Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 04/03/2011, sobre a frustração inicial do estágio.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Comecei a estagiar numa empresa grande e muito famosa, mas estou frustrada'
"Comecei a estagiar numa empresa de grande porte e muito famosa", escreve uma jovem ouvinte. "Mas estou tremendamente frustrada com o que vi até agora. O trabalho que me deram para executar é primário, e as pessoas com quem eu conversão não estão nem um pouco interessadas em saber o que eu aprendi e o que eu posso fazer. Estou aqui faz um mês e a minha intenção é partir para outra, mas antes gostaria de ouvir a sua opinião."
Vamos lá. O que você está vivendo é a diferença entre expectativa e realidade. Algo parecido acontece com quem vai viajar ao exterior pela primeira vez. O viajante imagina que irá adorar a viagem, e essa boa impressão inicial geralmente vem de cartões postais, ou de fotos e relatos postados na Internet por outros viajantes que adoraram o país.
Só que quem viaja pela primeira vez, sempre enxerga antes o que não estava esperando. E aí descobre que o povo não é bem educado com turistas, que as ruas não são tão limpas quanto nas fotos, que comer bem custa muito caro e que a comida com preço acessível é de baixa qualidade. Porém, as coisas boas não eram miragem e nem propaganda mentirosa de agências de turismo. As coisas boas de fato, existem e estão lá.
Depois de três dias, o viajante já concluiu que, para aproveitar o que há de bom, será preciso conviver com o que não é tão bom. E por fim, o saldo da viagem acaba sendo muito positivo. A mesma coisa acontece com os estagiários, só que a experiência dura mais que três dias, ela dura três meses.
Para confortá-la, eu lhe diria que essa frustação inicial que você está sentindo, não é diferente do que a maioria dos estagiários sente. E os que não se sentem assim são os que têm baixa ambição em relação à própria carreira.
Se você direcionar a sua atenção para as coisas boas que a empresa oferece aos funcionários, não será difícil encontrá-las. Se você somente se concentrar nas coisas de que não gostou, elas lhe parecerão cada vez piores.
Minha sugestão: não saia já. Espere três meses. E nos dois meses que faltam, tente balancear críticas e elogios. Porque no fundo, empresas são como pessoas. Não existe ninguém que só tenha qualidades, e nem ninguém que só tenha defeitos. O que nós fazemos é relevar os defeitos das pessoas das quais gostamos e exagerar os defeitos daquelas que detestamos.
A empresa que a nossa ouvinte descreveu, certamente tem muita coisa boa a oferecer. Basta querer vê-las.
Max Gehringer, para CBN.
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