Sábado passado, eu planejava fazer uma sessão dupla de cinema, vendo dois filmes em sequência. O primeiro foi o já comentado Sex and the City 2. E, pra equilibrar tanta progesterona e estrogênio, nada melhor do que o filme seguinte: Homem de Ferro 2 (ou Iron Man 2, no original). Filmaço! Melhor filme de quadrinhos até agora.
Eu sempre fui fã da Marvel, a editora que publica o Homem de Ferro. Mas, dentre os muitos excelentes personagens da Editora da "Casa das Ideias", o Latinha nunca foi um dos meus preferidos. Entretanto, isso mudou depois do primeiro filme. A ênfase em contar a história do personagem e não da armadura, transformou uma história potencialmente apenas de ação desenfreada (como o acerebrado Transformers 2), em um filme completo, equilibrado, e sobretudo, muito, muito divertido.
E essa ênfase continua neste segundo filme. A cena inicial que mostra o herói já dá o tom: vemos o Homem de Ferro saindo de um avião, se jogando no ar, e voando até aterrissar na Stark Expo, onde a armadura é retirada e vemos surgir para o público, o milionário Tony Stark (Robert Downey Jr.). Note que é uma inversão do que normalmente acontece com a apresentação de heróis, onde primeiro vemos o alter ego (um Clark Kent engomadinho, por exemplo) e somente depois o herói em público (depois de se trocar rapidamente numa cabine telefônica e sair Super), sugerindo que o filme é sobre Tony Stark e não o Homem de Ferro. Infelizmente, pra que houvesse esse impacto, o diretor Jon Favreau (que também atua como o motorista Happy), teve que cortar uma das cenas mais legais que aparecem nos primeiros trailers, onde a secretária/interesse romântico do protagonista, Pepper Potts (Gwyneth Paltrow) dá um beijo no capacete e o joga do avião.
Aliás, essa cena inicial é muito boa, também do ponto de vista gráfico. A câmera seguindo o Homem de Ferro enquanto voa é muito bem posicionada, e o jogo entre a posição da câmera e do personagem, funciona muito bem. A câmera, por vezes, perde de vista o personagem, dando a devida impressão de velocidade dele, sem ter que usar cortes rápidos. Não é uma técnica nova, mas o resultado é excelente.
A trama do filme se passa logo depois do final do primeiro filme. Com o anúncio de que Tony Stark é o Homem de Ferro, Ivan Vanko (Mickey Rourke) vê seu ódio pelo playboy aumentar, depois que seu pai morre, sentindo-se injustiçado pelo que o pai de Tony fizera com o seu pai, quando o enviou de volta à União Soviética acusando-o de ser espião. De posse do projeto do reator Arc, deixado por seu pai, Ivan constrói uma armadurazinha bem mequetrefe, mas com uma poderosa arma: dois chicotes energizados com plasma. Apesar da óbvia diferença entre a qualidade da armadura do Homem de Ferro e os apêndices do Chicote Negro (o nome vilanesco de Ivan, que não lembro se é usado no filme), as cenas de ação conseguem equilibrar os dois personagens, fazendo com que Tony Stark passe maus bocados pra vencer o russo, na cena passada na pista de Fórmula 1 (ou similar, não ligo pra carros mesmo).
Mas o que é pior para Stark é a sua própria condição física. O reator em seu peito, ao mesmo tempo que impede que os destroços da bomba do primeiro filme o matem, contamina seu sangue com paládio, o metal usado como "combustível" do reator. No meio disso, ainda vemos surgir Justin Hammer (Sam Rockwell), outro milionário crianção (que não larga um pirulito da boca, sem segundas intenções), que é rival de Stark, e está disposto a fazer de tudo, para conseguir superá-lo. Além, é claro, da participação mais ativa da SHIELD neste filme, com Nick Fury (Samuel L. Jackson) aparecendo não somente nos créditos finais como no primeiro Homem de Ferro, e também com a agente Natasha Romanoff (a sempre linda Scarlett Johansson), também conhecida como Viúva Negra, se infiltrando nas empresas Stark.
Além dos personagens novos, há ainda outros antigos que aparecem mais desenvolvidos, como James Rhodes (desta vez vivido por Don Cheadle), amigo de Starke e comandante do exército dos EUA, que finalmente vestirá a armadura como Máquina de Combate. Tantos personagens poderiam transformar o filme num samba do crioulo doido, mas felizmente o roteiro de Justin Theroux consegue amarrar bem as pontas. Claro que ele sacrifica um pouco o tempo de algumas personagens, como Pepper Potts, bem mais contida neste segundo filme, e mesmo a Viúva Negra, que tem apenas uma sequência de ação (mas extremamente bem coreografada e com excelente jogo de câmera) e poucos momentos em cena como espiã (OK, sou suspeito em dizer isso, já que por mim, haveria um filme só da Scarlett como Natasha).
No geral, a atuação de todos os atores estão ótimas. Uma exceção seria Don Cheadle, que parece pouco a vontade no personagem. Downey Jr., mais uma vez, é o grande destaque, dando vida e credibilidade ao seu Stark.
O filme é perfeito? Não, mas chega perto. Como filme de quadrinhos, é excepcional. Se formos analisar friamente, o filme ainda é inferior ao Batman - O Cavaleiro das Trevas, mas como fã declarado da Marvel, ainda prefiro o Homem de Ferro 2. Que contém referências a outros filmes de personagens da Marvel, que já saíram ou irão sair (Hulk, Capitão América e Thor), assim como nos quadrinhos. Se você não sabe, uma das marcas da Marvel sempre foram as interações entre os seus diversos personagens, que por motivos comerciais, ficaram de fora nos filmes (por exemplo, o Homem-Aranha sempre foi muito amigo do Tocha Humana do Quarteto Fantástico, mas como os direitos de filmes deles estão em estúdios diferentes...).
Mesmo sendo excelente, Homem de Ferro 2 não escapa de alguns clichês. Alguns funcionam, outros não. O herói arrumando tempo pra salvar um garotinho, mesmo quando ele estava sendo perseguido por um monte de robôs, é um exemplo de cena que corta a ação e que deve ter sido imposição do estúdio pra vender mais brinquedos (afinal, o garotinho usava capacete e luvas de brinquedo do herói). Um outro exemplo de clichê, mas que desta vez quase passa imperceptível e ficou muito legal, é a cena da batalha final. Ela se passa num dos pavilhões da Stark Expo, e tem como cenário de fundo, um ambiente parecido com um jardim japonês, com direito a pétalas de flores (seriam de cerejeira - sakura?) caindo, como num autêntico filme de samurais. Mas que no caso, usam repulsores de plasma e artilharia pesada ao invés de espadas.
Pra quem é geek, vale ainda notar o merchandising que a Oracle, a famosa fabricante de Banco de Dados (e agora dona da Sun, criadora do Java), fez no filme. Além de aparecer em vários momentos (a luta final, por exemplo, é no pavilhão/estande da empresa), fora a aparição do Larry Ellison, presidente da empresa, logo antes da já clássica aparição de Stan Lee.
Enfim, se você gostou do primeiro filme, tem tudo pra gostar também de Homem de Ferro 2. Se for fã de quadrinhos, então, vai delirar. Se não for, ainda assim vai ver um filme com boas cenas de ação e um bom desenvolvimento dos personagens principais. Eu fortemente recomendo.
Trailer:
Para saber mais: especial no Omelete e crítica no Cinema em Cena.
E como bônus, mais imagens da linda Scarlett Johansson:
4 comentários:
o q virou Mickey Rourke???
no filme está até melhor q na vida real... e pensar q esse cara era sex symbol.
Já viu ele em 'O Lutador'? Bizarrooooo
Não vi o primeiro e fui ver o segundo enquanto espera pra ver alice... gostei... não sou fã.. então não espere gritinhos, mas é um filme legal pra ir assistir qnd não se tem nada pra fazer.
não, mas deve estar medonho.
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