Se a nossa vida é uma peça de teatro ou um show, e somos os protagonistas de cada peça particular, o que fazer quando a gente se cansa? Quando tudo o que a gente gostaria era tirar férias das nossas próprias existências? Quando estamos cansados de viver o espetáculo não tão espetacular de cada vidinha nossa?
O que fazer?
Continuar. Porque o show tem que continuar. (A não ser, claro, que você se suicide, no seu ato final. Se for fazer isso, faça com estilo.)
Para o resto de nós, o que resta é continuar. Porque o show não para. Nunca para.
(Na boa, não gosto do estilo carnavalesco do Freddy Mercury, mas a música do Queen é massa!)
Letra e tradução:
The Show Must Go On - O Show Tem Que Continuar
Queen
Empty spaces - what are we living for?
Abandoned places - I guess we know the score..
On and on!
Does anybody know what we are looking for?
Espaços vazios - para o que estamos vivendo?
Lugares abandonados - eu acho que sabemos o placar...
Continuando e continuando!
Alguém sabe pelo o que estamos procurando?
Another hero - another mindless crime.
Behind the curtain, in the pantomime.
Hold the line!
Does anybody want to take it anymore?
Outro herói - outro crime sem impensado.
Atrás da cortina, na pantomima.
Segure a linha!
Alguém ainda quer segurar isso?
The Show must go on!
The Show must go on!
Inside my heart is breaking,
My make-up may be flaking,
But my smile, still, stays on!
O Show deve continuar!
O Show deve continuar!
Por dentro meu coração está se quebrando,
Minha maquiagem pode estar caindo,
Mas meu sorriso, ainda continua!
Whatever happens, I'll leave it all to chance.
Another heartache - another failed romance.
On and on!
Does anybody know what we are living for?
O que quer que aconteça, eu deixarei tudo à sorte.
Outra dor no coração - outro romance fracassado.
Continuando e continuando!
Alguém sabe para o que estamos vivendo?
I guess i'm learning
I must be warmer now..
I'll soon be turning round the corner now.
Outside the dawn is breaking,
But inside in the dark I'm aching to be free!
Eu acho que estou aprendendo
Eu devo estar mais quente agora...
Logo estarei virando a esquina agora.
Lá fora está amanhecendo,
Mas por dentro na escuridão, eu estou sentindo dor para ser livre!
The Show must go on!
The Show must go on! Yeah!
Ooh! Inside my heart is breaking!
My make-up may be flaking!
But my smile, still, stays on!
Yeah! oh oh oh
O Show deve continuar!
O Show deve continuar!
Por dentro meu coração está se quebrando,
Minha maquiagem pode estar caindo,
Mas meu sorriso, ainda continua!
My soul is painted like the wings of butterflies,
Fairy tales of yesterday, will grow but never die,
I can fly, my friends!
Minha alma está pintada como as asas de borboletas,
Contos de fadas de ontem irão crescer mas nunca morrer,
Eu posso voar, meus amigos!
The Show must go on! Yeah!
The Show must go on!
I'll face it with a grin!
I'm never giving in!
On with the show!
O Show deve continuar!
O Show deve continuar!
Eu encararei isso com um grande sorriso!
Eu nunca irei me entregar!
Avante com o show!
I'll top the bill!
I'll overkill!
I have to find the will to carry on!
On with the,
On with the show!
Eu cobrirei a conta!
Eu irei arrasar!
Eu tenho que achar um jeito de continuar!
Continuar com,
Continuar com o Show!
The Show must go on.
O Show deve continuar.
2009-11-30
Reconhecer o mérito alheio é uma virtude essencial no mercado de trabalho - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 30/11/2009, sobre por que certos chefes se concentram mais nos defeitos do que nas virtudes do subordinado.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Reconhecer o mérito alheio é uma virtude essencial no mercado de trabalho
"Tenho um chefe que faz questão de ficar apontando as minhas deficiências", reclama uma ouvinte. "Mas que não gasta nem um minutinho para elogiar o que eu faço de bom. Isso me deixa muito frustrada, porque parece que meus defeitos são mais relevantes do que as minhas virtudes."
Vamos começar com as boas notícias. Profissionalmente falando, todos nós temos mais virtudes do que deficiências. Para cada deficiência, temos quatro ou cinco virtudes.
Agora, vamos às más notícias. Virtudes precisam ser comprovadas na prática. Deficiências não precisam. Se alguém diz "eu não sou muito bom para falar em público", ninguém vai duvidar. Mas, se uma pessoa diz "eu sou um ótimo orador", todo mundo vai esperar uma ocasião para constatar se isso é mesmo verdade.
Outra coisa: deficiências são mais visíveis do que virtudes. Uma pessoa que é íntegra, cristalina, transparente e tem uma voz de taquara rachada, certamente será mencionada mais pela voz do que pelo resto, embora o resto seja muito mais importante.
Mas por que o chefe da nossa ouvinte, assim como a maioria dos chefes, se preocupa apenas com as deficiências? Porque os funcionários são contratados porque têm virtudes. E estão sendo pagos para transformar essas virtudes em produtividade. Como ninguém até hoje foi contratado pelas deficiências que tinha, o dever do chefe é se concentrar nessas poucas deficiências, para minimizá-las ou para eliminá-las.
Portanto, o chefe de nossa ouvinte, ao contrário do que parece, está enxergando as virtudes dela. Ele apenas sabe que todas essas virtudes já faziam parte do pacote de contratação. Como chefe, ele é pago para corrigir as deficiências que não estavam no pacote.
Evidentemente, mesmo agindo corretamente, o chefe da nossa ouvinte poderia dedicar um minutinho para fazer um elogio merecido. É exatamente isso que diferencia um chefe apreciado de um chefe abominado. Mostrar compreensão, apreço e sensibilidade.
Assim como nossa ouvinte, o chefe dela também tem mais virtudes do que defeitos. Mas ele está deixando de usar uma virtude essencial no mercado de trabalho. Uma virtude que tem custo zero, mas que rende muitos dividendos, tanto para chefes, quanto para subordinados ou colegas de trabalho: a virtude do reconhecimento do mérito alheio.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Reconhecer o mérito alheio é uma virtude essencial no mercado de trabalho
"Tenho um chefe que faz questão de ficar apontando as minhas deficiências", reclama uma ouvinte. "Mas que não gasta nem um minutinho para elogiar o que eu faço de bom. Isso me deixa muito frustrada, porque parece que meus defeitos são mais relevantes do que as minhas virtudes."
Vamos começar com as boas notícias. Profissionalmente falando, todos nós temos mais virtudes do que deficiências. Para cada deficiência, temos quatro ou cinco virtudes.
Agora, vamos às más notícias. Virtudes precisam ser comprovadas na prática. Deficiências não precisam. Se alguém diz "eu não sou muito bom para falar em público", ninguém vai duvidar. Mas, se uma pessoa diz "eu sou um ótimo orador", todo mundo vai esperar uma ocasião para constatar se isso é mesmo verdade.
Outra coisa: deficiências são mais visíveis do que virtudes. Uma pessoa que é íntegra, cristalina, transparente e tem uma voz de taquara rachada, certamente será mencionada mais pela voz do que pelo resto, embora o resto seja muito mais importante.
Mas por que o chefe da nossa ouvinte, assim como a maioria dos chefes, se preocupa apenas com as deficiências? Porque os funcionários são contratados porque têm virtudes. E estão sendo pagos para transformar essas virtudes em produtividade. Como ninguém até hoje foi contratado pelas deficiências que tinha, o dever do chefe é se concentrar nessas poucas deficiências, para minimizá-las ou para eliminá-las.
Portanto, o chefe de nossa ouvinte, ao contrário do que parece, está enxergando as virtudes dela. Ele apenas sabe que todas essas virtudes já faziam parte do pacote de contratação. Como chefe, ele é pago para corrigir as deficiências que não estavam no pacote.
Evidentemente, mesmo agindo corretamente, o chefe da nossa ouvinte poderia dedicar um minutinho para fazer um elogio merecido. É exatamente isso que diferencia um chefe apreciado de um chefe abominado. Mostrar compreensão, apreço e sensibilidade.
Assim como nossa ouvinte, o chefe dela também tem mais virtudes do que defeitos. Mas ele está deixando de usar uma virtude essencial no mercado de trabalho. Uma virtude que tem custo zero, mas que rende muitos dividendos, tanto para chefes, quanto para subordinados ou colegas de trabalho: a virtude do reconhecimento do mérito alheio.
Max Gehringer, para CBN.
2009-11-29
Tirinha: Academia Vs. Empresa
Quando eu digo academia, não é onde você vai malhar pra ficar saradão, mas sim o mundo acadêmico, ou seja, faculdades e universidades.
E você quer saber as diferenças entre o mundo acadêmico e o mundo dos negócios?
Assino embaixo! É assim mesmo.
Tirinha original (em inglês) do XKCD.
E você quer saber as diferenças entre o mundo acadêmico e o mundo dos negócios?
Assino embaixo! É assim mesmo.
Tirinha original (em inglês) do XKCD.
2009-11-28
Poemas - Vista do hotel
Eu já disse que nestas férias viajei pra Curitiba. Bem, fiquei alguns dias num hotel, e apesar do hotel ser a duas quadras de um Shopping, teve horas em que o tédio dominava.
Vendo a vista da janela do hotel, nessa hora, resolvi rabiscar alguma coisa. Olha o que saiu:
Vista do hotel
Ao longe vejo o Jardim Botânico
De longe, não existe gritaria ou pânico.
De outro lado o Shopping que fora estação,
Tão perto que parece que toco com a mão.
Do lado oposto, um grande relógio bancário,
Horas, temperaturas, do alto imaginário.
Entre tudo isso, prédios cinzas de concreto,
Galpões, casas, todos precisam de um teto.
Abaixo, oço o som e vejo a água na fonte,
Onde peixes nadam confinados sem um horizonte.
Deste alto quarto de hotel vejo tanto...
Mas o que eu queria mesmo ver era o seu encanto.
Vendo a vista da janela do hotel, nessa hora, resolvi rabiscar alguma coisa. Olha o que saiu:
Vista do hotel
Ao longe vejo o Jardim Botânico
De longe, não existe gritaria ou pânico.
De outro lado o Shopping que fora estação,
Tão perto que parece que toco com a mão.
Do lado oposto, um grande relógio bancário,
Horas, temperaturas, do alto imaginário.
Entre tudo isso, prédios cinzas de concreto,
Galpões, casas, todos precisam de um teto.
Abaixo, oço o som e vejo a água na fonte,
Onde peixes nadam confinados sem um horizonte.
Deste alto quarto de hotel vejo tanto...
Mas o que eu queria mesmo ver era o seu encanto.
Beck - Follow me
Com essa mania de "sigam-me os bons" causado pelo Twitter, outro dia eu vi uma imagem (não lembro em que blog), que dizia "Follow me".
Pode ser que pra essa galera nova, "follow me" seja apenas um pedido pra serem seguidos no twitter ou em qualquer outra rede social, mas garanto que alguns otakus mais antigos irão se lembrar do anime Beck - Mongolian Chop Squad.
BECK foi um dos melhores animes que eu assisti. Focado no universo musical, em especial o de bandas indie japonesas, a trilha sonora do anime era um show a parte, com músicas exclusivas desse universo. Até hoje, algumas delas são as minhas preferidas. E dentre essas músicas, uma delas era justamente Follow me. Que não tem nada a ver com twitter e o escambau, mas é uma musiquinha muito bacana.
Letra e tradução:
Follow me - Siga-me
Follow me
Baby, I won't let you leave if you believe in me
And I always set you free from all those yesteryears
But you don't know how much
I got believe in you
Siga-me
Querida, Eu não vou dixar você ir se você acredita em mim
E eu sempre te deixei livre em todos esses anos que passaram
Mas você não sabe o quanto,
Eu acredito em você.
I was staring at your shoulder shivering
In such a coldest summer breeze
Meanwhile I wonder why we're here
Look for the line between love and friends
We'll be twisting ourselves again
Eu estava olhando fixamente seus ombros tremendo
Com uma fria brisa de verão
Enquanto eu me pergunto por que estamos aqui
Procuro a linha entre o amor e a amizade,
Nós estaremos nos confundido mais uma vez.
I was standing at the corner on the street
Watching the wheels are turning free
Waiting to back up on my feet
Reading a line between night and day
I'll be twisting myself again
Eu estava em pé em cima da calçada,
Olhando as rodas se tornando livres,
Esperando para voltar me apoiar nos meus pés
Lendo a linha entre o dia e a noite
Eu estarei me confundindo mais uma vez.
Pode ser que pra essa galera nova, "follow me" seja apenas um pedido pra serem seguidos no twitter ou em qualquer outra rede social, mas garanto que alguns otakus mais antigos irão se lembrar do anime Beck - Mongolian Chop Squad.
BECK foi um dos melhores animes que eu assisti. Focado no universo musical, em especial o de bandas indie japonesas, a trilha sonora do anime era um show a parte, com músicas exclusivas desse universo. Até hoje, algumas delas são as minhas preferidas. E dentre essas músicas, uma delas era justamente Follow me. Que não tem nada a ver com twitter e o escambau, mas é uma musiquinha muito bacana.
Letra e tradução:
Follow me - Siga-me
Follow me
Baby, I won't let you leave if you believe in me
And I always set you free from all those yesteryears
But you don't know how much
I got believe in you
Siga-me
Querida, Eu não vou dixar você ir se você acredita em mim
E eu sempre te deixei livre em todos esses anos que passaram
Mas você não sabe o quanto,
Eu acredito em você.
I was staring at your shoulder shivering
In such a coldest summer breeze
Meanwhile I wonder why we're here
Look for the line between love and friends
We'll be twisting ourselves again
Eu estava olhando fixamente seus ombros tremendo
Com uma fria brisa de verão
Enquanto eu me pergunto por que estamos aqui
Procuro a linha entre o amor e a amizade,
Nós estaremos nos confundido mais uma vez.
I was standing at the corner on the street
Watching the wheels are turning free
Waiting to back up on my feet
Reading a line between night and day
I'll be twisting myself again
Eu estava em pé em cima da calçada,
Olhando as rodas se tornando livres,
Esperando para voltar me apoiar nos meus pés
Lendo a linha entre o dia e a noite
Eu estarei me confundindo mais uma vez.
Filme: Substitutos
Só essa semana estreou por aqui o filme Substitutos (ou Surrogates, no original), novo filme do careca bad-ass Bruce Willis. O filme tem uma premissa interessante, mas acaba sendo meio fraquinho.
Num futuro não muito distante, quase todo mundo usa um substituto (ou surrogate, no original), que é um robô (geralmente feito a cara da pessoa, mas um pouco melhorado) e que é controlado remotamente. Ou seja, a pessoa fica confortavelmente na sua casa, deitada numa cama/sofá que lembra muito aqueles que o pessoal usa pra entrar na Matrix, enquanto o seu substituto sai pelo mundo, indo trabalhar, praticar esportes radicais ou mesmo detonar na night.
Para o usuário do surrogate não seja morto quando o seu robô é detonado, existe um dispositivo de segurança. Que uma nova arma consegue desabilitar, fazendo com que seja possível matar o usuário através do seu "avatar". E esse é o começo da trama, que mostra o detetive Tom Greer (Bruce Willis) investigando o caso.
No decorrer da investigação, Greer acaba tendo o seu surrogate destruído, e agora ele tem que se re-adaptar a andar por aí, sendo ele mesmo. E a trama prossegue, envolvendo muita gente graúda, como o criador da tecnologia da substituição, a empresa fabricante dos robôs, militares, etc., e (claro!) a salvação da humanidade!
No geral, Substitutos tem uma trama um tanto batida, um tanto rocambolesca, e vários furos no roteiro são claramente perceptíveis. E claro, tem sua dose de clichês e coisas desnecessárias. Esqueça qualquer discussão filosófica ou da situação contemporânea da tecnologia. Mas em compensação, tem cenas de ação bastante decentes e o Bruce Willis!
Na tela é visível que tudo não passa de uma grande brincadeira e nem os atores parecem levar muito a sério o resultado final. O que não deixa de ser honesto, todo mundo sabe que aquilo é um filme blockbuster de entretenimento sem nenhuma grande pretensão artística.
No fim das contas, o detetive vivido por Willis não é nenhum John McClane, mas garante uma hora e meia de diversão desacerebrada e honesta. É um filme típico de sessão da tarde, desligue o cérebro e assista! Eu até que gostei.
Para saber mais: crítica do Omelete.
Num futuro não muito distante, quase todo mundo usa um substituto (ou surrogate, no original), que é um robô (geralmente feito a cara da pessoa, mas um pouco melhorado) e que é controlado remotamente. Ou seja, a pessoa fica confortavelmente na sua casa, deitada numa cama/sofá que lembra muito aqueles que o pessoal usa pra entrar na Matrix, enquanto o seu substituto sai pelo mundo, indo trabalhar, praticar esportes radicais ou mesmo detonar na night.
Para o usuário do surrogate não seja morto quando o seu robô é detonado, existe um dispositivo de segurança. Que uma nova arma consegue desabilitar, fazendo com que seja possível matar o usuário através do seu "avatar". E esse é o começo da trama, que mostra o detetive Tom Greer (Bruce Willis) investigando o caso.
No decorrer da investigação, Greer acaba tendo o seu surrogate destruído, e agora ele tem que se re-adaptar a andar por aí, sendo ele mesmo. E a trama prossegue, envolvendo muita gente graúda, como o criador da tecnologia da substituição, a empresa fabricante dos robôs, militares, etc., e (claro!) a salvação da humanidade!
No geral, Substitutos tem uma trama um tanto batida, um tanto rocambolesca, e vários furos no roteiro são claramente perceptíveis. E claro, tem sua dose de clichês e coisas desnecessárias. Esqueça qualquer discussão filosófica ou da situação contemporânea da tecnologia. Mas em compensação, tem cenas de ação bastante decentes e o Bruce Willis!
Na tela é visível que tudo não passa de uma grande brincadeira e nem os atores parecem levar muito a sério o resultado final. O que não deixa de ser honesto, todo mundo sabe que aquilo é um filme blockbuster de entretenimento sem nenhuma grande pretensão artística.
No fim das contas, o detetive vivido por Willis não é nenhum John McClane, mas garante uma hora e meia de diversão desacerebrada e honesta. É um filme típico de sessão da tarde, desligue o cérebro e assista! Eu até que gostei.
Para saber mais: crítica do Omelete.
2009-11-27
Filme: 2012
Só essa semana fui ver o filme-catástrofe da vez, 2012. Tenho que admitir que gostei bastante.
O filme é cheio de clichês, tem uma história difícil de engolir, mas o que importa? A destruição é demais! :) É um barato ver Jackson Curtis, personagem de John Cusack, correndo, pulando e fugindo de cada desastre. E essas cenas de ação, em que tudo desmorona/explode/whatever, são muito bem feitas. Ação de primeira, sem dúvida. Por exemplo, eu achei um barato o teto da Capela Sistina rachando, bem entre Deus e Adão.
A história? Bem, um grupinho de cientistas descobre que por causa do comportamento anormal do sol, o núcleo da Terra foi afetado e a crosta terrestre vai sofrer um bocado, causando todo tipo de desastre imaginável. E que não vai sobrar uma viva alma humana, se não for feito nada. E claro, pra coincidir com as "profecias maias", a calamidade culmina em 2012.
Enquanto o governo vai tomando as suas providências pra garantir a continuidade da espécie e cultura humanas, o escritor fracassado e motorista de limusine, Jackson Curtis, vive seus dramas comuns, divorciado e pai de dois pimpolhos.
E a história prossegue, com os clássicos clichês, do maluco que sabia ("você ouviu primeiro com o Charlie"), os ricos/malvados que tentam comprar sua passagem rumo a segurança, mas que acabam sendo mortos no caminho, essas coisas...
A parte "dramática" do roteiro dá sono, e vários subplots poderiam ser cortados, sem prejuízo algum. Mas sabe como é, todo diretor gosta de dizer que seu filme é mais que explosões e correria. Sorte que o sono não chega porque uma nova desgraça está sempre virando a esquina.
Desligue a parte crítica do seu cérebro e se delicie com a Terra indo pro saco. Porque isso é que dá o gostinho bom de 2012: destruição, destruição, destruição! E isso o filme faz muito bem.
Trailer:
Para saber mais: Especial Omelete de 2012.
O filme é cheio de clichês, tem uma história difícil de engolir, mas o que importa? A destruição é demais! :) É um barato ver Jackson Curtis, personagem de John Cusack, correndo, pulando e fugindo de cada desastre. E essas cenas de ação, em que tudo desmorona/explode/whatever, são muito bem feitas. Ação de primeira, sem dúvida. Por exemplo, eu achei um barato o teto da Capela Sistina rachando, bem entre Deus e Adão.
A história? Bem, um grupinho de cientistas descobre que por causa do comportamento anormal do sol, o núcleo da Terra foi afetado e a crosta terrestre vai sofrer um bocado, causando todo tipo de desastre imaginável. E que não vai sobrar uma viva alma humana, se não for feito nada. E claro, pra coincidir com as "profecias maias", a calamidade culmina em 2012.
Enquanto o governo vai tomando as suas providências pra garantir a continuidade da espécie e cultura humanas, o escritor fracassado e motorista de limusine, Jackson Curtis, vive seus dramas comuns, divorciado e pai de dois pimpolhos.
E a história prossegue, com os clássicos clichês, do maluco que sabia ("você ouviu primeiro com o Charlie"), os ricos/malvados que tentam comprar sua passagem rumo a segurança, mas que acabam sendo mortos no caminho, essas coisas...
A parte "dramática" do roteiro dá sono, e vários subplots poderiam ser cortados, sem prejuízo algum. Mas sabe como é, todo diretor gosta de dizer que seu filme é mais que explosões e correria. Sorte que o sono não chega porque uma nova desgraça está sempre virando a esquina.
Desligue a parte crítica do seu cérebro e se delicie com a Terra indo pro saco. Porque isso é que dá o gostinho bom de 2012: destruição, destruição, destruição! E isso o filme faz muito bem.
Trailer:
Para saber mais: Especial Omelete de 2012.
Decisões, decisões...
Todo dia, um monte de decisões. Muitas, a gente tem que tomar levando em conta nossa ética/moral. E aí, que melhor imagem pra ilustrar, do que a do anjinho e do diabinho cochichando nas nossas orelhas?
Hummm, aposto que ela está pendendo pra diabinha. Se bem que essa anjinha também está um pecado, hahaha.
Fotografia de Mark Velasquez, que tem outras imagens muito legais aqui.
Hummm, aposto que ela está pendendo pra diabinha. Se bem que essa anjinha também está um pecado, hahaha.
Fotografia de Mark Velasquez, que tem outras imagens muito legais aqui.
Quando optar por um curso de ensino à distância? - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 27/11/2009, sobre quando a opção por um curso de ensino à distância é recomendado.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
/===================================================================================
Quando optar por um curso de ensino à distância?
"Em quais situações é recomendável optar por um curso de ensino à distância?", pergunta um ouvinte.
Antes de responder, vai aqui um elogio ao modo como a pergunta foi formulada. Já tivemos algumas consultas sobre essa moderna modalidade de ensino, mas em todas elas os ouvintes queriam saber se para o mercado de trabalho, o ensino à distância teria o mesmo valor de um curso superior presencial. Para essa questão, a resposta é não, não tem.
Nem tanto pelo conteúdo do curso em si, mas em função da opinião dos recrutadores de empresas. Praticamente todos eles fizeram cursos superiores presenciais. E como o ensino à distância ainda não está sedimentado no Brasil, os recrutadores têm dado preferência a quem tenha feito, assim como eles, cursos presenciais. Um dia, quando profissionais diplomados em curso de ensino à distância, estiverem ocupando posições-chave nas áreas de recrutamento, é provável que essa visão mude. Mas esse dia ainda vai demorar um pouco para chegar.
Agora, em relação à pergunta do ouvinte, há duas situações em que um curso de ensino à distância despertará simpatias nos entrevistadores. O primeiro é o caso de quem já concluiu um curso superior presencial. E decide fazer um curso à distância para se atualizar ou para adquirir conhecimentos em outra área. Nesse caso, o curso funcionaria como uma especialização, ou mesmo como uma pós-graduação, mesmo que o curso não tenha esse título.
A segunda situação é a dos profissionais que não têm condições de fazer um curso presencial. Por exemplo, aqueles que precisam viajar constantemente no exercício de sua função. Num curso presencial, eles perderiam o ano por excesso de faltas. Num curso à distância, acessariam a aula onde estivessem. Quando eu digo condições, eu me refiro apenas às condições de tempo, e não econômicas ou de outra ordem.
Há ainda uma terceira situação. A de quem tem como meta, um emprego no setor público. Aí, caso o edital do concurso permita a inscrição com o diploma do ensino à distância, o temido entrevistador seria eliminado do processo.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Quando optar por um curso de ensino à distância?
"Em quais situações é recomendável optar por um curso de ensino à distância?", pergunta um ouvinte.
Antes de responder, vai aqui um elogio ao modo como a pergunta foi formulada. Já tivemos algumas consultas sobre essa moderna modalidade de ensino, mas em todas elas os ouvintes queriam saber se para o mercado de trabalho, o ensino à distância teria o mesmo valor de um curso superior presencial. Para essa questão, a resposta é não, não tem.
Nem tanto pelo conteúdo do curso em si, mas em função da opinião dos recrutadores de empresas. Praticamente todos eles fizeram cursos superiores presenciais. E como o ensino à distância ainda não está sedimentado no Brasil, os recrutadores têm dado preferência a quem tenha feito, assim como eles, cursos presenciais. Um dia, quando profissionais diplomados em curso de ensino à distância, estiverem ocupando posições-chave nas áreas de recrutamento, é provável que essa visão mude. Mas esse dia ainda vai demorar um pouco para chegar.
Agora, em relação à pergunta do ouvinte, há duas situações em que um curso de ensino à distância despertará simpatias nos entrevistadores. O primeiro é o caso de quem já concluiu um curso superior presencial. E decide fazer um curso à distância para se atualizar ou para adquirir conhecimentos em outra área. Nesse caso, o curso funcionaria como uma especialização, ou mesmo como uma pós-graduação, mesmo que o curso não tenha esse título.
A segunda situação é a dos profissionais que não têm condições de fazer um curso presencial. Por exemplo, aqueles que precisam viajar constantemente no exercício de sua função. Num curso presencial, eles perderiam o ano por excesso de faltas. Num curso à distância, acessariam a aula onde estivessem. Quando eu digo condições, eu me refiro apenas às condições de tempo, e não econômicas ou de outra ordem.
Há ainda uma terceira situação. A de quem tem como meta, um emprego no setor público. Aí, caso o edital do concurso permita a inscrição com o diploma do ensino à distância, o temido entrevistador seria eliminado do processo.
Max Gehringer, para CBN.
2009-11-26
Livro: Noturno
A primeira vez que ouvi falar deste livro, Noturno, de Chuck Hogan e Guillermo del Toro (cineasta, diretor de filmes como O Labirinto do Fauno e Hellboy), acho que foi num OmeleTV, o videocast do Omelete. Depois, já na livraria, peguei o livro e comecei a dar uma lida. Logo as primeiras páginas te fisgam, tanto pelo estilo narrativo quanto pelo mistério que envolve toda a história do livro.
Acabei não comprando o livro, porque ganhei uma promoção no Não, nada não, o blog do Gerundino, e acabei por ganhar o livro.
Bem, Noturno é um livro de vampiros, primeiro de uma planejada trilogia. E diga-se de passagem, o livro é sensacional. É um livro adulto, que transpira a violência e o terror que deveria ser inerente a qualquer tema vampiresco (afinal, vampiros são MORTOS! Mortos-vivos, mas ainda assim, mortos!). Além disso, a narrativa tem uma excelente dose de mistério e suspense.
Esqueçam os vampiros emos que têm feito a cabeça das (por pouco tempo) donzelinhas. Também esqueçam os vampiros charmosos, estilo Drácula de Bram Stoker. Aqui, os vampiros são muito mais... animais. Selvagens. Em certos aspectos, eles lembram muito zumbis. Em outros aspectos, especialmente físicos, eles lembram um pouco os vampiros dos filmes do Blade (talvez, influência do del Toro ter dirigido o segundo?).
Outro diferencial dos vampiros de Noturno é que eles não são totalmente "científicos" ou "míticos", ou seja, não são simples "criaturas da noite", nem somente "monstros genéticos". Mas eles são ambos. Uma das coisas que eu acho que o livro faz muito bem, é combinar muito bem nos seus vampiros, os aspectos "científicos" (afinal, queiram ou não, os vampiros ainda são seres físicos) e os aspectos "míticos" (o medo que eles causam, por exemplo).
(Guillermo del Toro com um vampiro de Blade 2, que ele dirigiu.)
De qualquer maneira, a história começa quando um avião Boing pousa no aeroporto JFK em Nova York, e logo depois literalmente "apaga", cortando comunicações e ficando parado na pista e sem nenhum sinal de vida. O Centro de Controle de Doenças é acionado, por medo de um ataque terrorista. O Dr. Eph Goodweather é chamado, e juntamente com outros personagens, acaba descobrindo que quase todos os passageiros estão mortos. Mas... estariam eles realmente mortos?
Enquanto isso, o velho Abraham Setrakian, residente de Nova York e um sobrevivente do Holocausto, sente que chegou a hora de se reencontrar com um velho inimigo. E este velho senhor parece conhecer muito bem todo o terror que está prestes a se abater sobre a cidade.
Estes dois são os "protagonistas" da história, e seus caminhos certamente se cruzarão. Deixei protagonistas entre aspas, pois o livro vai acompanhando vários personagens ao mesmo tempo, alguns tão importantes para a história, quanto esses dois que eu citei.
Como uma das grandes graças desse tipo de livro (na minha opinião) é justamente acompanhar a história e ir descobrindo-a aos poucos, paro por aqui. Basta saber que uma "pandemia vampírica", como diz a orelha do livro, está para se abater, se nada for feito. E que isso pode significar o fim dos seres humanos no planeta.
Mas, se você quiser conhecer um pouco como é o livro, separei três trechos (sem muito spoiler). Grifos por minha conta:
O começo de tudo, quando um avião simplesmente "apaga" após ter pousado:
Dois de nossos protagonistas, prestes a entrarem dentro do avião onde tudo começa:
(Essa vampira não tem nada a ver com o livro, mas eu achei muito legal o design dela.)
O eclipse prenunciando a escuridão:
Se quiser saber mais, tem o site oficial da trilogia, em inglês: The Strain Trilogy.
Acabei não comprando o livro, porque ganhei uma promoção no Não, nada não, o blog do Gerundino, e acabei por ganhar o livro.
Bem, Noturno é um livro de vampiros, primeiro de uma planejada trilogia. E diga-se de passagem, o livro é sensacional. É um livro adulto, que transpira a violência e o terror que deveria ser inerente a qualquer tema vampiresco (afinal, vampiros são MORTOS! Mortos-vivos, mas ainda assim, mortos!). Além disso, a narrativa tem uma excelente dose de mistério e suspense.
Esqueçam os vampiros emos que têm feito a cabeça das (por pouco tempo) donzelinhas. Também esqueçam os vampiros charmosos, estilo Drácula de Bram Stoker. Aqui, os vampiros são muito mais... animais. Selvagens. Em certos aspectos, eles lembram muito zumbis. Em outros aspectos, especialmente físicos, eles lembram um pouco os vampiros dos filmes do Blade (talvez, influência do del Toro ter dirigido o segundo?).
Outro diferencial dos vampiros de Noturno é que eles não são totalmente "científicos" ou "míticos", ou seja, não são simples "criaturas da noite", nem somente "monstros genéticos". Mas eles são ambos. Uma das coisas que eu acho que o livro faz muito bem, é combinar muito bem nos seus vampiros, os aspectos "científicos" (afinal, queiram ou não, os vampiros ainda são seres físicos) e os aspectos "míticos" (o medo que eles causam, por exemplo).
(Guillermo del Toro com um vampiro de Blade 2, que ele dirigiu.)
De qualquer maneira, a história começa quando um avião Boing pousa no aeroporto JFK em Nova York, e logo depois literalmente "apaga", cortando comunicações e ficando parado na pista e sem nenhum sinal de vida. O Centro de Controle de Doenças é acionado, por medo de um ataque terrorista. O Dr. Eph Goodweather é chamado, e juntamente com outros personagens, acaba descobrindo que quase todos os passageiros estão mortos. Mas... estariam eles realmente mortos?
Enquanto isso, o velho Abraham Setrakian, residente de Nova York e um sobrevivente do Holocausto, sente que chegou a hora de se reencontrar com um velho inimigo. E este velho senhor parece conhecer muito bem todo o terror que está prestes a se abater sobre a cidade.
Estes dois são os "protagonistas" da história, e seus caminhos certamente se cruzarão. Deixei protagonistas entre aspas, pois o livro vai acompanhando vários personagens ao mesmo tempo, alguns tão importantes para a história, quanto esses dois que eu citei.
Como uma das grandes graças desse tipo de livro (na minha opinião) é justamente acompanhar a história e ir descobrindo-a aos poucos, paro por aqui. Basta saber que uma "pandemia vampírica", como diz a orelha do livro, está para se abater, se nada for feito. E que isso pode significar o fim dos seres humanos no planeta.
Mas, se você quiser conhecer um pouco como é o livro, separei três trechos (sem muito spoiler). Grifos por minha conta:
O começo de tudo, quando um avião simplesmente "apaga" após ter pousado:
Calvin Buss trocara seu par de fones e estava dando as ordens estabelecidas no manual da Agência Federal de Aviação para incursões na zona de taxiamento. Todas as chegadas e partidas haviam sido suspensas no espaço aéreo de oito quilômetros em torno do aeroporto. Isso significava que o volume de atrasos cresceria velozmente. Calvin suspendeu os intervalos e mandou os controladores de plantão tentarem contatar o voo 753 em todas as frequências disponíveis.
O Bispo jamais vira algo tão próximo ao caos na torre do aeroporto JFK. Os agentes da Autoridade Portuária, uns caras de terno que murmuravam em aparelhos da Nextel, haviam se agrupado atrás dele. Isso nunca era um bom sinal. É engraçado como as pessoas se reúnem naturalmente quando defrontadas com algo inexplicável. Ele tentou fazer contato outra vez, sem resultado.
Um dos caras de terno perguntou:
— Sinal de sequestro?
— Não — respondeu o Bispo. — Nada.
— Nenhum alerta de incêndio?
— É claro que não.
— Não soou o alarme da porta da cabine de comando? — indagou outro.
O Bispo viu que eles haviam entrado na fase das "perguntas idiotas" da investigação. Apelou para a paciência e a sensatez que garantiam seu sucesso como controlador de tráfego aéreo.
— O Regis 7-5-3 chegou bem e fez um pouso suave. O piloto confirmou o portão de desembarque designado e saiu da pista. Eu fechei o radar e fiz a transição para o Equipamento de Detecção em Superfície dos Aeroportos.
Pondo a mão sobre o microfone, Calvin disse:
— Talvez o piloto tenha precisado desligar tudo?
— Talvez — disse o Bispo. — Ou talvez o avião tenha se desligado.
— Então por que eles não abriram uma porta? — disse um dos caras de terno.
A mente do Bispo já estava remoendo isso. Via de regra, os passageiros nunca ficam sentados um minuto a mais do que precisam. Na semana anterior, um jato da Blue partira da Flórida e quase fora palco de um motim por causa de pão dormido. No caso presente, as pessoas já estavam sentadas sem se mexer havia... talvez quinze minutos. Totalmente no escuro.
— Deve estar começando a esquentar lá dentro. Se a eletricidade foi cortada, não há ar circulando no interior. Não há ventilação.
— Então que diabo eles estão esperando? — disse outro cara de terno.
O Bispo sentiu que o nível de ansiedade de todos ali estava aumentando. Era aquele buraco na barriga quando a gente percebe que vai acontecer algo muito ruim.
— Talvez eles não possam se mexer? — murmurou ele sem pensar.
— Foram feitos reféns? É disso que você está falando? — perguntou o cara de terno.
O Bispo balançou a cabeça em silêncio... mas não era nisso que ele estava pensando. Por alguma razão, só conseguia pensar em... almas.
Dois de nossos protagonistas, prestes a entrarem dentro do avião onde tudo começa:
Eph e Nora se enfiaram na van do Centro de Controle de Doenças, fechando as portas traseiras duplas para fugir da ansiedade reinante na pista ali atrás.
Pegaram o equipamento de material perigoso nível A num cabide. Eph ficou só de cueca e camiseta; Nora, de sutiã esportivo preto e calcinha lavanda. Cada um precisava abrir espaço para os cotovelos e joelhos do outro dentro da viatura apertada. A cabeleira de Nora era espessa e escura, inusitadamente longa para uma epidemiologista de campo, e ela fez um rabo de cavalo com um elástico apertado. Seus braços trabalhavam depressa e com precisão. Seu corpo tinha curvas graciosas e sua pele era calorosamente amorenada.
Depois que a separação de Kelly se tornara permanente e ela iniciara a ação de divórcio, Eph e Nora haviam tido um namorico. Fora somente uma noite, seguida de uma manhã constrangida. Esse desconforto se arrastara por meses a fio, até poucas semanas antes, quando eles haviam tido um segundo namorico. Embora até mesmo mais intensa do que a primeira, e calculada para superar as armadilhas que haviam enredado os dois, a noite causara outra extensa e constrangedora détente.
Sob certo aspecto, ele e Nora trabalhavam com demasiada intimidade: se tivessem algo semelhante a empregos normais, com um local de trabalho tradicional, o resultado poderia ter sido diferente, mais fácil e relaxado. O que eles tinham, porém, era um "amor de trincheira"; como cada um deles se entregava ardorosamente ao projeto Canário, pouco restava para dar ao outro, ou ao resto do mundo. Era uma parceria tão voraz, que ninguém perguntava: "Como foi o seu dia?", nas horas livres, principalmente porque não havia horas livres.
Tal como ali. Eles estavam praticamente nus, um diante do outro, da maneira menos sexual possível. Porque vestir um biotraje é a antítese da sensualidade. É o reverso da sedução, é uma retirada para a profilaxia, a esterilidade.
A primeira camada era um macacão branco Nomex, com as iniciais do Centro de Controle de Doenças gravadas nas costas. Um zíper ia do joelho ao queixo; velcro selava a gola e os punhos; coturnos pretos eram amarrados na canela.
A segunda camada era um descartável traje branco, feito de papel Tyvek. Em seguida vinha a cobertura para as botas, e luvas de proteção química Silver Shield sobre barreiras de náilon, presas com fita adesiva nos punhos e tornozelos. Depois havia o equipamento de respiração autônomo: um arreio para o tanque leve de titânio com pressão regulável, uma máscara respiratória que cobria todo o rosto e um dispositivo pessoal de alerta com alarme de bombeiro.
Os dois hesitaram antes de pôr a máscara no rosto. Nora deu um meio sorriso, colocou a mão em concha sob o queixo de Eph e deu um beijo nele.
— Você está legal?
— Estou.
— Não parece, nem um pouco. Como está o Zack?
— Emburrado. Puto. Como devia estar.
— Não é culpa sua.
— E daí? O que interessa é que o fim de semana com o meu filho se foi, e isso eu nunca vou recuperar. — Eph aprontou a máscara. — Sabe, houve uma fase na minha vida em que precisei escolher entre a família ou o trabalho. Achei que tinha escolhido a família. Aparentemente, não foi suficiente.
Há momentos assim, que surgem quando querem, sem serem convidados, geralmente nas horas mais inconvenientes, tais como numa crise: você olha para uma pessoa e percebe que vai se magoar caso fique sem ela. Eph viu que estava sendo injusto com Nora, insistindo em se apegar a Kelly... e nem era a Kelly, mas ao passado, a um casamento morto, a tudo que acontecera outrora, só por causa de Zack. Nora gostava de Zack. E seu filho gostava de Nora, isso era óbvio.
Naquele exato momento, porém, não era hora de pensar nisso. Eph colocou o respirador e conferiu o tanque. A camada externa consistia em um traje "espacial" amarelo-canário de encapsulamento total, composto por um capuz selado, uma viseira de 210 graus e luvas. Esse era o verdadeiro traje de contenção nível A, o "traje de contato", com doze camadas de tecido que, uma vez selado, isolava totalmente o portador da atmosfera exterior.
Nora conferiu a vedação de Eph, e ele fez o mesmo com ela. Os investigadores de bioameaças trabalham num sistema de parceria, muito semelhante ao de mergulhadores. Os trajes ficavam um pouco inchados devido à circulação do ar. Como isolar agentes patogênicos exigia conter o suor e o calor do corpo, dentro dos trajes a temperatura podia chegar a ficar cinco graus Celsius mais alta do que no ambiente externo.
— Tudo parece certo — disse Eph, usando os microfones ativados pela voz dentro da máscara.
Nora balançou a cabeça, captando o olhar dele através do visor da máscara. O instante se prolongou um pouco demais, como se ela fosse dizer outra coisa, mas tivesse mudado de idéia.
— Pronto? — perguntou ela. Eph balançou a cabeça.
— Vamos em frente.
(Essa vampira não tem nada a ver com o livro, mas eu achei muito legal o design dela.)
O eclipse prenunciando a escuridão:
Kelly Goodweather não conseguia acreditar na rapidez com que o dia escurecera. Ela estava parada, como seus vizinhos da rua Kelton, no que normalmente, àquela hora do dia, seria o lado ensolarado da rua. Olhava para o céu escurecido lá no alto através de óculos com armação de papelão oferecidos gratuitamente com garrafas de dois litros da soda Diet Eclipse. Ela era uma mulher instruída. Em nível intelectual, sabia o que estava acontecendo. Ainda assim, sentiu um acesso de pânico quase estonteante. Um impulso de fugir e se esconder. Aquele alinhamento de corpos celestiais e a passagem na sombra da lua mexiam com algo profundo dentro dela. Tocavam o animal com medo da noite que existia ali.
Outros certamente sentiam o mesmo. A rua ficou silenciosa no momento do eclipse total, aquela luz estranha em que todos estavam imersos. E aquelas sombras serpenteantes que se contorciam pelo gramado ou pelas paredes das casas, fugindo da visão feito espíritos esvoaçantes. Era como se um vento frio soprasse pela rua sem despentear cabelo algum, apenas congelando todos por dentro.
Era aquilo que se diz quando a gente tem um cala-frio: Alguém acabou de passar sobre a sua sepultura. A tal "ocultação" parecia isso. Alguém ou algo passando sobre a sepultura de todos ao mesmo tempo. A lua morta cruzando sobre a terra viva.
E então, lá em cima surgiu a coroa solar. Um antissol, negro e sem rosto, brilhando loucamente em torno do nada da lua, olhando para a terra aqui embaixo com cabelos brancos brilhantes e diáfanos. Um retrato da morte.
Bonnie e Donna, que alugavam a casa vizinha à de Kelly, estavam de pé abraçadas. Bonnie tinha a mão no bolso traseiro das calças folgadas de Donna.
— Não é incrível? — exclamou ela, sorrindo por cima do ombro. Kelly não conseguiu responder. Será que elas não percebiam? Para ela, aquilo não era uma mera curiosidade, uma distração à tarde. Como alguém poderia não ver que era uma espécie de presságio? Para o inferno com explicações astronômicas e raciocínios intelectuais: como aquilo poderia não ter um significado? Talvez não tivesse um significado inerente por si mesmo. Era uma simples convergência de órbitas. Mas como um ser sensível poderia não tirar dali algum significado, fosse positivo, negativo, religioso, psíquico ou outro qualquer? Compreendermos como algo funciona não significa, necessariamente, que compreendemos aquilo...
Sozinha diante da casa, Kelly ouviu alguém exclamar que já era seguro tirar os óculos.
— Você não pode perder isso!
Mas ela não tiraria os óculos. Pouco importava o que a televisão falasse sobre segurança durante a "totalidade". A televisão também falava que ela não envelheceria se comprasse aqueles cremes e pílulas caros.
Exclamações se sucediam pela rua inteira. Aquilo virou um acontecimento realmente comunitário, conforme as pessoas se sentiam mais à vontade com a singularidade, abraçando o momento. Exceto Kelly. O que há de errado comigo?, pensou ela.
Uma parte se devia simplesmente a ter visto Eph na tevê. Ele não dissera muita coisa na coletiva de imprensa, mas Kelly percebera, pelo olhar e modo de falar dele, que algo estava errado. Muito errado. Algo além das rotineiras declarações tranquilizadoras do governador e do prefeito. Algo além das súbitas e inexplicáveis mortes de 206 passageiros transatlânticos.
Um vírus? Um ataque terrorista? Um suicídio em massa?
E agora o eclipse.
Kelly queria que Zack e Matt estivessem em casa. Queria ter os dois ali com ela, já. Queria que a tal ocultação solar terminasse, e que ela nunca mais tivesse aquela sensação. Pelo filtro das lentes, olhou para a lua assassina em todo o seu triunfo sombrio, com medo de nunca mais ver o sol.
Se quiser saber mais, tem o site oficial da trilogia, em inglês: The Strain Trilogy.
Inveja dos peitos alheios
Como conciliar a tentativa para o setor público e a permanência no privado - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 26/11/2009, sobre como conciliar os estudos para concurso com o trabalho.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Como conciliar a tentativa para o setor público e a permanência no privado
Uma ouvinte escreve para relatar que chegou a uma conclusão, perfeitamente compreensível, a de que o futuro dela está no serviço público. Por isso, a nossa ouvinte resolveu se dedicar a estudar para concursos, em tempo integral. Decidida, ela pediu a conta da empresa em que trabalhava como analista financeira e mergulhou nas apostilas.
Isso foi há 8 meses. Após prestar uma dezena de concursos e não ser aprovada em nenhum, a nossa ouvinte está meio assim, titubeante. A cada mês que passa, ela percebe que passar no concurso não é tão fácil como parecia. Além disso, ela sabe que ficar muito tempo longe do mercado de trabalho não é algo bem visto pelas empresas.
A dúvida de nossa ouvinte é a seguinte: se ela decidir que talvez seja melhor conseguir um emprego e ao mesmo tempo continuar estudando para concursos, como o entrevistador irá avaliar o fato de que ela ficou parada durante oito meses?
Muito bem. O fato em si é incontestável. Faz oito meses que ela não trabalha. O motivo também está claro. Ela decidiu optar pelo serviço público e durante oito meses, deu o melhor de si para conseguir esse intento. Agora, vem a parte mais difícil: ela precisará convencer o entrevistador que se for contratada pela empresa, irá permanecer nela. Isso significa que nossa ouvinte terá que jurar de pés juntos, que não irá pedir a conta se vier a ser aprovada num concurso público.
Como essa não é a intenção dela, já que ela quer continuar investindo nos concursos, das duas, uma: ou a nossa ouvinte mente para conseguir o emprego, ou ela diz a verdade e não consegue.
Eu não sugiro que a nossa ouvinte minta. Mas também não sugiro que ela abandone o objetivo da carreira no serviço público. A melhor opção para ela seria procurar uma agência de terceirização. São agências que fornecem mão-de-obra especializada para empresas, por um tempo determinado. Para cobrir férias, por exemplo.
Como o principal objetivo dessas agências é a prestação de serviços de curto prazo, não será um drama se elas tiverem que repor um terceirizado que pediu a conta. Para nossa ouvinte, isso é exatamente o que ela está querendo e precisando: um emprego por enquanto, até que a sua situação fique mais clara.
Eu espero que a nossa ouvinte passe no próximo concurso e tenha uma longa carreira no setor público. Mas se isso não acontecer, o serviço temporário impedirá que o seu histórico profissional fique com um hiato, difícil de remediar.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Como conciliar a tentativa para o setor público e a permanência no privado
Uma ouvinte escreve para relatar que chegou a uma conclusão, perfeitamente compreensível, a de que o futuro dela está no serviço público. Por isso, a nossa ouvinte resolveu se dedicar a estudar para concursos, em tempo integral. Decidida, ela pediu a conta da empresa em que trabalhava como analista financeira e mergulhou nas apostilas.
Isso foi há 8 meses. Após prestar uma dezena de concursos e não ser aprovada em nenhum, a nossa ouvinte está meio assim, titubeante. A cada mês que passa, ela percebe que passar no concurso não é tão fácil como parecia. Além disso, ela sabe que ficar muito tempo longe do mercado de trabalho não é algo bem visto pelas empresas.
A dúvida de nossa ouvinte é a seguinte: se ela decidir que talvez seja melhor conseguir um emprego e ao mesmo tempo continuar estudando para concursos, como o entrevistador irá avaliar o fato de que ela ficou parada durante oito meses?
Muito bem. O fato em si é incontestável. Faz oito meses que ela não trabalha. O motivo também está claro. Ela decidiu optar pelo serviço público e durante oito meses, deu o melhor de si para conseguir esse intento. Agora, vem a parte mais difícil: ela precisará convencer o entrevistador que se for contratada pela empresa, irá permanecer nela. Isso significa que nossa ouvinte terá que jurar de pés juntos, que não irá pedir a conta se vier a ser aprovada num concurso público.
Como essa não é a intenção dela, já que ela quer continuar investindo nos concursos, das duas, uma: ou a nossa ouvinte mente para conseguir o emprego, ou ela diz a verdade e não consegue.
Eu não sugiro que a nossa ouvinte minta. Mas também não sugiro que ela abandone o objetivo da carreira no serviço público. A melhor opção para ela seria procurar uma agência de terceirização. São agências que fornecem mão-de-obra especializada para empresas, por um tempo determinado. Para cobrir férias, por exemplo.
Como o principal objetivo dessas agências é a prestação de serviços de curto prazo, não será um drama se elas tiverem que repor um terceirizado que pediu a conta. Para nossa ouvinte, isso é exatamente o que ela está querendo e precisando: um emprego por enquanto, até que a sua situação fique mais clara.
Eu espero que a nossa ouvinte passe no próximo concurso e tenha uma longa carreira no setor público. Mas se isso não acontecer, o serviço temporário impedirá que o seu histórico profissional fique com um hiato, difícil de remediar.
Max Gehringer, para CBN.
2009-11-25
Pussycat
Do mesmo insano autor de Chainsaw Maid e Bloody Date, dois curtas de animação stop motion, gore, com massa de modelar, temos a animação PUSSYCAT (Gatinha).
É a história de uma gatinha muito sexy que se vê com duplos problemas. Uma história de sexo, violência e muito sangue... de massinha. Pra quem curte um Tarantino, é diversão na certa!
Notou a mensagem subliminar? Mulheres são gatinhas manhosas, homens são ou porcos chauvinistas ou feras à caça. Hahaha, ou não...
É a história de uma gatinha muito sexy que se vê com duplos problemas. Uma história de sexo, violência e muito sangue... de massinha. Pra quem curte um Tarantino, é diversão na certa!
Notou a mensagem subliminar? Mulheres são gatinhas manhosas, homens são ou porcos chauvinistas ou feras à caça. Hahaha, ou não...
Filme: Os Fantasmas de Scrooge
Eu admito que eu não estava pensando em assistir a nova animação estrelando Jim Carrey (na versão legendada), Os Fantasmas de Scrooge (ou no original, Disney's A Christmas Carol, ou "Um Conto de Natal da Disney"), pelo simples motivo de que já conheço a história de trás pra frente, devido às inúmeras adaptações cinematográficas que a história originalmente contada por Charles Dickens recebeu.
Mas, como Os Fantasmas de Scrooge era o único filme que estava passando quando eu ia conhecer a sala IMAX de Curitiba, não teve jeito.
A história é velha conhecida, e todo ano passa alguma adaptação na televisão na época de natal. O velho Ebenezer Scrooge é mal-humorado, muquirana e detesta o Natal. Trata mal o empregado, não liga pra minguada família que tem, e acha que caridade é deixar os mais pobres morrerem pra diminuir o contingente populacional (o que eu concordo, diga-se de passagem - morram, infelizes!).
O velho tio Patinhas ranzinza (pra quem não sabe, o Tio Patinhas das histórias do Pato Donald se chama Uncle Scrooge, em inglês, em homenagem a este personagem), na véspera de Natal, recebe a vista do fantasma de seu ex-sócio, mostrando como ele está condenado, e dizendo que pode acontecer o mesmo ao velho Scrooge se ele não tomar jeito na vida. Para convencer o velho, três fantasmas dos Natais, do passado, do presente e do futuro, irão visitá-lo. E claro, no final, o velho se redime e tudo acaba bem, afinal, "Deus abençoa a todos", como diz o pequeno Tim.
Visualmente, o filme é estonteante. O 3D é muito bem usado, e a animação, perfeita. O clima do filme mistura certas cenas mais sombrias, com cenas de ação de pura pirotecnia. Isso transparece a vontade de atingir os mais diferentes públicos, contentando os adultos que não estão vendo o filme apenas para acompanhar os pimpolhos, com o clima mais soturno, mas ao mesmo tempo arrancando gargalhadas dos projetos de gente, especialmente quando explora o lado cômico de Carrey (ou do dublador brasileiro Guilherme Briggs, que como de costume, está excelente).
Infelizmente, essa coisa de ser político, de querer agradar a gregos e troianos, acaba sendo um ponto contra o filme. Admito que se não fosse pelo 3D estonteante do IMAX, eu acharia as cenas de explosões/correria um tanto quanto deslocadas e despropositais, até mesmo atrapalhando o fluxo da história.
De qualquer modo, o conto natalino criado por Dickens, apesar de hoje já estar bastante batido, ainda tem um encanto inegável, realmente emocionante. Se você tem um parente projeto-de-gente (a.k.a. criança) que ainda não conheça Um Conto de Natal, não deixe de levá-lo pra ver o filme.
Agora, se você, assim como eu, já conhece de cor e salteado tudo o que os fantasmas dos Natais têm a oferecer, o filme só vale a pena se for para apreciar sua técnica 3D aprimorada.
Trailer:
Para saber mais: crítica do Omelete.
Mas, como Os Fantasmas de Scrooge era o único filme que estava passando quando eu ia conhecer a sala IMAX de Curitiba, não teve jeito.
A história é velha conhecida, e todo ano passa alguma adaptação na televisão na época de natal. O velho Ebenezer Scrooge é mal-humorado, muquirana e detesta o Natal. Trata mal o empregado, não liga pra minguada família que tem, e acha que caridade é deixar os mais pobres morrerem pra diminuir o contingente populacional (o que eu concordo, diga-se de passagem - morram, infelizes!).
O velho tio Patinhas ranzinza (pra quem não sabe, o Tio Patinhas das histórias do Pato Donald se chama Uncle Scrooge, em inglês, em homenagem a este personagem), na véspera de Natal, recebe a vista do fantasma de seu ex-sócio, mostrando como ele está condenado, e dizendo que pode acontecer o mesmo ao velho Scrooge se ele não tomar jeito na vida. Para convencer o velho, três fantasmas dos Natais, do passado, do presente e do futuro, irão visitá-lo. E claro, no final, o velho se redime e tudo acaba bem, afinal, "Deus abençoa a todos", como diz o pequeno Tim.
Visualmente, o filme é estonteante. O 3D é muito bem usado, e a animação, perfeita. O clima do filme mistura certas cenas mais sombrias, com cenas de ação de pura pirotecnia. Isso transparece a vontade de atingir os mais diferentes públicos, contentando os adultos que não estão vendo o filme apenas para acompanhar os pimpolhos, com o clima mais soturno, mas ao mesmo tempo arrancando gargalhadas dos projetos de gente, especialmente quando explora o lado cômico de Carrey (ou do dublador brasileiro Guilherme Briggs, que como de costume, está excelente).
Infelizmente, essa coisa de ser político, de querer agradar a gregos e troianos, acaba sendo um ponto contra o filme. Admito que se não fosse pelo 3D estonteante do IMAX, eu acharia as cenas de explosões/correria um tanto quanto deslocadas e despropositais, até mesmo atrapalhando o fluxo da história.
De qualquer modo, o conto natalino criado por Dickens, apesar de hoje já estar bastante batido, ainda tem um encanto inegável, realmente emocionante. Se você tem um parente projeto-de-gente (a.k.a. criança) que ainda não conheça Um Conto de Natal, não deixe de levá-lo pra ver o filme.
Agora, se você, assim como eu, já conhece de cor e salteado tudo o que os fantasmas dos Natais têm a oferecer, o filme só vale a pena se for para apreciar sua técnica 3D aprimorada.
Trailer:
Para saber mais: crítica do Omelete.
Cinema IMAX em Curitiba
Há alguns dias atrás, ainda aproveitando as minhas merecidas férias, passei um tempo em Curitiba. E, como bom cinéfilo, não podia deixar passar a oportunidade de ir conhecer a (por enquanto) única sala IMAX da região sul (e segunda no Brasil), no Shopping Palladium.
Pra quem não sabe, IMAX é basicamente um formato de filme/projeção pra telas GIGANTES. E quando eu digo GIGANTES, é grande mesmo.
A sala, oficialmente chamada Dom Bosco IMAX, impressiona logo na entrada. Você entra e dá logo de cara com a tela, gigante. As poltronas são confortáveis e o som é bom.
Mas o que impressiona mesmo são as imagens. Eu fui ver um filme 3D no IMAX, "Os Fantasmas de Scrooge", e mesmo já tendo visto outros filmes em 3D anteriormente, em salas normais, foi a primeira vez que eu senti o filme PULANDO DE VERDADE na minha frente. A qualidade da imagem chega a emocionar, é simplesmente lindo.
Entretanto, nem tudo são maravilhas. A sala tem dois grandes problemas, na minha opinião. O primeiro você descobre logo na bilheteria: o preço do ingresso. Eu paguei 30 reais, quase o dobro do preço de uma sala normal (R$ 16).
Mas esse nem é o maior problema, na minha opinião (quem lê até pensa que eu sou rico-milionário $_$, hahaha). O maior problema é em relação ao recuo entre a tela e as poltronas. Devido ao tamanho absurdo da tela, as poltronas deveriam estar um pouco mais recuadas. Eu, que sentei mais ou menos no meio do cinema, já senti que a tela estava próxima demais, no limite do aceitável.
Pra quem gosta de se sentar mais a frente, assistir um filme é perder uma parte dele, pois não dá pra se ver a tela toda: ou você vê a esquerda, ou a direita. Quer dizer, se você for nesta sala, aconselho que pegue as fileiras mais afastadas. O que acaba estragando um pouco a sala, já que quase metade dos lugares vai ter uma imagem ruim do filme.
(Foto da sala de Curitiba. Na foto, parece maior do que é.)
Apesar de tudo, eu acho que ainda vale muito a pena assistir a alguns determinados filmes no IMAX. É uma experiência muito legal, especialmente pra quem gosta de cinema. Mas, devido principalmente ao custo, creio que é preciso selecionar criteriosamente quais filmes assistir na sala.
Mais informações práticas sobre o IMAX Curitiba aqui.
Pra quem não sabe, IMAX é basicamente um formato de filme/projeção pra telas GIGANTES. E quando eu digo GIGANTES, é grande mesmo.
A sala, oficialmente chamada Dom Bosco IMAX, impressiona logo na entrada. Você entra e dá logo de cara com a tela, gigante. As poltronas são confortáveis e o som é bom.
Mas o que impressiona mesmo são as imagens. Eu fui ver um filme 3D no IMAX, "Os Fantasmas de Scrooge", e mesmo já tendo visto outros filmes em 3D anteriormente, em salas normais, foi a primeira vez que eu senti o filme PULANDO DE VERDADE na minha frente. A qualidade da imagem chega a emocionar, é simplesmente lindo.
Entretanto, nem tudo são maravilhas. A sala tem dois grandes problemas, na minha opinião. O primeiro você descobre logo na bilheteria: o preço do ingresso. Eu paguei 30 reais, quase o dobro do preço de uma sala normal (R$ 16).
Mas esse nem é o maior problema, na minha opinião (quem lê até pensa que eu sou rico-milionário $_$, hahaha). O maior problema é em relação ao recuo entre a tela e as poltronas. Devido ao tamanho absurdo da tela, as poltronas deveriam estar um pouco mais recuadas. Eu, que sentei mais ou menos no meio do cinema, já senti que a tela estava próxima demais, no limite do aceitável.
Pra quem gosta de se sentar mais a frente, assistir um filme é perder uma parte dele, pois não dá pra se ver a tela toda: ou você vê a esquerda, ou a direita. Quer dizer, se você for nesta sala, aconselho que pegue as fileiras mais afastadas. O que acaba estragando um pouco a sala, já que quase metade dos lugares vai ter uma imagem ruim do filme.
(Foto da sala de Curitiba. Na foto, parece maior do que é.)
Apesar de tudo, eu acho que ainda vale muito a pena assistir a alguns determinados filmes no IMAX. É uma experiência muito legal, especialmente pra quem gosta de cinema. Mas, devido principalmente ao custo, creio que é preciso selecionar criteriosamente quais filmes assistir na sala.
Mais informações práticas sobre o IMAX Curitiba aqui.
O monstro do Skifree
SkiFree foi um clássico game da época do Windows 3.1. Um tempo em que a gente instalava o Windows com alguns míseros disquetes. E esse joguinho, que vinha num pacotão de outros jogos, era um dos meus preferidos.
Você controlava um esquiador descendo a montanha, e podia passar por umas rampinhas e fazer manobras, o que valia pontos por estilo. Depois de passar pela linha de chegada e ter seus pontos, você podia continuar esquiando abaixo. Pelo menos até o famigerado monstro chegar, te comer e ficar comemorando que nem um doido.
Ou não...
Ficou com saudade de jogar o joguinho do esquiador (e especialmente, do monstro)? Neste link tem o jogo pra baixar. Eu já fiz o download e testei o "F". E funciona mesmo!
Tirinha original (em inglês) no XKCD.
Você controlava um esquiador descendo a montanha, e podia passar por umas rampinhas e fazer manobras, o que valia pontos por estilo. Depois de passar pela linha de chegada e ter seus pontos, você podia continuar esquiando abaixo. Pelo menos até o famigerado monstro chegar, te comer e ficar comemorando que nem um doido.
Ou não...
Ficou com saudade de jogar o joguinho do esquiador (e especialmente, do monstro)? Neste link tem o jogo pra baixar. Eu já fiz o download e testei o "F". E funciona mesmo!
Tirinha original (em inglês) no XKCD.
Ética: pequeno deslize pode enterrar carreira promissora - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 25/11/2009, sobre como um pequeno deslize ético pode comprometer a carreira.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Ética: pequeno deslize pode enterrar carreira promissora
A consulta de hoje é sobre ética. A carta do ouvinte é longa, algo comum quando alguém está precisando desabafar. Resumindo a história, nosso ouvinte tem 26 anos e era gerente de planejamento da filial de uma empresa nacional de grande porte.
Há quatro meses, a pedido do diretor dele, o nosso ouvinte deu, como ele escreveu, uma "mexidinha nos números" que o diretor tinha que apresentar à matriz. Em palavras mais cruas, o diretor pediu para nosso ouvinte dar uma maquiada nos resultados. Nosso ouvinte balançou, porque sempre foi ético, mas o diretor prometeu que assumiria a responsabilidade se algo acontecesse.
Bom, algo aconteceu. Alguém na matriz desconfiou dos números e pediu uma auditoria. Revelada a mexidinha, o diretor foi dispensado. E o nosso ouvinte também. Agora, o nosso ouvinte, que além de ser ético, não sabe mentir, se vê diante daquela pergunta óbvia dos entrevistadores: Por que você foi dispensado? Nas cinco entrevistas que já fez, o nosso ouvinte não passou nem da primeira peneirada.
Embora seja fácil dizer que o ouvinte não deveria ter feito o que fez, essa situação não é to tipo uma em um milhão. Está mais para uma em mil, o que significa que outros ouvintes podem estar tomando um susto nesse exato momento.
Voltando ao nosso ouvinte, eu consultei três profissionais de recrutamento, e os três me responderam que não admitiriam o nosso ouvinte. Não porque um erro não deva ser perdoado, mas porque em qualquer processo de seleção, sempre aparecem bons candidatos com passado profissional impecável.
Nosso desafortunado ouvinte só conseguirá um emprego por indicação direta de um amigo. E sem ter que passar por uma bateria de perguntas, para as quais ele não terá respostas plausíveis.
Eu até poderia dizer que sinto muito, mas no fundo não sinto. Quer dizer, sinto, mas não muito. Estou relatando o caso mais para que outros ouvintes em situação parecida possam parar e refletir. A sugestão é que eles tentem encontrar um novo emprego enquanto estão empregados. E portanto, ainda não precisam inventar explicações para atitudes inexplicáveis.
Para aqueles que por temor, ou por outro motivo, preferem arriscar e ficar na moita, vale a lembrança de que ética não é creme dental. Para estes, como apregoa a propaganda, 99% de proteção bucal é o mesmo que 100%. No caso da ética profissional, é o contrário. Só 1% de deslize já é suficiente para enterrar uma carreira promissora.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Ética: pequeno deslize pode enterrar carreira promissora
A consulta de hoje é sobre ética. A carta do ouvinte é longa, algo comum quando alguém está precisando desabafar. Resumindo a história, nosso ouvinte tem 26 anos e era gerente de planejamento da filial de uma empresa nacional de grande porte.
Há quatro meses, a pedido do diretor dele, o nosso ouvinte deu, como ele escreveu, uma "mexidinha nos números" que o diretor tinha que apresentar à matriz. Em palavras mais cruas, o diretor pediu para nosso ouvinte dar uma maquiada nos resultados. Nosso ouvinte balançou, porque sempre foi ético, mas o diretor prometeu que assumiria a responsabilidade se algo acontecesse.
Bom, algo aconteceu. Alguém na matriz desconfiou dos números e pediu uma auditoria. Revelada a mexidinha, o diretor foi dispensado. E o nosso ouvinte também. Agora, o nosso ouvinte, que além de ser ético, não sabe mentir, se vê diante daquela pergunta óbvia dos entrevistadores: Por que você foi dispensado? Nas cinco entrevistas que já fez, o nosso ouvinte não passou nem da primeira peneirada.
Embora seja fácil dizer que o ouvinte não deveria ter feito o que fez, essa situação não é to tipo uma em um milhão. Está mais para uma em mil, o que significa que outros ouvintes podem estar tomando um susto nesse exato momento.
Voltando ao nosso ouvinte, eu consultei três profissionais de recrutamento, e os três me responderam que não admitiriam o nosso ouvinte. Não porque um erro não deva ser perdoado, mas porque em qualquer processo de seleção, sempre aparecem bons candidatos com passado profissional impecável.
Nosso desafortunado ouvinte só conseguirá um emprego por indicação direta de um amigo. E sem ter que passar por uma bateria de perguntas, para as quais ele não terá respostas plausíveis.
Eu até poderia dizer que sinto muito, mas no fundo não sinto. Quer dizer, sinto, mas não muito. Estou relatando o caso mais para que outros ouvintes em situação parecida possam parar e refletir. A sugestão é que eles tentem encontrar um novo emprego enquanto estão empregados. E portanto, ainda não precisam inventar explicações para atitudes inexplicáveis.
Para aqueles que por temor, ou por outro motivo, preferem arriscar e ficar na moita, vale a lembrança de que ética não é creme dental. Para estes, como apregoa a propaganda, 99% de proteção bucal é o mesmo que 100%. No caso da ética profissional, é o contrário. Só 1% de deslize já é suficiente para enterrar uma carreira promissora.
Max Gehringer, para CBN.
Beba até você achar bonito
Empresa proíbe, mas funcionário prefere o apelido ao nome - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 24/11/2009, ainda sobre apelidos e como empresas podem ser burras.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Empresa proíbe, mas funcionário prefere o apelido ao nome
Meu comentário da semana passada, sobre o apelido dado pelos colegas de trabalho a um ouvinte que tem um traseiro protuberante, provocou uma razoável quantidade de mensagens. Todas pedindo que eu revelasse o apelido, na base do "só entre nós dois", o que eu não posso fazer, em respeito à solicitação expressa do ouvinte.
O mais engraçado, porém, é que a maioria dos ouvintes que escreveram, tentou adivinhar o apelido, o que fez aumentar mais ainda a minha estima pela criatividade e pelo bom-humor brasileiros. Mesmo quando isso não adiciona um centavo ao faturamento.
Mas há uma mensagem que me interessou bastante. Ela veio de um ouvinte que trabalha em uma multinacional cheia de normas. Ele escreveu o seguinte:
"Você disse que nunca tinha visto uma empresa proibir formalmente o uso de apelidos. Bom, a minha proibiu. Um comunicado do setor de recursos humanos proibiu quatro apelidos que foram considerados ofensivos e depreciativos. Dentre eles, o meu.
Meu apelido é Marrom. Segundo diz o comunicado da empresa, esse apelido é racista. Acontece que esse foi um apelido carinhoso que minha mãe me deu. Eu o considero simpático e sonoro. E ele nunca me atrapalhou em nada, muito pelo contrário. Meu nome de batismo é Mariovaldo, uma corruptela dos nomes de meus pais, Mariana e Ariovaldo. Com o perdão de todos os Mariovaldos que ouvem a CBN, eu prefiro mil vezes Marrom.
A cantora Alcione também tem o apelido de Marrom. Assim como ela, eu tenho orgulho da cor da minha pele, e não preciso que alguém me defenda de algo que não considero uma ameaça ou um desprestígio."
Bom, o nosso ouvinte Marrom disse que não haveria problema algum em eu revelar o nome dele. Porque isso certamente fará com que o caso seja comentado novamente na empresa, e o Marrom está disposto a explicar, para quem quiser ouvir, que ele prefere manter o apelido.
Mas eu acredito que a história do Marrom poderá servir como exemplo ampliado para outras empresas, em casos que nada tenham a ver com apelidos. Quando uma empresa proíbe por proibir, e a proibição não irá beneficiar em nada quem supostamente seria beneficiado, seja uma pessoa ou um grupo de funcionários, a conclusão é que a preocupação saudável e o bom-senso nem sempre caminham de mãos dadas.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Empresa proíbe, mas funcionário prefere o apelido ao nome
Meu comentário da semana passada, sobre o apelido dado pelos colegas de trabalho a um ouvinte que tem um traseiro protuberante, provocou uma razoável quantidade de mensagens. Todas pedindo que eu revelasse o apelido, na base do "só entre nós dois", o que eu não posso fazer, em respeito à solicitação expressa do ouvinte.
O mais engraçado, porém, é que a maioria dos ouvintes que escreveram, tentou adivinhar o apelido, o que fez aumentar mais ainda a minha estima pela criatividade e pelo bom-humor brasileiros. Mesmo quando isso não adiciona um centavo ao faturamento.
Mas há uma mensagem que me interessou bastante. Ela veio de um ouvinte que trabalha em uma multinacional cheia de normas. Ele escreveu o seguinte:
"Você disse que nunca tinha visto uma empresa proibir formalmente o uso de apelidos. Bom, a minha proibiu. Um comunicado do setor de recursos humanos proibiu quatro apelidos que foram considerados ofensivos e depreciativos. Dentre eles, o meu.
Meu apelido é Marrom. Segundo diz o comunicado da empresa, esse apelido é racista. Acontece que esse foi um apelido carinhoso que minha mãe me deu. Eu o considero simpático e sonoro. E ele nunca me atrapalhou em nada, muito pelo contrário. Meu nome de batismo é Mariovaldo, uma corruptela dos nomes de meus pais, Mariana e Ariovaldo. Com o perdão de todos os Mariovaldos que ouvem a CBN, eu prefiro mil vezes Marrom.
A cantora Alcione também tem o apelido de Marrom. Assim como ela, eu tenho orgulho da cor da minha pele, e não preciso que alguém me defenda de algo que não considero uma ameaça ou um desprestígio."
Bom, o nosso ouvinte Marrom disse que não haveria problema algum em eu revelar o nome dele. Porque isso certamente fará com que o caso seja comentado novamente na empresa, e o Marrom está disposto a explicar, para quem quiser ouvir, que ele prefere manter o apelido.
Mas eu acredito que a história do Marrom poderá servir como exemplo ampliado para outras empresas, em casos que nada tenham a ver com apelidos. Quando uma empresa proíbe por proibir, e a proibição não irá beneficiar em nada quem supostamente seria beneficiado, seja uma pessoa ou um grupo de funcionários, a conclusão é que a preocupação saudável e o bom-senso nem sempre caminham de mãos dadas.
Max Gehringer, para CBN.
2009-11-24
O segredo de um casamento de sucesso
Não, não sou eu quem tenho uma receita de bolo, ou o segredo de como ter um casamento bem sucedido. Até porque estou muito longe deste estado civil.
Mas sim, a falecida escritora Mignon McLaughlin é quem nos brinda com uma citação que eu achei totalmente verdadeira, apesar de achar quase impraticável (é, eu sou cético):
"A successful marriage requires falling in love many times, always with the same person."
Ou numa tradução livre:
"Um casamento bem sucedido requer apaixonar-se muitas vezes, sempre pela mesma pessoa."
Só postei essa citação porque:
1. Estava aqui no lado no blog, na parte de citações diárias;
2. E neste fim de semana revi o filme Como se Fosse a Primeira Vez na TV.
E pra terminar, outra citação da mesma autora (que pode se aplicar, caso você não consiga executar direito a primeira =P ).
"Anything you lose automatically doubles in value."
Ou
"Qualquer coisa que você perca, automaticamente dobra de valor."
Mas sim, a falecida escritora Mignon McLaughlin é quem nos brinda com uma citação que eu achei totalmente verdadeira, apesar de achar quase impraticável (é, eu sou cético):
"A successful marriage requires falling in love many times, always with the same person."
Ou numa tradução livre:
"Um casamento bem sucedido requer apaixonar-se muitas vezes, sempre pela mesma pessoa."
Só postei essa citação porque:
1. Estava aqui no lado no blog, na parte de citações diárias;
2. E neste fim de semana revi o filme Como se Fosse a Primeira Vez na TV.
E pra terminar, outra citação da mesma autora (que pode se aplicar, caso você não consiga executar direito a primeira =P ).
"Anything you lose automatically doubles in value."
Ou
"Qualquer coisa que você perca, automaticamente dobra de valor."
Cachorro safado chupando e lambendo
Amigo secreto pode piorar o ambiente em empresas onde o clima é bélico - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 23/11/2009, sobre a brincadeira de amigo secreto e o clima interno no ambiente de trabalho.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Amigo secreto pode piorar o ambiente em empresas onde o clima é bélico
Faz alguns dias, respondi uma consulta sobre as festas de fim de ano. Hoje a consulta é sobre a irmã siamesa dessas festas, a cerimônia do amigo secreto.
Um ouvinte, proprietário de uma empresa, está pensando em promover essa troca festiva de presentes. Ele acredita que o evento irá gerar um clima de confraternização, que será muito positivo para os negócios. Mas os sócios de nosso ouvinte têm outra opinião. Eles acham que nem todos os funcionários irão gostar da ideia. E alguns serão definitivamente contra.
Não há como não concordar com os sócios, porque estamos falando de gente. E em qualquer grupo de 10 pessoas, sempre haverá 2 ou 3 que são contra qualquer coisa. Mas há um outro aspecto a considerar. A origem da cerimônia do amigo secreto em empresas, lá na década de 70, não foi bem a confraternização. Foi a economia.
Muitos funcionários ficavam em dúvida se deveriam ou não comprar presentes para os colegas de trabalho. Alguns colegas acabavam ganhando dois ou três presentes, enquanto outros ficavam chupando o dedo. E quando um subordinado presenteava o chefe, o resto se sentia instado a fazer a mesma coisa. Se não por simpatia, pelo menos por garantia.
A ideia do amigo secreto era sem dúvida, muito original. O valor arbitrado era pequeno e todos os funcionários recebiam o seu presente. Fazia parte da cerimônia o discurso, dando dicas para que os colegas tentassem adivinhar quem seria o presenteado.
Mas como ocorre com muitas coisas nesta vida, a repetição através dos anos tirou muito da originalidade e da criatividade da ideia. E quando algo vira rotina, o entusiasmo diminui.
O segundo aspecto, e isso só o nosso ouvinte e os sócios poderão avaliar, é que o amigo secreto não cria um clima de amizade onde não existe amizade. Pelo contrário. Se um funcionário sorteia alguém com quem nunca se deu bem no trabalho, o resultado será constrangedor. Um abraço de cinco segundos não irá apagar um ano inteiro de indiferença ou desentendimentos.
Em resumo, nas empresas em que o clima interno é muito bom, o amigo secreto funciona e a festa de fim de ano também. Mas quando o ambiente é mais bélico do que pacífico, as duas cerimônias podem até piorar as coisas.
A minha sugestão: uma votação secreta para saber se os funcionários querem participar do amigo secreto. O resultado mostrará não apenas a opinião da maioria, mas também revelará qual é a verdadeira cara do ambiente interno de trabalho.
Max Gehringer, para CBN.
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Amigo secreto pode piorar o ambiente em empresas onde o clima é bélico
Faz alguns dias, respondi uma consulta sobre as festas de fim de ano. Hoje a consulta é sobre a irmã siamesa dessas festas, a cerimônia do amigo secreto.
Um ouvinte, proprietário de uma empresa, está pensando em promover essa troca festiva de presentes. Ele acredita que o evento irá gerar um clima de confraternização, que será muito positivo para os negócios. Mas os sócios de nosso ouvinte têm outra opinião. Eles acham que nem todos os funcionários irão gostar da ideia. E alguns serão definitivamente contra.
Não há como não concordar com os sócios, porque estamos falando de gente. E em qualquer grupo de 10 pessoas, sempre haverá 2 ou 3 que são contra qualquer coisa. Mas há um outro aspecto a considerar. A origem da cerimônia do amigo secreto em empresas, lá na década de 70, não foi bem a confraternização. Foi a economia.
Muitos funcionários ficavam em dúvida se deveriam ou não comprar presentes para os colegas de trabalho. Alguns colegas acabavam ganhando dois ou três presentes, enquanto outros ficavam chupando o dedo. E quando um subordinado presenteava o chefe, o resto se sentia instado a fazer a mesma coisa. Se não por simpatia, pelo menos por garantia.
A ideia do amigo secreto era sem dúvida, muito original. O valor arbitrado era pequeno e todos os funcionários recebiam o seu presente. Fazia parte da cerimônia o discurso, dando dicas para que os colegas tentassem adivinhar quem seria o presenteado.
Mas como ocorre com muitas coisas nesta vida, a repetição através dos anos tirou muito da originalidade e da criatividade da ideia. E quando algo vira rotina, o entusiasmo diminui.
O segundo aspecto, e isso só o nosso ouvinte e os sócios poderão avaliar, é que o amigo secreto não cria um clima de amizade onde não existe amizade. Pelo contrário. Se um funcionário sorteia alguém com quem nunca se deu bem no trabalho, o resultado será constrangedor. Um abraço de cinco segundos não irá apagar um ano inteiro de indiferença ou desentendimentos.
Em resumo, nas empresas em que o clima interno é muito bom, o amigo secreto funciona e a festa de fim de ano também. Mas quando o ambiente é mais bélico do que pacífico, as duas cerimônias podem até piorar as coisas.
A minha sugestão: uma votação secreta para saber se os funcionários querem participar do amigo secreto. O resultado mostrará não apenas a opinião da maioria, mas também revelará qual é a verdadeira cara do ambiente interno de trabalho.
Max Gehringer, para CBN.
2009-11-19
'Trabalho em uma empresa que é uma anarquia total' - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 19/11/2009, sobre poderes.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Trabalho em uma empresa que é uma anarquia total'
"Trabalho em uma empresa que é uma anarquia total", escreve um ouvinte. "Ninguém obedece ninguém, o clima é de intriga e cada um parece mais interessado em defender a sua posição, do que em tentar resolver o problema. Tenho um bom salário e um bom cargo, mas estou muito preocupado."
Vamos então começar pelo princípio. A palavra arquia, que aparece em muitos compostos, veio do grego e significa poder. Por exemplo, hierarquia, cuja tradução é poder sagrado. A palavra nasceu na igreja católica e foi adotada pelas empresas.
Monarquia é o poder de um só: o rei. Oligarquia é o poder dividido entre alguns poderosos. Já anarquia é a negação de tudo isso. O a no começo da palavra quer dizer não. Anarquia é a inexistência de um comando. É uma situação em que cada um faz o que quer, e as ordens são ignoradas, quando não, abertamente desobedecidas.
A empresa de nosso ouvinte tem poderes estabelecidos. Certamente, nela existem profissionais com títulos de presidente, diretor e gerente. Portanto, o que está faltando não é a formalização do poder, é a transformação desse poder em ações e punições.
Por que algumas empresas chegam a esse estado de anarquia? Na grande maioria dos casos, o motivo é a guerra interna pelo poder. Um fica esperando o outro errar, para poder criticar. E aí, ninguém mais decide nada por receio das conseqüências.
A falta adequada do uso do poder faz com que novas forças apareçam. E a principal delas vem de baixo. Daquela rebeldia que é própria da natureza humana. Se acatar ou deixar de acatar uma determinação superior vai ter o mesmo efeito, então vamos desobedecer.
O passo seguinte, como mostra a história, é a tomada do poder. Porém, ao contrário dos impérios em que a plebe podia se unir para derrubar o rei e assumir o poder, em empresas, a anarquia só leva à desintegração. Em algum momento, simplesmente, a empresa deixará de existir.
Só há uma maneira de evitar esta tragédia: a contratação de um presidente com plenos poderes para mudar tudo. A história também mostra que salvo raríssimas exceções, depois da anarquia vem a ditadura.
E aí, pode sobrar até para quem é bem intencionado, como é o caso do nosso ouvinte. Se ele não aprecia nem a anarquia, nem a ditadura, nosso ouvinte pode usar a melhor arma que tem: o currículo. Que lhe permite negociar uma mudança antes que a situação da empresa se torne pública, e possa manchar o seu histórico profissional.
Max Gehringer, para CBN.
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'Trabalho em uma empresa que é uma anarquia total'
"Trabalho em uma empresa que é uma anarquia total", escreve um ouvinte. "Ninguém obedece ninguém, o clima é de intriga e cada um parece mais interessado em defender a sua posição, do que em tentar resolver o problema. Tenho um bom salário e um bom cargo, mas estou muito preocupado."
Vamos então começar pelo princípio. A palavra arquia, que aparece em muitos compostos, veio do grego e significa poder. Por exemplo, hierarquia, cuja tradução é poder sagrado. A palavra nasceu na igreja católica e foi adotada pelas empresas.
Monarquia é o poder de um só: o rei. Oligarquia é o poder dividido entre alguns poderosos. Já anarquia é a negação de tudo isso. O a no começo da palavra quer dizer não. Anarquia é a inexistência de um comando. É uma situação em que cada um faz o que quer, e as ordens são ignoradas, quando não, abertamente desobedecidas.
A empresa de nosso ouvinte tem poderes estabelecidos. Certamente, nela existem profissionais com títulos de presidente, diretor e gerente. Portanto, o que está faltando não é a formalização do poder, é a transformação desse poder em ações e punições.
Por que algumas empresas chegam a esse estado de anarquia? Na grande maioria dos casos, o motivo é a guerra interna pelo poder. Um fica esperando o outro errar, para poder criticar. E aí, ninguém mais decide nada por receio das conseqüências.
A falta adequada do uso do poder faz com que novas forças apareçam. E a principal delas vem de baixo. Daquela rebeldia que é própria da natureza humana. Se acatar ou deixar de acatar uma determinação superior vai ter o mesmo efeito, então vamos desobedecer.
O passo seguinte, como mostra a história, é a tomada do poder. Porém, ao contrário dos impérios em que a plebe podia se unir para derrubar o rei e assumir o poder, em empresas, a anarquia só leva à desintegração. Em algum momento, simplesmente, a empresa deixará de existir.
Só há uma maneira de evitar esta tragédia: a contratação de um presidente com plenos poderes para mudar tudo. A história também mostra que salvo raríssimas exceções, depois da anarquia vem a ditadura.
E aí, pode sobrar até para quem é bem intencionado, como é o caso do nosso ouvinte. Se ele não aprecia nem a anarquia, nem a ditadura, nosso ouvinte pode usar a melhor arma que tem: o currículo. Que lhe permite negociar uma mudança antes que a situação da empresa se torne pública, e possa manchar o seu histórico profissional.
Max Gehringer, para CBN.
2009-11-17
Apelidos no ambiente de trabalho - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 17/11/2009, sobre como lidar com apelidos no ambiente de trabalho.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Apelidos no ambiente de trabalho
Uma consulta sobre apelidos no ambiente de trabalho. Um ouvinte escreve reclamando que os colegas colocaram nele um apelido que faz referência a uma parte da anatomia dele, a dita região glútea, que no caso dele é ligeiramente avantajada em relação à média da população masculina brasileira.
Todos os colegas morrem de rir, mas o nosso ouvinte está indignado. E faz duas perguntas. A primeira: ”Empresas não deveriam proibir apelidos, como demonstração do respeito que deve imperar entre os seus empregados?” E a segunda: ”É possível processar os colegas por danos morais?”
Quanto à segunda pergunta, eu fiz uma pesquisa na Internet e encontrei casos que chegaram aos tribunais. Em todos eles, o reclamante ganhou a causa, pelo menos em primeira instância. Em suas sentenças, os juízes estabeleceram que os apelidos são mesmo uma forma de discriminação, e que a responsabilidade por impedir que isso aconteça, é da empresa.
Portanto, se o nosso ouvinte quiser arriscar um processo, há antecedentes. Quanto à primeira pergunta, eu não conheço empresas que formalmente proíbem apelidos. E elas não proíbem porque muita gente gosta do apelido que tem. Existem até casos de profissionais que são mais conhecidos pelo apelido do que pelo nome. Começando pelo nosso presidente.
Mas eu sei de algumas empresas que levam muito a sério as reclamações de funcionários que se sentem discriminados por apelidos. Nesses casos, a reclamação chega ao setor de recursos humanos e é repassado ao chefe direto, que chama os subordinados e ordena o fim da brincadeira. Que de fato termina, pelo menos em público.
Mas a regra geral do apelido é a mesma que sempre foi: reclamou, o apelido pega; incorporou, o apelido desaparece. Mas como cada um é cada um, não há uma resposta definitiva para o nosso ouvinte. Existem pessoas com jogo de cintura para levar na esportiva, existem pessoas que saem no braço, existem outras que retribuem colocando apelidos ainda mais maldosos em quem colocou apelido nelas, existem empregados que preferem pedir a conta, e existem profissionais que recorrem aos tribunais.
Como o nosso ouvinte solicitou que o apelido dele não fosse falado no ar, eu não vou falar. E confesso, constrangido, que cheguei a rir ao ler a mensagem dele. Mas logo recuperei a seriedade. E aí, eu pensei: é muita maldade. Se eu fosse o ouvinte, eu nem iria à Justiça do Trabalho. Iria reclamar direto com a comissão de direitos humanos da ONU.
Max Gehringer, para CBN.
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Apelidos no ambiente de trabalho
Uma consulta sobre apelidos no ambiente de trabalho. Um ouvinte escreve reclamando que os colegas colocaram nele um apelido que faz referência a uma parte da anatomia dele, a dita região glútea, que no caso dele é ligeiramente avantajada em relação à média da população masculina brasileira.
Todos os colegas morrem de rir, mas o nosso ouvinte está indignado. E faz duas perguntas. A primeira: ”Empresas não deveriam proibir apelidos, como demonstração do respeito que deve imperar entre os seus empregados?” E a segunda: ”É possível processar os colegas por danos morais?”
Quanto à segunda pergunta, eu fiz uma pesquisa na Internet e encontrei casos que chegaram aos tribunais. Em todos eles, o reclamante ganhou a causa, pelo menos em primeira instância. Em suas sentenças, os juízes estabeleceram que os apelidos são mesmo uma forma de discriminação, e que a responsabilidade por impedir que isso aconteça, é da empresa.
Portanto, se o nosso ouvinte quiser arriscar um processo, há antecedentes. Quanto à primeira pergunta, eu não conheço empresas que formalmente proíbem apelidos. E elas não proíbem porque muita gente gosta do apelido que tem. Existem até casos de profissionais que são mais conhecidos pelo apelido do que pelo nome. Começando pelo nosso presidente.
Mas eu sei de algumas empresas que levam muito a sério as reclamações de funcionários que se sentem discriminados por apelidos. Nesses casos, a reclamação chega ao setor de recursos humanos e é repassado ao chefe direto, que chama os subordinados e ordena o fim da brincadeira. Que de fato termina, pelo menos em público.
Mas a regra geral do apelido é a mesma que sempre foi: reclamou, o apelido pega; incorporou, o apelido desaparece. Mas como cada um é cada um, não há uma resposta definitiva para o nosso ouvinte. Existem pessoas com jogo de cintura para levar na esportiva, existem pessoas que saem no braço, existem outras que retribuem colocando apelidos ainda mais maldosos em quem colocou apelido nelas, existem empregados que preferem pedir a conta, e existem profissionais que recorrem aos tribunais.
Como o nosso ouvinte solicitou que o apelido dele não fosse falado no ar, eu não vou falar. E confesso, constrangido, que cheguei a rir ao ler a mensagem dele. Mas logo recuperei a seriedade. E aí, eu pensei: é muita maldade. Se eu fosse o ouvinte, eu nem iria à Justiça do Trabalho. Iria reclamar direto com a comissão de direitos humanos da ONU.
Max Gehringer, para CBN.
2009-11-16
Uma ajudinha para o cérebro - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 16/11/2009, com uma pequena dica para turbinar o cérebro.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Uma ajudinha para o cérebro
"Não sei se muitas pessoas têm um problema igual ao meu", escreve uma ouvinte. "Mas eu sou um pouco lenta para captar as coisas. Isso faz com que eu seja motivo de gozações e o que é pior, dois ou três colegas pensam que eu tenho algum tipo de disfunção mental. Já fiz exames e sou uma pessoa fisiologicamente normal, mas ser taxada de burrinha me joga pra baixo."
Certo. Vamos então falar do cérebro. Como você sabe, o cérebro do grande físico alemão Albert Einstein foi dividido em vários pedaços após a morte dele. Se tivesse sido dividido antes, Einstein não teria gostado. Haha.
Bom, dois cientistas, um dos Estados Unidos e outro na Escandinávia, fizeram um experimento de ondas cerebrais. O propósito deles era descobrir se os pedaços do cérebro de Einstein poderiam se comunicar, mesmo estando separados. Então, um aplicava um violento choque elétrico no seu pedaço de cérebro, e o outro verificava se o choque produzia algum efeito mensurável em seu pedaço. Aí, os dois invertiam os choques e as avaliações. Após 32 dias aplicando cerca de 240 choques diários nos pedaços do cérebro, os dois cientistas constataram que tinham estourado em 82% as suas contas de energia elétrica.
Ao ouvir esta história, 5% das pessoas diriam: não vi graça nenhuma. Esses são os mal humorados. No outro extremo da curva, 5% das pessoas diriam: Hã? Como assim? Possivelmente esse é o caso da nossa ouvinte. Ela teria que ouvir o relato novamente para entender que é uma brincadeira.
Se os exames que a nossa ouvinte fez revelaram que seu cérebro não tem qualquer circuito desativado, a sugestão seria exercício. Da mesma maneira que é possível exercitar o corpo para que ele não fique molenga, também é possível exercitar o cérebro.
Para ficarmos nas possibilidades de custo zero, eu sugiro aos ouvintes que desejem turbinar a massa cinzenta, que procurem na Internet exercícios práticos de treinamento cerebral. Em inglês, que tem mais material, brain training. São jogos, perguntas e textos que ajudarão a acelerar a capacidade de compreensão.
No caso da nossa ouvinte, e possivelmente de outros ouvintes, as brincadeiras alheias podem produzir o efeito de travar ainda mais o raciocínio. Os treinamentos ajudam a destravar.
Em pouco tempo, nossa ouvinte ouvirá novamente a história do cérebro de Einstein e aí talvez diga: Agora entendi, mas não vi graça nenhuma. Mas aí, já são outros 5%.
Max Gehringer, para CBN.
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Uma ajudinha para o cérebro
"Não sei se muitas pessoas têm um problema igual ao meu", escreve uma ouvinte. "Mas eu sou um pouco lenta para captar as coisas. Isso faz com que eu seja motivo de gozações e o que é pior, dois ou três colegas pensam que eu tenho algum tipo de disfunção mental. Já fiz exames e sou uma pessoa fisiologicamente normal, mas ser taxada de burrinha me joga pra baixo."
Certo. Vamos então falar do cérebro. Como você sabe, o cérebro do grande físico alemão Albert Einstein foi dividido em vários pedaços após a morte dele. Se tivesse sido dividido antes, Einstein não teria gostado. Haha.
Bom, dois cientistas, um dos Estados Unidos e outro na Escandinávia, fizeram um experimento de ondas cerebrais. O propósito deles era descobrir se os pedaços do cérebro de Einstein poderiam se comunicar, mesmo estando separados. Então, um aplicava um violento choque elétrico no seu pedaço de cérebro, e o outro verificava se o choque produzia algum efeito mensurável em seu pedaço. Aí, os dois invertiam os choques e as avaliações. Após 32 dias aplicando cerca de 240 choques diários nos pedaços do cérebro, os dois cientistas constataram que tinham estourado em 82% as suas contas de energia elétrica.
Ao ouvir esta história, 5% das pessoas diriam: não vi graça nenhuma. Esses são os mal humorados. No outro extremo da curva, 5% das pessoas diriam: Hã? Como assim? Possivelmente esse é o caso da nossa ouvinte. Ela teria que ouvir o relato novamente para entender que é uma brincadeira.
Se os exames que a nossa ouvinte fez revelaram que seu cérebro não tem qualquer circuito desativado, a sugestão seria exercício. Da mesma maneira que é possível exercitar o corpo para que ele não fique molenga, também é possível exercitar o cérebro.
Para ficarmos nas possibilidades de custo zero, eu sugiro aos ouvintes que desejem turbinar a massa cinzenta, que procurem na Internet exercícios práticos de treinamento cerebral. Em inglês, que tem mais material, brain training. São jogos, perguntas e textos que ajudarão a acelerar a capacidade de compreensão.
No caso da nossa ouvinte, e possivelmente de outros ouvintes, as brincadeiras alheias podem produzir o efeito de travar ainda mais o raciocínio. Os treinamentos ajudam a destravar.
Em pouco tempo, nossa ouvinte ouvirá novamente a história do cérebro de Einstein e aí talvez diga: Agora entendi, mas não vi graça nenhuma. Mas aí, já são outros 5%.
Max Gehringer, para CBN.
2009-11-13
Mudanças com a chegada de um novo gerente - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 13/11/2009, sobre como lidar um novo gerente que chega no estilo trator desenfreado.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Mudanças com a chegada de um novo gerente
“Eu e mais 12 colegas temos um problema”, escreve um ouvinte. ”A nossa empresa contratou um gerente novo e ele já chegou dizendo que está tudo errado. Que somos lentos, acomodados e por aí vai. Esse gerente disse que pretende implantar uma nova filosofia de eficiência, mas para isso, ele precisa de subordinados que comunguem dessa filosofia.
Nós entendemos as palavras dele como uma ameaça de que haverá demissões. Por isso, tenho duas perguntas. A primeira é: por que os gerentes anteriores deixaram de notar que nós éramos lentos e acomodados? E a segunda é: estamos enxergando chifre em cabeça de cavalo ou corremos mesmo o risco de ir para a rua?”
Começando pela segunda pergunta, a resposta é sim! Gerentes com esse perfil de trator sem freio tendem a dispensar um par de subordinados para mostrar aos demais que ele está falando sério.
Quanto a primeira pergunta, a resposta mais simples é que a empresa não contrataria um gerente disposto a operar mudanças radicais de curto prazo, se tudo estivesse na santa paz. A decisão da diretoria pode eventualmente se mostrar equivocada. Mas admitir um gerente para implantar uma nova filosofia, já é uma clara confissão de que a filosofia anterior não estava funcionando como deveria.
A terceira pergunta, aquela que nosso ouvinte não fez, é esta: e agora? O que fazemos para suportar essa terrível provação? E a resposta é: partam do princípio de que a avaliação do novo gerente está correta. O gerente pode até estar enganado, mas enquanto ele tiver gás para impor a nova filosofia, não será muito salutar tentar provar que ele está errado.
Essa fase, de reconhecimento mútuo, vai durar uns 3 meses, no máximo. Durante esse período, é bom lembrar de duas lições que a história vem ensinando há milênios. A primeira é que nenhum soldado até hoje, conseguiu subir na carreira discordando abertamente dos métodos e das estratégias de seu general. E a segunda, é que nenhum general até hoje, conseguiu ganhar uma guerra ridicularizando a sua própria tropa.
Ao final destes três meses, é provável que vocês descubram que a verdade está onde ela sempre costuma estar: no meio do caminho. Nem vocês eram tão lentos e acomodados, e nem a avaliação impiedosa do gerente estava completamente errada.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Mudanças com a chegada de um novo gerente
“Eu e mais 12 colegas temos um problema”, escreve um ouvinte. ”A nossa empresa contratou um gerente novo e ele já chegou dizendo que está tudo errado. Que somos lentos, acomodados e por aí vai. Esse gerente disse que pretende implantar uma nova filosofia de eficiência, mas para isso, ele precisa de subordinados que comunguem dessa filosofia.
Nós entendemos as palavras dele como uma ameaça de que haverá demissões. Por isso, tenho duas perguntas. A primeira é: por que os gerentes anteriores deixaram de notar que nós éramos lentos e acomodados? E a segunda é: estamos enxergando chifre em cabeça de cavalo ou corremos mesmo o risco de ir para a rua?”
Começando pela segunda pergunta, a resposta é sim! Gerentes com esse perfil de trator sem freio tendem a dispensar um par de subordinados para mostrar aos demais que ele está falando sério.
Quanto a primeira pergunta, a resposta mais simples é que a empresa não contrataria um gerente disposto a operar mudanças radicais de curto prazo, se tudo estivesse na santa paz. A decisão da diretoria pode eventualmente se mostrar equivocada. Mas admitir um gerente para implantar uma nova filosofia, já é uma clara confissão de que a filosofia anterior não estava funcionando como deveria.
A terceira pergunta, aquela que nosso ouvinte não fez, é esta: e agora? O que fazemos para suportar essa terrível provação? E a resposta é: partam do princípio de que a avaliação do novo gerente está correta. O gerente pode até estar enganado, mas enquanto ele tiver gás para impor a nova filosofia, não será muito salutar tentar provar que ele está errado.
Essa fase, de reconhecimento mútuo, vai durar uns 3 meses, no máximo. Durante esse período, é bom lembrar de duas lições que a história vem ensinando há milênios. A primeira é que nenhum soldado até hoje, conseguiu subir na carreira discordando abertamente dos métodos e das estratégias de seu general. E a segunda, é que nenhum general até hoje, conseguiu ganhar uma guerra ridicularizando a sua própria tropa.
Ao final destes três meses, é provável que vocês descubram que a verdade está onde ela sempre costuma estar: no meio do caminho. Nem vocês eram tão lentos e acomodados, e nem a avaliação impiedosa do gerente estava completamente errada.
Max Gehringer, para CBN.