O Aprendiz de Feiticeiro faz parte do gênero de filmes de aventura infanto-juvenil (apesar do protagonista já estar na faculdade), com um toque de magia. É um filme família, seguindo a cartilha Disney de contar histórias, com uma violência estilizada quando presente, e a clássica jornada do herói, culminando no final feliz. (E as referências a Disney vão muito além da estrutura do filme, elas vão da cenografia, com o bonequinho de Buzz Lightyear de Toy Story, até a uma fantástica sequência inteira homenageando a clássica cena do mago Mickey com as vassouras em Fantasia.)
Sim, o filme segue esquemas clássicos (e clichês), mas não deixa de ser divertido. As cenas de ação funcionam, os efeitos especiais estão decentes e o roteiro, apesar de manjado, consegue arrancar algumas risadas em seus momentos cômicos. Mérito da verborragia do personagem de Jay Baruchel e da boa caracterização de Nicolas Cage, bem a vontade como um mestre um pouquinho pirado, como mostra o trailer.
Na história, Cage é Balthazar Blake, um discípulo de Merlin (o grande mago das lendas de Arthur) responsável por encontrar o sucessor deste. Este sucessor será responsável por livrar o mundo de Morgana e seus seguidores, que pretendem destruir o mundo (oh, originalidade dos vilões). Por séculos Balthazar vem tentando encontrar este sucessor, e em suas jornadas, ele vai aprisionando os vilões em pequenas bonecas, uma dentro da outra, no melhor estilo de bonequinhas russas. Até que um dia, Balthazar encontra o sucessor de Merlin no garoto Dave (Baruchel). Mas claro, um acidente acontece e o vilão principal (ex-amigo de Balthazar e também ex-discípulo de Merlin), Maxim Horvath (Alfred Molina), é libertado.
A partir daí, a história prossegue, com Dave, um "nerd científico" estudante de física e entusiasta de bobinas de Tesla, tentando se adaptar ao fato de ser um mago e de quebra, tentando conquistar o grande amor de sua vida, Becky Barnes (a gata Teresa Palmer). Aliás, creio que boa parte do meu gosto pelo filme seja por causa dela e da pequena participação da Monica Bellucci, numa quase ponta. ;) Mas voltemos ao filme...
Se a história de O Aprendiz de Feiticeiro já é manjada (e a gente já sabe como vai terminar depois de alguns minutos de projeção), a sua execução, ou como ela é contada, merece alguns méritos. Como já disse, as cenas de ação funcionam bem, principalmente em conjunto com os efeitos especiais, muito bons. A cena de perseguição de automóvel, por exemplo, sintetiza o filme: é clichê, mas é bem orquestrada utilizando bem os efeitos especiais das magias, pra dar um senso de "originalidade" à coisa (mesmo que tudo ainda dê aquela sensação de déjà vu). O resultado final é legal de se ver.
Talvez uma cria do seu tempo, do Zeitgeist atual, a explicação científica da magia parece um tanto deslocada no filme, apesar dela desempenhar um papel importante no roteiro. Se bem que, quem se importa com isso, num filme em que magos vivem por centenas de anos?
O diretor Jon Turteltaub consegue trabalhar bem as cenas de ação/aventura, mas falha em desenvolver os seus personagens. Quando descobrimos, por exemplo, que todos os personagens principais são guiados pelo amor (sim, é piegas mesmo), é um choque não intencional e que não funciona. Isso faz com que o filme perca muito, deixando todo o mérito para as boas cenas de ação (a cena inicial, que lembra um filme de capa/espada/magia, por exemplo, apesar de curta é bem empolgante).
Em termos de experiência cinematográfica, este filme é bem semelhante aos outros dois filmes da parceria Turteltaub e Cage, os dois "A Lenda do Tesouro Perdido". No fim das contas, O Aprendiz de Feiticeiro é um típico representante daqueles filmes sessão da tarde. Rende uma sessão pipoca, diverte por alguns minutos, mas é totalmente descartável. Até a próxima reprise...
Trailer:
Para saber mais: crítica no Omelete.
Um comentário:
êeeeeee vou assistir hoje!
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