Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Estou sem perspectiva de crescimento e pretendo conversar com meu chefe'
"Cheguei à conclusão", escreve um ouvinte, "de que não terei oportunidade de crescimento na empresa em que trabalho faz dois anos. É uma boa empresa, embora não seja ótima. Mas eu me sinto travado e sem horizonte. Estou pensando em colocar essa preocupação para o meu superior e dizer a ele que estou enviando currículos para outras empresas. Mas tenho receio de que minha extrema sinceridade possa ser mal interpretada."
Vamos lá. Toda vez que um subordinado chega para um superior com uma conclusão já pronta, é preciso de que ele chegue com a certeza de que a conclusão está correta. Para ter essa certeza, o subordinado precisaria dispor de todos os dados, e não creio que o nosso ouvinte os tenha. O que ele tem é uma interpretação dos fatos, segundo a ótica dele.
O que normalmente acontece é que o superior rebate facilmente a conclusão, mostrando, por exemplo, que várias pessoas foram promovidas nesses últimos dois anos. E portanto, irá concluir o superior, o problema não está na empresa.
Nesse momento não há como transformar uma conversa, que começou como uma quase acusação, em uma troca de ideias civilizada sobre a carreira do subordinado. Muito provavelmente, o superior agradecerá a informação de que o nosso ouvinte está procurando emprego e começará a procurar alguém para substituí-lo. Aí, caso o nosso ouvintenão consiga um emprego em breve, e apareça um bom candidato à vaga dele, a situação, que não é boa, ficará muito pior.
Minha sugestão ao nosso ouvinte: pergunte ao superior o que lhe falta para merecer uma oportunidade. Qualquer coisa que ele disser, agradeça, volte para a sua mesa e reavalie a sua situação e a sua conclusão.
Quanto à extrema sinceridade, um pequeno lembrete. Existe o sincero inconsequente e o sincero inteligente. Um diz o que pensa e o outro pensa no que diz.
Max Gehringer, para CBN.
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