Certos filmes não deveriam ser assistidos logo após o almoço, quando bate aquele sono pós-barriga cheia. Mademoiselle Chambon ("Senhorita Chambon") é um desses. Não que o filme francês seja absolutamente ruim, mas o seu ritmo lento (mas muito lento mesmo), em todos os sentidos, acaba sendo um convite pra um cochilo.
Não se pode acusar Mademoiselle Chambon de ser um filme artificial. Tudo no filme sugere um retrato fiel da realidade. Tanto que até fica a impressão de que o filme segue, conscientemente ou não, os preceitos do Dogma 95, em que o objetivo do cineasta é ser o mais "natural" possível.
Em Mademoiselle Chambon, essa realidade está presente em tudo. Desde os cenários, que se não forem todos, são em sua maioria, locações, até a fotografia, que em muitos momentos até passa uma impressão de rusticidade, especialmente em momentos em que a luz natural parece ser a única presente (tipicamente nas cenas em que o protagonista trabalha como pedreiro). Além disso, notamos a ausência de música, a não ser em cenas pontuais, em que ela não apenas está presente no universo do filme, mas quase se torna uma personagem, dada a sua importância para o desenvolvimento da história. História, aliás, que é bem simples, e se desenvolve também de maneira muito realista.
Jean (Vincent Lindon), um trabalhador da construção civil (ou seja, um pedreiro), é casado com Anne-Marie (Aure Atika), que trabalha numa fábrica. Eles têm um casamento normal, sem grandes arrombos fogosos de paixão, mas aparentemente, felizes, com seu filho Jérémy. Um dia Anne-Marie sofre um acidente ou doença, que prejudica suas costas e a deixa imobilizada por uns tempos. Então Jean vai buscar Jérémy na escola, onde conhece a professora substituta, a senhorita Veronique Chambon (Sandrine Kimberlain), recém-chegada a cidade.
Veronique pede a Jean que venha um dia a escola, para falar sobre seu trabalho, num daqueles dias de profissão. Numa sequência bem feita, em que Jean responde às perguntas dos alunos sobre sua profissão (algumas respostas, tendo até uma veia poética), podemos não só conhecer mais sobre o personagem, como também a professorinha tem a possibilidade de se encantar com ele. A seguir, ela o contrata para resolver um problema na casa dela, trocar uma janela. Depois do conserto feito, ele vê que Veronique toca violino, e pede pra ela tocar uma música. E então, com a música assumindo-se um elemento importante, finalmente vemos concretamente que há algo entre os dois. E nisso, foi-se metade do filme. Ou seja, pra chegar a um plot básico, leva-se metade da película.
O filme não é ruim, mas com certeza, é lento. E parado. O interessante é que essa é também uma característica do casal Jean e Anne-Marie. Ele, ao se sentir atraído pela professora Chambon, acaba fazendo algo apenas quando ela faz alguma ação. E Anne-Marie é pior ainda. No fundo, Mademoiselle Chambon acaba sendo não tanto sobre o romance proibido, mas sobre as escolhas e ações da personagem-título. É ela que move a história. E isso é interessante, uma vez que ela, sendo uma professora substituta, vive se mudando, se movendo.
De maneira peculiar, o diretor e um dos roteiristas, Stéphane Brizé, faz com que Mademoiselle Chambon retrate de maneira muito realista, um caso de amor. Usando a música como um agente que expressa emoções, evocando-as no espectador e no personagem, o filme é quase totalmente silencioso. E essa aparente contradição nos diz muito acerca da construção do filme, afinal, na vida real, aqueles momentos de profunda emoção também não predominam (se predominassem, nosso corpo não aguentaria).
Confesso que tem uma coisa que adorei nesse filme. É o plano em que Jean e Veronique se despedem no carro, com a câmera, num movimento contínuo, indo de um personagem a outro, revelando suas expressões, até a despedida dos dois, ela saindo do carro e depois, a finalização da sequência e do plano. Emocionante.
Enfim, com um ritmo lento, mas muito realista, Mademoiselle Chambon entrega um filme tão interessante quanto a realidade que nos cerca, especialmente no terreno amoroso. Então, se ele vai ser bom ou não, vai depender de como você enxerga a realidade. Particularmente, eu fiquei com sono. (Ok, levando em conta que eu assisti a sessão logo depois do almoço.)
Trailer:
Trailer melhorzinho (mas legendado em inglês):
Para saber mais: uma crítica mais entusiasta do filme e a página oficial em inglês.
2010-11-30
A comida vestível de Sung Yeon Ju
A moda de roupas feitas com comida definitivamente pegou, talvez por causa da Lady Gaga e suas roupas exuberantes. Depois de Hunger Pains de Ted Sabarese, temos agora o projeto Wearable Foods (ou Comidas Vestíveis) da artista coreana Sung Yeon Ju.
Usando vegetais e outras comidas, a artista cria seus modelos de roupa, sobretudo vestidos. Se alguém vai ter coragem de vestí-los, isso eu não sei...
Banana
Nabo
Cebolinha
Cogumelos
Raiz de Lótus
Tomate
Chiclete
Berinjela
Repolho roxo
Frango
Mais roupas no site da artista Sung Yeon Ju. Dica via TrendLand.
Usando vegetais e outras comidas, a artista cria seus modelos de roupa, sobretudo vestidos. Se alguém vai ter coragem de vestí-los, isso eu não sei...
Banana
Nabo
Cebolinha
Cogumelos
Raiz de Lótus
Tomate
Chiclete
Berinjela
Repolho roxo
Frango
Mais roupas no site da artista Sung Yeon Ju. Dica via TrendLand.
Empresa em crise não recolhe INSS e faz depósitos irregulares no FGTS - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 30/11/2010, sobre o recolhimento do INSS e do Fundo de Garantia, e o que fazer para checar se o empregador está fazendo tudo corretamente.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Empresa em crise não recolhe INSS e faz depósitos irregulares no FGTS
Um ouvinte trabalha em uma empresa que não atravessa uma boa situação financeira. Por isso, há alguns meses a empresa não vem efetuando o recolhimento do INSS e nem os depósitos do Fundo de Garantia.
"Quando tomamos conhecimento do caso", relata o ouvinte, "ficamos assustados e procuramos o nosso gerente. E ele nos informou que a situação seria regularizada e que nós não teríamos nenhum prejuízo." Aí, o nosso ouvinte faz uma série de perguntas, e eu agradeço a uma especialista, a doutora Maria Eduarda, advogada que me auxiliou na elaboração das respostas.
Então vamos lá, começando pelo INSS. A empresa pode fazer o recolhimento retroativo, mas terá que pagar juros e multa. Se isso for feito, o INSS contará normalmente o tempo para aposentadoria. Qualquer trabalhador pode verificar se o recolhimento está sendo feito, indo a uma agência do INSS ou através do CNIS, o Cadastro Nacional de Informações Sociais, que pode ser acessado através pelo site do INSS: www.mps.gov.br.
Da mesma forma, o Fundo de Garantia pode ser recolhido retroativamente. Aí, é mais fácil de verificar porque o extrato vem pelo correio, trimestralmente. Se não está vindo, é porque a empresa não atualizou o cadastro do empregado junto a Caixa Econômica Federal. E nesse caso, as informações referentes a depósitos e rendimentos podem ser obtidos no site da Caixa Econômica Federal.
Agora, vamos considerar o caso extremo. Digamos que a empresa do ouvinte vá à falência antes de regularizar os depósitos. Como os valores do INSS e do Fundo de Garantia foram descontados pela empresa no contra-cheque, mas não foram recolhidos aos cofres públicos, parece lógico supor que o empregado, que não tem culpa de nada, não deveria ter nenhum prejuízo. Mas não é isso o que acontece. O empregado perderá o tempo correspondente na contagem da aposentadoria, e só conseguirá reaver o dinheiro do Fundo de Garantia através de uma ação judicial, que costuma ser dolorosamente longa em casos de falência.
Por isso, e por mais que o empregado confie na empresa em que trabalha, é essencial que ele nunca deixe de verificar se os recolhimentos e os depósitos estão sendo feitos regularmente.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Empresa em crise não recolhe INSS e faz depósitos irregulares no FGTS
Um ouvinte trabalha em uma empresa que não atravessa uma boa situação financeira. Por isso, há alguns meses a empresa não vem efetuando o recolhimento do INSS e nem os depósitos do Fundo de Garantia.
"Quando tomamos conhecimento do caso", relata o ouvinte, "ficamos assustados e procuramos o nosso gerente. E ele nos informou que a situação seria regularizada e que nós não teríamos nenhum prejuízo." Aí, o nosso ouvinte faz uma série de perguntas, e eu agradeço a uma especialista, a doutora Maria Eduarda, advogada que me auxiliou na elaboração das respostas.
Então vamos lá, começando pelo INSS. A empresa pode fazer o recolhimento retroativo, mas terá que pagar juros e multa. Se isso for feito, o INSS contará normalmente o tempo para aposentadoria. Qualquer trabalhador pode verificar se o recolhimento está sendo feito, indo a uma agência do INSS ou através do CNIS, o Cadastro Nacional de Informações Sociais, que pode ser acessado através pelo site do INSS: www.mps.gov.br.
Da mesma forma, o Fundo de Garantia pode ser recolhido retroativamente. Aí, é mais fácil de verificar porque o extrato vem pelo correio, trimestralmente. Se não está vindo, é porque a empresa não atualizou o cadastro do empregado junto a Caixa Econômica Federal. E nesse caso, as informações referentes a depósitos e rendimentos podem ser obtidos no site da Caixa Econômica Federal.
Agora, vamos considerar o caso extremo. Digamos que a empresa do ouvinte vá à falência antes de regularizar os depósitos. Como os valores do INSS e do Fundo de Garantia foram descontados pela empresa no contra-cheque, mas não foram recolhidos aos cofres públicos, parece lógico supor que o empregado, que não tem culpa de nada, não deveria ter nenhum prejuízo. Mas não é isso o que acontece. O empregado perderá o tempo correspondente na contagem da aposentadoria, e só conseguirá reaver o dinheiro do Fundo de Garantia através de uma ação judicial, que costuma ser dolorosamente longa em casos de falência.
Por isso, e por mais que o empregado confie na empresa em que trabalha, é essencial que ele nunca deixe de verificar se os recolhimentos e os depósitos estão sendo feitos regularmente.
Max Gehringer, para CBN.
2010-11-29
O diploma universitário justifica um salário maior? - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 29/11/2010, sobre salário e diploma universitário.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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O diploma universitário justifica um salário maior?
"Olá", escreve um ouvinte. "A minha pergunta é a seguinte. A empresa em que trabalho acaba de contratar uma pessoa recém-formada, sem experiência e sem conhecimento, para trabalhar na mesma função que eu. Mas com o salário inicial maior que o meu, porque eu não tenho curso superior. Porém, venho desempenhando a minha função há dois anos, com bons resultados, e me sinto desprestigiado. Só o diploma justifica o salário dessa contratação?"
Eu vou tentar lhe responder o que a empresa provavelmente está pensando. Ao contratar alguém com mais escolaridade e um salário maior, embora com menos experiência prática, a empresa está visando o médio e o longo prazo. Ela está avaliando até onde o novo funcionário poderá ir e o quanto ele poderá crescer na organização.
Se for isso, e normalmente é, a diferença salarial de curto prazo é apenas um passo num processo bem mais longo. Do ponto de vista da empresa, vale a pena trazer alguém com potencial, e pagar um pouquinho a mais no início, porque esse investimento será compensado no futuro.
Naturalmente, nada disso vai deixar o nosso ouvinte mais feliz. Porque ele tinha um problema, o da diferença salarial, e agora tem dois. O segundo, é que a empresa aparentemente não está vendo nele condições de ir além da função atual.
O que ele pode fazer? Um curso superior. Ele poderia procurar o chefe imediato, dizer que já entendeu que a falta de uma formação superior está pegando, e até solicitar que a empresa o ajude a pagar uma faculdade. E mesmo que a empresa responda que "não", isso não deve ser um empecilho para que nosso ouvinte faça o curso por conta própria.
A chegada do jovem ganhando mais, foi um aviso que não pode ser ignorado. Outros jovens virão, e é preciso estar bem preparado para competir com eles. E a competição se tornará mais difícil na medida em que os anos forem passando. Não existe idade para voltar à escola. E eu sugiro que nosso ouvinte considere seriamente essa possibilidade, de se adequar às exigências atuais e futuras do mercado de trabalho.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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O diploma universitário justifica um salário maior?
"Olá", escreve um ouvinte. "A minha pergunta é a seguinte. A empresa em que trabalho acaba de contratar uma pessoa recém-formada, sem experiência e sem conhecimento, para trabalhar na mesma função que eu. Mas com o salário inicial maior que o meu, porque eu não tenho curso superior. Porém, venho desempenhando a minha função há dois anos, com bons resultados, e me sinto desprestigiado. Só o diploma justifica o salário dessa contratação?"
Eu vou tentar lhe responder o que a empresa provavelmente está pensando. Ao contratar alguém com mais escolaridade e um salário maior, embora com menos experiência prática, a empresa está visando o médio e o longo prazo. Ela está avaliando até onde o novo funcionário poderá ir e o quanto ele poderá crescer na organização.
Se for isso, e normalmente é, a diferença salarial de curto prazo é apenas um passo num processo bem mais longo. Do ponto de vista da empresa, vale a pena trazer alguém com potencial, e pagar um pouquinho a mais no início, porque esse investimento será compensado no futuro.
Naturalmente, nada disso vai deixar o nosso ouvinte mais feliz. Porque ele tinha um problema, o da diferença salarial, e agora tem dois. O segundo, é que a empresa aparentemente não está vendo nele condições de ir além da função atual.
O que ele pode fazer? Um curso superior. Ele poderia procurar o chefe imediato, dizer que já entendeu que a falta de uma formação superior está pegando, e até solicitar que a empresa o ajude a pagar uma faculdade. E mesmo que a empresa responda que "não", isso não deve ser um empecilho para que nosso ouvinte faça o curso por conta própria.
A chegada do jovem ganhando mais, foi um aviso que não pode ser ignorado. Outros jovens virão, e é preciso estar bem preparado para competir com eles. E a competição se tornará mais difícil na medida em que os anos forem passando. Não existe idade para voltar à escola. E eu sugiro que nosso ouvinte considere seriamente essa possibilidade, de se adequar às exigências atuais e futuras do mercado de trabalho.
Max Gehringer, para CBN.
A Arte em Papel cortado e espaço negativo de Elod Beregszaszi
Dobrando, cortando e esculpindo papel. É assim que Elod Beregszaszi produz sua arte com papel. O resultado são peças em 3 dimensões, que se destacam pelo espaço negativo e, com uma luz na direção certa, produzem resultados ainda mais espetaculares. Vejam alguns de seus trabalhos:
Minha irmã fazia uns cartões usando uma técnica parecida, mas faz tempo que não faz mais.
Imagens via flickR de Elod Beregszaszi. Dica do Triangulation Blog.
Minha irmã fazia uns cartões usando uma técnica parecida, mas faz tempo que não faz mais.
Imagens via flickR de Elod Beregszaszi. Dica do Triangulation Blog.
2010-11-27
O Making of de The Walking Dead
Wow. Cada episódio de The Walking Dead me faz prender a respiração no começo e soltá-la só no final. Pra quem não sabe, The Walking Dead é A SÉRIE de zumbis. Baseada nos quadrinhos de mesmo nome.
Enquanto não chegam os últimos capítulos da primeira temporada, o making-of só pra curtir:
Via Empty Kingdom.
Enquanto não chegam os últimos capítulos da primeira temporada, o making-of só pra curtir:
Via Empty Kingdom.
2010-11-26
Motion - capturando movimentos em fotos
Um dos projetos atuais do fotógrafo William George Wadman é Motion (Movimento). Nesse projeto, o artista tira fotos de longa exposição, em estúdio, de modelos e dançarinos. O resultado é a captura dos vários momentos em um só, não apenas trazendo para a imagem estática a ideia do movimento, mas tornando o corpo em múltiplos, nas imagens.
Imagens via site oficial do artista William George Wadman. Dica de Empty Kingdom.
Imagens via site oficial do artista William George Wadman. Dica de Empty Kingdom.
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