Quando comparado com o universo, eu ou você não somos nem grãos de areia. Mesmo se comparados com algo bem menor, digamos, a Terra, você (e o resto de nós) somos muito pequenos.
You are small (Você é pequeno). É o que as nuvens dizem.
Foto de Lissy Elle.
2011-06-30
'Dívidas estão influenciando em meu trabalho' - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 30/06/2011, sobre pedir um empréstimo a empresa para cobrir dívidas que estão começando a influenciar no desempenho do trabalho.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Dívidas estão influenciando em meu trabalho'
"Fiz dívidas que não deveria ter feito", escreve um ouvinte. "E o resultado é que a preocupação começou a influir em meu rendimento no trabalho. Meu superior já me alertou sobre a minha perda de concentração. E ele tem razão, só que ninguém sabe que eu tenho essa dívida. E temo que a minha queda de rendimento possa ser atribuída a outros fatores, como desinteresse pelo trabalho. Pergunto se seria viável abrir o jogo e pedir um empréstimo para a empresa em que trabalho."
Sim, se você já esgotou todas as fontes possíveis, seria viável. As próprias empresas sempre afirmam que nada têm a ver com a vida pessoal de seus empregados, a não ser quando algo começa a interferir no trabalho deles, porque isso transforma o problema da pessoa num problema para a empresa.
Explique a situação para o seu superior, deixe claro que os lapsos de concentração se devem a esse fator externo e pleiteie um empréstimo, a ser descontado em seu pagamento. Leve para essa conversa um cálculo preciso do valor que você necessita e o número de meses que levará para amortizá-lo. Aí, tudo irá depender da sensibilidade do seu superior e da existência, ou não, de normas da empresa para empréstimos pessoais.
É uma pena que a sua empresa não tenha uma cooperativa de crédito ou, se ela for uma empresa pequena, é uma pena que não seja associada a uma cooperativa setorial. Existem milhares de cooperativas desse gênero no Brasil, e informações sobre como elas funcionam podem ser encontradas facilmente na Internet.
O nosso ouvinte não poderia se beneficiar delas neste momento, porque é preciso um período de carência antes de solicitar um empréstimo. Mas essa é uma sugestão que muitos ouvintes, que hoje não têm problemas financeiros, poderiam apresentar às empresas em que trabalham, com calma e bem antes que os problemas eventualmente apareçam.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Dívidas estão influenciando em meu trabalho'
"Fiz dívidas que não deveria ter feito", escreve um ouvinte. "E o resultado é que a preocupação começou a influir em meu rendimento no trabalho. Meu superior já me alertou sobre a minha perda de concentração. E ele tem razão, só que ninguém sabe que eu tenho essa dívida. E temo que a minha queda de rendimento possa ser atribuída a outros fatores, como desinteresse pelo trabalho. Pergunto se seria viável abrir o jogo e pedir um empréstimo para a empresa em que trabalho."
Sim, se você já esgotou todas as fontes possíveis, seria viável. As próprias empresas sempre afirmam que nada têm a ver com a vida pessoal de seus empregados, a não ser quando algo começa a interferir no trabalho deles, porque isso transforma o problema da pessoa num problema para a empresa.
Explique a situação para o seu superior, deixe claro que os lapsos de concentração se devem a esse fator externo e pleiteie um empréstimo, a ser descontado em seu pagamento. Leve para essa conversa um cálculo preciso do valor que você necessita e o número de meses que levará para amortizá-lo. Aí, tudo irá depender da sensibilidade do seu superior e da existência, ou não, de normas da empresa para empréstimos pessoais.
É uma pena que a sua empresa não tenha uma cooperativa de crédito ou, se ela for uma empresa pequena, é uma pena que não seja associada a uma cooperativa setorial. Existem milhares de cooperativas desse gênero no Brasil, e informações sobre como elas funcionam podem ser encontradas facilmente na Internet.
O nosso ouvinte não poderia se beneficiar delas neste momento, porque é preciso um período de carência antes de solicitar um empréstimo. Mas essa é uma sugestão que muitos ouvintes, que hoje não têm problemas financeiros, poderiam apresentar às empresas em que trabalham, com calma e bem antes que os problemas eventualmente apareçam.
Max Gehringer, para CBN.
2011-06-29
A cada 60 segundos, uma espécie morre [propaganda]
Eu sou longe de ser um ambientalista, mas gostei muito das ilustrações dessas propagandas. São animais sendo espremidos pelos ponteiros de um relógio.
"A cada 60 segundos, uma espécie morre. Cada segundo conta."
Urso Pardo
Gorila
Foca cinza
Imagens fortes e sangrentas.
Via I Believe in Advertising.
"A cada 60 segundos, uma espécie morre. Cada segundo conta."
Urso Pardo
Gorila
Foca cinza
Imagens fortes e sangrentas.
Via I Believe in Advertising.
Como funcionam as promoções dentro das empresas? - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 28/06/2011, sobre fazer faculdade aos 34 anos para tentar um concurso público.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Como funcionam as promoções dentro das empresas?
"Recentemente", escreve um ouvinte, "ouvi você comentar que um profissional bem sucedido recebe sete promoções em 30 anos de carreira. Eu tenho 27 anos de idade e já fui promovido quatro vezes. Nesse ritmo vou ter mais de vinte promoções. Gostaria de entender melhor a sua análise."
Boa pergunta. Como você me mandou o seu histórico completo, fica mais fácil esclarecer. Você começou como estagiário e foi efetivado como Auxiliar de Analista Financeiro. Em seguida passou por três funções: Analista Júnior, Analista e Analista Pleno. A avaliação que eu fiz sobre a carreira leva em conta as mudanças de patamar, sendo que cada patamar representa em média, o dobro do salário do patamar anterior.
O organograma simplificado de uma grande empresa tem sete patamares. Os nomes podem variar de empresa para empresa, mas os niveis são: supervisor, encarregado, gerente de segunda linha, gerente de primeira linha, diretor, vice-presidente e presidente. Em empresas de médio porte são cinco patamares. Saem da escala os os cargos gerentes de segunda linha e de vice-presidente.
O que as grandes empresas fazem é criar vários níveis dentro de cada função, por dois motivos. O primeiro é poder diferenciar salários sem correr riscos trabalhistas. E o segundo é sinalizar para o funcionário que ele está no bom caminho.
Isso é o que está acontecendo com o nosso ouvinte. Ele até agora recebeu quatro sinalizações de que seu trabalho está sendo reconhecido. A primeira promoção irá ocorrer quando ele passar a ter subordinados diretos.
Porém, o nosso ouvinte deve celebrar cada um desses incentivos porque eles representam passos em vez de saltos, mas mostram uma clara progressão na carreira. E isso é o que interessa, o resto é só nomenclatura.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Como funcionam as promoções dentro das empresas?
"Recentemente", escreve um ouvinte, "ouvi você comentar que um profissional bem sucedido recebe sete promoções em 30 anos de carreira. Eu tenho 27 anos de idade e já fui promovido quatro vezes. Nesse ritmo vou ter mais de vinte promoções. Gostaria de entender melhor a sua análise."
Boa pergunta. Como você me mandou o seu histórico completo, fica mais fácil esclarecer. Você começou como estagiário e foi efetivado como Auxiliar de Analista Financeiro. Em seguida passou por três funções: Analista Júnior, Analista e Analista Pleno. A avaliação que eu fiz sobre a carreira leva em conta as mudanças de patamar, sendo que cada patamar representa em média, o dobro do salário do patamar anterior.
O organograma simplificado de uma grande empresa tem sete patamares. Os nomes podem variar de empresa para empresa, mas os niveis são: supervisor, encarregado, gerente de segunda linha, gerente de primeira linha, diretor, vice-presidente e presidente. Em empresas de médio porte são cinco patamares. Saem da escala os os cargos gerentes de segunda linha e de vice-presidente.
O que as grandes empresas fazem é criar vários níveis dentro de cada função, por dois motivos. O primeiro é poder diferenciar salários sem correr riscos trabalhistas. E o segundo é sinalizar para o funcionário que ele está no bom caminho.
Isso é o que está acontecendo com o nosso ouvinte. Ele até agora recebeu quatro sinalizações de que seu trabalho está sendo reconhecido. A primeira promoção irá ocorrer quando ele passar a ter subordinados diretos.
Porém, o nosso ouvinte deve celebrar cada um desses incentivos porque eles representam passos em vez de saltos, mas mostram uma clara progressão na carreira. E isso é o que interessa, o resto é só nomenclatura.
Max Gehringer, para CBN.
2011-06-28
As bizarras roupas que evocam medos e desejos de Mr Toledano
Phillip Toledano, ou Mr Toledano, é um fotógrafo que nasceu em Londres, filho de uma mãe francesa marroquina e pai americano. Ele acredita que fotografias deveriam ser como frases incompletas, deixando sempre espaço para questionamentos.
Na série Hope & Fear (Esperança e Medo), Toledano aborda de maneira gráfica, através de fantasias (todas as roupas reais), os desejos e paranoias da sociedade. São fotos interessantes que mostram roupas bem bizarras, dando um toque surreal ao trabalho.
Vejam:
Vestido de mãos.
Armas.
Peruca de cabelos e cabeças de bonecas.
Roupas de bonecas.
Roupa fast-food.
Orelhas.
A primeira vez que vi o trabalho de Toledano no seu site, me deu uma sensação de déjà vu. Depois de um bom tempo que lembrei que já havia visto o trabalho dele numa matéria da revista superinteressante há alguns anos atrás.
Imagens via site oficial de Mr Toledano.
Na série Hope & Fear (Esperança e Medo), Toledano aborda de maneira gráfica, através de fantasias (todas as roupas reais), os desejos e paranoias da sociedade. São fotos interessantes que mostram roupas bem bizarras, dando um toque surreal ao trabalho.
Vejam:
Vestido de mãos.
Armas.
Peruca de cabelos e cabeças de bonecas.
Roupas de bonecas.
Roupa fast-food.
Orelhas.
A primeira vez que vi o trabalho de Toledano no seu site, me deu uma sensação de déjà vu. Depois de um bom tempo que lembrei que já havia visto o trabalho dele numa matéria da revista superinteressante há alguns anos atrás.
Imagens via site oficial de Mr Toledano.
'Devo fazer faculdade para prestar concurso público mesmo com 34 anos?' - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 28/06/2011, sobre fazer faculdade aos 34 anos para tentar um concurso público.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Devo fazer faculdade para prestar concurso público mesmo com 34 anos?'
"Tenho 34 anos, sou casado e tenho dois filhos pequenos", escreve um ouvinte. "Sou auxiliar de produção e parei de estudar após concluir o ensino médio. Ouvi seu comentário semana passada sobre a relação entre idade e salário. E no meu caso, a conta bateu certinho. Estudei pouco e ganho pouco. E se entendi bem o seu comentário, corro o risco de ganhar cada vez menos se não fizer nada, porque os jovens que estão entrando no mercado de trabalho terão muito mais cursos do que eu.
Então, eu pensei: se eu fizer uma faculdade, vou me formar com 38 ou 39 anos. E aí, eu poderia prestar um concurso para algum órgão público e garantir a minha estabilidade profissional pelo resto da vida, com um salário que eu nunca conseguiria se continuasse no rumo em que estou.
Muita gente que eu conheço me diz que eu fiquei louco. Um pouco porque vou ter que trabalhar de dia e estudar de noite, algo a que não estou acostumado. E tem também quem me fala que depois de ter passado 18 anos longe da escola, eu não vou conseguir aprender nada. Pergunto se o que estou pensando é mesmo loucura."
Bom, se for, é uma loucura muito saudável. O curso superior permitirá que você tenha mais oportunidades do que tem atualmente, mesmo na sua própria empresa, ou em outra empresa.
E o projeto do concurso público faz sentido, porque você não precisará participar de entrevistas, não necessitará de experiência anterior e principalmente, não terá que ficar dando explicações sobre a sua decisão tardia.
E finalmente, aconteça o que acontecer, você será um exemplo para seus filhos e para muita gente que o conhece e que fica dizendo que o tempo passou e que agora é muito tarde. Vá em frente porque loucura sadia não tem idade.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Devo fazer faculdade para prestar concurso público mesmo com 34 anos?'
"Tenho 34 anos, sou casado e tenho dois filhos pequenos", escreve um ouvinte. "Sou auxiliar de produção e parei de estudar após concluir o ensino médio. Ouvi seu comentário semana passada sobre a relação entre idade e salário. E no meu caso, a conta bateu certinho. Estudei pouco e ganho pouco. E se entendi bem o seu comentário, corro o risco de ganhar cada vez menos se não fizer nada, porque os jovens que estão entrando no mercado de trabalho terão muito mais cursos do que eu.
Então, eu pensei: se eu fizer uma faculdade, vou me formar com 38 ou 39 anos. E aí, eu poderia prestar um concurso para algum órgão público e garantir a minha estabilidade profissional pelo resto da vida, com um salário que eu nunca conseguiria se continuasse no rumo em que estou.
Muita gente que eu conheço me diz que eu fiquei louco. Um pouco porque vou ter que trabalhar de dia e estudar de noite, algo a que não estou acostumado. E tem também quem me fala que depois de ter passado 18 anos longe da escola, eu não vou conseguir aprender nada. Pergunto se o que estou pensando é mesmo loucura."
Bom, se for, é uma loucura muito saudável. O curso superior permitirá que você tenha mais oportunidades do que tem atualmente, mesmo na sua própria empresa, ou em outra empresa.
E o projeto do concurso público faz sentido, porque você não precisará participar de entrevistas, não necessitará de experiência anterior e principalmente, não terá que ficar dando explicações sobre a sua decisão tardia.
E finalmente, aconteça o que acontecer, você será um exemplo para seus filhos e para muita gente que o conhece e que fica dizendo que o tempo passou e que agora é muito tarde. Vá em frente porque loucura sadia não tem idade.
Max Gehringer, para CBN.
2011-06-27
Filme: Meia-Noite em Paris
Eu considero Woody Allen um homem de extremos. Vejam, por exemplo, seus filmes mais recentes, que variam, em termos de qualidade, entre dois extremos. Enquanto Tudo Pode Dar Certo é um filme excelente, delicioso de se assistir, Você Vai Conhecer o Homem Dos Seus Sonhos é horrível, daqueles que a gente se pergunta por que raios pagou o ingresso. Felizmente, o novo filme do diretor, Meia-Noite em Paris (ou Midnight in Paris no original), faz parte daqueles em que o dinheiro do ingresso é bem gasto, misturando drama, romance e comédia num caldo surrealista, fantasioso. Mas, sobretudo, é um filme romântico.
Meia-Noite em Paris nos apresenta o protagonista Gil Pender (Owen Wilson), o alter-ego de Allen da vez. Gil é um bem sucedido escritor de roteiros em Hollywood, mas sonha em se mudar para Paris para escrever um romance. É a fuga de um trabalho em esquema industrial (não à toa o cinema em Hollywood é chamado de indústria) para a realização de uma veia artística (a boa literatura). (Impossível não deixar de notar a quase meta-linguagem da criação do personagem, pois assim como Gil, Allen foi para a Europa produzir filmes que não se encaixam tão bem no esquema industrial hollywoodiano.)
Gil e sua noiva Inez (Rachel McAdams, sempre linda) estão passando férias em Paris, acompanhados dos pais dela, e aproveitando para acertar alguns detalhes do casamento vindouro. Gil, maravilhado com a cidade luz, ainda nutre um forte sentimento de saudosismo/nostalgia em relação à década de 20, especialmente em Paris, que na época abrigou por um tempo, a grande elite intelectual da época, gente do calibre de Ernest Hemingway, Scott Fitzgerald, Pablo Picasso e muitos outros.
Um dia, ao voltar para o hotel a pé, já meio bêbado e meio perdido, vê um táxi antigo pela rua. O carro para perto dele e os ocupantes o convidam para entrar para ir a uma festa. Gil é convencido pela amabilidade dos presentes e mesmo achando que foi confundido com outro, acaba indo para a tal festa. Festa esta que ele acaba conhecendo o casal Zelda (Alison Pill) e Scott Fitzgerald (este último, responsável pelo clássico O Grande Gatsby, e interpretado no filme por Tom Hiddleston). Mas é só quando ele conhece pessoalmente Hemingway (Corey Stoll) que cai a ficha que ele viajou ao passado. E não qualquer passado, mas o passado considerado por ele como a era dourada. Assim, toda noite (mais precisamente à meia-noite) Gil espera o mesmo táxi, que o levará ao passado. Ali, além de travar conhecimento com muitos nomes ilustres (mesmo que eu, particularmente, não tenha reconhecido todos), irá receber a ajuda da própria Gertrude Stein (Kathy Bates) no seu romance, além de se envolver romanticamente com Adriana (Marion Cotillard, sempre uma musa), que, assim como Gil, considera o passado melhor que o presente, mesmo que no caso dela, o passado em questão seja a Belle Époque.
Assim como é comum nos filmes de do diretor Woody Allen, Meia-Noite em Paris é um filme com uma mensagem. Neste caso, a mensagem é clara: o passado só nos apetece tanto porque é um ideal e porque o presente é uma droga, uma vez que é no presente que estão os problemas com que temos que lidar. Essa mensagem fica bem clara no filme, tanto pelo desenrolar da história de Gil, quanto pelo diálogo que ele tem com Adriana em determinado ponto, em que ele diz, tanto para ela quanto para si mesmo, essa mensagem.
Entretanto, Meia-Noite em Paris é também um filme romântico. Muito romântico. Uma verdadeira declaração de amor. A Paris, à literatura e à cultura, em geral.
Considere o começo do filme, por exemplo. São longos planos que mostram uma Paris bucólica, sem enfatizar o aspecto de metrópole, mas enfatizando uma cidade do dia-a-dia, com pessoas passeando, tomando café (isso não poderia faltar) ou mesmo pegando um ônibus. São cenas que estão longe daqueles planos de estabelecimento de localização tão comuns, que mostrariam os principais pontos turísticos da cidade um atrás do outro. Sim, Allen ainda os mostra, mas o faz intercalando com imagens de um cotidiano absolutamente normal. E até mesmo ao mostrar a Torre Eiffel, talvez o símbolo máximo da cidade, o faz de maneira peculiar, não a colocando em primeiro plano, mas sim de pano de fundo para uma pacata rua em primeiro plano. Não bastasse isso, Allen ainda nesta longa introdução, mostra vários destes planos com chuva e depois anoitecendo. Isso mostra que Paris não é só bela por causa do Arco do Triunfo, da Torre ou do Louvre, mas por tudo o que ela é. E essa passagem de tempo, com chuva e finalmente a noite caindo, ainda serve para enfatizar algo que mais tarde o personagem de Owen Wilson verbaliza, ao dizer que não sabe se Paris é mais bonita de dia ou de noite, tendo ambos seus encantos. Além disso, o próprio Gil transmite, sendo o "avatar" de Allen no filme, um grande amor pela cidade, seja no começo visitando uma praça ou querendo voltar a pé para o hotel debaixo de uma leve chuva. Aliás, a disposição para andar na chuva por Paris é um dos traços marcantes do personagem, que vê neste ato, algo muito romântico (e que tendo a concordar).
E se a declaração de amor a Paris é estupenda, a declaração à cultura é mais fenomenal ainda. Sim, são tantas as referências que eu mesmo não devo ter pego a metade, mas somente as que pude observar já valem muito a pena. A caracterização dos Fitzgerald e Hemingway, por exemplo, é fantástica. Pra quem já leu Paris é uma Festa, de Hemingway, é como revisitar velhos conhecidos: todos os personagens do livro de Hemingway (reais, já que é um livro autobiográfico), são praticamente iguais aos que imaginamos (como bem diz Gil em uma parte do filme). E o próprio Hemingway é fantástico, falando no livro como ele escreve em suas obras (e tenho quase certeza, citando trechos dela). O apuro com que cada personagem foi retratado no filme, mostra que é um trabalho de alguém que realmente se importa com eles.
Não bastasse o roteiro bem amarrado e polido de Allen, cheio de pitadas de excelente humor, Meia-Noite em Paris ainda tem ótimas atuações. Owen Wilson é um ótimo alter-ego de Allen, e faz isso sem deixar de dar o seu toque pessoal ao personagem (o jeito de bom moço meio atrapalhado de Wilson é uma constante em seus trabalhos). Rachel McAdams, quase sempre apaixonante, ainda mantém a beleza, mas entrega uma personagem irritante, como o filme pede. Destaque ainda para Michael Sheen como o irritante Paul, um muito amigo de Inez. E claro, o filme ainda traz ótimos atores como coadjuvantes, como a própria Kathy Bates, já citada, mas também Adrien Brody como Salvador Dali e até mesmo Carla Bruni (sim, a primeira-dama francesa) como uma guia turística.
Interessante notar que as viagens no tempo em Meia-Noite em Paris não são explicadas. E nem precisam, uma vez que a sua mecânica não importa realmente. Entretanto, Allen deixa claro que são reais, tanto ao mostrar um pertence de Adriana no presente, quanto no trágico (e engraçadíssimo) destino de um detetive particular contratado para seguir Gil em suas noites fora.
Com uma fotografia que lembra fotos envelhecidas (e a própria luz das lâmpadas na noite proporcionam algo parecido, quando são aquelas lâmpadas incandescentes), Meia-Noite em Paris é um filme romântico. E também uma comédia divertidíssima. O que, juntos, é a prova de que uma comédia romântica, mesmo com um toque de surrealismo e drama, pode ser um excelente filme nas mãos de quem sabe fazer. E viva Paris na chuva!
Trailer:
Para saber mais: crítica no Cinema em Cena e no Omelete.
Meia-Noite em Paris nos apresenta o protagonista Gil Pender (Owen Wilson), o alter-ego de Allen da vez. Gil é um bem sucedido escritor de roteiros em Hollywood, mas sonha em se mudar para Paris para escrever um romance. É a fuga de um trabalho em esquema industrial (não à toa o cinema em Hollywood é chamado de indústria) para a realização de uma veia artística (a boa literatura). (Impossível não deixar de notar a quase meta-linguagem da criação do personagem, pois assim como Gil, Allen foi para a Europa produzir filmes que não se encaixam tão bem no esquema industrial hollywoodiano.)
Gil e sua noiva Inez (Rachel McAdams, sempre linda) estão passando férias em Paris, acompanhados dos pais dela, e aproveitando para acertar alguns detalhes do casamento vindouro. Gil, maravilhado com a cidade luz, ainda nutre um forte sentimento de saudosismo/nostalgia em relação à década de 20, especialmente em Paris, que na época abrigou por um tempo, a grande elite intelectual da época, gente do calibre de Ernest Hemingway, Scott Fitzgerald, Pablo Picasso e muitos outros.
Um dia, ao voltar para o hotel a pé, já meio bêbado e meio perdido, vê um táxi antigo pela rua. O carro para perto dele e os ocupantes o convidam para entrar para ir a uma festa. Gil é convencido pela amabilidade dos presentes e mesmo achando que foi confundido com outro, acaba indo para a tal festa. Festa esta que ele acaba conhecendo o casal Zelda (Alison Pill) e Scott Fitzgerald (este último, responsável pelo clássico O Grande Gatsby, e interpretado no filme por Tom Hiddleston). Mas é só quando ele conhece pessoalmente Hemingway (Corey Stoll) que cai a ficha que ele viajou ao passado. E não qualquer passado, mas o passado considerado por ele como a era dourada. Assim, toda noite (mais precisamente à meia-noite) Gil espera o mesmo táxi, que o levará ao passado. Ali, além de travar conhecimento com muitos nomes ilustres (mesmo que eu, particularmente, não tenha reconhecido todos), irá receber a ajuda da própria Gertrude Stein (Kathy Bates) no seu romance, além de se envolver romanticamente com Adriana (Marion Cotillard, sempre uma musa), que, assim como Gil, considera o passado melhor que o presente, mesmo que no caso dela, o passado em questão seja a Belle Époque.
Assim como é comum nos filmes de do diretor Woody Allen, Meia-Noite em Paris é um filme com uma mensagem. Neste caso, a mensagem é clara: o passado só nos apetece tanto porque é um ideal e porque o presente é uma droga, uma vez que é no presente que estão os problemas com que temos que lidar. Essa mensagem fica bem clara no filme, tanto pelo desenrolar da história de Gil, quanto pelo diálogo que ele tem com Adriana em determinado ponto, em que ele diz, tanto para ela quanto para si mesmo, essa mensagem.
Entretanto, Meia-Noite em Paris é também um filme romântico. Muito romântico. Uma verdadeira declaração de amor. A Paris, à literatura e à cultura, em geral.
Considere o começo do filme, por exemplo. São longos planos que mostram uma Paris bucólica, sem enfatizar o aspecto de metrópole, mas enfatizando uma cidade do dia-a-dia, com pessoas passeando, tomando café (isso não poderia faltar) ou mesmo pegando um ônibus. São cenas que estão longe daqueles planos de estabelecimento de localização tão comuns, que mostrariam os principais pontos turísticos da cidade um atrás do outro. Sim, Allen ainda os mostra, mas o faz intercalando com imagens de um cotidiano absolutamente normal. E até mesmo ao mostrar a Torre Eiffel, talvez o símbolo máximo da cidade, o faz de maneira peculiar, não a colocando em primeiro plano, mas sim de pano de fundo para uma pacata rua em primeiro plano. Não bastasse isso, Allen ainda nesta longa introdução, mostra vários destes planos com chuva e depois anoitecendo. Isso mostra que Paris não é só bela por causa do Arco do Triunfo, da Torre ou do Louvre, mas por tudo o que ela é. E essa passagem de tempo, com chuva e finalmente a noite caindo, ainda serve para enfatizar algo que mais tarde o personagem de Owen Wilson verbaliza, ao dizer que não sabe se Paris é mais bonita de dia ou de noite, tendo ambos seus encantos. Além disso, o próprio Gil transmite, sendo o "avatar" de Allen no filme, um grande amor pela cidade, seja no começo visitando uma praça ou querendo voltar a pé para o hotel debaixo de uma leve chuva. Aliás, a disposição para andar na chuva por Paris é um dos traços marcantes do personagem, que vê neste ato, algo muito romântico (e que tendo a concordar).
E se a declaração de amor a Paris é estupenda, a declaração à cultura é mais fenomenal ainda. Sim, são tantas as referências que eu mesmo não devo ter pego a metade, mas somente as que pude observar já valem muito a pena. A caracterização dos Fitzgerald e Hemingway, por exemplo, é fantástica. Pra quem já leu Paris é uma Festa, de Hemingway, é como revisitar velhos conhecidos: todos os personagens do livro de Hemingway (reais, já que é um livro autobiográfico), são praticamente iguais aos que imaginamos (como bem diz Gil em uma parte do filme). E o próprio Hemingway é fantástico, falando no livro como ele escreve em suas obras (e tenho quase certeza, citando trechos dela). O apuro com que cada personagem foi retratado no filme, mostra que é um trabalho de alguém que realmente se importa com eles.
Não bastasse o roteiro bem amarrado e polido de Allen, cheio de pitadas de excelente humor, Meia-Noite em Paris ainda tem ótimas atuações. Owen Wilson é um ótimo alter-ego de Allen, e faz isso sem deixar de dar o seu toque pessoal ao personagem (o jeito de bom moço meio atrapalhado de Wilson é uma constante em seus trabalhos). Rachel McAdams, quase sempre apaixonante, ainda mantém a beleza, mas entrega uma personagem irritante, como o filme pede. Destaque ainda para Michael Sheen como o irritante Paul, um muito amigo de Inez. E claro, o filme ainda traz ótimos atores como coadjuvantes, como a própria Kathy Bates, já citada, mas também Adrien Brody como Salvador Dali e até mesmo Carla Bruni (sim, a primeira-dama francesa) como uma guia turística.
Interessante notar que as viagens no tempo em Meia-Noite em Paris não são explicadas. E nem precisam, uma vez que a sua mecânica não importa realmente. Entretanto, Allen deixa claro que são reais, tanto ao mostrar um pertence de Adriana no presente, quanto no trágico (e engraçadíssimo) destino de um detetive particular contratado para seguir Gil em suas noites fora.
Com uma fotografia que lembra fotos envelhecidas (e a própria luz das lâmpadas na noite proporcionam algo parecido, quando são aquelas lâmpadas incandescentes), Meia-Noite em Paris é um filme romântico. E também uma comédia divertidíssima. O que, juntos, é a prova de que uma comédia romântica, mesmo com um toque de surrealismo e drama, pode ser um excelente filme nas mãos de quem sabe fazer. E viva Paris na chuva!
Trailer:
Para saber mais: crítica no Cinema em Cena e no Omelete.
All you can get - Ensaio de moda sobre consumismo com vestidos inusitados
A revista Virgine, em sua primeira edição, fez um editorial de moda que conseguiu duas coisas. A primeira é se adequar com o discurso da recém criada revista, que visa ser diferenciada em alguns aspectos da moda (de certa forma, criticando o status quo dos veículos de comunicação fashion). A segunda é coisa que o editorial/ensaio conseguiu foi se tornar viral. E merecidamente.
A ideia não é exatamente original: a criação de vestidos feitos de materiais inusitados ou diferentes já foi feita por artistas como Ted Sabarese (e suas roupas de comida e de material de escritório) ou Sung Yeon Ju (com vestidos feitos de tomate, repolho e outras comidas). O que diferencia o ensaio do fotógrafo Ryan Yoon é, além da qualidade e dimensões do figurino, o contexto do material matéria-prima das roupas. São itens que são símbolos do consumismo atual, como iPads, motos ou mesmo cachorrinhos.
Vejam o ensaio All you can get da revista Virgine:
Vestido longo de latinhas. Seriam cocas light?
Certamente, um vestido doce.
Cãezinhos.
Vestido de iPads de oncinha.
Vestido de caixas de sabão em pó
Motos e luzes.
Via Virgine Magazine. Dica do Touchpuppet.
A ideia não é exatamente original: a criação de vestidos feitos de materiais inusitados ou diferentes já foi feita por artistas como Ted Sabarese (e suas roupas de comida e de material de escritório) ou Sung Yeon Ju (com vestidos feitos de tomate, repolho e outras comidas). O que diferencia o ensaio do fotógrafo Ryan Yoon é, além da qualidade e dimensões do figurino, o contexto do material matéria-prima das roupas. São itens que são símbolos do consumismo atual, como iPads, motos ou mesmo cachorrinhos.
Vejam o ensaio All you can get da revista Virgine:
Vestido longo de latinhas. Seriam cocas light?
Certamente, um vestido doce.
Cãezinhos.
Vestido de iPads de oncinha.
Vestido de caixas de sabão em pó
Motos e luzes.
Via Virgine Magazine. Dica do Touchpuppet.
Lei do aviso prévio deve beneficiar funcionários estáveis - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 27/06/2011, sobre a lei do aviso prévio proporcional ao tempo de trabalho.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Lei do aviso prévio deve beneficiar funcionários estáveis
Alguns ouvintes escreveram fazendo perguntas sobre a recente decisão do Supremo Tribunal Federal em relação ao aviso prévio proporcional ao tempo de serviço.
Vamos lá. Essa proporcionalidade está prevista na Constituição, só que nunca foi regulamentada pelo Congresso. A decisão tomada pelo Supremo irá fazer com que o Congresso determine qual será o tamanho exato dessa extensão. Quando isso irá acontecer só depende da agilidade dos congressistas.
Por enquanto, aconteceu o que seria de se esperar. Quem é empregado aplaudiu a decisão, e quem emprega já alertou que haverá custos, que serão repassados aos consumidores.
Porém, o verdadeiro efeito, tanto no bolso do empregado quanto na economia em geral, somente poderá ser calculado quando os números forem conhecidos. A diferença é grande, se por exemplo, o Congresso decidir que serão acrescidos trinta dias de aviso prévio a cada cinco anos trabalhados, ou trinta dias por ano de trabalho.
Na prática, o que será votado pelo Congresso é um prêmio ao empregado estável, já que o outro lado ficará como está. Ou seja, o trabalhador que pedir a conta não precisará dar a empresa um aviso prévio proporcional aos anos trabalhados.
Então, no curto prazo, a nova lei certamente irá beneficiar os funcionários com bastante tempo de casa. E no médio e longo prazo, as empresas irão buscar formas de neutralizar os efeitos financeiros se eles realmente se mostrarem pesados. Por exemplo, aumentando o número de terceirizados e PJs.
O mais importante agora é que o Congresso aja rapidamente, para evitar que empresas mais pessimistas comecem a dispensar funcionários antigos como medida de precaução.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Lei do aviso prévio deve beneficiar funcionários estáveis
Alguns ouvintes escreveram fazendo perguntas sobre a recente decisão do Supremo Tribunal Federal em relação ao aviso prévio proporcional ao tempo de serviço.
Vamos lá. Essa proporcionalidade está prevista na Constituição, só que nunca foi regulamentada pelo Congresso. A decisão tomada pelo Supremo irá fazer com que o Congresso determine qual será o tamanho exato dessa extensão. Quando isso irá acontecer só depende da agilidade dos congressistas.
Por enquanto, aconteceu o que seria de se esperar. Quem é empregado aplaudiu a decisão, e quem emprega já alertou que haverá custos, que serão repassados aos consumidores.
Porém, o verdadeiro efeito, tanto no bolso do empregado quanto na economia em geral, somente poderá ser calculado quando os números forem conhecidos. A diferença é grande, se por exemplo, o Congresso decidir que serão acrescidos trinta dias de aviso prévio a cada cinco anos trabalhados, ou trinta dias por ano de trabalho.
Na prática, o que será votado pelo Congresso é um prêmio ao empregado estável, já que o outro lado ficará como está. Ou seja, o trabalhador que pedir a conta não precisará dar a empresa um aviso prévio proporcional aos anos trabalhados.
Então, no curto prazo, a nova lei certamente irá beneficiar os funcionários com bastante tempo de casa. E no médio e longo prazo, as empresas irão buscar formas de neutralizar os efeitos financeiros se eles realmente se mostrarem pesados. Por exemplo, aumentando o número de terceirizados e PJs.
O mais importante agora é que o Congresso aja rapidamente, para evitar que empresas mais pessimistas comecem a dispensar funcionários antigos como medida de precaução.
Max Gehringer, para CBN.
2011-06-25
As caras e caretas revelando emoções de quem joga videogame - fotografia de Mr Toledano
Phillip Toledano, em seu trabalho como fotógrafo, não gosta muito de tirar retratos, pois ele acha que o retrato não revela nada a não ser as intenções do fotógrafo e não do fotografado.
Então, como retratar emoções e sentimentos escondidos? Características geralmente escondidas do mundo? Uma solução encontrada por Toledano foi retratar os fotografados enquanto eles estavam distraídos exercendo alguma atividade que revelasse mais de suas personalidades. Então, ele os fotografou jogando video-game.
Vejam:
Imagens via site oficial de Phillip Toledano.
Então, como retratar emoções e sentimentos escondidos? Características geralmente escondidas do mundo? Uma solução encontrada por Toledano foi retratar os fotografados enquanto eles estavam distraídos exercendo alguma atividade que revelasse mais de suas personalidades. Então, ele os fotografou jogando video-game.
Vejam:
Imagens via site oficial de Phillip Toledano.
2011-06-24
Filme: Kung Fu Panda 2
Eu esperava muito pouco da nova animação da Dreamworks, o filme Kung Fu Panda 2. Achei o primeiro filme até simpático, com boas piadas mas com uma história bem fraca (e que tinha como o maior mérito a animação em si, especialmente as coreografias de arte marciais de cada animal seguindo o seu estilo típico do kung-fu). Esperava mais do mesmo, mas ao assistir Kung Fu Panda 2, me surpreendi. E com aquele tipo de surpresa boa.
No primeiro Kung Fu Panda, Po, o panda que dá nome ao filme, aprende kung-fu e se torna uma hábil lutador (ou praticante da arte, como queiram). Neste filme, ele não buscará mais a sua força interior, mas a sua paz interior, numa evolução que o levará a arte mais próxima do tai chi chuan. Mas para descobrir a sua paz interior, Po terá que voltar seus olhos ao passado. E é no passado que o filme começa, contando com uma animação mais estilizada (lembrando um pouco aqueles teatros de bonecos), como um príncipe pavão ordenou a morte de todos os pandas por temer a profecia de que um guerreiro preto e branco o derrotasse. Já no presente, esse pavão Lord Shen ameaça o próprio kung-fu ao utilizar o conhecimento da pólvora para construir imensos canhões. Sem saber a princípio do seu passado, Po e os cinco guerreiros partem para tentar deter Lorde Shen, que já derrotara um dos mestres do kung fu, o mestre Rino(ceronte).
Vale ressaltar também que a animação convencional em 2D, usada para ilustrar o passado de Po em flashbacks, dá um toque muito esperto ao filme. Afinal se o presente é 3D, como mostrar o passado? Além é claro, da animação em 2D ser muito bem produzida, com um toque de estilo oriental.
Uma das melhores coisas de Kung Fu Panda foi a caracterização dos animais como personagens do universo de filmes de kung-fu, e isso se mantém neste segundo filme. Os pavões, por exemplo, como inventores dos fogos de artifício é uma ideia genial, uma vez que a própria natureza bela e exibicionista das caudas dos pavões combina muito com os fogos explodindo nos céus. Fora, claro, a parte do kung-fu, que coloca Lord Shen como especialista na luta com um leque (que, usado em conjunto com sua cauda, forma uma combinação de leques muito bacana). Também repare que os soldados inimigos são lobos e gorilas (animais ameaçadorers), enquanto a população oprimida é formada por coelhos e carneiros (animais tranquilos). E claro, as características de cada animal participante dos cinco guerreiros (víbora, tigresa, macaco, garça e gafanhoto) como lutadores de kung-fu continua igualmente ótima, sendo uma excelente homenagem tanto a filmes de artes marciais quanto às próprias.
Kung Fu Panda 2 tem um arco dramático muito melhor resolvido e mais profundo, na minha opinião. Tanto para Po quanto para Shen, o papel dos seus pais é algo importantíssimo, embora de maneiras totalmente distintas. O filme tem um roteiro bem desenvolvido, mesmo que deixe os personagens secundários apagados (isso, em prol do desenvolvimento do personagem principal e de seu algoz neste filme). Entretanto, o roteiro não se esquece totalmente deles, dando-lhes momentos cômicos ou mesmo em pouquíssimas cenas, desenvolvendo um outro aspecto, como é o caso das cenas da Tigresa com Po.
Isso faz com que Kung Fu Panda 2 tenha menos piadas, mas ganhe mais em história. O que eu considero muito acertado, uma vez que por quanto tempo mais aguentaríamos a quantidade de piadas envolvendo os dotes físicos do urso, coisa que foi explorada a fundo no primeiro filme? Apesar de não terem sido totalmente abandonadas, como bem mostra uma piada mo trailer, sobre a fome de justiça do punho de Po, elas estão em menor quantidade, e mais importante: estão bem equilibradas entre as cenas de ação e o desenvolvimento da história.
É interessante ver a Dreamworks (e alguns outros estúdios) se aproximando do padrão Pixar de contar histórias, focando bastante nas narrativas e não somente na técnica ou no festival de bichinhos fofos, como podemos ver em Como Treinar o seu Dragão (também da Dreamworks), ou mesmo Tá Chovendo Hambúrger (da Sony), que são excelentes animações com histórias igualmente ótimas. Recomendadíssimos, assim como este novo Kung Fu Panda 2.
Trailer:
Para saber mais: crítica no Omelete.
No primeiro Kung Fu Panda, Po, o panda que dá nome ao filme, aprende kung-fu e se torna uma hábil lutador (ou praticante da arte, como queiram). Neste filme, ele não buscará mais a sua força interior, mas a sua paz interior, numa evolução que o levará a arte mais próxima do tai chi chuan. Mas para descobrir a sua paz interior, Po terá que voltar seus olhos ao passado. E é no passado que o filme começa, contando com uma animação mais estilizada (lembrando um pouco aqueles teatros de bonecos), como um príncipe pavão ordenou a morte de todos os pandas por temer a profecia de que um guerreiro preto e branco o derrotasse. Já no presente, esse pavão Lord Shen ameaça o próprio kung-fu ao utilizar o conhecimento da pólvora para construir imensos canhões. Sem saber a princípio do seu passado, Po e os cinco guerreiros partem para tentar deter Lorde Shen, que já derrotara um dos mestres do kung fu, o mestre Rino(ceronte).
Vale ressaltar também que a animação convencional em 2D, usada para ilustrar o passado de Po em flashbacks, dá um toque muito esperto ao filme. Afinal se o presente é 3D, como mostrar o passado? Além é claro, da animação em 2D ser muito bem produzida, com um toque de estilo oriental.
Uma das melhores coisas de Kung Fu Panda foi a caracterização dos animais como personagens do universo de filmes de kung-fu, e isso se mantém neste segundo filme. Os pavões, por exemplo, como inventores dos fogos de artifício é uma ideia genial, uma vez que a própria natureza bela e exibicionista das caudas dos pavões combina muito com os fogos explodindo nos céus. Fora, claro, a parte do kung-fu, que coloca Lord Shen como especialista na luta com um leque (que, usado em conjunto com sua cauda, forma uma combinação de leques muito bacana). Também repare que os soldados inimigos são lobos e gorilas (animais ameaçadorers), enquanto a população oprimida é formada por coelhos e carneiros (animais tranquilos). E claro, as características de cada animal participante dos cinco guerreiros (víbora, tigresa, macaco, garça e gafanhoto) como lutadores de kung-fu continua igualmente ótima, sendo uma excelente homenagem tanto a filmes de artes marciais quanto às próprias.
Kung Fu Panda 2 tem um arco dramático muito melhor resolvido e mais profundo, na minha opinião. Tanto para Po quanto para Shen, o papel dos seus pais é algo importantíssimo, embora de maneiras totalmente distintas. O filme tem um roteiro bem desenvolvido, mesmo que deixe os personagens secundários apagados (isso, em prol do desenvolvimento do personagem principal e de seu algoz neste filme). Entretanto, o roteiro não se esquece totalmente deles, dando-lhes momentos cômicos ou mesmo em pouquíssimas cenas, desenvolvendo um outro aspecto, como é o caso das cenas da Tigresa com Po.
Isso faz com que Kung Fu Panda 2 tenha menos piadas, mas ganhe mais em história. O que eu considero muito acertado, uma vez que por quanto tempo mais aguentaríamos a quantidade de piadas envolvendo os dotes físicos do urso, coisa que foi explorada a fundo no primeiro filme? Apesar de não terem sido totalmente abandonadas, como bem mostra uma piada mo trailer, sobre a fome de justiça do punho de Po, elas estão em menor quantidade, e mais importante: estão bem equilibradas entre as cenas de ação e o desenvolvimento da história.
É interessante ver a Dreamworks (e alguns outros estúdios) se aproximando do padrão Pixar de contar histórias, focando bastante nas narrativas e não somente na técnica ou no festival de bichinhos fofos, como podemos ver em Como Treinar o seu Dragão (também da Dreamworks), ou mesmo Tá Chovendo Hambúrger (da Sony), que são excelentes animações com histórias igualmente ótimas. Recomendadíssimos, assim como este novo Kung Fu Panda 2.
Trailer:
Para saber mais: crítica no Omelete.
Dividir para conquistar
Dividir para conquistar é uma tática milenar para resolver coisas complexas.
Universo (ou Deus ou como quiser). Trocando um problemão por vários probleminhas.
E mulheres. Se desesperando por vários probleminhas.
Quadrinhos originais de I don't get it either, de Cecilia Webber (a mesma que usa fotos de corpos nus para fazer belas ilustrações de flores e borboletas.)
- Universo, eu sinto que tenho um grande problema e não consigo resolvê-lo.
- Quando você tem um grande problema que não consegue resolver, quebre-o em problemas menores.
- Aaaargh, eu tenho UM MONTE de problemas.
Universo (ou Deus ou como quiser). Trocando um problemão por vários probleminhas.
E mulheres. Se desesperando por vários probleminhas.
Quadrinhos originais de I don't get it either, de Cecilia Webber (a mesma que usa fotos de corpos nus para fazer belas ilustrações de flores e borboletas.)
'Dei a minha palavra sobre um emprego, mas recebi uma proposta melhor' - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 24/06/2011, sobre a palavra dada e oportunidades de última hora.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Dei a minha palavra sobre um emprego, mas recebi uma proposta melhor'
Escreve um ouvinte: "Trabalho no setor de Tecnologia da Informação, que está muito aquecido. Participei de um processo e consegui a vaga. Anteontem o gerente me disse que bateria o martelo em sete dias, porque a contratação precisava do aval da matriz nos Estados Unidos. Mas isso seria mera formalidade burocrática. Nessa entrevista o gerente me perguntou se eu realmente queria aquela vaga e não iria desistir dela no último momento. Eu respondi para ele ficar tranquilo quanto a isso.
Bom, ontem recebi outro convite, de um diretor com quem já trabalhei no passado. Ele me fez uma proposta por telefone e se eu aceitar, posso começar já. Essa segunda proposta é melhor em termos salariais, só que não sei como dizer ao gerente da primeira empresa que dei a minha palavra e agora estou pulando fora. O que você me diz?"
Bom, na semana passada eu fiz um comentário sobre um ouvinte que foi selecionado num processo, pediu a conta e a empresa cancelou a vaga. Se isso merece crítica, temos que considerar que a primeira empresa também teve um custo com o processo e que o gerente vai sofrer um desgaste, já que a matriz aprovaria uma contratação inexistente. Foi pensando nessa hipótese que o gerente perguntou antes se você não iria desistir.
Mas olhe a questão por um outro lado. Se um amigo lhe fizesse a mesma pergunta que você me fez, o que você iria sugerir a ele? Pegar a melhor proposta ou manter a palavra dada? E tome a mesma decisão que você recomendaria a ele.
Se você decidir ir pelo dinheiro, bem pouca gente irá dizer que você está errado. Se a sua opção for manter a palavra, você explica ao diretor da segunda empresa que já havia assumido um compromisso e que se sentiria mal roendo a corda. Como você mesmo afirmou que o pula-pula é normal no setor, é provável que o diretor entenda e até deixe o convite em aberto.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Dei a minha palavra sobre um emprego, mas recebi uma proposta melhor'
Escreve um ouvinte: "Trabalho no setor de Tecnologia da Informação, que está muito aquecido. Participei de um processo e consegui a vaga. Anteontem o gerente me disse que bateria o martelo em sete dias, porque a contratação precisava do aval da matriz nos Estados Unidos. Mas isso seria mera formalidade burocrática. Nessa entrevista o gerente me perguntou se eu realmente queria aquela vaga e não iria desistir dela no último momento. Eu respondi para ele ficar tranquilo quanto a isso.
Bom, ontem recebi outro convite, de um diretor com quem já trabalhei no passado. Ele me fez uma proposta por telefone e se eu aceitar, posso começar já. Essa segunda proposta é melhor em termos salariais, só que não sei como dizer ao gerente da primeira empresa que dei a minha palavra e agora estou pulando fora. O que você me diz?"
Bom, na semana passada eu fiz um comentário sobre um ouvinte que foi selecionado num processo, pediu a conta e a empresa cancelou a vaga. Se isso merece crítica, temos que considerar que a primeira empresa também teve um custo com o processo e que o gerente vai sofrer um desgaste, já que a matriz aprovaria uma contratação inexistente. Foi pensando nessa hipótese que o gerente perguntou antes se você não iria desistir.
Mas olhe a questão por um outro lado. Se um amigo lhe fizesse a mesma pergunta que você me fez, o que você iria sugerir a ele? Pegar a melhor proposta ou manter a palavra dada? E tome a mesma decisão que você recomendaria a ele.
Se você decidir ir pelo dinheiro, bem pouca gente irá dizer que você está errado. Se a sua opção for manter a palavra, você explica ao diretor da segunda empresa que já havia assumido um compromisso e que se sentiria mal roendo a corda. Como você mesmo afirmou que o pula-pula é normal no setor, é provável que o diretor entenda e até deixe o convite em aberto.
Max Gehringer, para CBN.
2011-06-23
'Existe uma relação entre idade e salário?' - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 23/06/2011, sobre a relação entre idade e salário.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Existe uma relação entre idade e salário?'
"Tenho uma dúvida", escreve uma ouvinte, "que vai ficando maior na medida em que o tempo passa. Estou com 36 anos e tem dias que eu acho que ganho bem. E outros em que eu acho que não. A minha pergunta é: existe uma relação entre idade e salário? E se existe, quanto eu deveria estar ganhando?"
Sim, existe. Mas ela não depende apenas da idade. Depende também da escolaridade e do mercado de trabalho na sua região.
Vamos dizer que um trabalhador de 36 anos concluiu somente o ensino médio e mora numa cidade em que existem apenas empresas familiares de pequeno porte. É muito provável que ele ganhe o salário mínimo.
Digamos que esse mesmo trabalhador de 36 anos more numa cidade grande, com muitas indústrias e tenha concluído um curso técnico. Então, além da teoria, ele já terá acumulado quase 20 anos de experiência prática. É bem possível que ele ganhe entre três e quatro salários mínimos.
Se ele tivesse feito um curso superior ganharia entre 30% e 50% a mais. Tudo isso supondo que ele não é chefe, o que é o caso da maioria dos profissionais com 36 anos de idade.
Então, voltando ao caso do nosso ouvinte, se ele tem um curso superior, mora numa cidade grande, trabalha numa empresa de médio porte e não é chefe, ele deveria estar ganhando 2500 reais por mês. Se for chefe, na linha mais baixa de chefia, entre 4 e 5 mil reais numa empresa de porte médio e entre 6 e 8 mil reais numa de grande porte. Se ele for gerente de primeira linha numa grande empresa e além do diploma possui uma pós-graduação e fala outro idioma, entre 12 e 18 mil.
É por isso que o nosso ouvinte está confuso. Os fatores são muitos. Mas eu espero que ele tenha tido uma ideia e que neste momento esteja festejando porque ganha muito bem.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Existe uma relação entre idade e salário?'
"Tenho uma dúvida", escreve uma ouvinte, "que vai ficando maior na medida em que o tempo passa. Estou com 36 anos e tem dias que eu acho que ganho bem. E outros em que eu acho que não. A minha pergunta é: existe uma relação entre idade e salário? E se existe, quanto eu deveria estar ganhando?"
Sim, existe. Mas ela não depende apenas da idade. Depende também da escolaridade e do mercado de trabalho na sua região.
Vamos dizer que um trabalhador de 36 anos concluiu somente o ensino médio e mora numa cidade em que existem apenas empresas familiares de pequeno porte. É muito provável que ele ganhe o salário mínimo.
Digamos que esse mesmo trabalhador de 36 anos more numa cidade grande, com muitas indústrias e tenha concluído um curso técnico. Então, além da teoria, ele já terá acumulado quase 20 anos de experiência prática. É bem possível que ele ganhe entre três e quatro salários mínimos.
Se ele tivesse feito um curso superior ganharia entre 30% e 50% a mais. Tudo isso supondo que ele não é chefe, o que é o caso da maioria dos profissionais com 36 anos de idade.
Então, voltando ao caso do nosso ouvinte, se ele tem um curso superior, mora numa cidade grande, trabalha numa empresa de médio porte e não é chefe, ele deveria estar ganhando 2500 reais por mês. Se for chefe, na linha mais baixa de chefia, entre 4 e 5 mil reais numa empresa de porte médio e entre 6 e 8 mil reais numa de grande porte. Se ele for gerente de primeira linha numa grande empresa e além do diploma possui uma pós-graduação e fala outro idioma, entre 12 e 18 mil.
É por isso que o nosso ouvinte está confuso. Os fatores são muitos. Mas eu espero que ele tenha tido uma ideia e que neste momento esteja festejando porque ganha muito bem.
Max Gehringer, para CBN.
2011-06-22
Sangue e machucados da garota nas gritantes fotos de Lissy Elle
De certa maneira, há um ar libertador na dor, no processo de se ferir. Não à toa, os auto-ferimentos são uma maneira, ainda que longe da ideal, de se lidar com as angústias, sobretudo aquelas tão presentes na adolescência. E é dessas angústias que uma parte do trabalho da jovem fotógrafa Lissy Elle me lembra. São fotos, muitos autorretratos, que mostram uma garota com machucados, marcas de ferimentos e sangue.
Apesar da maquiagem não ser nenhum primor (em algumas, o sangue é claramente visto como uma mistura de esmalte de unhas), as fotos ainda conseguem instigar, podendo chocar (alguns). Vejam
Vítima: a perna da Barbie.
Sangue.
Mãos quebradas.
Contusões.
Aparador de cabeça.
Matei seu carpinteiro.
Joelho machucado.
Vermelhinho.
Sangue nasal.
Lágrimas.
A morte.
A terra que nos tornamos.
O fim de Alice.
A primeira regra do Clube da Luta...
A mão que ajuda.
A vítima.
Imagens via FlickR de Lissy Elle. Dica via Empty Kingdom.
Apesar da maquiagem não ser nenhum primor (em algumas, o sangue é claramente visto como uma mistura de esmalte de unhas), as fotos ainda conseguem instigar, podendo chocar (alguns). Vejam
Vítima: a perna da Barbie.
Sangue.
Mãos quebradas.
Contusões.
Aparador de cabeça.
Matei seu carpinteiro.
Joelho machucado.
Vermelhinho.
Sangue nasal.
Lágrimas.
A morte.
A terra que nos tornamos.
O fim de Alice.
A primeira regra do Clube da Luta...
A mão que ajuda.
A vítima.
Imagens via FlickR de Lissy Elle. Dica via Empty Kingdom.