Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 16/05/2011, sobre como demitir o filho de um amigo.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Como posso demitir o filho de um amigo?'
"Sou proprietário de uma pequena empresa", escreve um ouvinte. "Faz três meses, minha funcionária de maior confiança, que estava comigo há oito anos, pediu a conta. Um amigo meu de longa data ficou sabendo e me solicitou que eu admitisse o filho dele, um rapaz de 23 anos que acabara de se formar e nunca tinha trabalhado. Entrevistei o rapaz e deixei bem claro quais seriam as exigências do trabalho. O rapaz respondeu 'tudo bem' a todas as minhas colocações e eu o contratei.
Passados três meses, a minha decepção foi muito além do que eu temia. Para não dizer que o rapaz é preguiçoso, eu diria que ele é lento para entender as coisas e não tem o mínimo senso de urgência. Como as tarefas eram mal feitas e vinham se acumulando, decidi que não haveria outra opção a não ser substituí-lo. E esse é o meu problema. Como faço isso sem comprometer a amizade de quinze anos que tenho com o pai do rapaz?"
Bom, minha sugestão: antes de falar com o rapaz, fale com o pai dele. E na conversa, não faça críticas. São bem poucos os pais que gostam de ouvir críticas ao filho, mesmo quando elas são verdadeiras. A reação costuma ser de confronto, como se o pai é que estivesse sendo acusado de não ter cumprido o seu dever de pai.
Então, evite o confronto e explique que o trabalho requer uma pessoa com muita experiência prática. Coloque-se a disposição para ajudar a conseguir uma recolocação para o rapaz. Diga que estará a disposição para re-empregá-lo quando ele tiver adquirido mais experiência. Feito isso, diga exatamente as mesmas palavras para o rapaz. Assim, pai e filho ficarão tão confortáveis quanto mal informados.
Talvez outras pessoas tenham sugestões diferentes para lhe dar, mas em minha opinião, vale mais assegurar uma amizade de quinze anos do que vê-la desmanchar em meia dúzia de verdades.
Max Gehringer, para CBN.
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