Uma interessante reportagem da New Scientist, sobre programa de computador que altera ao vivo a aparência de uma pessoa, numa vídeo conferência, entretanto preservando as suas expressões faciais. É literalmente um "ultimate avatar". O que a ciência não faz...
Resumo da notícia:
Os cientistas da computação Barry-John Theobald, da Universidade East Anglia (Reino Unido) e Iain Matthews, ex-Universidade Carnegie Mellon, foram procurados por psicólogos que queriam uma ferramenta que pudesse alterar os traços dos rostos de pessoas, em especial o seu gênero, em tempo real, a fim de estudar as reações das pessoas em relação à linguagem corporal/sexo.
Entretanto, por mais que Hollywood crie personagens totalmente digitais, tal tecnologia não estava disponível. Basta ver os custos (e consequentemente, trabalho) de computação gráfica de diversos filmes. E estes ainda não servem exatamente como parâmetro, uma vez que toda a "maquiagem digital" é geralmente feita offline, muitas vezes alterando quadro a quadro um filme, um processo que está longe de ser em tempo real, ou quase instantâneo.
Theobald e Matthews, tendo experiência em processamento de faces, desenvolveram então um software especial.
Simplificadamente, primeiro eles filmaram voluntários fazendo 30 expressões faciais diferentes, como bocejos, sorrisos, cara de surpresa. Para cada expressão, posições de elementos-chave do rosto, como olhos, nariz e cantos da boca, eram classificados manualmente no vídeo.
O vídeo contendo essa classificação foi então usado para "treinar" o software para reconhecer a face de cada indivíduo. Uma vez treinado, o sotware reconhece cada movimento do rosto do indivíduo, e pode transferir o "mesmo movimento", ou seja, por meio de cálculos, a mesma expressão, para outro rosto previamente reconhecido.
Todo o processamento leva cerca de 150 milisegundos, o que é rápido o bastante para permitir que haja uma conversa em tempo real, via vídeoconferência ou afins. Pra completar o "truque", a voz da pessoa pode ser manipulada para se adaptar melhor com o novo rosto.
Veja o vídeo da NewScientist:
O software já está sendo usado em estudos psicológicos. Voluntários eram colocados para conversar com outros, numa vídeoconferência, mas sem saber se o rosto que estavam vendo era mesmo o da outra pessoa, ou fabricado pelo computador. E tampouco sabiam se o próprio rosto que o outro estava vendo era o verdadeiro.
Resultados preliminares sugerem que a linguagem corporal durante uma conversa é mais reativa a própria linguagem corporal do outro, do que a aparência física do sexo. Diz Theobald: "Mostramos que você pode apresentar uma mulher como ela mesma ou como um homem, e o comportamento do outro participante não se altera".
Notícia completa (em inglês) no site da NewScientist.
2 comentários:
Bizarramente interessante.
Eu queria só saber quais seriam os assuntos da conversa. Pq tem certas coisas que eu converso com homens que não dá pra conversar com mulheres e vice versa. E aí, as reações se alteram, né?
Ou isso nem é levado em conta?
[preguiça MASTER de ler em inglês... :D]
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