2012-09-06

'Consultoria externa dominou a empresa' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 06/09/2012, sobre o novo modelo de consultoria que toma controle da empresa.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Consultoria externa dominou a empresa'

consultoria

Uma ouvinte escreve: "Trabalho em uma empresa de porte médio, com cem funcionários. E a maioria de nós está aqui já faz tempo. Os donos sempre foram amáveis com os empregados, e nós sempre retribuímos com dedicação no trabalho. Faz um mês, de repente, chegou na empresa uma consultoria externa e tomou conta do pedaço. Eles perguntam tudo e não explicam nada. Fazem reuniões a portas fechadas, para as quais nenhum empregado é convidado. Tiraram de nossos chefes o poder de decidir e tudo o que os donos nos dizem é que a situação é passageira e que nós devemos atender prontamente a tudo o que nos é solicitado pelos consultores. A minha pergunta é: onde isso irá acabar?"

Vamos lá. Esse é um novo modelo de consultoria. No modelo tradicional, os consultores levantavam dados, emitiam um relatório apontando erros e fazendo sugestões, mas as decisões finais eram tomadas pela própria empresa. Já no modelo "mão na massa", que você está tendo oportunidade de conhecer, a consultoria assume de fato o comando operacional da empresa: toma decisões, implanta processos, elimina tarefas, corta custos e, eventualmente, demite empregados.

Por que essa consultoria foi contratada? Porque a situação da sua empresa não é boa. E os donos já aceitaram que não têm condições de resolver por conta própria. Qual é a vantagem desse tipo de consultoria? Ela deixa a casa em ordem, mesmo que isso implique em decisões duras, que donos amáveis não gostariam de tomar. E qual é a desvantagem? Nenhum empregado está seguro, porque a consultoria vai se apegar a fatos e não a sentimentos.

Eu lhe sugiro encarar os consultores como aliados e não como inimigos. Se eles estão aí, é porque as coisas não iam bem e vocês não sabiam. Quando eles forem embora, a empresa terá recuperado a saúde, mesmo que agora o remédio possa lhe parecer amargo.

Max Gehringer, para CBN.


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