Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 19/09/2012, sobre como chefes são pessoas comuns que apenas ocupam cargos.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Meus chefes não têm nada de especial'
Um jovem ouvinte relata uma dúvida que a grande maioria dos adultos também teve quando era jovem. Ele diz que olha para as pessoas que ocupam cargos de chefia na empresa em que trabalha e não vê nelas nada de especial. E pergunta se está deixando de perceber alguma coisa.
Não, não está. É isso mesmo. Em essência, chefes são pessoas iguais às demais. Eles apenas têm um cargo que as demais não têm. Isso é ótimo, porque em princípio, qualquer um pode vir a se tornar chefe, gerente, diretor ou presidente. O que vai fazer a diferença entre uns e outros, na medida em que o tempo passa, é uma série de fatos, casuais ou planejados. Fatos que vâo desde a sorte, pura e simples, de estar no lugar certo, na hora certa, passam pelo investimento em si mesmo e se completam com fatores como esforço, auto-confiança e persistência.
Eu acredito que a diferença entre nosos ouvintes mais jovens e os ouvintes mais adultos, está no grau de expectativa com relação ao tempo em que as coisas devem acontecer. Muitas gerações entraram no mercado de trabalho sem esperar por uma promoção em curto prazo. Essas gerações também achavam que seus chefes podiam ser igualados e superados, mas não mudavam de emprego em menos de um ano quando finalmente percebiam que as coisas não iriam acontecer tão depressa. A geração atual tem um sentido maior de urgência, além de ter uma visão muito mais crítica em relação aos seus chefes.
As duas coisas são positivas, porque significam que hoje há muito mais gente com ambição e bem menos gente com a "síndrome do coitadinho", que acredita que veio ao mundo para sofrer.
O conselho que eu daria ao nosso ouvinte, se ele me permite, é o de respeitar os chefes não pelo que eles são ou deveriam ser, mas pelo cargo que eles ocupam. Se eles merecem, ou não, estar onde estão, é uma questão que compete quem está acima deles na hierarquia, e não abaixo.
Max Gehringer, para CBN.
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