Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 31/05/2010, sobre o tabaco e suas implicações sociais nos dias atuais.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Os fumantes e a discriminação das empresas
Hoje é o dia mundial sem tabaco. Ocasião propícia para responder de uma só vez, a algumas mensagens que me chegaram nos últimos meses, de ouvintes fumantes que reclamam por se sentirem discriminados.
Os argumentos de todos eles são dois. O primeiro é uma afirmação: eles sentem prazer em fumar. E o segundo é uma pergunta: se a lei permite que um produto seja livremente produzido e comercializado, como o seu consumo pode ser proibido?
Vamos fazer uma pequena viagem no tempo. Até o final da década de 70, fumar era considerado um hábito socialmente aceitável. Era até chique. Naquela mesma época, tatuagem era coisa de pirata do século 17, perdido no século 20. E um homem usando brinco, levaria o pai e a mãe a se debulharem em lágrimas, e a se perguntarem onde foi que eles falharam na educação do filho.
Hoje as coisas se inverteram. Ter tatuagem ou usar brinco são modismos que só espantam os muitos conservadores. Por outro lado, fumar deixou de ser uma moda inofensiva. A medicina já deixou claro que o tabaco é nocivo à saúde, tanto à própria, quanto a alheia.
Além disso, tanto socialmente quanto profissionalmente, o cigarro não é mais benvindo. A maioria das empresas já tinha proibido o tabagismo dentro de suas dependências, antes mesmo de algumas leis expulsarem o fumacê de qualquer ambiente fechado com acesso público.
Agora, respondendo à pergunta de nossos ouvintes, a produção e a venda não são proibidas porque a arrecadação de impostos é considerável. E porque uma proibição repentina só iria criar um enorme mercado negro. O governo deixaria de arrecadar bilhões por ano e milhões de brasileiros se tornariam criminosos da noite para o dia. Os Estados Unidos já provaram que esse tipo de medida não funciona, quando adotaram a lei seca, proibindo bebidas alcoólicas.
Então, a redução do consumo de cigarros, no mundo inteiro, está sendo feita não através da imposição total, mas da conscientização gradativa. O dia sem tabaco é mais um passo nessa direção.
Eu também diria a nossos ouvintes tabagistas, que na história do mundo, muita gente iluminada, que estava a frente do seu tempo, ficou famosa por defender causas justas, mas impopulares. O tabagismo há tempos deixou de ser considerado uma causa justa. E a cada dia, vai ficando mais impopular.
Max Gehringer, para CBN.
4 comentários:
Realmente, na história da humanidade fumar "foi" sinônimo de sucesso. Uma mulher fumando, mostrava o quanto ela era "moderna". Hoje sabemos, que homem ou mulher não importa, além de estarem se matando pausadamente ainda contribuem para morte dos outros.
bjs
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issae, que se explodam os fumantes.. u_u.. se ker fumar, fuma longe de mim
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