Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 17/11/2009, sobre como lidar com apelidos no ambiente de trabalho.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Apelidos no ambiente de trabalho
Uma consulta sobre apelidos no ambiente de trabalho. Um ouvinte escreve reclamando que os colegas colocaram nele um apelido que faz referência a uma parte da anatomia dele, a dita região glútea, que no caso dele é ligeiramente avantajada em relação à média da população masculina brasileira.
Todos os colegas morrem de rir, mas o nosso ouvinte está indignado. E faz duas perguntas. A primeira: ”Empresas não deveriam proibir apelidos, como demonstração do respeito que deve imperar entre os seus empregados?” E a segunda: ”É possível processar os colegas por danos morais?”
Quanto à segunda pergunta, eu fiz uma pesquisa na Internet e encontrei casos que chegaram aos tribunais. Em todos eles, o reclamante ganhou a causa, pelo menos em primeira instância. Em suas sentenças, os juízes estabeleceram que os apelidos são mesmo uma forma de discriminação, e que a responsabilidade por impedir que isso aconteça, é da empresa.
Portanto, se o nosso ouvinte quiser arriscar um processo, há antecedentes. Quanto à primeira pergunta, eu não conheço empresas que formalmente proíbem apelidos. E elas não proíbem porque muita gente gosta do apelido que tem. Existem até casos de profissionais que são mais conhecidos pelo apelido do que pelo nome. Começando pelo nosso presidente.
Mas eu sei de algumas empresas que levam muito a sério as reclamações de funcionários que se sentem discriminados por apelidos. Nesses casos, a reclamação chega ao setor de recursos humanos e é repassado ao chefe direto, que chama os subordinados e ordena o fim da brincadeira. Que de fato termina, pelo menos em público.
Mas a regra geral do apelido é a mesma que sempre foi: reclamou, o apelido pega; incorporou, o apelido desaparece. Mas como cada um é cada um, não há uma resposta definitiva para o nosso ouvinte. Existem pessoas com jogo de cintura para levar na esportiva, existem pessoas que saem no braço, existem outras que retribuem colocando apelidos ainda mais maldosos em quem colocou apelido nelas, existem empregados que preferem pedir a conta, e existem profissionais que recorrem aos tribunais.
Como o nosso ouvinte solicitou que o apelido dele não fosse falado no ar, eu não vou falar. E confesso, constrangido, que cheguei a rir ao ler a mensagem dele. Mas logo recuperei a seriedade. E aí, eu pensei: é muita maldade. Se eu fosse o ouvinte, eu nem iria à Justiça do Trabalho. Iria reclamar direto com a comissão de direitos humanos da ONU.
Max Gehringer, para CBN.
3 comentários:
Realmente, alguns apelido são constragedores e deixam a pessoa com alta baixa estima!
Aqui na empresa acontece muito! E geralmente é o chefe que coloca, mais vai coloca um apelido nele!
Fiquei supercuriosa pra saber o apelido!!!
he he he
começa a por apelidos nos outros tb
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