Ontem, na sessão em que assisti o novo filme do Arnaldo Jabor, A Suprema Felicidade, presenciei algo que há muito tempo não via ocorrer: gente saindo da sala, antes do filme acabar. Mas antes mesmo, depois de pouco mais de metade do filme. E não foi apenas uma pessoa, mas quatro (pelo menos, foram as que eu vi, não duvido se saíram mais). Dito isso, talvez você entenda melhor quando eu digo que o filme poderia se chamar 'A Suprema Porcaria'.
Sem filmar há mais de uma década, o diretor e também roteirista do filme, Arnaldo Jabor, parece que quis colocar todas as suas ideias brilhantes num único filme, não importando se elas não se emendassem direito. Mas o equívoco não para aí. Além disso, cada sequência é filmada de forma tão ruim, tão amadora (culpa da 'ferrugem' do diretor?), que mesmo algumas boas ideias acabam se tornando enfadonhas, e só uma análise posterior, com calma (porque o que está filmado é de doer a alma) e não levando em conta exatamente o que vimos em tela, revela que a ideia era interessante. Claro, pode ser que Jabor tenha feito tudo isso de forma consciente e deliberada, com o intuito de simplesmente agredir o espectador, mas não acho que seja o caso. Esse tipo de coisa não parece ser do estilo dele.
A Suprema Felicidade acompanha o desenvolvimento de Paulo, desde uma rápida cena de como seus pais se conhecem, até o momento em que o jovem tem seu primeiro amor consumado, passando pelas discussões e distanciamento de seus pais, as histórias com seu avô, algumas mazelas da adolescência, o descobrimento e encantamento pelas putas, e por aí vai.
O filme é contado de forma não linear, indo e vindo no tempo, intercalando momentos e pequenas histórias. Como uma memória fragmentada que se prende a alguns momentos marcantes da vida, o filme é muito caricato, como logo nota-se nas primeiras cenas: a comemoração do final da guerra (a segunda mundial), com as pessoas dançando na rua, ou mesmo a cena com o valentão da escola que vem logo em seguida. Ou ainda quando a mãe (interpretada pela Mariana Lima) vai a uma vidente cuja família é toda cega. Todas essas caricaturas até poderiam render uma estética interessante, não fosse a pretensão do filme em filosofar (de maneira pretensamente séria, mas sem sucesso), sobre temas como amor, felicidade, guerra e claro, sexo.
Além de toda essa caricatura, o filme ainda se perde em alguns momentos de extrema bizarrice e sem sentido pra história como um todo. Por exemplo, na sequência da vidente, além da bizarrice de toda a família cega, a vidente ainda diz pra mãe, que fora lá para uma consulta sobre sua vida amorosa (a.k.a. como manter meu marido), que ela deve tomar cuidado com uma bailarina. Acabou a fala, corta para um teatro (supostamente) infantil, onde os atores, anãos, encenam uma peça onde há uma bailarina anã. E esta acaba sendo morta por um marido anão ciumento, com direito a arrancar o coração (não estilizado) da bailarina. E claro, criancinhas chorando e com medo depois disso.
Outro exemplo de trecho destoante e que nada acrescenta a trama é a participação da atriz Maria Flor dando um piti espírita. Sua personagem é justificada, sendo a causa do primeiro porre de amor de Paulo (nesta idade, uns 19, representado por Jayme Matarazzo), mas toda a sequência de loucura da personagem de Flor é tão descartável quanto insignificante. Ok, a única coisa que se salva nela são os peitinhos a mostra da atriz, que a propósito, é linda. :) Mas como peitinho nunca salvou um filme (senão, todos os Porky's seriam clássicos), até mesmo os belos da atriz Tammy Di Calafiori, que vive a primeira paixão consumada de Paulo, não salvam a película. Aliás, que mulher linda essa Tammy.
Mas voltemos ao filme.
O roteiro de A Suprema Felicidade é bem fraco, os diálogos às vezes até doem no cérebro, e em muitas partes sugerem uma estética mais teatral do que cinematográfica. Isso é bastante evidente no cenário da casa de Paulo, em especial, em duas ocasiões. A primeira é logo no início do filme, onde os avós de Paulo surgem. A entrada deles é essencialmente teatral, surgindo no cenário de surpresa. A segunda, ainda mais visível, é quando a mãe de Paulo narra como ela conhece a chegada do marido (Dan Stulbach) pelos barulhos que ele faz, do motor do carro, do barulho do portão e dos passos, até a entrada do personagem. Tudo isso apenas narrado pela mãe, com a câmera estática. Mais teatral, impossível.
Não que filmes com roteiros mais teatrais sejam ruins (Bastardos Inglórios está aí pra provar que não são), mas no caso do filme do Jabor, é mais um ponto negativo. De maneira geral, o filme é muito chato. O drama familiar é mal construído, os pais são personagens unidimensionais e no decorrer do filme, o pai ainda se mostra contraditório dentro da sua construção. Ele, que no começo é um homem que ama a mulher (de um jeito muito peculiar, amando a dependência dela em relação a ele, e não ela, o que acarreta que ele em última instância ama ela sendo infeliz), se encanta por uma mulher mais jovem num cabaré. Jovem esta que será o amor de Paulo, a bela "Marylin Monroe" interpretada pela Tammy Di Calafiori.
Agora, a pior sequência do filme, e uma das piores que já vi, é a sequência no puteiro. Tudo começa com a visão de um puteiro decadente num prédio antigo. O protagonista Paulo anda pelas imediações, que é uma verdadeira zona. Entre chamegos das profissionais (que tenho quase certeza que eram mesmo, e não atrizes), tentando chamar Paulo como cliente, este se foca numa das putas um pouco mais distante. Ela some. Ele entra no prédio, parece procurá-la. De repente, foca-se no olhar dele, como se estivesse assustado. Corta para uma cena em que uma navalha corta a carne. Volta para Paulo, que ouve um grito e sai para a janela ver o que é. E a mesma puta que ele havia encarado aparece cortada, sangrando, enquanto um marinheiro com uma navalha, corre e foge. E é isso. Na boa, a sequência até tem uma ideia legal, de mostrar um pouco do que é esse baixo escalão da prostituição, e daria uma ótima conversa de bar ou um conto curto. Mas no filme... A sequência é toda mal construída. A começar pela música, uma música clássica que nada combina em nenhum momento. A montagem é mal executada, e claro, a "interpretação" de todos ali.
Falando em interpretações, a única coisa que se salva é a interpretação de Marco Nanini, como avô de Paulo. Dan Stulbach e Mariana Lima também se esforçam, mas seus personagens são muito ruins, e nem o nosso Tom Hanks brasileiro dá um jeito. Jayme Matarazzo é fraco, mas não chega a ser ruim. Tirando esses destaques, a imensa maioria faz participações tão curtas que é como avaliar uma ponta num filme: simplesmente não dá, a não ser que seja extremamente ruim. O que não é o caso de nenhum dos atores de (mais ou menos) renome no elenco.
Com um roteiro tedioso e cheio de tramas paralelas (relacionamento dos pais, o trauma mal colocado e depois a demência do avô, o amigo gay que some do filme, etc), que pouco ou nada acrescentam a jornada do personagem principal Paulo, A Suprema Felicidade é um filme equivocado. Como uma colcha de retalhos que não combina, o diretor Arnaldo Jabor construiu um filme com sequências jogadas (tem até uma sequência que o filme se torna um musical - de samba, mas um musical), que podem ter lhe parecido boas ideias. O problema é que juntas elas não funcionam, e separadas, a grande maioria é mal feita.
Se alguém leu até aqui, deve ter notado que não poupei spoilers. Eu faço isso nos filmes que são tão ruins que a minha recomendação máxima é: não assista. Mesmo. E se você acha que eu falei muito mal do filme, saiba que estou poupando algumas outras anotações minhas, porque acho que o texto já está grande demais. E, respondendo à pergunta que é feita no trailer: "O que é a felicidade?", posso dizer que não sei o que é felicidade. Mas com certeza, infelicidade é assistir a esse filme.
Trailer:
Para saber mais: crítica no Cinema em Cena e no Omelete.
2010-10-31
Mulheres lutando na lama em propaganda russa
Ah, esses russos maravilhosos e suas propagandas cheias de sacanagem. Adivinhe sobre o que é essa, que mostra em câmera lenta duas mulheres se pegando, ou lutando, na lama, de biquini:
"Sujeira pode ser bela. Mas não no seu escritório."
Sim, uma propaganda de uma companhia que fornece serviços de limpeza (o que chamamos de terceirização da faxina).
Via copyranter.
"Sujeira pode ser bela. Mas não no seu escritório."
Sim, uma propaganda de uma companhia que fornece serviços de limpeza (o que chamamos de terceirização da faxina).
Via copyranter.
2010-10-29
Faça você mesmo ou seja um corno - propaganda
Sabe aquele estereótipo de que as mulheres (sobretudo as donas de casa mais abastadas) acabam tendo casos com jardineiros, encanadores ou outros empregados? Bem, não são só filmes pornôs que exploram essa ideia.
A Leroy Merlin, rede internacional de lojas de materiais de construção/reforma/manutenção para a casa, lançou em 2008 uma campanha incentivando o "do it yourself", ou faça você mesmo, as tarefas de manutenção da casa. Sob pena de levar um chifre, se terceirizar a função:
O encanador mexendo na tubulação da sua mulher.
O choque que você vai levar com o eletricista.
O jardineiro pode plantar uma trepadeira.
Uma publicidade de terrorismo, se me perguntarem.
A Leroy Merlin, rede internacional de lojas de materiais de construção/reforma/manutenção para a casa, lançou em 2008 uma campanha incentivando o "do it yourself", ou faça você mesmo, as tarefas de manutenção da casa. Sob pena de levar um chifre, se terceirizar a função:
O encanador mexendo na tubulação da sua mulher.
O choque que você vai levar com o eletricista.
O jardineiro pode plantar uma trepadeira.
Uma publicidade de terrorismo, se me perguntarem.
Perseguir um sonho ou buscar carreira de sucesso? - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 29/10/2010, sobre perseguir um sonho ou buscar uma carreira.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
/===================================================================================
Perseguir um sonho ou buscar carreira de sucesso?
"Bobeei", escreve um ouvinte, dando a conclusão antes mesmo de explicar a situação. Ele conta o seguinte: "Comecei a trabalhar cedo, mas não conduzi a minha carreira corretamente. Mudei de área e de empresa diversas vezes, sempre seguindo meus sonhos, ideais e convicções. Fui muito filosófico e pouco prático. Hoje tenho 32 anos e não cheguei a lugar nenhum. Ainda dependo do meu pai financeiramente, tenho um currículo psicodélico, que não me ajuda a conseguir entrevistas, e muito menos um bom emprego. E estou desempregado mais uma vez. Não sei o que faço. Continuo seguindo meu coração, buscando o que gosto de fazer, com a esperança de que um dia serei recompensado?"
Vamos lá. Uma vez, eu respondi a um ouvinte que ele, entre fazer o que gostava ou o que daria mais dinheiro, deveria optar pelo dinheiro. Assim, um dia, ele teria dinheiro suficiente para fazer o que gostava. E alguns ouvintes escreveram discordando da minha opinião.
Mais recentemente, quando falei sobre os cursos que geram mais oportunidades no mercado de trabalho, um par de ouvintes me recriminou por não ter dito que um jovem deveria escolher um curso que mais gosta, e não o que daria mais retorno material imediato.
São opiniões sensatas, de pessoas que devem estar fazendo o que gostam, e ganhando dinheiro com isso. Mas que são mais a exceção, do que a regra. Não que a mensagem do ouvinte de hoje seja definitiva, mas ela me parece retratar melhor o que é o mercado de trabalho.
Muitas vezes, há uma dicotomia entre o que gostamos de fazer e aquilo que fazemos bem. Quantos jovens não gostariam de ser músicos, e acabam optando por estudar direito ou administração, e indo trabalhar numa empresa? E aí, descobrem que são muito bons em algo que não era a sua primeira opção emocional, mas conseguem construir uma carreira bem sucedida.
Eu sou a favor de qualquer pessoa que queira perseguir um sonho, desde que a pessoa entenda que a recompensa por isso não será garantida. E eu diria mais: a grande maioria dos profissionais que conheço não tinha a carreira atual como primeira opção, quando eram jovens.
Há casos em que procuramos uma carreira, e há casos em que uma carreira nos encontra. Ao nosso ouvinte, eu diria que sim, ele deve fazer agora, mesmo que não goste muito, algo que lhe permitirá fazer mais tarde, apenas o que ele gosta.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
/===================================================================================
Perseguir um sonho ou buscar carreira de sucesso?
"Bobeei", escreve um ouvinte, dando a conclusão antes mesmo de explicar a situação. Ele conta o seguinte: "Comecei a trabalhar cedo, mas não conduzi a minha carreira corretamente. Mudei de área e de empresa diversas vezes, sempre seguindo meus sonhos, ideais e convicções. Fui muito filosófico e pouco prático. Hoje tenho 32 anos e não cheguei a lugar nenhum. Ainda dependo do meu pai financeiramente, tenho um currículo psicodélico, que não me ajuda a conseguir entrevistas, e muito menos um bom emprego. E estou desempregado mais uma vez. Não sei o que faço. Continuo seguindo meu coração, buscando o que gosto de fazer, com a esperança de que um dia serei recompensado?"
Vamos lá. Uma vez, eu respondi a um ouvinte que ele, entre fazer o que gostava ou o que daria mais dinheiro, deveria optar pelo dinheiro. Assim, um dia, ele teria dinheiro suficiente para fazer o que gostava. E alguns ouvintes escreveram discordando da minha opinião.
Mais recentemente, quando falei sobre os cursos que geram mais oportunidades no mercado de trabalho, um par de ouvintes me recriminou por não ter dito que um jovem deveria escolher um curso que mais gosta, e não o que daria mais retorno material imediato.
São opiniões sensatas, de pessoas que devem estar fazendo o que gostam, e ganhando dinheiro com isso. Mas que são mais a exceção, do que a regra. Não que a mensagem do ouvinte de hoje seja definitiva, mas ela me parece retratar melhor o que é o mercado de trabalho.
Muitas vezes, há uma dicotomia entre o que gostamos de fazer e aquilo que fazemos bem. Quantos jovens não gostariam de ser músicos, e acabam optando por estudar direito ou administração, e indo trabalhar numa empresa? E aí, descobrem que são muito bons em algo que não era a sua primeira opção emocional, mas conseguem construir uma carreira bem sucedida.
Eu sou a favor de qualquer pessoa que queira perseguir um sonho, desde que a pessoa entenda que a recompensa por isso não será garantida. E eu diria mais: a grande maioria dos profissionais que conheço não tinha a carreira atual como primeira opção, quando eram jovens.
Há casos em que procuramos uma carreira, e há casos em que uma carreira nos encontra. Ao nosso ouvinte, eu diria que sim, ele deve fazer agora, mesmo que não goste muito, algo que lhe permitirá fazer mais tarde, apenas o que ele gosta.
Max Gehringer, para CBN.
Sou um 'chefe camarada', mas meu diretor me cobra uma postura diferente - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 28/10/2010, sobre estilos de liderança e possibilidades de ascender na empresa, conforme a cultura interna.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
/===================================================================================
Sou um 'chefe camarada', mas meu diretor me cobra uma postura diferente
"Tenho 35 anos de idade", escreve um ouvinte, "e há 15 anos exerço cargos de liderança. Com o tempo desenvolvi meu próprio jeito de liderar: sou educado, amistoso, chamo a atenção somente quando necessário, treino, puno e educo. Sempre consigo alcançar os resultados determinados pela diretoria da empresa, mas o meu diretor me cobra uma postura diferente. Ele diz que tenho que fazer cara de mau e ser mais áspero em algumas situações, porque é isso que se espera de um chefe. Eu pergunto: quem deve mudar, ele ou eu?"
Antes de responder, posso até eventualmente concordar que seu diretor seja uma anta, e que esteja desatualizado em relação às boas práticas de liderança do século 21. Dito isso, a resposta à sua pergunta é: você é que deve mudar, porque o diretor é seu chefe.
Não que você deva mudar radicalmente e chegar de manhã ao trabalho ameaçando enforcar os seus subordinados se algum deles tossir. Nada disso. Mas o fato de que você está atingindo os resultados determinados pela diretoria, através de seu método de chefe compreensivo e camarada, não significa que você está atingindo o máximo que poderia atingir. E o seu diretor está lhe dizendo que, com uma postura um pouco diferente em algumas situações, você poderia chegar a resultados ainda melhores.
Ou talvez não seja nada disso e que seu diretor esteja apenas morrendo de inveja porque você é um chefe legal e ele é um chefe bronco. Mas se for isso, como é que ele conseguiu chegar a diretor? Provavelmente, porque ele encarna bem a cultura interna da empresa.
Eu lhe daria a seguinte sugestão: analise bem o ambiente. Se os outros diretores da empresa forem parecidos com o seu chefe em termos de atitude, você só chegará a diretor caso também se pareça com eles. Se o seu diretor é um troglodita no meio de diretores que têm o mesmo estilo camarada que você tem, você um dia acabará assumindo a posição dele. Nesse caso, ignore o que seu diretor está dizendo e não mude.
Porém, em meus tempos de executivo eu agi exatamente como você age, só que nunca ignorei o que um chefe tinha a me dizer. O seu chefe, assim como os meus, não quer que você se transforme, de repente, num gladiador sem escrúpulos. Uma mudança mínima já deixaria os eu chefe satisfeito. Sem que você precise deixar de ser o que é.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
/===================================================================================
Sou um 'chefe camarada', mas meu diretor me cobra uma postura diferente
"Tenho 35 anos de idade", escreve um ouvinte, "e há 15 anos exerço cargos de liderança. Com o tempo desenvolvi meu próprio jeito de liderar: sou educado, amistoso, chamo a atenção somente quando necessário, treino, puno e educo. Sempre consigo alcançar os resultados determinados pela diretoria da empresa, mas o meu diretor me cobra uma postura diferente. Ele diz que tenho que fazer cara de mau e ser mais áspero em algumas situações, porque é isso que se espera de um chefe. Eu pergunto: quem deve mudar, ele ou eu?"
Antes de responder, posso até eventualmente concordar que seu diretor seja uma anta, e que esteja desatualizado em relação às boas práticas de liderança do século 21. Dito isso, a resposta à sua pergunta é: você é que deve mudar, porque o diretor é seu chefe.
Não que você deva mudar radicalmente e chegar de manhã ao trabalho ameaçando enforcar os seus subordinados se algum deles tossir. Nada disso. Mas o fato de que você está atingindo os resultados determinados pela diretoria, através de seu método de chefe compreensivo e camarada, não significa que você está atingindo o máximo que poderia atingir. E o seu diretor está lhe dizendo que, com uma postura um pouco diferente em algumas situações, você poderia chegar a resultados ainda melhores.
Ou talvez não seja nada disso e que seu diretor esteja apenas morrendo de inveja porque você é um chefe legal e ele é um chefe bronco. Mas se for isso, como é que ele conseguiu chegar a diretor? Provavelmente, porque ele encarna bem a cultura interna da empresa.
Eu lhe daria a seguinte sugestão: analise bem o ambiente. Se os outros diretores da empresa forem parecidos com o seu chefe em termos de atitude, você só chegará a diretor caso também se pareça com eles. Se o seu diretor é um troglodita no meio de diretores que têm o mesmo estilo camarada que você tem, você um dia acabará assumindo a posição dele. Nesse caso, ignore o que seu diretor está dizendo e não mude.
Porém, em meus tempos de executivo eu agi exatamente como você age, só que nunca ignorei o que um chefe tinha a me dizer. O seu chefe, assim como os meus, não quer que você se transforme, de repente, num gladiador sem escrúpulos. Uma mudança mínima já deixaria os eu chefe satisfeito. Sem que você precise deixar de ser o que é.
Max Gehringer, para CBN.
2010-10-28
Tatyana Vorzheva, a Angelina Jolie ucraniana
Tatyana Vorzheva é uma modelo ucraniana. Até agora, seu maior mérito é ser bastante parecida com a Angelina Jolie.
Realmente, dependendo da fotografia, da maquiagem e do ângulo, fica quase impossível discernir as duas, como mostra o ensaio que ela fez para a revista XXL:
Em algumas outras fotos, nota-se a diferença entre as duas, apesar de ainda ser parecida (daria pro gasto como uma dublê):
Imagens via English Russia e The Place.
Realmente, dependendo da fotografia, da maquiagem e do ângulo, fica quase impossível discernir as duas, como mostra o ensaio que ela fez para a revista XXL:
Em algumas outras fotos, nota-se a diferença entre as duas, apesar de ainda ser parecida (daria pro gasto como uma dublê):
Imagens via English Russia e The Place.
2010-10-27
2 Propagandas com currículos - alface, tomate, carnes e mãos monstruosas
A primeira propaganda é do McDonalds. Nestes tempos em que emprego é cada vez mais difícil e que cada vaga é disputadíssima, somente os melhores são escolhidos. E foi pensando nisso que essa propaganda foi idealizada. A escolha dos melhores ingredientes pros hambúrgers da rede do palhaço tem uma criteriosa seleção, começando pelo currículo de tomates, alfaces, carnes, frangos e claro, batatas (batatinhas fritas, hummm):
Ficou faltando o do pão, pra completar o sanduíche...
A segunda propaganda é da Infojobs, uma empresa de recrutamento online na Itália. A mensagem é: cuidado a quem você entrega o seu currículo. Ele pode cair nas mãos de monstros (ou, na vida real, na mãos de trambiqueiros querendo aplicar um golpe do emprego):
Mais informações sobre essas peças publicitárias, bem como imagens em resolução bem maior, no I Believe in Advetising: McDonalds e InfoJobs.
Ficou faltando o do pão, pra completar o sanduíche...
A segunda propaganda é da Infojobs, uma empresa de recrutamento online na Itália. A mensagem é: cuidado a quem você entrega o seu currículo. Ele pode cair nas mãos de monstros (ou, na vida real, na mãos de trambiqueiros querendo aplicar um golpe do emprego):
Mais informações sobre essas peças publicitárias, bem como imagens em resolução bem maior, no I Believe in Advetising: McDonalds e InfoJobs.
Este cachorro vai te dar um headshot
Um cachorro, um rifle de sniper e muito tempo livre:
"Tá na mira, meu cãomandante."
Via fuckyeahdementia.
"Tá na mira, meu cãomandante."
Via fuckyeahdementia.
Como encontrar uma empresa onde não exista 'puxa-saquismo'? - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 27/10/2010, sobre puxa-saquismo ou a babação de ovos, nas empresas.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
/===================================================================================
Como encontrar uma empresa onde não exista 'puxa-saquismo'?
Um ouvinte pergunta: "Como faço para trabalhar numa empresa que leva consideração o lado profissional e na qual não exista puxa-saquismo?"
Opa! Primeiro, em toda e qualquer empresa do Brasil e do mundo, existem puxa-sacos. Essa é uma característica pessoal, mas que só aflora em ambientes em que a bajulação é permitida, porque nesses ambientes existem chefes que apreciam elogios falsos. Por outro lado, há empresas que mantém os puxa-sacos sob controle, impedindo que eles exercitem esse traço de personalidade.
E como é, como você mesmo perguntou, que você descobre isso antes de ser contratado? Fazendo as perguntas certas na entrevista. Não que você vá perguntar algo do tipo: "Só uma dúvida, como funciona o sistema de puxa-saquismo explícito aqui nessa empresa?" Mas você pode fazer a mesma pergunta de outro modo. Por exemplo: "Qual é o método que a empresa adota para promoções?"
Se você ouvir como resposta a palavra "meritocracia", é um ótimo sinal. Na meritocracia, cada funcionário tem metas e objetivos muito claros, e a recompensa se dá através dos resultados concretos. Se você ouvir a expressão "avaliação de desempenho", também é um bom sinal, principalmente se a pessoa que está entrevistando você, se dispuser a explicar como essa avaliação funciona na prática. E se o entrevistador lhe perguntar: "Como assim, você nem entrou e já está pensando ser promovido?" Responda: "Sim, mas não tenho pressa. Primeiro, vou ter que demonstrar que mereço." Bela resposta.
Agora, se o entrevistador não lhe souber explicar de bate-pronto como as pessoas são promovidas, aí você já pode começar a ficar em dúvida. Quando não há um critério claro, os bajuladores tomam conta da situação.
E finalmente, não incorra num erro muito comum, o de confundir o puxa-saco com o político. Saber ser político significa entender a hierarquia, saber a hora de falar e a hora de se calar, ser capaz de construir alianças com os colegas e conseguir o respeito dos superiores. Ser puxa-saco é simplesmente esconder a incompetência atrás de elogios vazios. Um funcionário político, quando é competente, tem muito mais chances de ser promovido, do que um funcionário até mais competente, mas que se mostre ou calado ou excessivamente crítico.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
/===================================================================================
Como encontrar uma empresa onde não exista 'puxa-saquismo'?
Um ouvinte pergunta: "Como faço para trabalhar numa empresa que leva consideração o lado profissional e na qual não exista puxa-saquismo?"
Opa! Primeiro, em toda e qualquer empresa do Brasil e do mundo, existem puxa-sacos. Essa é uma característica pessoal, mas que só aflora em ambientes em que a bajulação é permitida, porque nesses ambientes existem chefes que apreciam elogios falsos. Por outro lado, há empresas que mantém os puxa-sacos sob controle, impedindo que eles exercitem esse traço de personalidade.
E como é, como você mesmo perguntou, que você descobre isso antes de ser contratado? Fazendo as perguntas certas na entrevista. Não que você vá perguntar algo do tipo: "Só uma dúvida, como funciona o sistema de puxa-saquismo explícito aqui nessa empresa?" Mas você pode fazer a mesma pergunta de outro modo. Por exemplo: "Qual é o método que a empresa adota para promoções?"
Se você ouvir como resposta a palavra "meritocracia", é um ótimo sinal. Na meritocracia, cada funcionário tem metas e objetivos muito claros, e a recompensa se dá através dos resultados concretos. Se você ouvir a expressão "avaliação de desempenho", também é um bom sinal, principalmente se a pessoa que está entrevistando você, se dispuser a explicar como essa avaliação funciona na prática. E se o entrevistador lhe perguntar: "Como assim, você nem entrou e já está pensando ser promovido?" Responda: "Sim, mas não tenho pressa. Primeiro, vou ter que demonstrar que mereço." Bela resposta.
Agora, se o entrevistador não lhe souber explicar de bate-pronto como as pessoas são promovidas, aí você já pode começar a ficar em dúvida. Quando não há um critério claro, os bajuladores tomam conta da situação.
E finalmente, não incorra num erro muito comum, o de confundir o puxa-saco com o político. Saber ser político significa entender a hierarquia, saber a hora de falar e a hora de se calar, ser capaz de construir alianças com os colegas e conseguir o respeito dos superiores. Ser puxa-saco é simplesmente esconder a incompetência atrás de elogios vazios. Um funcionário político, quando é competente, tem muito mais chances de ser promovido, do que um funcionário até mais competente, mas que se mostre ou calado ou excessivamente crítico.
Max Gehringer, para CBN.
2010-10-26
Extremidades de Emilio Gomariz - gis animados
Designer industrial e diretor de arte, o meu xará Emilio Gomariz gosta de brincar e experimentar com a tecnologia e arte digital.
Um de seus últimos trabalhos é "Extremity", em que ele montou animações em loop das duas extremidades do corpo humano, pés/pernas e mãos/braços, de modelos tridimensionais. O resultado é ao mesmo tempo fascinante e um tanto perturbador.
Veja os gifs animados (que funcionam muito melhor se visualizados no Firefox):
Do blog do autor, Triangulation Blog.
Um de seus últimos trabalhos é "Extremity", em que ele montou animações em loop das duas extremidades do corpo humano, pés/pernas e mãos/braços, de modelos tridimensionais. O resultado é ao mesmo tempo fascinante e um tanto perturbador.
Veja os gifs animados (que funcionam muito melhor se visualizados no Firefox):
Do blog do autor, Triangulation Blog.
Como fazer reivindicações? - by Max Gehringer
Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 26/10/2010, sobre como reivindicar a empresa alguns direitos dos trabalhadores.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
/===================================================================================
Como fazer reivindicações?
"No ano passado", escreve a ouvinte, "a indústria em que trabalho contratou uma consultoria, que conversou com todos os empregados para entender a situação operacional e as expectativas individuais. Sabemos que dois pontos críticos foram levantados. O primeiro, em relação aos equipamentos que utilizávamos no trabalho, e que eram obsoletos, prejudicando a produtividade. E o segundo foi em relação a remuneração dos empregados. Não recebemos vale-transporte e nem vale-refeição, e sabemos que, legalmente, temos direito a esses benefícios.
O primeiro ponto foi rapidamente solucionado, porque a consultoria mostrou que a empresa recuperaria em curto prazo o investimento feito, o que realmente aconteceu. Já no caso dos benefícios, a diretoria disse que ia estudar o assunto, mas o caso foi esquecido. Queremos reivindicar o que julgamos ser o certo, mas não sabemos como fazer isso."
Vamos lá. Uma opção seria procurar o sindicato da categoria. Mesmo não sendo sindicalizados, vocês recebem a assistência do sindicato, porque contribuem para com ele, com o dia anual de salário. E outra opção seria formar uma comissão de empregados para entregar uma petição por escrito à área de recursos humanos.
Eu sugiro que vocês comecem pela segunda opção, para não serem acusados pela diretoria de sairem buscando ajuda externa antes de tentar um entendimento interno. Essa comissão de empregados precisaria ter representantes de todos os setores da empresa e pelo menos, três pessoas por setor. É essa união que resultará numa posição mais fortalecida de negociação.
Também é importante que vocês não adotem um tom de confronto na petição escrita. Comecem dizendo que vocês querem o melhor para a empresa, e terminem dizendo que uma resposta positiva certamente terá um ótimo efeito na motivação geral.
Eu acredito que o problema será conseguir pessoas suficientes para assinar essa petição. Na hora de botar o nome no papel, muita gente que hoje reclama, irá pular forma.
De qualquer forma, há uma diferença entre o justo e o legal. O justo é o que cada um acha. E o legal é o que a lei impõe. Se a lei, de fato, está do lado de vocês, a diretoria certamente acolherá a petição. Por saber que a outra opção, a do sindicato, seria bem menos conciliadora.
Max Gehringer, para CBN.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
/===================================================================================
Como fazer reivindicações?
"No ano passado", escreve a ouvinte, "a indústria em que trabalho contratou uma consultoria, que conversou com todos os empregados para entender a situação operacional e as expectativas individuais. Sabemos que dois pontos críticos foram levantados. O primeiro, em relação aos equipamentos que utilizávamos no trabalho, e que eram obsoletos, prejudicando a produtividade. E o segundo foi em relação a remuneração dos empregados. Não recebemos vale-transporte e nem vale-refeição, e sabemos que, legalmente, temos direito a esses benefícios.
O primeiro ponto foi rapidamente solucionado, porque a consultoria mostrou que a empresa recuperaria em curto prazo o investimento feito, o que realmente aconteceu. Já no caso dos benefícios, a diretoria disse que ia estudar o assunto, mas o caso foi esquecido. Queremos reivindicar o que julgamos ser o certo, mas não sabemos como fazer isso."
Vamos lá. Uma opção seria procurar o sindicato da categoria. Mesmo não sendo sindicalizados, vocês recebem a assistência do sindicato, porque contribuem para com ele, com o dia anual de salário. E outra opção seria formar uma comissão de empregados para entregar uma petição por escrito à área de recursos humanos.
Eu sugiro que vocês comecem pela segunda opção, para não serem acusados pela diretoria de sairem buscando ajuda externa antes de tentar um entendimento interno. Essa comissão de empregados precisaria ter representantes de todos os setores da empresa e pelo menos, três pessoas por setor. É essa união que resultará numa posição mais fortalecida de negociação.
Também é importante que vocês não adotem um tom de confronto na petição escrita. Comecem dizendo que vocês querem o melhor para a empresa, e terminem dizendo que uma resposta positiva certamente terá um ótimo efeito na motivação geral.
Eu acredito que o problema será conseguir pessoas suficientes para assinar essa petição. Na hora de botar o nome no papel, muita gente que hoje reclama, irá pular forma.
De qualquer forma, há uma diferença entre o justo e o legal. O justo é o que cada um acha. E o legal é o que a lei impõe. Se a lei, de fato, está do lado de vocês, a diretoria certamente acolherá a petição. Por saber que a outra opção, a do sindicato, seria bem menos conciliadora.
Max Gehringer, para CBN.
2010-10-25
Os maiôs de Black Milk
A coleção de maiôs de Black Milk (pessoalmente, James Lillis) tem algumas peças que eu achei muito bacanas. Os maiôs (a.k.a. "roupas de banho") têm estampas inusitadas e até mesmo com um toque nerd.
Veja algumas:
Essas e outras peças de vestuário podem ser encontradas na loja online de Black Milk, de onde são as imagens.
Dica via Graphik Addict.
Veja algumas:
Esqueleto como se estivesse com um raio-X:
A mesma ideia, mas agora se parece mais com o esqueleto mesmo, e não uma chapa de raio-X:
Maiô das galáxias, pra tomar um banho de estrela ;)
E falando em galáxias, numa muito, muito distante, havia um robô de nome R2D2:
Novidades jornalísticas:
A mesma ideia, mas agora se parece mais com o esqueleto mesmo, e não uma chapa de raio-X:
Maiô das galáxias, pra tomar um banho de estrela ;)
E falando em galáxias, numa muito, muito distante, havia um robô de nome R2D2:
Novidades jornalísticas:
Essas e outras peças de vestuário podem ser encontradas na loja online de Black Milk, de onde são as imagens.
Dica via Graphik Addict.
Assinar:
Postagens (Atom)