2009-06-22

A linguagem corporal do candidato - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 19/06/2009, sobre a linguagem corporal em entrevistas de emprego. Para saber mais sobre entrevistas de emprego, clique aqui.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui).

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A linguagem corporal do candidato

linguagem corporal braços cruzados
Uma consulta bem interessante. Diz uma ouvinte: "Participei de uma dinâmica de grupo e não fui selecionada. Ao final dela, recebi do mediador uma explicação que me deixou perplexa. Ele me disse que eu fui prejudicada por minha comunicação não-verbal. E até mencionou meia dúzia de gestos que eu considero normais, como cruzar os braços ou balançar os pés, para tentar me convencer de que minha linguagem corporal não batia com minhas palavras. É isso mesmo? Agora, para participar de dinâmicas, vamos ter que fazer um curso de como coçar corretamente o nariz?"

Começando pelo que é mais fácil entender, imagine que você esteja conversando com uma pessoa. E no meio de nada, ela dá um longo bocejo. Você pode concluir uma de duas coisas: ou a pessoa está com o sono atrasado, ou ela não está mostrando interesse naquilo que você está falando. Isso é comunicação não-verbal: seu corpo fala por você.

Em entrevistas de emprego, esses sinais são levados em conta, principalmente se o entrevistador for um psicólogo. Existem alguns gestos que têm uma interpretação quase universal. Por exemplo, cruzar os braços mostra que o candidato está na defensiva. Desviar o olhar na hora de responder, significa que o candidato está indeciso ou pode estar mentindo.

Mas agora, concordando com nossa ouvinte, certamente há um problema nessas avaliações. É o de enquadrar todo e qualquer candidato numa cartilha básica de gestos, ou seja, um mesmo gesto significaria sempre a mesma coisa.

Se nós pensarmos nas pessoas com as quais convivemos a tempos, vamos lembrar de alguém que sempre nos escuta de braços cruzados, e nem por isso, deixa de mostrar interesse no que estamos falando. Nesse caso, cruzar os braços é natural naquela pessoa. Um gesto que vem de anos, e virou marca registrada, e não uma ação defensiva.

A nossa ouvinte pode ter o cacoete de balançar os pés desde a infância, o que não significa que ela estava ansiosa demais na dinâmica de grupo. Bons entrevistadores levam em conta esse fato óbvio e sabem tirar as conclusões adequadas. Entrevistadores que só decoraram a cartilha e descobriram que coçar a orelha é sempre um sinal de desconfiança, podem eventualmente eliminar o melhor candidato: aquele que simplesmente tinha uma pulga atrás da orelha.

Max Gehringer, para CBN.

3 comentários:

Dois cigarros e um café. disse...

Fico puta com essa história de linguagem corporal. Ela sempre me denuncia, ou não.

Beijundas ^^

CintiaYamane disse...

entao se for um tetraplégico, ele nao vai ter problemas em gesticular negativamente.. XD

Ju ♥ disse...

já vi muita gente perder grandes oportunidades por conta dos gestos, tem recrutador q leva em conta inclusive a forma como a pessoa entra na sala, imagina se não vai levar em consideração o jeito q senta, gesticula e coça o nariz...

nesse caso eu sempre vou pelo meio termo, já q em uma entrevista de emprego, ainda mais emprego boooom, o candidato mesmo preparado está um pouco nervoso, já que está sendo avaliado e 'julgado'.

bjs