Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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A era do conhecimento
Uma consulta tiro e queda de um ouvinte. Ele escreve: "Ouvi dizer que estamos vivendo uma nova era, chamada a era do conhecimento. Gostaria de saber como posso ganhar dinheiro com isso."
Vamos lá. Eu sei que alguns acadêmicos vão pegar no meu pé, mas estamos vivendo a era do conhecimento há muitos milênios. Em cada estágio do desenvolvimento da humanidade, sempre existiu uma maioria de pessoas que simplesmente executavam trabalho. E uma minoria que ficava se perguntando se aquele trabalho poderia ser feito de uma maneira mais eficiente, ou até mesmo se não havia algo que pudesse substituir ou eliminar aquele trabalho.
Esse restrito grupo, capaz de ver o que os outros não viam, acabava mudando a maneira como o mundo iria se comportar. E não raramente, ganhava mais dinheiro que os outros, ou mais prestígio ou mais poder. A internet é fruto da nossa era de conhecimento, como a lâmpada elétrica foi há um século ou como a pólvora foi há mil anos.
Desde que o mundo é mundo, toda e qualquer geração sempre achou que o desenvolvimento havia chegado ao ápice exatamente naquela época. E a nossa geração não é uma exceção. Não é uma maravilhosa coincidência? O mundo vai evoluindo, até chegar ao momento perfeito. E nós estamos vivos exatamente nesse momento. Dá até pena das gerações que passaram e daquelas que virão.
Por se colocar na crista da onda, a humanidade foi inventando nomes para as eras anteriores: a era da agricultura, a era da industrialização, a era da tecnologia, a era da informação. Parece até meio inocente chamar a era atual de era do conhecimento, porque o conhecimento atual certamente será considerado irrisório daqui a 50 anos. Mas a geração dos nossos netos não deixará barato, e dará, o seu tempo, o nome de era do pós-conhecimento.
Ao nosso ouvinte, eu diria que ele pode ganhar dinheiro na era atual, qualquer que seja o nome dado a ela, se ele fizer o que alguns dos nossos privilegiados antepassados vêm fazendo desde o mais remoto dos tempos: estudar, aprender, observar, avaliar, pensar em algo diferente, colocar em prática e não desistir se não der certo na primeira tentativa.
Max Gehringer, para CBN.
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