Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 19/05/2010, sobre um ex-empregado que colocou a boca no trombone num e-mail, e agora está preocupado com possíveis retaliações.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Fui demitido sem uma razão justicável'
"Fui demitido sem uma razão justificável no meu entendimento", escreve um ouvinte. "Trabalhei 3 anos em uma empresa, sem qualquer tipo de problema, até que há 6 meses um novo chefe foi contratado. Desde o início, ele demonstrou que não me apreciava. E eu estou seguro de que essa é a única razão para minha dispensa. Seguidamente, meu chefe atribuia a mim, erros e culpas que não me cabiam, até me demitir.
Pois bem, no meu último dia na empresa, pouco antes do encerramento do expediente, enviei um e-mail para todos os funcionários que têm e-mail, incluindo os diretores e o presidente. Neste e-mail, expliquei o meu ponto de vista sobre a minha demissão. Mas na medida em que eu ia digitando, eu ia ficando cada vez mais irritado, e no último parágrafo, escrevei sobre alguns rumores que andaram circulando pela empresa, sobre a vida pessoal do meu chefe.
Enviei o e-mail e me mandei para casa. E agora, mais calmo, percebo que talvez eu possa ter cometido um erro. Não me arrependo de 90% do que escrevi, e escreveria de novo. Mas estou com receio de que a parte final possa comprometer a minha carreira. Devo esperar algum tipo de retaliação por parte do chefe ou da empresa?"
Bom, certamente você se tornou um herói para a parte das pessoas que receberam o e-mail. Mas essas são as pessoas que terão menor influência no futuro de sua carreira.
Quanto aos demais, há dois tipos de retaliação possíveis. Se algum dia, alguma outra empresa solicitar referências a seu respeito, elas certamente não serão boas.
E o seu ex-chefe pode decidir mover um processo por calúnica e difamação. O fato de que você ouviu rumores e os colocou por escrito, não isenta você da responsabilidade de ter que provar o que afirmou.
Digamos que o seu chefe mova o processo. Se você for condenado, não irá ser preso. Talvez pague uma multa, ou tenha que se retratar publicamente, ou tenha que prestar serviços comunitários. A melhor hipótese, para você, é que nada aconteça. Mas mesmo assim, eu acredito que você passará por um período de muita ansiedade.
Isso é 90% do que eu teria a lhe dizer sobre a carta que você escreveu. Os 10% restantes eu até gostaria de dizer, mas se dissesse, acredito que estaria cometendo o mesmo erro que você cometeu: o de primeiro falar e depois pensar.
Max Gehringer, para CBN.
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