Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 04/01/2018, sobre ética e compliance.
Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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A receita básica da ética não muda
"Se há empresas que são arapucas para as economias do povo, que sejam desmascaradas e compelidas a cessar a exploração criminosa a que se entregaram os seus incorporadores, cujo lugar é na cadeia, e as empresas honestas ficarão a salvo da temerosa desconfiança pública."
Essa frase parece retratar fatos amplamente conhecidos de todos nós, no Brasil dos tempos atuais. Mas ela é muito, muito mais antiga: foi publicada nos jornais brasileiros há 75 anos, em março de 1943. Três gerações se passaram desde então, e muita coisa aconteceu.
Na década de 1940, o substantivo "ética" saiu das rodas eruditas e caiu no gosto popular. Em breve tempo, já se falava em ética jornalística, ética esportiva, ética nos negócios e, claro, ética na política.
Muitas leis foram aprovadas. Órgãos regulatórios foram criados. E milhares de funcionários públicos foram contratados para fiscalizar melhor as empresas. O mais recente membro dessa longa história de combate às fraudes e prevaricações, recebeu um nome inglês: compliance.
Em miúdos, é um atestado de idoneidade emitido por uma empresa, com o objetivo de assegurar a seus parceiros e empregados, que irá respeitar a legislação e sempre agir dentro de princípios éticos.
A adoção de um sistema de compliance está se tornando cada vez mais comum em empresas. E é um grande passo para a prevalência da ética sobre as artimanhas. Mas ainda não é uma garantia definitiva de retidão.
Além do manifesto desejo de cumprir com as obrigações legais e morais, é necessário que o braço da lei puna exemplarmente a quem não cumpre.
Ou seja, o tempo passou e os ingredientes foram sendo incrementados, mas a receita básica da ética continua sendo a mesma que sempre foi.
Max Gehringer, para CBN.
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