Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 25/05/2011, sobre se uma ouvinte deve ou não aceitar um emprego com um salário muito inferior ao seu último.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Não encontro um emprego com o mesmo salário do anterior'
Uma ouvinte escreve sobre uma dúvida que ela tem e que ninguém gostaria de ter. Diz ela: "Tenho 34 anos. Trabalhei oito anos em uma multinacional e o meu salário era de 6300 reais. Numa reestruturação mundial determinada pela matriz, a minha função foi transferida para outro país e eu fui demitida. Depois de passar uma semana com enxaqueca, juntei os cacos e saí procurando outro emprego. Consegui algumas propostas, mas a melhor delas foi para ganhar dois mil reais. Menos de um terço do que eu ganhava.
Como faz quase quatro meses que estou desempregada, já não tenho mais aquele otimismo inicial de que eu conseguiria um salário pelo menos semelhante ao que eu ganhava. Acho que o mercado mudou nesses oito anos em que não precisei procurar emprego e eu não percebi. A minha dúvida é: o que vai acontecer se eu aceitar um salário bem menor? É isso o que eu vou valer daqui para a frente ou o que vale é o que eu ganhava antes?"
Bom, a resposta é as duas coisas, mas com pesos diferentes. O seu salário anterior será levado em conta por uma empresa de grande porte que tenha uma função semelhante a que você tinha e que esteja procurando alguém com a sua experiência. Só que essa é uma possibilidade se não remota, pelo menos não muito plausível a curto prazo.
Aí vem a segunda parte e essa já não é tão boa. Quando alguém fica um ano recebendo determinado salário, passa a ter esse valor aos olhos do mercado.
A sugestão que eu lhe daria é não aceitar e continuar procurando, mas isso depende da sua situação financeira. Uma opção seria você prestar consultoria como autônoma a pequenas empresas, mesmo que por valores baixos, apenas para que a sua vida profissional não fique com um hiato, que a cada mês, se torna mais difícil de explicar.
Max Gehringer, para CBN.
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