2010-05-11

'Meu diploma parece ser um entrave para meu objetivo' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 11/05/2010, mais uma vez sobre se formar em uma área e trabalhar em outra.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Meu diploma parece ser um entrave para meu objetivo'

pedagogia
"Sou formada em pedagogia, mas não quero ser professora", escreve uma ouvinte. "Pretendo seguir uma carreira numa área diferente, numa boa empresa. O problema é que o meu diploma parece ser um entrave para minha pretensão. Será que vou precisar fazer outra faculdade para conseguir as oportunidades que desejo?"

Não, não terá. Pelo menos metade dos formandos acaba não trabalhando diretamente na área em que se formou. Para o mercado de trabalho, a formação acadêmica é mais um passaporte do que uma prisão.

A nossa ouvinte não é uma exceção no mercado de trabalho. Assim como ela, quando um jovem decide que curso superior irá fazer, ele ainda não sabe ao certo que direção a sua carreira irá seguir.

O caso mais exemplar é o de bacharéis em direito. De cada dez que se formam, oito não trabalham como advogados. Mas nem por isso a gente vê uma multidão de bacharéis em direito, desesperada em busca de um emprego. Os formandos simplesmente vão trabalhar nos setores administrativos ou comerciais de empresas, que não vêem o diploma de bacharel como um empecilho.

Naturalmente, há exceções. Por exemplo, será relativamente difícil conseguir uma vaga de secretária com um diploma de enfermagem. Mas esse não é o caso da pedagogia. Há muitos pedagogos trabalhando em recursos humanos. Eu conheço um que trabalha em vendas, e outro em finanças.

Só que, como eu já comentei outras vezes, ficar espalhando currículos não é a maneira mais eficiente de conseguir uma vaga. Na maioria dos casos, quem se forma em uma área e trabalha em outra área, consegue um emprego através de uma indicação. E depois de empregada, a pessoa passa a fazer cursos específicos, compatíveis com a função que executa, para poder equilibrar o currículo.

Eu recebo mensagens de ouvintes reclamando que não conhecem ninguém que possa indicá-los. Mas isso é algo incompatível com a tecnologia do século 21. Além das redes sociais, que permitem travar conhecimentos sem precisar sair de casa, não é tão difícil conseguir o email de antigos professores ou colegas de escola. E reativar os contatos perdidos e esquecidos. Todos irão responder? Não, mas alguns irão. E esses poucos já serão o suficiente para começar.

Max Gehringer, para CBN.

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