Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 12/11/2009, sobre como hoje temos menos tempo do que há 25 anos.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
/===================================================================================
A administração do tempo
"Estou no mercado de trabalho já faz 25 anos", escreve um ouvinte. "E tenho a percepção de que no começo da minha vida profissional, os funcionários dispunham de muito mais tempo livre. Hoje, mesmo podendo contar com notáveis avanços tecnológicos para reduzir o tempo dedicado a cada tarefa, eu tenho a impressão de que trabalhamos bem mais horas diárias do que trabalhávamos. Mas mesmo assim, nos sentimos como se estivéssemos sempre atrasados, em relação aos prazos de conclusão de cada tarefa executada. Será que isso é só impressão minha?"
Não, não é. É minha também. Eu acho que sua avaliação é correta. Para cada 60 minutos economizados com coisas que não fazemos mais, nós acrescentamos 90 minutos de coisas que antes não fazíamos.
O efeito da tecnologia é bem visível. Hoje, um funcionário administrativo gasta em média, 20% do seu tempo lendo e respondendo e-mails. Os que têm acesso a Internet, gastam uma hora diária navegando. Em qualquer escritório com mais de 10 funcionários, a cada momento, um deles no mínimo, estará falando ao celular.
A tecnologia também permitiu que muitas coisas que não podiam ser controladas há 25 anos, pudessem ser controladas hoje. Através de planilhas com milhares de dados, que se auto-atualizam quando novos dados são inseridos.
O resultado é que há 25 anos, praticamente não existiam livros sobre administração do tempo. Eu me lembro de só um, que chamava "O Gerente Minuto". Hoje, por baixo, existe uma centena de títulos disponíveis sobre o tema. E também existem cursos de gestão eficiente de tempo, algo que nem passava pela cabeça dos gestores há 25 anos.
Tudo isso é bom ou ruim? Depende da idade de quem pergunta. Quem, como nosso ouvinte, tem a referência do passado para comparar com o presente, sente que o tempo ficou mais escasso. Mas quem já nasceu na era da tecnologia, não tem essa percepção.
Ao nosso atarefado ouvinte, eu diria que a tecnologia, que era antevista como um milagre que faria com que as pessoas trabalhassem menos horas e com muito mais eficiência, só cumpriu 50% dessa profecia. A parte referente ao tempo não se materializou.
Quanto ao futuro, certamente a tecnologia continuará evoluindo em escala exponencial, mas a conclusão continuará sendo a mesma. Hoje, nós temos muito mais tempo sobrando, do que imaginamos. Mas só vamos perceber isso com clareza, daqui a 25 anos.
Max Gehringer, para CBN.
2 comentários:
Eu digo para você ir pra praia, mas, no fundo (mentira, no raso mesmo) não quero quero que você me deixe :P
então tá perfeito desse jeito. Você de férias, e me visitando!
beijo, beijo, beijo.
APROVEITE. Queria estar de férias tb!
Mas até pra quem já nasceu nessa tecnologia ou cresceu com toda ela, também sente os anos passando cada vez mais rápido.
Bjo
Postar um comentário