Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 09/06/2009, sobre as diferenças entre o que se vê nos bancos escolares e o que se vê na cadeira do escritório.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui).
/**********************************************************************************
Por que a gente não aplica na empresa o que aprendeu na faculdade?
"Por que a gente não aplica na empresa o que aprendeu na faculdade?", pergunta um ouvinte.
Começando pelo óbvio, faculdades existem para preparar um jovem para uma profissão que será exercida no mercado de trabalho. Portanto, o jovem deveria ser exposto durante as aulas, às mesmas situações que ele vai encontrar em uma empresa. Isso ocorre de fato?
Não exatamente. De modo geral, as faculdades preparam o jovem para um mercado de trabalho mais teórico que prático, mais ideal do que real. Quem já assistiu a uma aula sobre Como lidar com o chefe? ou Como conviver com um colega carreirista? ou Como conduzir uma negociação?
Não raramente, eu recebo mensagens de estudantes que dizem: "Meu professor leu um texto seu na classe, achei interessante." E eu me sinto mais preocupado do que contente. Eu não classificaria como interessante um texto sobre Como pedir um aumento de salário?, por exemplo. Interessante é um tema sobre o teorema de Pitágoras, que não terá qualquer influência na carreira profissional de um jovem.
A grande diferença entre a faculdade e o emprego está na transição da individualidade para a coletividade. O aluno é um ser individual. As notas que ele consegue não são influenciadas pelo desempenho de seus colegas de classe. E mesmo que a maioria dos colegas tenha uma opinião negativa sobre um aluno, ele não terá suas notas afetadas por isso. Em empresas, esses dois fatores são vitais. O relacionamento e a competição direta podem construir ou implodir uma carreira.
É por isso que eu não me canso de recomendar aos jovens para que comecem a trabalhar bem cedo. De preferência, antes de começar a faculdade. Só assim um jovem poderá equilibrar o que ouve em classe e o que vive no dia a dia da empresa. Chegar aos 24 anos apenas estudando não transformará um jovem em um profissional bem preparado para o mercado de trabalho.
Cursos são ótimos, e quanto mais, melhor. Mas passar tempo demais só fazendo cursos irá causar o choque que nosso ouvinte está sentindo. E levará à pergunta que ele fez: Por que a empresa não funciona de acordo com o currículo da faculdade? Não funciona porque a faculdade ensina como o mundo corporativo deveria ser. Mas só a prática mostra como ele realmente é.
É a soma dessas duas coisas, e não o excesso de uma delas, que forma um bom profissional. Atualmente, os dois fatores que mais limitam carreiras são a experiência sem estudo e o estudo sem experiência.
Max Gehringer, para CBN.
3 comentários:
ah, pq a prática é muito diferente da teoria, e olha q o slogan de onde me formei é algo sobre teoria e prática... kkk
bjs
Sentimental, não me diga que vc estudou na Unicsul. Porque aqui, aqui vc aprende na prática.
AHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUA! Faz-me rir essa faculdade, viu...
[se bem que o slogan agora mudou e diz que "vontade não é nada sem conteúdo". reflitamos]
Quanto ao Max... well... eu entendo o que ele diz. Comecei a trabalhar antes de entrar pra facu, e ainda trabalho numa área que não tem nada a ver comigo.
Ou seja, o desapontamento já é uma qualidade inerente à minha pessoa.
Unicsul? Onde fica? É tão ruim assim??? kkkk
Não Ana, apesar de tmb achar lorota esse lance de teoria e prática, eu até estudei numa faculdade bacana e uma das melhores particulares q tem por essas bandas aqui, bom, agora né, pq qndo comecei ela só tinha 5 anos e o 'povo' não dava muito valor, agora q já possui alguns anos no mercado e vários campus, todo mundo quer estudar lá, vai entender.
Pode até ser q alguns cursos a questão de T&P seja bem respeitada e prepare meeeeesmo os profissionais pro mercado, mas não foi o caso do meu curso, ou até mesmo o meu caso, já q não fiz o curso lá muito empolgada. rs
beijos
Postar um comentário