2009-11-13

Mudanças com a chegada de um novo gerente - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 13/11/2009, sobre como lidar um novo gerente que chega no estilo trator desenfreado.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

Mudanças com a chegada de um novo gerente

trator
“Eu e mais 12 colegas temos um problema”, escreve um ouvinte. ”A nossa empresa contratou um gerente novo e ele já chegou dizendo que está tudo errado. Que somos lentos, acomodados e por aí vai. Esse gerente disse que pretende implantar uma nova filosofia de eficiência, mas para isso, ele precisa de subordinados que comunguem dessa filosofia.

Nós entendemos as palavras dele como uma ameaça de que haverá demissões. Por isso, tenho duas perguntas. A primeira é: por que os gerentes anteriores deixaram de notar que nós éramos lentos e acomodados? E a segunda é: estamos enxergando chifre em cabeça de cavalo ou corremos mesmo o risco de ir para a rua?”


Começando pela segunda pergunta, a resposta é sim! Gerentes com esse perfil de trator sem freio tendem a dispensar um par de subordinados para mostrar aos demais que ele está falando sério.

Quanto a primeira pergunta, a resposta mais simples é que a empresa não contrataria um gerente disposto a operar mudanças radicais de curto prazo, se tudo estivesse na santa paz. A decisão da diretoria pode eventualmente se mostrar equivocada. Mas admitir um gerente para implantar uma nova filosofia, já é uma clara confissão de que a filosofia anterior não estava funcionando como deveria.

A terceira pergunta, aquela que nosso ouvinte não fez, é esta: e agora? O que fazemos para suportar essa terrível provação? E a resposta é: partam do princípio de que a avaliação do novo gerente está correta. O gerente pode até estar enganado, mas enquanto ele tiver gás para impor a nova filosofia, não será muito salutar tentar provar que ele está errado.

Essa fase, de reconhecimento mútuo, vai durar uns 3 meses, no máximo. Durante esse período, é bom lembrar de duas lições que a história vem ensinando há milênios. A primeira é que nenhum soldado até hoje, conseguiu subir na carreira discordando abertamente dos métodos e das estratégias de seu general. E a segunda, é que nenhum general até hoje, conseguiu ganhar uma guerra ridicularizando a sua própria tropa.

Ao final destes três meses, é provável que vocês descubram que a verdade está onde ela sempre costuma estar: no meio do caminho. Nem vocês eram tão lentos e acomodados, e nem a avaliação impiedosa do gerente estava completamente errada.

Max Gehringer, para CBN.

3 comentários:

Perdido disse...

Hoje ouvi que existe a possibilidade de meu chefe não ser mais meu chefe ano que vem. E isso ja foi suficiente pra ganhar o dia!

CintiaYamane disse...

onde eu trabalho, nao tem esse problema... a chefe ja pega no pé o suficiente, e não ha possibilidade de troca pq ela é a dona do muquifo

Lomyne disse...

Se tem uma coisa que eu tenho preguiça é de chefe novo querendo mstrar serviço. Chega, não conhece a organização, não conhece a estrutura do trabalho e a primeira ideia que tem é mudar tudo. Até concordo que na maioria das vezes um novo gerente melhora as coisas, mas essa mania de chegar bancando o macho me dá uma preguiiiiiiça...