à vaga, ou estavam menos nervosos.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Temo que meu chefe passe referências ruins sobre mim para outras empresas'
Consulta de um ouvinte intranquilo: "Gostaria de saber", diz ele, "se no processo de seleção é comum que as empresas peçam referências a ex-empregadores. Pergunto porque há cinco meses eu sai de uma empresa numa situação não muito amigável, e meu ex-chefe não me perdoou. Ele continua fazendo comentários ruins a meu respeito, pelo que meus antigos colegas me contam. Meu receio é que uma empresa ligue para o meu ex-chefe e ele me detone. O fato de que participei de vários processos nesses cinco meses e não cheguei ao final de nenhum deles, só aumenta o meu temor."
Bom, vamos por partes. Quanto mais alto for o cargo, maior é a preocupação da empresa em buscar informações com antigos empregadores. Se o cargo envolver a liderança de uma equipe, ou o manuseio de dinheiro, há praticamente 100% de possibilidade que empresas anteriores sejam consultadas.
Já em funções de nível hierárquico menor, é muito raro que uma consulta seja feita. Então, tudo depende do cargo que o nosso ouvinte está pleiteando. Se não for um cargo gerencial, ele provavelmente está atribuindo ao ex-chefe um poder acima da realidade.
Mas, vamos dizer que o nosso ouvinte esteja em busca de um cargo de nível mais alto. Nesse caso, a consulta é feita. Mas não para todos os candidatos que participam de um processo. Somente os dois ou três finalistas é que são pesquisados. Como nosso ouvinte afirmou que não chegou à fase final de nenhum processo até agora, a probabilidade de alguém ter ligado para a ex-empresa dele, é mínima.
Mas, ainda no terreno das hipóteses, vamos dizer que uma empresa ligou. Aí, na quase totalidade dos casos, foi uma pessoa de recursos humanos que ligou para outra pessoa de recursos humanos. A ligação não é feita diretamente para o ex-chefe, até porque se supõe que ninguém saiba o nome dele.
A não ser que nosso ouvinte também tenha se desentendido com alguém da área de recursos humanos na ex-empresa, a intranquilidade dele é exagerada. Pode até ser que o ex-chefe esteja soltando os cachorros pelos corredores, mas isso não chegará aos ouvidos de um futuro empregador. A explicação para nosso ouvinte ainda não ter conseguido uma vaga, deve ser bem mais simples. Por exemplo, os candidatos que competiram com ele estavam mais bem preparados, ou eram mais adequados à vaga, ou estavam menos nervosos.
Max Gehringer, para CBN.
2010-07-21
'Pedi demissão, mas minha ex-empresa me convidou a voltar em um cargo gerencial' - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 21/07/2010, sobre voltar ou não à ex-empresa em um cargo melhor, apenas dois meses depois de começar um novo emprego.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Pedi demissão, mas minha ex-empresa me convidou a voltar em um cargo gerencial'
Escreve um ouvinte em dúvida: "Aconteceu comigo uma coisa que você já mencionou em seus comentários. Eu trabalhei durante oito anos em uma empresa familiar e nunca tive oportunidades de crescimento. Faz dois meses eu pedi demissão e ingressei em uma empresa de grande porte.
Pois bem, agora, de repente, a minha ex-empresa me convidou a voltar, num cargo gerencial. Era tudo o que eu queria quando estava lá, e nunca me foi dado. Eu tenho um grande apreço por minha ex-empresa, pelos donos e pelos colegas, e gostaria demais de aceitar a proposta. Mas fico pensando quais seriam as consequências de eu pedir demissão de uma empresa que tem nome no mercado, após apenas sessenta dias de trabalho. Essa dúvida está me tirando o sono e o apetite. O que você sugere que eu faça?"
De fato, eu mencionei que a maneira mais usual de conseguir um aumento ou uma promoção, é conseguindo outro emprego. Empresas que enxergam seus empregados como peças de ativo fixo, só acordam para a realidade quando percebem que vão perder um bom funcionário, e que será difícil conseguir outro igual.
Normalmente, a proposta para ficar é feita no ato. No seu caso, porém, a sua ex-empresa demorou a perceber a falta que você faria, e você mudou de emprego. Pode até ser que a sua ex-empresa achasse que você estava blefando, e só se deu conta do estrago, depois que você já tinha saído.
Dito tudo isso, se eu estivesse em seu lugar, eu voltaria para a empresa anterior. Pediria mil desculpas à empresa atual, ouviria um monte de coisas que não serão agradáveis de ouvir, mas não deixaria de ir para um lugar onde todos me conhecem, num cargo melhor e com um salário condizente.
Veja as coisas da seguinte maneira: você recebeu uma proposta de emprego que veio de sua ex-empresa, mas que poderia ter vindo de uma outra empresa. Se as condições de salário, ambiente de trabalho e perspectiva de futuro que lhe foram oferecidas são mais atrativas do que na empresa atual, não há porque não aceitar. Não pela emoção, mas pela razão.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Pedi demissão, mas minha ex-empresa me convidou a voltar em um cargo gerencial'
Escreve um ouvinte em dúvida: "Aconteceu comigo uma coisa que você já mencionou em seus comentários. Eu trabalhei durante oito anos em uma empresa familiar e nunca tive oportunidades de crescimento. Faz dois meses eu pedi demissão e ingressei em uma empresa de grande porte.
Pois bem, agora, de repente, a minha ex-empresa me convidou a voltar, num cargo gerencial. Era tudo o que eu queria quando estava lá, e nunca me foi dado. Eu tenho um grande apreço por minha ex-empresa, pelos donos e pelos colegas, e gostaria demais de aceitar a proposta. Mas fico pensando quais seriam as consequências de eu pedir demissão de uma empresa que tem nome no mercado, após apenas sessenta dias de trabalho. Essa dúvida está me tirando o sono e o apetite. O que você sugere que eu faça?"
De fato, eu mencionei que a maneira mais usual de conseguir um aumento ou uma promoção, é conseguindo outro emprego. Empresas que enxergam seus empregados como peças de ativo fixo, só acordam para a realidade quando percebem que vão perder um bom funcionário, e que será difícil conseguir outro igual.
Normalmente, a proposta para ficar é feita no ato. No seu caso, porém, a sua ex-empresa demorou a perceber a falta que você faria, e você mudou de emprego. Pode até ser que a sua ex-empresa achasse que você estava blefando, e só se deu conta do estrago, depois que você já tinha saído.
Dito tudo isso, se eu estivesse em seu lugar, eu voltaria para a empresa anterior. Pediria mil desculpas à empresa atual, ouviria um monte de coisas que não serão agradáveis de ouvir, mas não deixaria de ir para um lugar onde todos me conhecem, num cargo melhor e com um salário condizente.
Veja as coisas da seguinte maneira: você recebeu uma proposta de emprego que veio de sua ex-empresa, mas que poderia ter vindo de uma outra empresa. Se as condições de salário, ambiente de trabalho e perspectiva de futuro que lhe foram oferecidas são mais atrativas do que na empresa atual, não há porque não aceitar. Não pela emoção, mas pela razão.
Max Gehringer, para CBN.
2010-07-20
Filme: Mary e Max - Uma Amizade Diferente
A maioria das pessoas associa filmes de animação com filmes infantis, especialmente aqui no Brasil. O que, apesar de não ser o caso, é compreensível: tirando alguns filmes cheios de camadas e que servem "para toda a família" sem os adultos quererem se matar, como o genial Wall-E da Pixar, a maioria dos filmes de animação é mesmo infantil (o que também não impede de adultos apreciarem). Entretanto, este não é o caso de Mary e Max - Uma Amizade Diferente (ou apenas Mary and Max no original), que vi no cinema ontem. (Depois de mais de 3 meses da estreia nacional, mas quem mandou morar numa capital culturalmente inexpressiva, também?)
Mary e Max é uma animação stop motion feita com massa de modelar, ou a popular massinha. Filme australiano, levou quase cinco anos para ficar pronto, e conta a emocionante história (baseada em uma história real) de dois solitários muito diferentes, que por um acaso, acabam se tornando amigos através de cartas (algo que hoje equivaleria a você adicionar/seguir alguém sem conhecê-lo "ao vivo").
É 1976, e Mary Daisy Dinkle é uma garotinha australiana de oito anos, que não tem atenção dos pais, um pai taxidermista nas horas vagas e uma mãe alcoólatra. Como toda criança, ela é curiosa, gosta de chocolate e leite condensado, e do desenho animado dos Noblets, e seus únicos amigos são os Noblets de brinquedo que ela mesma fez e um galo que achou na rua. Esta parte da introdução tem "um quê" de Amélie Poulain, com um narrador apresentando as personagens e alguns de seus gostos, o fato da protagonista ser solitária, bem como um toque de surrealismo. Mas logo fica evidente que o clima não é o mesmo: além da fotografia monocromática marrom retratando a Austrália, as condições de Mary são muito mais tristes.
Certo dia, Mary está no correio e vê um catálogo de endereços da cidade de Nova York. Curiosa a respeito se os bebês nascem da mesma maneira nos Estados Unidos (será que lá eles nascem em latas de coca-cola, ao invés de canecas de cerveja, como na Austrália?), ela aleatoriamente escolhe um nome para escrever e perguntar sobre o assunto. E acaba escrevendo para Max Jerry Horovitz, um senhor judeu de 44 anos, que frequenta uma espécie de "comedores compulsivos anônimos", solitário e meio autista (na verdade, descobrimos mais tarde que ele tem Síndrome de Asperger). Daí, dessas duas almas solitárias (exceto pelo galo de estimação e pelo amigo invisível de Max), nasce uma amizade baseada na troca de cartas (e de presentinhos juntos).
Como toda amizade, essa também tem os seus percalços, mas no fim, ela se estende por duas décadas, e neste período, vamos acompanhando as mudanças nas vidas dos dois personagens, que apesar de separados por um grande oceano (e continente), são importantíssimos na vida um do outro.
Apesar do tema ser amizade, não espere um filme feel good ou bonitinho. Mary e Max é um drama adulto, que tem seus momentos de alívio cômico, mas que é basicamente, um drama. E até meio depressivo. Basta reparar na fotografia do filme, sempre bem monocromática: enquanto o marrom predomina na Austrália, enfatizando o clima desértico, Nova York é de um cinza quase predominantemente negro. De fato, a única coisa que quebra um pouco essa escuridão nova-iorquina são alguns itens que Mary envia para o amigo, como o pompom que Max usa em cima de seu chapéu tradicional "para esquentar a cabeça".
As conversas entre Mary e Max são bastante filosóficas. Mesmo com uma interlocutora criança, Max não poupa assuntos mais maduros, como amor e solidão. De certa forma, isso confere à narrativa um tom meio surreal, e que ao mesmo tempo é deliciosamente divertido. Bem, talvez tão delicioso quanto o cachorro quente de chocolate, inventado pelo senhor rechonchudo. ;)
Apesar do clima bastante depressivo em várias partes (como quando Mary se vê no fundo do poço), o filme consegue não se tornar maçante com um clima pesado demais. Além dos diálogos (via cartas) serem muito bons, há ainda diversos alívios cômicos espalhados, o que quebram um pouco o ritmo sombrio e não deixam o filme ser apenas lágrimas. Aliás, temos diversos momentos genialmente engraçados, como quando Max explica sua doença e cita como exemplo que às vezes ele toma as coisas muito ao pé da letra. (Se você não entende inglês, saiba que a expressão "take a seat" é "sente-se", mas literalmente quer dizer "pegue um banco".)
Tecnicamente, gostei da animação. Reparem como os cenários e detalhes são muito bem cuidados. Ao contrário dos personagens, que têm uma animação meio "quebrada", o que é bem visível quando eles caminham. Provavelmente intencional, demonstra também o quão "quebrados" por dentro são os personagens. Outro ponto a se destacar em Mary e Max é a trilha sonora. Ela acompanha de forma espetacular os personagens, algumas vezes antecipando alguma tensão, outras nos fazendo mais alegres, apesar da fotografia ainda monocromática.
A atuação das vozes é excelente, e como o filme era legendado, pude conferir o trabalho dos dubladores originais, grandes nomes de Hollywood. Os protagonistas são interpretados por Toni Collette e Philip Seymour Hoffman, que estão tão excelentes quanto irreconhecíveis no trabalho de voz.
Enfim, Mary e Max é uma excelente animação, para adultos e com temas adultos. Considerando isso, o diretor e roteirista Adam Elliot parece que continua com a ótima mão que lhe rendeu o Oscar de curta de animação por Harvie Krumpet (assista neste link no Smellycat).
E como não gostar de um filme (seja animação ou não) que prima por detalhes e referências? Repare que quando o filme alcança os anos 80/90, tem um moleque em Nova York vestindo uma camiseta com os dizeres "Save Ferris". Então, como não curtir?
Trailer:
Para saber mais: crítica no Omelete e site oficial de Mary e Max (em inglês).
Mary e Max é uma animação stop motion feita com massa de modelar, ou a popular massinha. Filme australiano, levou quase cinco anos para ficar pronto, e conta a emocionante história (baseada em uma história real) de dois solitários muito diferentes, que por um acaso, acabam se tornando amigos através de cartas (algo que hoje equivaleria a você adicionar/seguir alguém sem conhecê-lo "ao vivo").
É 1976, e Mary Daisy Dinkle é uma garotinha australiana de oito anos, que não tem atenção dos pais, um pai taxidermista nas horas vagas e uma mãe alcoólatra. Como toda criança, ela é curiosa, gosta de chocolate e leite condensado, e do desenho animado dos Noblets, e seus únicos amigos são os Noblets de brinquedo que ela mesma fez e um galo que achou na rua. Esta parte da introdução tem "um quê" de Amélie Poulain, com um narrador apresentando as personagens e alguns de seus gostos, o fato da protagonista ser solitária, bem como um toque de surrealismo. Mas logo fica evidente que o clima não é o mesmo: além da fotografia monocromática marrom retratando a Austrália, as condições de Mary são muito mais tristes.
Certo dia, Mary está no correio e vê um catálogo de endereços da cidade de Nova York. Curiosa a respeito se os bebês nascem da mesma maneira nos Estados Unidos (será que lá eles nascem em latas de coca-cola, ao invés de canecas de cerveja, como na Austrália?), ela aleatoriamente escolhe um nome para escrever e perguntar sobre o assunto. E acaba escrevendo para Max Jerry Horovitz, um senhor judeu de 44 anos, que frequenta uma espécie de "comedores compulsivos anônimos", solitário e meio autista (na verdade, descobrimos mais tarde que ele tem Síndrome de Asperger). Daí, dessas duas almas solitárias (exceto pelo galo de estimação e pelo amigo invisível de Max), nasce uma amizade baseada na troca de cartas (e de presentinhos juntos).
Como toda amizade, essa também tem os seus percalços, mas no fim, ela se estende por duas décadas, e neste período, vamos acompanhando as mudanças nas vidas dos dois personagens, que apesar de separados por um grande oceano (e continente), são importantíssimos na vida um do outro.
Apesar do tema ser amizade, não espere um filme feel good ou bonitinho. Mary e Max é um drama adulto, que tem seus momentos de alívio cômico, mas que é basicamente, um drama. E até meio depressivo. Basta reparar na fotografia do filme, sempre bem monocromática: enquanto o marrom predomina na Austrália, enfatizando o clima desértico, Nova York é de um cinza quase predominantemente negro. De fato, a única coisa que quebra um pouco essa escuridão nova-iorquina são alguns itens que Mary envia para o amigo, como o pompom que Max usa em cima de seu chapéu tradicional "para esquentar a cabeça".
As conversas entre Mary e Max são bastante filosóficas. Mesmo com uma interlocutora criança, Max não poupa assuntos mais maduros, como amor e solidão. De certa forma, isso confere à narrativa um tom meio surreal, e que ao mesmo tempo é deliciosamente divertido. Bem, talvez tão delicioso quanto o cachorro quente de chocolate, inventado pelo senhor rechonchudo. ;)
Apesar do clima bastante depressivo em várias partes (como quando Mary se vê no fundo do poço), o filme consegue não se tornar maçante com um clima pesado demais. Além dos diálogos (via cartas) serem muito bons, há ainda diversos alívios cômicos espalhados, o que quebram um pouco o ritmo sombrio e não deixam o filme ser apenas lágrimas. Aliás, temos diversos momentos genialmente engraçados, como quando Max explica sua doença e cita como exemplo que às vezes ele toma as coisas muito ao pé da letra. (Se você não entende inglês, saiba que a expressão "take a seat" é "sente-se", mas literalmente quer dizer "pegue um banco".)
Tecnicamente, gostei da animação. Reparem como os cenários e detalhes são muito bem cuidados. Ao contrário dos personagens, que têm uma animação meio "quebrada", o que é bem visível quando eles caminham. Provavelmente intencional, demonstra também o quão "quebrados" por dentro são os personagens. Outro ponto a se destacar em Mary e Max é a trilha sonora. Ela acompanha de forma espetacular os personagens, algumas vezes antecipando alguma tensão, outras nos fazendo mais alegres, apesar da fotografia ainda monocromática.
A atuação das vozes é excelente, e como o filme era legendado, pude conferir o trabalho dos dubladores originais, grandes nomes de Hollywood. Os protagonistas são interpretados por Toni Collette e Philip Seymour Hoffman, que estão tão excelentes quanto irreconhecíveis no trabalho de voz.
Enfim, Mary e Max é uma excelente animação, para adultos e com temas adultos. Considerando isso, o diretor e roteirista Adam Elliot parece que continua com a ótima mão que lhe rendeu o Oscar de curta de animação por Harvie Krumpet (assista neste link no Smellycat).
E como não gostar de um filme (seja animação ou não) que prima por detalhes e referências? Repare que quando o filme alcança os anos 80/90, tem um moleque em Nova York vestindo uma camiseta com os dizeres "Save Ferris". Então, como não curtir?
Trailer:
Para saber mais: crítica no Omelete e site oficial de Mary e Max (em inglês).