2009-04-30

Lá está ela!!

There She Is!! é uma série de 5 animações, que conta a complicada história de amor de Nabi (um gatinho) e Doki (uma coelhinha).

there she is
Inicialmente feitos em Flash, hoje as cinco animações coreanas, já estão também disponíveis no youtube.

A primeira delas você talvez já tenha visto. Há alguns anos ela se espalhou pela Web como viral, totalmente com méritos, até por ter sido vencedora do Anima Mundi 2004:



Essa primeira animação eu mesmo já tinha visto, há alguns anos, e achado muito legal. O que eu não sabia é que There She Is!! era uma série. Quem me tirou esse véu da escuridão da ignorância foi a bela Baunilha do Smelly Cat, por quem agora eu tenho uma dívida de gratidão (dívida essa que provavelmente não pagarei, por ser um caloteiro).

Se você gostou da animação There She Is!! acima, vá no post do Smelly Cat: O Sucesso de "There She Is" para ver as outras quatro. Eu recomendo, e muitíssimo.

there she is
Em tempo, a minha preferida é a terceira animação, Doki e Nabi, que mostra o primeiro encontro da coelhinha e do gatinho.

E por último, eu admito que fiquei profundamente emocionado com essas animações. Vejam só, até chorei...

Relembrando, vá ao post do Smelly Cat: O Sucesso de "There She Is" para ver o resto. Clica logo aí, vai. =P

Mais informações e curiosidades, na página da Wikipedia em inglês.

MP3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10...

No começo, era o mp3. Formato de música comprimida, ganhou as ruas quando a Apple lançou o famoso iPod. Desde então, os MP3 Players, ou apenas MP3, ganharam popularidade fora do círculo geek, se espalhando como praga, pior que brasileiro em Orkut.

Depois veio o mp4, que apesar do nome, não é a evolução do mp3. Mas, como o mp4 especifica (simplificadamente falando) o formato do container de filmes (ou seja, o vídeo e o som, que pode até ser em mp3), ao lançarem aparelhos que podiam reproduzir vídeos, logo o nome MP4 se popularizou, como sendo um tocador de vídeo. (Apesar de que, ironicamente, os aparelhos mais vagabundos não tocam arquivos em mp4)

Até aí, tudo bem, era o marketing agindo sobre as cabeças não geek (ou talvez cabeças não pensantes) da humanidade.

Mas então alguém muuuuito criativo resolveu colocar alguma funçãozinha a mais no aparelho, como tirar fotos. E rebatizou o dito como MP5. Claro, depois do 4 vem o 5, não? Então, a cada novo botãozinho, o criativo pessoal de marketing paraguaio foi aumentando uma numeração.

Eu já achava MP7, MP8, um exagero. E nem prestava mais atenção aos MPX da vida, quando outro dia vejo uma propaganda (via Adsense) neste mesmo blog que você está lendo. Olha ela aqui:

celular mp11 china
Sim, um MP11! E pela loja, deve vir diretamente da China, aquele (hoje) acolhedor país dos direitos humanos e dos produtos pirateados, apesar da baía pirata na Suécia... Não pude deixar de ser curioso e entrei no site. Meu Deus, MP11 não são a última moda. Lá tem MP12...

E se você procurar no Google, em sites como o MercadoLivre (que mais é um mercado zona livre), vai encontrar outros MPs, 13, 14, 15...

Eu queria mesmo é um MP18 pra acabar com essa palhaçada.

MP18 (Esse é o verdadeiro MP18!)

2009-04-29

Marjorie Estiano no Video Show

Vejamos, eu praticamente não assisto televisão. Mesmo programas que eu gosto, como o CQC, acabo vendo depois pela Internet.

Novelas, então, faz anos que eu não acompanho uma. Por isso mesmo, programas como TV Fama (esse eu procurei no Google pra lembrar o nome) ou Video Show, que são voltados para o umbigo da televisão, são totalmente insípidos pra mim. Ou pelo menos, na maior parte das vezes.

Hoje de tarde, tomando café pós-almoço na cantina, espio a TV ligada e vejo passando no Video Show uma reportagem/entrevista com a lindíssima Marjorie Estiano.

Simplesmente amo essa mulher!

Então, agora que estou online, fui ver na Globo Vídeos se achava, e não é que tá lá? Ah, adoro essa comodidade da vida internética.



Infelizmente, vou continuar sem ver a Marjorie Estiano na TV, porque pra aguentar aquela novela, é preciso ser mais forte do que eu sou...

2009-04-27

Filme: Eu Odeio o Dia dos Namorados

Domingo fui ver o filme Eu Odeio o Dia dos Namorados (ou no original, I Hate Valentine's Day).

filme eu odeio o dia dos namorados poster
O filme traz novamente a dupla de Casamento Grego, desta vez num contexto bem diferente. Nia Vardalos é agora Genevieve, uma florista bem liberal, que tem uma regra quanto a relacionamentos: 5 encontros é o máximo que um rapaz consegue com ela. Isso porque ela considera que 5 encontros são o ápice do romance, que depois evolui para um namoro sem graça e apenas com obrigações.

Na véspera do dia dos namorados do resto do mundo, o Valentine's day, ela conhece o personagem de John Cobbert, Greg, que vai à floricultura comprar flores para sua namorada... Que depois é pega no flagra.

A partir daí, você já conhece o enredo: rapaz com o coração machucado acha legal sair sem ter expectativas e compromisso sério, então sai com a florista que tem a regra dos 5 encontros. E claro que eles acabam se apaixonando perdidamente, brigam, mas no final ficam juntos. Hey, isso é uma comédia romântica padrão! Então, não espere muita originalidade, mas sim, muitos clichês.

filme eu odeio o dia dos namorados
Apesar disso, eu gostei do filme. É bem simpático, leve e o principal: despretensioso. Apenas uma diversão leve (e bem, melada) de quase duas horas. Isso, claro, se você, assim como eu, gostar de comédias românticas. Sim, eu gosto de comédias românticas. Assim como gosto de filmes de ação malucos. São bons pra descansar o cérebro, que fica em modo stand-by durante os filmes. ;)

Destaque para os coadjuvantes, amigos de Genevieve, sempre pedindo conselhos amorosos ela. (Especialmente Zoe Kazan, que menina linda!)

zoe kazan
Bem, não dá pra não dizer que Eu Odeio o Dia dos Namorados é um filme mulherzinha. Sendo um dos poucos homens na sala de projeção (e o único desacompanhado), não deu pra deixar de notar a reação feminina. Parece brincadeira, mas a cena final (que eu não vou contar como é, e se você quiser ter a surpresa, não vai ver o trailer também), foi acompanhada de um suspiro feminino pela sala do cinema inteira: aaaahhhhh!

E claro, também teve o momento de lágrimas. Que eu admito, lacrimejou meus olhos também. Sim, eu devo estar no fundo do poço...

Trailer:

Estudo não é despesa, é investimento - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 27/04/2009, com uma conversa com um jovem sobre estudo, investimentos e celulares.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui).

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Estudo não é despesa, é investimento

celular
Hoje vou tentar responder a algumas indagações sobre curso superior. Não são poucos os ouvintes que escrevem para se justificar por não ter feito uma faculdade, sendo que a maioria explica que não tem condições de arcar com o preço do ensino.

Outros ouvintes perguntam se faculdades que oferecem cursos a preços mais acessíveis seriam recomendáveis. Ou se é melhor esperar mais um pouco. Em ambos os casos, porém, os ouvintes reclamam que não conseguem boas oportunidades de emprego por falta do diploma de curso superior.

Então vamos lá. Primeiro, esperar nunca é bom. Quem espera é sempre ultrapassado. Segundo, estudar é melhor do que não estudar. E terceiro, estudo não é despesa, é investimento.

E aqui eu peço licença para contar uma breve história que pode ter tudo ou nada a ver.

Há alguns dias eu fui abordado num shopping, por um jovem que me contou a sua história profissional. Ele tinha um empreguinho assim bem meia boca, como ele próprio definiu. Porque nunca pôde cursar uma faculdade. Mal o jovem havia começado a falar, o celular dele tocou. E nos minutos seguintes, tocou mais duas vezes.

Quando eu perguntei quem pagava a conta do celular, o jovem me disse que era ele mesmo, com certeza. E eu fiquei pensando: a conta do celular e mais um troco provavelmente já dariam para cobrir a mensalidade de uma faculdade. Perguntei ao jovem se ele já tinha considerado trocar o celular pelo ensino, e ele ficou pasmo!

"Como assim?" Todos os seus amigos tinham celulares. Como é que ele iria explicar o fato de não ter um? Claramente, para ele o celular era uma necessidade. E o ensino era um gasto.

Naquele momento, imaginei esse jovem participando de uma entrevista de emprego. O entrevistador perguntaria que faculdade ele está cursando. E o jovem responderia: "Nenhuma, mas em compensação, olha só o meu celular! 10.1 Megapixels!"

A vida profissional é uma questão de fazer as escolhas certas, nas horas certas. E pensando na carreira, a formação acadêmica é prioritária. No mínimo, um curso técnico e uma faculdade.

Ao final de nossa conversa, o jovem começou a me dizer que iria pensar no assunto. Mas aí, o celular dele tocou. Espero que ele tenha pensado.

Max Gehringer, para CBN.

Bexigas do Museu do Sexo de Nova Iorque explorando o prazer oral

Não importa o tema, uma boa idéia sempre é uma boa idéia. Vejam esta promoção do Museu do Sexo de Nova Iorque: em vez de distribuirem os tradicionais flyers e/ou panfletinhos, para promoverem a vindoura exibição "Exploring the pleasure of Oral Sex" (ou Explorando o prazer do Sexo Oral), eles distribuiram bexigas ou balões.

Mas qual a grande idéia? Bem, ao encher a bexiga assoprando, assoprando, os detalhes da exposição aparecem, bem como uma carinha de felicidade, como a da moça da foto:

museu do sexo propaganda bexiga
museu do sexo propaganda bexiga
Hehehehe.

Bem que podiam ter feito um modelo feminino também. =P

Via Fleshbot - Grandes Momentos da Propaganda, Bexigas boqueteiras, via Copyranter, via DirectDaily.

2009-04-25

Filme: Divã

Apesar do filme ter estreado nacionalmente semana passada (17 de abril), somente esta semana Divã apareceu nas telas aqui de Floripa, e eu fui assistí-lo hoje.

filme divã poster
Divã, o filme, é baseado na peça de teatro de mesmo nome, que por sua vez foi inspirado no livro homônimo de Martha Medeiros.

Divã conta a história de Mercedes (interpretada pela Lília Cabral, ótima no filme), uma mulher em torno dos 40 anos, que vive uma pacata vida de classe média no Rio de Janeiro. Ao começar a frequentar o divã de um psicanalista, ela começa a se questionar sobre se aquela vidinha pacata e sem emoções seria mesmo felicidade. É o começo de uma jornada, em que ela se questiona sobre casamento, amor, paixões, sedução, carreira, amizade e enfim, felicidade.

Enquanto vemos a vida de Mercedes sofrer uma grande reviravolta, envolvendo entre outras coisas, o fim do casamento, traições, a busca por novos amores e os laços de amizade, acompanhamos o que a personagem pensa por meio do divã do filme. Nós, os espectadores, somos o confidente, o analista que escuta a tudo e se faz algum juízo, praticamente não o faz para a personagem: deixa que ela mesma se descubra na jornada.

Talvez seja apenas uma impressão minha, mas vejo que ultimamente tem aumentado o número de obras em que mulheres mais maduras vêm se redescobrindo, se transformando, abandonando caminhos e adotando outros, a exemplo de um livro que li há alguns meses, o delicioso Comer, Rezar, Amar, e mesmo na vida real. Creio estarmos no meio de uma evolução, senhoras e senhores.

Mas voltando ao filme...

filme divã lilia cabral cauã reimond (Eis outro carinha que gosta de MILFs...)

Divã tem um ritmo delicioso, em que as risadas saem com facilidade, tanto pela situação cômica em si, quanto pela identificação do espectador com a situação mostrada. Isso não quer dizer que você não vá chorar no filme, pois momentos lacrimais também estão presentes (estes, na minha opinião, não tão bem realizados quanto o resto do filme).

Divã pode ter aquele rótulo de "filme pra mulherzinha" (mesmo que o público que mais se identificará seja o das mulheres mais maduras, o que constrasta com o "mulherzinha"), mas eu, que sou homem, me diverti muito e recomendo. Fora que se homens e mulheres ainda viverem a guerra dos sexos, nada melhor do que conhecer o seu inimigo. =P

Trailer do filme Divã:



Bônus divertido: pra promover o filme, foi feita uma promoção (que já terminou) em que internautas mandariam vídeos com o tema "Você no divã". Os dois vídeos ganhadores, muito divertidos, você vê no blog da produção.

P.S. A cena de nudez da Lília Cabral no filme foi espetacular! Não porque ela mostra tudo, mas porque... ah, vá ver o filme. XD

2009-04-24

Cuidados que devem ser tomados ao indicar amigos para vaga de emprego - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 24/04/2009, sobre os cuidados a serem tomados ao indicar amigos para vagas de emprego na sua empresa.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui).

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Cuidados que devem ser tomados ao indicar amigos para vaga de emprego

aperto de mão
Uma consulta sobre amizade. "Vivo uma situação que ao mesmo tempo me alegra e me entristece", diz um ouvinte. "Eu trabalho numa boa empresa e tenho um bom cargo. Essa é a parte boa. A parte não tão boa é que tenho vários amigos que ou estão desempregados ou estão insatisfeitos e querem mudar de emprego. Por isso, recebo muitos pedidos de ajuda.

A minha empresa tem em aberto uma quantidade de vagas até razoável, considerando-se a atual situação do mercado de trabalho. Portanto, eu poderia ajudar alguns de meus amigos. Só que se eu simplesmente entregar um currículo para a área de recursos humanos, ele vai direto para o banco de dados, e aí desaparece num buraco negro.

Para poder, de fato, ajudar, eu tenho que conversar diretamente com o gerente da área que tem uma vaga em aberto. Eu fiz isso algumas vezes e ouvi a pergunta: 'Você garante que essa pessoa será eficiente? Garante que ela não terá problemas de relacionamento com os colegas?' E aí, eu fico em dúvida. Como eu posso garantir isso? Sei que meus amigos são pessoas responsáveis, mas nunca trabalhei diretamente com eles. Qual seria a melhor atitude em casos assim?"


Começando pelo óbvio, você é um profissional. Você não deve indicar um amigo para uma vaga porque ele é um bom amigo, mas porque ele será um bom profissional. Se você não tem informações suficientes para dar essa garantia, você deve dizer isso ao gerente que lhe fizer a pergunta. Responda que você recomenda seu amigo do ponto de vista de comportamento, se isso for verdade. Mas enfatize que a avaliação profissional deve ser feita pelo próprio gerente, numa entrevista.

Com um pouco de insistência, você conseguirá que seu amigo seja entrevistado. Caso isso aconteça, e o gerente ficar em dúvida se contrata ou não o seu amigo, não force a barra. Retire a indicação e diga a seu amigo que você fez o que estava ao seu alcance, mas que ele não foi aprovado na entrevista. Por outro lado, se seu amigo for um bom profissional, ele será aprovado na entrevista.

Logo, não se torture demais. Você é pago por sua empresa para fazer com que ela seja cada vez melhor, e isso inclui a indicação de bons profissionais. Se você indicar o amigo errado para uma função e ele depois vier a perder o emprego, você não só ficará sem a confiança da empresa, como também corre o risco de ficar sem o amigo.

Em resumo, não misture o que não precisa ser misturado.

Max Gehringer, para CBN.

Run, Forrest, run!

Não posso deixar de me lembrar do Forrest Gump correndo e correndo, atravessando todos os States várias vezes, ao ver o vídeo abaixo, Onwards, uma excelente animação encomendada pela Nike.

Só tenha paciência, que a corrida demora um pouco pra começar. (Nunca se esqueçam dos alongamentos, caros padawan.) Só os preparativos pra começar a corrida (e a musiquinha psicodélica) é mais longa do que o Forrest do vídeo de 1 minuto.


Onwards from akqa on Vimeo.

Via o blog das animações, Smelly Cat.

2009-04-23

As críticas ao antigo emprego em entrevistas - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 23/04/2009, sobre o que não dizer sobre a sua antiga empresa em uma entrevista para um novo emprego.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui).

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As críticas ao antigo emprego em entrevistas

crítica
Uma consulta sobre entrevista. "Tenho 26 anos", diz uma ouvinte, "e estou trabalhando há 2 anos em uma organização do ramo financeiro. Mas, pensando em minha carreira, fiz uma entrevista em outra empresa do mesmo setor, para uma vaga que eu queria muito.

Eu estava indo bem até o entrevistador me perguntar que motivos eu teria para deixar o meu emprego atual. Eu fui sincera e relatei as coisas que me desagradam em minha atual empresa, dentre elas, a falta de informações, a inexistência de um plano de carreira, e uma certa tendência dos gestores a acomodação. Imaginei que esses fatores seriam auto-explicativos, mas o entrevistador deve ter pensado o contrário, e começou a me pedir exemplos práticos do meu dia a dia. Por algum motivo, que não sei explicar, daí em diante a entrevista foi esfriando e eu acabei perdendo a vaga. O que eu fiz de errado?"


Você cometeu um dos enganos mais comuns em entrevistas: o de criticar a empresa anterior, ou no seu caso, a empresa atual.

Quando você atribui uma situação que não lhe agrada a terceiros, sejam eles colegas ou chefes, o entrevistador não tem como averiguar se o problema está realmente nos outros ou em você mesma. Por isso o entrevistador adota a linha da desconfiança. Ele parte do princípio de que o sistema pode não ser tão ruim como você está dizendo. E que o verdadeiro problema é que você tem dificuldade para se enquadrar no sistema.

As perguntas que ele fez sobre o seu dia a dia, ao contrário do que parece, têm pouco a ver com sua empresa atual. E muito a ver com as situações que você encontraria na nova empresa. Muito provavelmente, a conversa esfriou porque o entrevistador sentiu que você poderia ter no novo emprego, reações negativas parecidas com as que você tem no emprego atual.

A melhor resposta seria a de que você está disposta a mudar porque enxerga muito mais oportunidades na nova empresa. E não que está insatisfeita. Ou seja, você quer trocar o bom pelo melhor. A resposta que você deu pode ter passado ao entrevistador a impressão, mesmo que incorreta, de que você quer trocar o ruim por qualquer coisa.

Max Gehringer, para CBN.

2009-04-22

Presença fantasmagórica

Estava eu sozinho em casa, num silêncio sepulcral,
Sem televisão ligada, rádio, mp3 ou nada igual.
Quando ouço um barulho rouco e ritmado,
Parecendo haver uma outra respiração ao meu lado.

Enquanto o único ruído era este e a chuva lá fora,
Pensei comigo: "aqui deve haver outra presença agora".
Assustado, segurei o ar dentro do peito por um momento,
E aquele barulho cessou, sobrando só o do vento.

Percebi então que era apenas o efeito deste resfriado,
Que me entope o nariz e me deixa cansado.
E me faz escrever coisas sem sentido, nesta madrugada,
Rimando métricas ruins com o nada.

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Baseado em fatos reais.

O marketing pessoal - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 22/04/2009, sobre o marketing pessoal.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui).

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O marketing pessoal

marketing pessoal
A consulta de hoje é mais uma opinião pessoal de um professor universitário, sobre o tema marketing pessoal. Ele acredita, e repete isso para os seus alunos, que a competência para obter resultados é o fator que realmente importa para construir uma carreira. Marketing pessoal, ainda segundo o professor, é uma balela para vender livros e cursos.

Vou tentar explicar, com o devido respeito, porque eu penso de modo diferente. E vamos começar com o marketing em si. Numa definição bem curta, marketing é tudo aquilo que faz um produto ser conhecido, comprado pela primeira vez e recomprado sempre.

Para conseguir isso, uma empresa utiliza as chamadas ferramentas de marketing. E elas começam com o produto em si, que precisa ter a qualidade e o preço adequados ao segmento de consumidores que a empresa pretende atingir.

Só que apenas isso não basta. Não adianta ter um ótimo produto se ninguém sabe que ele existe. Aí entram a propaganda e as promoções de ponto de venda. E essa segunda parte é tão importante quanto a primeira.

Eu me arriscaria a dizer, sem medo de errar, que o próprio professor está usando marketing pessoal. Ele menciona, na mensagem que me enviou, uma série de artigos que ele publicou em revistas especializadas. Ao fazer isso, ele juntou duas coisas: a competência, a que ele mesmo se referiu, e a busca de uma maior visibilidade para suas idéias. E isso é marketing pessoal.

Em empresas, existem e não são poucos, funcionários muito competentes que não são considerados para promoções. E não entendem porque colegas que parecem menos capacitados, acabam sendo promovidos. A explicação é que esses colegas podem até ter um pouco menos de competência para conseguir resultados, mas eles têm um marketing pessoal muito melhor.

Eles conseguiram criar uma imagem positiva de si mesmos. E fizeram isso através da divulgação de seus resultados, de uma boa comunicação, principalmente verbal, da pré-disposição para aceitar mudanças, da disponibilidade para colaborar com quem pede e da pró-atividade para oferecer ajuda a quem precisa.

Marketing pessoal não é puxa-saquismo explícito. E nem propaganda vazia. Marketing pessoal é o que nosso professor está fazendo: divulgado e enfatizando o que ele tem de melhor a oferecer, mas sem deixar de ser o que ele é.

Max Gehringer, para CBN.

2009-04-21

Filme: Anjos da Noite 3: A Rebelião

Neste feriado nublado e com jeito de chuva, lá fui eu enfrentar a multidão que parece brotar da terra nos shoppings desta cidade, nestes dias sem sol. Depois de pegar muita fila, consegui comprar o ingresso pro mais novo filme de vampiros e lobisomens, o terceiro da franquia, Anjos da Noite 3: A Rebelião (no original, Underworld: Rise of the Lycans).

anjos da noite3 rebelião poster
Confesso que fui pro cinema esperando me decepcionar, mas foi exatamente o oposto. Anjos da Noite: A Rebelião é um prequel, ou seja, a história se passa antes dos outros dois filmes da série. Como a história já é conhecida, de um flashback mostrado no primeiro filme, estava com receio de que alterassem a história para montar o filme. Mas não foi isso o que aconteceu. Os produtores conseguiram contar a história de maneira fiel ao que já vimos, mostrando outros aspectos que não foram contados, mas sem mexer na essência.

A história, pra quem não viu o primeiro filme, é a seguinte: há muito tempo atrás, um humano (com nome de corvo, vai saber... Alexander Corvinus) se tornou imortal. Ele teve 3 filhos, dos quais um foi mordido por morcego (Marcus) e se tornou o primeiro vampiro, outro foi mordido por um lobo (William) e se tornou o primeiro lobisomen (ou lycan, como são chamados no filme), e o terceiro evitou os bichos e continuou humano.

anjos da noite3 rebelião lucian
Acontece que originalmente os lycans não retornavam à forma humana, até nascer Lucian, o primeiro de uma nova linhagem, que conseguia controlar a transformação. Desde então, os lobisomens eram usados como escravos pelos vampiros. Até que este primeiro lobisomen 'moderno' acaba se apaixonando pela filha de Viktor, o líder dos vampiros, a bela Sonja. E no meio deste romance, surge a rebelião dos lobisomens. Que futuramente levará à guerra entre vampiros e lycans, retratada nos dois primeiros filmes.

Pra quem, como eu, gostou dos dois primeiros filmes, Anjos da Noite: A Rebelião é divertido, cheio de referências, mas não acrescenta nada à mitologia deste submundo. Mesmo assim, é muito legal de ver, afinal, é uma volta a esse universo de vampiros e lobisomens, desta vez, sob a ótica dos últimos.

anjos da noite3 rebelião sonja (A bela Rhona Mitra como Sonja. Mas eu ainda prefiro a Kate Beckinsale como Selene.)

Se você gostou dos dois primeiros Anjos da Noite, vale a pena. Se não assistiu, pode ir ver sem medo, você não vai sair da sala boiando... Nem mesmo em sangue.

Trailer:



Para saber mais: Especial Omelete Anjos da Noite: A Rebelião.

Livro: As Virgens Suicidas

Desde o primeiro parágrafo do livro As Virgens Suicidas, de Jeffrey Eugenides, sabemos qual é o triste (ou não) destino das virgens do título.

livro as virgens suicidas capa
O livro As Virgens Suicidas conta a história das cinco irmãs Lisbon, Cecília (13 anos), Lux (14 anos), Bonnie (15 anos), Mary (16 anos) e Thereza (17 anos), a história de como a vida das cinco terminaram, todas em suicídio, num subúrbio americano na década de 70.

Narrado de forma não convencional, o narrador do livro é um personagem que pouco conhecemos, a não ser pelo que ele revela da sua relação com as irmãs. Ele faz parte de um grupo que viveu relativamente perto das irmãs, e mesmo depois de passados anos da morte delas, continua recolhendo fragmentos para tentar montar o quebra cabeça que levou as cinco a cometerem suicídio.

O livro é narrado como se esse personagem, cujo nome não sabemos, estivesse contando todas as suas memórias diretamente para o leitor, e mostrando todo o material sobre as irmãs Lisbon, que ele e seu grupo reuniram no decorrer dos anos. A narrativa é intensa, o autor praticamente não separa o livro em capítulos (são apenas cinco partes, mesmo que a minha edição - de bolso - tenha mais umas 200 páginas).

virgens suicidas garotos
A intensidade da narrativa não significa que o livro seja pesado, muito pelo contrário. Apesar do tema poder invocar algo mais dramático, a leitura é leve e divertida. É além do relato do suicídio das irmãs Lisbon, o relato de como um bando de garotos via e admirava essas irmãs, seu ponto de vista tentando entendê-las, e como elas afetaram a vida deles para sempre. Isso porque, apesar de tudo, ninguém nunca soube com certeza, o porquê das cinco irmãs acabarem com as próprias vidas.

De um tema soturno, Jeffrey Eugenides consegue fazer um livro divertido de se ler. E que nos faz sentir como o narrador do livro: querendo desvendar os mistérios das cinco jovens irmãs, amando-as a distância, e sobretudo, ficando embasbacados na dúvida de entender, por completo, a alma de cinco garotas.

Em tempo, em 1999, Sofia Coppola estreou na direção de filmes, fazendo a adaptação do livro As Virgens Suicidas para as telonas. Eu ainda não vi o filme, mas já está no HD. Todas as imagens deste post (tirando a capa do livro) são cenas do filme.

as virgens suicidas filme cartaz
Abaixo alguns trechos que eu destaquei do livro (os grifos em negrito são meus):

No primeiro parágrafo do livro, já sabemos do destino trágico das irmãs:

Na manhã em que a última filha dos Lisbon decidiu-se também pelo suicídio – foi Mary dessa vez, e soníferos, como Thereza -, os dois paramédicos chegaram à casa sabendo exatamente onde ficavam a gaveta das facas, o forno, e a viga no porão à qual era possível atar uma corda. Saíram da ambulância, como sempre andando mais devagar do que gostaríamos, e o gordo disse entre dentes: "Isso não é TV, gente, mais rápido não dá." Carregava o pesado equipamento cardíaco e o respirador, passando pelos arbustos que haviam crescido de forma monstruosa, pisando o gramado transbordante que fora liso e imaculado treze meses antes, quando os problemas começaram.


as virgens suicidas paramédicos
Do relatório do psiquiatra que viu Cecília depois da primeira tentativa de suicídio:

Aos 13 anos, Cecília deveria ter permissão para usar o tipo de maquilagem comum às garotas da sua idade, a fim de se relacionar melhor com elas. O mimetismo dos costumes partilhados é um degrau indispensável no processo de individuação.


De uma entrevista com o Sr. Lisbon, algum tempo depois da tragédia:

De acordo com o Sr. Lisbon, há muito questionava a rigidez da mulher, sabendo no seu coração que garotas proibidas de dançar só atraem maridos pálidos, de peito encovado.


Pequenas pérolas de sabedoria. ;)

as virgens suicidas festa
Na única festa que as irmãs Lisbon participaram:

Depois, porém, nossos olhos se acostumaram com a luz e nos cientificaram de algo que não havíamos percebido até então: as Lisbon eram pessoas diferentes umas das outras. Vimos que em vez de cinco réplicas com os mesmos cabelos louros e os mesmos rostos bochechudos eram seres distintos, cujas personalidades começavam a alterar rostos e a orientar expressões. Percebemos imediatamente que Bonnie, que agora se apresentava como Bonaventure, tinha a tez amarelada e o nariz afilado de freira. Seus olhos lacrimejavam e ela era um palmo mais alta que todas as outras irmãs, sobretudo devido ao comprimento do pescoço que um dia haveria de pender na ponta de uma corda.


O livro é cheio de momentos como esse, que misturam momentos alegres com a tristeza inerente da história, mas não deixando um clima soturno, envolvendo sempre um humor negro e ácido.

as virgens suicidas festa
Sobre as revelações que a leitura do diário de Cecília mostra:

Tomamos conhecimento de céus estrelados que as meninas haviam contemplado anos antes durante um acampamento, do tédio de verões arrastados entre o quintal dos fundos e o jardim da frente e de novo os fundos, e até mesmo de um certo cheiro indefinível que subia das privadas em noites de chuva e que as meninas chamavam de "esgoto". Soubemos o que se sente ao ver um menino sem camisa, e como isso levava Lux a escrever o nome "Kevin" com marcador roxo vezes sem conta nas páginas do seu fichário e até mesmo no sutiã e nas calcinhas, e compreendemos sua raiva ao chegar em casa um dia e descobrir que a Sra. Lisbon tinha alvejado suas roupas, apagando todos os "Kevin". Soubemos como dói o vento frio do inverno entrando por debaixo da saia, como é sofrido manter os joelhos juntos na sala de aula, e como é monótono e irritante ter que pular corda enquanto os meninos jogam beisebol. Nunca conseguimos entender por que as meninas faziam questão de ser maduras, nem por que sentiam tanta necessidade de elogiar umas às outras, mas às vezes, depois de um de nós ter lido em voz alta um longo trecho do diário, tínhamos que combater o desejo de nos abraçar ou de dizer uns aos outros como éramos bonitos. Sentimos o aprisionamento que é ser garota, e como isso torna a mente ativa e sonhadora, e como a gente acaba sabendo quais as cores que combinam entre si. Soubemos que as garotas são nossas gêmeas, que existíamos todos no espaço como animais de idêntica pele, e que elas sabiam tudo a nosso respeito embora nós não soubéssemos nada delas. Soubemos, afinal, que as garotas são na realidade mulheres disfarçadas que compreendem o amor e até mesmo a morte, e que a nossa tarefa era apenas gerar o barulho que parecia fasciná-las.

as virgens suicidas diário
Há momentos no livro que são pura poesia. Enquanto garotos são apenas garotos, não importa a idade, garotas são mulheres.

Ao arrancar a cerca em que Cecília pulou para a morte:

Era surpreendente que nossos pais permitissem, porque danificar o gramado costumava ser um bom motivo para chamar a polícia.

...

Os dois ficaram calados, junto com nossos pais, e percebemos como eram velhos, como estavam acostumados a encarar traumas, depressões e guerras. Percebemos que a versão do mundo que nos ofereciam não era aquela em que realmente acreditavam, e que apesar de todos os seus cuidados e do seu mau humor por causa das tiriricas, estavam se lixando pro gramado.


Uma amostra da visão de mundo da sociedade, e como os rapazes estavam crescendo e descobrindo certas verdades.

Após o suicídio de Cecília, em uma noite na casa dos Lisbon:

Naquele momento o Sr. Lisbon sentiu que não sabia quem ela era, que os filhos são somente estranhos com quem a gente concorda em viver. E avançou, para encontrá-la pela primeira vez. Pousou as mãos nos seus ombros, depois as deixou cair ao longo do próprio corpo. Thereza afastou os cabelos do rosto, sorriu, e lentamente começou a subir as escadas.


E os pais são estranhos com quem crescemos...

Ainda na mesma noite, assimilando o suicídio da mais nova das cinco irmãs:

Só quando saiu do banheiro, buscando ele próprio o esquecimento do sono, viu o fantasma de Cecília. Estava de pé no seu antigo quarto, vestida novamente com o vestido de noiva, tendo de alguma maneira despido a roupa azul com gola de renda que usava no caixão. "A janela ainda estava aberta", disse o Sr. Lisbon. "Acho que não havíamos lembrado de fechá-la. Tudo pareceu-me claro. Eu sabia que tinha que fechar aquela janela, se não ela continuaria pulando eternamente."

De acordo com sua história, ele não gritou. Não queria estabelecer contato com a sombra da filha, saber por que tinha se matado, pedir perdão, ou repreendê-la. Simplesmente avançou, orçando nela, para fechar a janela. Quando o fez, entretanto, o fantasma virou-se, e ele viu que era apenas Bonnie, enrolada no lençol. "Não se preocupe", disse ela. "Arrancaram a cerca."

as virgens suicidas fantasma na janela
Os piores fantasmas são os que vivem na nossa mente ou coração.

Sobre um dos garotos, que namorou Lux:

...enquanto Trip nunca tinha precisado sequer discar o número de telefone de uma garota. Para ele tudo era novo: memorizar discursos estratégicos, estudar rumos para possíveis conversas, respirar fundo como um iogue, tudo para acabar mergulhado cegamente, de cabeça, no mar cheio de estática das linhas telefônicas. Ele nunca havia sofrido a eternidade do telefone que toca antes de alguém atender, não conhecia o disparar do coração ao ouvir aquela voz incomparável subitamente ligada à sua, a sensação de estar tão perto que quase podia vê-la, de estar verdadeiramente dentro dos ouvidos dela. Nunca havia sentido a dor das respostas sem graça, o pavor dos "Ohh... Éee", nema a rápida aniquilação do "Quem?"

as virgens suicidas namorando
É por isso que eu não gosto de telefones.

Sobre o Dia das Lamentações, um dia organizado pela escola das irmãs, para lidar com o suicídio de Cecília:

Quase todos só lembram do Dia das Lamentações como um vago feriado. As primeiras três horas de aula foram canceladas e ficamos espalhados em várias casas.

...

As Lisbon, que haviam sido postas em casas e cômodos separados, recusaram-se a jogar, ou ficavam pedindo para ir ao banheiro. Nenhum dos professores insistiu para que participassem, de modo que toda a cicatrização foi feita por nós, que não tínhamos feridas.


Seres humanos são assim: ajudam a quem não precisa apenas para se sentirem melhores consigo mesmos.

No único baile que as Lisbon chegaram a frequentar:

Parkie Denton lembrava-se dos movimentos estudados de Mary, da sua pose.

...

Durante a dança, sustentou uma conversa educada, do tipo que as belas mulheres tinham com os duques durante as valsas nos filmes antigos. Mantinha-se bem empinada, como Audrey Hepburn, que todas as mulheres idolatram e em quem os homens nem pensam.


Audrey Hepburn... é verdade...

Ainda no baile:

O licor de pêssego passou para frente e para trás entre a boca dele e a dela, até que ele percebeu que ela engolia, relaxando. Anos mais tarde, Joe Hill Conley gabava-se de poder analisar a estrutura emocional de uma mulher através do gosto da sua boca, e insistiu ter feito essa descoberta aquela noite, debaixo das arquibancadas com Bonnie. Dise que sentiu todo o seu ser através do beijo, como se a alma dela escapasse pelos lábios, igual se acreditava na Renascença. Sentiu primeiro o gosto gorduroso da manteiga de cacau que ela usava, depois o sabor triste das couves de Bruxelas da última refeição, mais além a poeira das tardes perdidas e o sal dos condutos lacrimais. O licor de pêssego esmaeceu à medida que ele provava os sucos de seus órgãos internos, todos ligeiramente ácidos de pesar. Às vezes, os lábios dela tornavam-se frios e, espiando, ele via que ela beijava com os olhos assustados inteiramente abertos.


Essa seria uma interessante habilidade que eu gostaria de ter. =P

as virgens suicidas baile
Conversando com a avó das Lisbon:

Entretanto, fez referências à sua própria infelicidade no amor, algo em torno de 60 anos atrás. "A gente nunca se recupera", disse. "Mas consegue chegar a um estágio em que não dói mais tanto."


Espero que não demore tanto tempo pra mim...

Sobre o que aconteceu após o suicídio de Cecília:

Gostaríamos de contar para vocês, com conhecimento de causa, o que acontecia na casa dos Lisbon, ou o que as garotas sentiam aprisionadas lá dentro. Às vezes, desgastados por essa investigação, ansiávamos por algum fiapo de evidência, alguma pedra de Rosetta que afinal explicasse as garotas.


Todo o livro se assemelha ao mito da caverna, em que apenas sombras são vistas, e a partir destas, as pessoas tentam reconhecer o que há de realidade.

Sobre a reação de uma vizinha, depois do suicídio de Cecília:

Afinal, não foi a morte que a surpreendeu, mas a teimosia da vida. Ela não podia compreender como as Lisbon ficavam tão quietas, por que não bradavam oas céus ou enlouqueciam. Vendo o Sr. Lisbon pendurar as luzes, sacudiu a cabeça e resmungou.

...

Demo nos explicou: "Nós gregos somos um povo temperamental. Para nós, o suicídio faz sentido.Pendurar luzes natalinas depois que a filha da gente o cometeu não faz. O que a minha yia yia (avó) nunca conseguiu entender na Améria é por que todo mundo finge ser feliz o tempo inteiro."


Não só na América, essa obrigação de ser feliz paradoxalmente nos deixa cada vez mais infelizes.

A aventura dentro da casa das Lisbon, um pouco antes da tragédia do suicídio das outras irmãs:

Pela primeira vez, olhamos em volta na casa. Agora que estávamos lá dentro, o cheiro era mais forte que nunca. Era o cheiro de gesso molhado, de canos entupidos pelo insondável emaranhado dos fios de cabelos das garotas, de latrinas mofadas e canos vazando. As latas de tinta ainda estavam debaixo das goteiras, cheias de uma solução diluída, de outros tempos. A sala parecia ter sido saqueada. A televisão estava a um canto, sem tela, a caixa de ferramentas do Sr. Lisbon aberta diante dela. As cadeiras não tinham pernas ou braços, parecendo que os Lisbon as usavam como lenha.


as virgens suicidas salvando árvore
Sobre especulações na mídia, depois dos suicídios:

A Srta. Perl, cuja reportagem saiu no jornal da tarde, foi a primeira a assinalar a importância da data. As garotas, verificou-se, haviam se matado no dia 16 de junho, o mesmo em que um ano antes Cecília cortara os pulsos. A Srta. Perl dava muito destaque a isso, falando em "presságio nefasto" e "lúgubre coincidência" e dando início, sozinha, à frenética produção de especulações que continua até hoje. Em seus artigos subseqüentes, - um a cada dois ou três dias durante duas semanas – ela variou o tom, passando do registro solidário para o lamento amigo, e para a metálica precisão daquilo que ela nunca conseguiu ser: uma repórter investigativa. Percorrendo o bairro em seu Pontiac azul, empacotou reminiscências para chegar a uma conclusão inexpugnável, bem menos verdadeira que a nossa, que já é cheia de furos.

...

Seu terceiro artigo, sob o título "Suicídios podem ter sido um pacto", reforça a teoria de uma conspiração, segundo a qual as garotas planejaram os suicídios de acordo com uma ocorrência astrológica indeterminada. Cecília tinha simplesmente começado, enquanto as irmãs esperavam a vez.

...

A Srta. Perl coreografou tudo direitinho. O que, porém, nunca conseguiu explicar foi por que as garotas escolheram a data da tentativa de suicídio de Cecília em vez de escolher a da sua morte, aproximadamente três semanas depois, em 9 de julho.


as virgens suicidas reportagem televisão
Na manhã do suicídio da última das irmãs:

Ficamos até de manhã. Quando saímos para o primeiro amanhecer alcoólico das nossas vidas (um fade-in desbotado que, ao longo dos anos, o diretor de uma nota só usaria exaustivamente), nossos lábios estavam inchados de tanto beijar e nossas bocas latejavam com o gosto das garotas. Num certo sentido, era como se já tivéssemos nos casado e divorciado,...

...

Á distância, parada diante da casa dos Lisbon, a ambulância piscava as luzes. Não tinham se preocupado em ligar a sirene.

Essa foi a manhã em que os paramédicos apareceram pela última vez, andando devagar demais, na nossa opinião, e o gordo disse aquela frase sobre não ser a TV. A essa altura, já tinham estado na casa tantas vezes que nem sequer bateram, simplesmente foram chegando, passaram pela cerca que não estava mais lá, entraram na cozinha para ver se o gás do fogão estava ligado, depois desceram ao porão onde encontraram a viga livre, e finalmente chegaram ao andar de cima onde o segundo quarto continha o que procuravam: a última filha dos Lisbon, no saco de dormir, cheia de soníferos.


as virgens suicidas ambulância
E concluindo:

No final tínhamos pedaços do quebra-cabeça mas, por mais que tentássemos arrumá-los, as falhas continuavam, entranhas formas vazias mapeadas por aquilo que as rodeava, como países dos quais ignorássemos os nomes. "Toda sabedoria termina em paradoxo", disse o Sr. Buell, antes que o deixássemos, em nossa última entrevista, e sentimos que ele estava nos dizendo para esquecer as garotas, deixá-las nas mãos de Deus. Sabíamos que Cecília tinha se matado porque era uma desajustada, porque ouvia o chamado do além e sabíamos que suas irmãs, uma vez abandonadas, também a ouviram chamar de lá. Mas nossas gargantas continuam trancadas apesar dessas conclusões, porque elas são verdadeiras e falsas ao mesmo tempo.

...

Isso tudo, porém, é como caçar o vento. A essência dos suicídios não consistia em tristeza ou mistério, mas em simples egoísmo. As garotas apossaram-se de decisões que é melhor deixar entregues a Deus. Tornaram-se poderosas demais para viver conosco, preocupadas demais consigo mesmas, visionárias demais, cegas demais. O que arrastavam atrás de si não era a vida, que é sempre vencida pela morte natural, mas a mais trivial lista de fatos mundanos: um relógio na parede marcando seu tique-taque, um quarto em penumbra no fim da tarde, e a afronta de um ser humano pensando apenas em si mesmo.

...

No final, não importa quantos anos tinham ou o fato de serem garotas, mas somente que as amamos e que elas não nos ouviram chamar, ainda não nos ouvem, aqui em cima na casa na árvore, com nossos cabelos ralos e nossas barrigas moles, chamando-as para fora daqueles quartos aonde foram ficar sozinhas para sempre, sozinhas no suicídio, que é mais fundo que a morte, e onde nunca encontraremos os pedaços para tornar a juntá-las.

2009-04-20

Pesquisas de satisfação dos empregados feitas pelas empresas podem ser levadas a sério? - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 20/04/2009, sobre a validade de pesquisas de satisfação de empregados, quando feitas pela própria empresa.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui).

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Pesquisas de satisfação dos empregados feitas pelas empresas podem ser levadas a sério?

empregado feliz
Escreve um ouvinte surpreso: "A empresa em que eu trabalho", diz ele, "faz uma pesquisa anual para avaliar o grau de satisfação dos empregados. A última pesquisa indicou que 92% estavam satisfeitos. E a empresa fez um belo carnaval, colocando esse número em tudo quanto era lugar: na portaria, nos quadros de aviso, na Intranet e até nas correspondências internas.

O resultado me deixou surpreso, porque de cada 10 colegas meus, no mínimo 8 não estão satisfeitos. E pelo menos 4 mudariam de emprego hoje mesmo, se aparecesse uma oportunidade. Por isso eu pergunto se essas pesquisas são realmente sérias."


Bom, em primeiro lugar, essas pesquisas padecem do chamado vício de origem. Elas são feitas pela própria empresa, e não por um instituto de pesquisa independente. Em segundo lugar, existe o interesse pessoal. Os profissionais envolvidos na elaboração da pesquisa dependem dos resultados dela. Uma melhora no índice geral de satisfação irá aparecer na avaliação de desempenho de quem elaborou e conduziu a pesquisa, e poderá gerar benefícios individuais imediatos, como um bônus, por exemplo.

Essas duas condições fazem com que os resultados sejam bem diferentes daqueles obtidos em pesquisas conduzidas por institutos autônomos, que não têm interesse direto no resultado final.

A maioria das pesquisas independentes no Brasil ou no exterior, tem revelado exatamente o que nosso ouvinte escuta nos corredores e no banheiro: 7 de cada 10 funcionários não estão satisfeitos, ou com seu trabalho, ou com as condições oferecidas pela empresa, ou com as duas coisas.

Nosso ouvinte tem razão: o número de 92% de satisfação é puro marketing e está sendo usado pela empresa como uma ferramenta de motivação, e não como um espelho da realidade. Nenhuma empresa do mundo tem 9 de cada 10 empregados inteiramente satisfeitos.

Estar profissionalmente insatisfeito não é ser do contra, é a natureza do empregado. Usada positivamente, essa insatisfação gera uma ação para tentar melhorar. Usada negativamente, ela gera reclamação e imobilidade. Portanto, o que realmente importa é a pesquisa que cada um conduz sobre seu próprio grau de satisfação, e a atitude que toma em relação ao resultado.

Max Gehringer, para CBN.

Catapulta feita de cartão - ou seria um cartãopulta?

Um cara muito desocupado fez do seu cartão de visitas uma mini catapulta. Excelente pra brincar de guerrinha no escritório ou simplesmente ficar enchendo o saco do seu colega mala:



Me lembrou muito as brincadeiras do Jim em The Office...

the office jim dwight
Via Damn Cool Pics.

Filme: Evocando Espíritos

Sábado fui assistir ao novo filme de fantasmas que estreou, com o chamativo (e esclarecedor) título de Evocando Espíritos (no original, The Haunting in Connecticut).

Evocando Espíritos poster
Logo no começo do filme já vemos que ele é baseado em uma história real, o que não quer dizer muita coisa, pois o "baseado" pode ser muito diferente do que realmente aconteceu. O que é provavelmente este o caso. Mas enfim...

Evocando Espíritos conta o drama da família Campbell, cujo primogênito desenvolveu câncer ainda adolescente. Para ajudar no tratamento, que é feito em outra cidade, a família acaba se mudando para mais perto do hospital. E aí entra o clichê da "casa barata, mas com uma história"...

evocando espíritos matt
Depois de se mudarem, começam aqueles sustos típicos de filmes de fantasmas: o jogo de sombras, imagens que uma hora estão ali, e no momento seguinte, já se foram, até pratos caindo temos. Mas no começo, isso parece afetar apenas o jovem Matt, que está lutando contra o câncer, e que tem quase literalmente um pé na cova.

Mas logo os assombrações começam a importunar com mais afinco os outros familiares também. E nesse momento, enfim eles vão atrás da verdadeira história da casa, que originalmente era uma funerária em que o dono conduzia certos "experimentos", envolvendo a evocação de espíritos. O resto da história você confere indo ver no cinema.

Evocando Espíritos rezando
O filme Evocando Espíritos é cheio de clichês sobre fantasmas e não acrescenta muito à essa mitologia. O filme é dividido em duas partes, a primeira tendo foco pesado no drama familiar, sobretudo com a questão do câncer de Matt, mas algumas subtramas desnecessárias (e que acabam totalmente perdidas) também estão ali, como o alcoolismo do pai ou a situação da prima "agregada" na família. Infelizmente, explorada de maneira fraca, todo o drama acaba se tornando chato.

A segunda parte é mais voltada ao terror, aos filmes de fantasma. Esta parte, pra quem é fã de filmes de fantasmas, é mais legal, apesar de você praticamente já saber como tudo termina (afinal, são os clichês deste tipo de filme).

No geral, Evocando Espíritos é um filme mediano. Até rende uns bons sustos, mas não espere originalidade nem nada demais dele.

Trailer:

2009-04-16

Quando a qualidade da universidade deixa a desejar - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 16/04/2009, sobre o que dizer em uma entrevista para um estágio, quando a sua faculdade não é lá essas coisas.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui).

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Quando a qualidade da universidade deixa a desejar

faculdade caneta tinteiro
Uma consulta muito pertinente e que certamente vai interessar a muitos jovens. Escreve um jovem ouvinte preocupado: "Estou procurando estágio, mas me deparei com um problema. Uma das perguntas que os recrutadores sempre me fazem é sobre a minha faculdade. E eu estudo em uma faculdade sem muito prestígio, mas isso nem é o pior. O pior mesmo é que meus professores não demonstram muito interesse nas aulas. Parece que eles ensinam o mínimo que podem, só para fazer jus ao salário no fim do mês.

Por tudo isso, eu fico gelado quando o recrutador começa a me fazer perguntas sobre as minhas atividades escolares. E no fim da entrevista, eu sempre acabo perdendo a chance de ser contratado. Existe alguma resposta conveniente para a minha situação?"


Sem dúvida. Você poderia responder que sua faculdade pode não ser a mais renomada do mercado, mas que você supera essa deficiência com outras atividades. Por exemplo: você é membro da empresa júnior da faculdade, o que lhe permite apresentar projetos para empresas e começar a formar um bom círculo de relacionamentos. Se a sua faculdade não tem uma empresa júnior, você mesmo pode começar uma e associá-la à entidade nacional.

Você pode também dizer que dá aulas gratuitas para crianças carentes em uma ONG perto da sua residência. E pode dizer que se os professores não fazem questão de que os trabalhos dados em classes sejam bem feitos, nem por isso você se limita a dar os comandos de copiar e colar num site da Internet. Você pesquisa em livros e bibliotecas porque está fazendo um trabalho para o seu aprendizado e não para impressionar os professores. Além disso, você pode dizer que nunca perdeu uma aula, porque sabe que o índice de absenteísmo zero é muito importante para as empresas.

Evidentemente, falar é mais fácil do que fazer. E eu confesso que não tomei essas iniciativas quando era estudante. Talvez por falta de alguém que me abrisse os olhos para a importância de enxergar a faculdade como uma aprendizado que vai muito além das horas passadas na sala de aula.

O nosso jovem ouvinte não precisa dar desculpas para o recrutador. Ele precisa demonstrar, com exemplos práticos, que será um bom estagiário, independente da qualidade da escola em que ele estuda. O fato da escola não ser a melhor do mercado de ensino não significa que seus formandos não possam ser os melhores profissionais do mercado de trabalho.

Max Gehringer, para CBN.

Chu-Bura, a música da oitava abertura de Bleach

Chu-Bura, da banda Kelun, é a música da oitava abertura de Bleach. Eu quase não vi os episódios desta abertura, porque era fase de fillers, e essa temporada de fillers eu achei chata...

Mas não dá pra negar que a música é muito legal.

Kelun - Chu-bura
Nesses últimos dias eu ando escutando ela direto. Apesar de ter um bom ritmo e ser bem animada, sinto uma ponta de melancolia ao ouvi-la, sem um motivo aparente (ou pelo menos, consciente). E isso não tem nada a ver com a letra, porque já me sentia assim antes de ver a letra.

E por falar nisso, só consegui achar a tradução da letra em inglês, neste link no LyricWiki. Por isso, não liguem se a minha tradução estiver ruim, ela foi feita a partir da tradução em inglês.

Clipe da música:



Letra e tradução:
Chu-Bura
Kelun


Chu-bura na kimochi wo kakae te
Kyou mo toki nagare sugite yuku
Kimi wo mitsumeru tabi komiageru
Omoi mo naku tsutaerare nanimo naa
Itsunomanika, wasureteita
Namida ga umareru basho wo tadotte


Eu mantenho sentimentos que estão congelados no espaço,
Hoje, o tempo está passando demais
Toda vez que eu te olho, meu coração é preenchido
Com pensamentos, mas eu ainda não consigo transmiti-los bem.
Sem me dar conta, eu esqueci de
Seguir para o lugar onde as lágrimas são feitas.

Saa, mabuta o akete
Sono namida to hikikae ni
Tobitatte ikeru
Sono te ni todoku you ni
Omoidashitanda kimi no uta wo
Setsunaku omou kimochi wo


Agora, abra seus olhos
Para essas lágrimas sairem
Vamos voar para
Alcançar esta mão
Eu me lembro da sua canção
E dolorosamente penso sobre seus sentimentos.

Onaji dorama o nandomo miteru
Kyou mo naa, sonna ki ga shiteta zutto
Kimi ga warattekureta shunkan ni
Atarashii sutori ga hajimatta
Chuburarin na aseta hibi ga
Irozuite iku no ga wakattanda


Eu já vi esse drama tantas vezes
E sempre me senti assim
O momento em que você sorriu pra mim
Uma nova história começou
Os dias cinzas, congelados no espaço,
Eu percebi que eles estavam se enchendo de cor.

Saa, mabuta o akete
Kodoku ni surikaeteta
Nakushiteta yuuki wo
kono te ni kakageyou


Agora, abra seus olhos.
Substitua sua solidão com algo mais
Ache sua coragem perdida
E segure no alto com sua mão.

Koraeteta namida
ima omoidashita kara
Kimi no te wo nigitte
monogatari wa hajimaru


Eu me lembro agora
Das lágrimas que estava segurando
Eu irei pegar na sua mão
E uma nova história irá começar.

Aa ikusen no yoru wo
koete ima koko ni iru
kizutsutette ii sa
ima tsutaeyou


Aah, eu passei milhares de noite
Até chegar aqui
Tudo bem se machucar,
Pode falar agora.

Saa, mabuta o akete
Hitoride de furueteita
Kimi no te wo nigitte
Omoi wo tsutaeru noda
Omoidashitanda kimi no uta wo
Setsunaku omou kimochi wo
Hadaka no mama no kokoro wo


Agora, abra seus olhos
Você estava tremendo sozinha
E eu segurei sua mão
Para te dizer meus sentimentos
Eu me lembro da sua canção
E dolorosamente penso sobre seus sentimentos
Com meu coração nu.

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E o clipe com a abertura de Bleach, com Chu-Bura, de Kelun:

O cowboy solitário

Às vezes a vida nos faz sentir tão Charlie Brown... Mas que puxa...

(Clique para aumentar)

Força, Charlie Brown! Cowboys são melhores do que homens do espaço.

I'm a cowboy, on a steel horse I ride
I'm wanted dead or alive


Tirinha em português de número 200 da Casa do Snoopy, uma iniciativa muito legal que pretende traduzir para o português todas as tirinhas dos Peanuts (Snoopy) em ordem cronológica.

2009-04-15

Corra pra pegar o busão

Hoje o Dimenstein escreveu sobre um estudo feito por cientistas canadenses que diz que quem usa o transporte público (como eu, que pego o busão todo dia de manhã) tem três vezes mais chance de estar em forma do que aqueles pobres motoristas de carro.

músculos no ônibus
Trecho da matéria (que pode ser lida completa aqui):

De acordo com os autores, essas pessoas têm mais chances de cumprir os 30 minutos diários de atividade física moderada, recomendados pela Fundação do Coração e Derrame do Canadá.

Avaliando mais de quatro mil pessoas, os pesquisadores concluíram que as pessoas que usavam mais seus carros tinham menos chances de cumprir as recomendações para atividades físicas, pois caminhavam menos. Na análise com regressão logística multinomial, o uso de transportes públicos foi associado de duas a quatro vezes mais chances de cumprir o nível recomendado de atividades físicas.


correndo atrás do ônibus
Eu acho o resultado dessa pesquisa bem condizente com a nossa realidade, mesmo sendo realizada no Canadá. Aliás, se fosse feita aqui no Brasil, a proporção de pessoas que não precisam frequentar a academia e que usam o transporte público seria maior.

Veja o porquê: provavelmente o ônibus não passa na frente da sua casa, então você vai andando até o ponto. O ônibus que você pega tem poucos horários (que nunca são cumpridos a risca), então você já vai andando rápido pro ponto. E claro, pobre tem sorte, a uma quadra do ponto você vai ver o seu ônibus ali parado. Daí, sai correndo atrás do danado.

E tudo isso vale não só pros busões, mas também pra trens, metrôs, vans, etc...

multidão no metrô
Entrando dentro do ônibus, começa outra batalha, porque é claro que você vai em pé, se equilibrando a cada curva e tremendo quando as rodas passam por aqueles buracos na rua. Tudo isso tentando não se encostar (muito) nos outros passageiros, alguns parecendo que correram a maratona (devido ao seu suor atlético, huahuahua).

Isso, claro, é uma batalha leve se você teve sorte de conseguir entrar no ônibus ou o que quer que seja, sem apanhar de "chicote" dos funcionários das empresas. Por isso que quem usa transporte público se sente tranquilo frequentando aulas de artes marciais: já está acostumado a apanhar...

Enfim, quem depende de transporte público anda em boa forma. Porque ele anda. Simples assim. ;)

Camisetas e calcinhas de gatas com mensagens sugestivas

Não lembro de onde salvei essas imagens, estava limpando o HD e me deparei com elas. E claro, resolvi compartilhar aqui ;)

São gatinhas vestindo roupas com mensagens pra lá de engraçadas. Estão todas em inglês, mas abaixo de cada uma eu coloco uma tradução:

camiseta pussy (Eu tenho a vagina. Então eu faço as regras.)

Homens são todos bobos mesmo, o que a gente não faz por uma...


camiseta pecado (Eu sinto um pecado se aproximando.)

Eu também.

calcinha problema (Aí vem problemas.)

Já fez 18, tá limpo agora!

camiseta milf (MILF)

MILFs rox! Não sabe o que é MILF?

calcinha manuseie cuidado (Manuseie com cuidado/carinho.)

OK, pode deixar.

camiseta porn star (Eu não sou uma atriz pornô, mas eu transo como uma.)

Eu duvido. Quero tirar a prova.

calcinha vive uma vez (Você só vive uma vez.)

Então, vamos aproveitar a vida.

camiseta orgasmos múltiplos (Orgasmos múltiplos garantidos.)

Será?

camiseta homens (Homens são para o prazer, não para a vida.)

Essa vai em homenagem às minhas "colegas de trabalho" Ana P. e Cafeína.

camiseta peido (Ninguém me ouve até que eu peide.)

Peide baixinho. Isso se os seus não forem mal cheirosos, porque aí não tem jeito.

camiseta e calcinha chupada (Na camiseta: Cale a boca e dê lambidas. Na calcinha: Se você lamber, eu vou gozar.)

Não precisa pedir duas vezes.

camiseta virgem (Eu sou uma virgem.)

Todas elas nasceram entre 23 de Agosto e 22 de Setembro.

calcinha start (Aperte aqui para começar o jogo.)

Melhor do que jogar Wii.

camiseta peitos encarando (PARE DE ENCARAR. Se você quer vê-los, peça.)

Tô pedindo.

camisetas peitos de verdade (Eles são de verdade.)

WOW!

camiseta melhor nua (Eu fico melhor nua.)

Outra vez eu duvido. Eu quero ver a prova. =P

camiseta lamber (Quer lamber?)

Eu quero.

camiseta censurada (Censurado.)

Abaixo a censura!