Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 04/05/2010, sobre o intercâmbio após a graduação, para aprender uma outra língua, versus o início imediato no mercado de trabalho.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Minha filha está se formando e quer fazer um intercâmbio'
Consulta de um casal que tem uma filha de 21 anos. "Nossa filha está se formando este ano e quer passar o ano que vem no exterior, para aprender inglês. Ela diz que a influência em inglês será indispensável para ela conseguir um bom emprego. Eu e meu marido preferimos que nossa filha comece a trabalhar já, numa boa empresa, e depois vá decidindo, no devido tempo, que cursos específicos ela precisará fazer."
Bom, em princípio, todos estão certos. O inglês será mesmo importante para a carreira, mas, começar a trabalhar o quanto antes, também será.
Se fizer um intercâmbio, a filha de vocês não irá conseguir um emprego maravilhoso na volta ao Brasil. Na verdade, é bem provável que ela tenha até mais dificuldades para conseguir um emprego, do que alguém que só arranha o inglês, se essa pessoa já tiver um par de anos de experiência na função oferecida. Esse é o ponto em que vocês, pais, estão certos. Experiência prática conta muito.
O ponto em que sua filha está certa, é que no futuro, quando ela já estiver empregada, poderá surgir na própria empresa, uma oportunidade para alguém que fale inglês com fluência, e aí a sua filha certamente terá uma vantagem sobre os demais colegas.
Eu avalio o intercâmbio como um investimento de longo prazo. Pode ser que a filha de vocês só tenha um retorno dele, depois de cinco ou dez anos. Quem normalmente se frusta são os jovens que vêem o intercâmbio como um investimento de curtíssimo prazo, do tipo, "vou, volto e um monte de empresas estará me aguardando de portas abertas". Isso não vai acontecer.
Além disso, o intercâmbio tem um peso que vai além de simplesmente conseguir um emprego. Passando um ano longe dos pais, o jovem fica mais maduro, ganha autoconfiança, aprende a se virar sozinho, e adquire uma visão muito mais abrangente do mundo. E tudo isso terá um impacto duradouro na vida e na carreira.
Portanto, se o objetivo da filha de vocês for de apenas aprender inglês para para conseguir um emprego imediato na volta, vocês estão certos que seria mais conveniente ela partir direto para o mercado de trabalho. Porém, se o objetivo for ganhar uma experiência que no futuro será muito valiosa, mesmo que sua filha não consiga um bom emprego ao retornar, nesse caso eu apoiaria o desejo dela.
Max Gehringer, para CBN.
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