Hoje, depois de duas semanas sem ir ao cinema (e estar quase passando por uma síndrome de abstinência), fui ver o filme Amor Sem Escalas, (título português nada-a-ver, o original é Up in the Air). Primeiro: não, o filme não é uma comédia romântica. E segundo: o filme é bom pra caramba, excelente!
George Clooney é Ryan Bingham, especialista em demitir pessoas, quando os chefes bundões não querem fazer o trabalho sujo. Ele passa boa parte do tempo viajando a trabalho, pulando de cidade a cidade, de companhia a companhia, e gosta disso. Ele gosta de não ter um lar, amigos íntimos, família. Na verdade, faz parte de sua filosofia estar sempre leve, sempre se movendo para não morrer, como um tubarão. E isso significa levar pouca coisa na sua mochila, deixando pra trás o apego às coisas materiais (casa, tvs de plasma, etc) e até mesmo a laços emocionais (amigos, família).
Mas o próprio Bingham vai mudar, com a entrada de duas mulheres em sua vida. A primeira, Alex (interpretada pela bela Vera Farmiga), se torna o interesse romântico do personagem, a princípio apenas sexual, mas depois evoluindo para algo mais. O encantamento de Bingham por Alex se deve a ela ser muito parecida com ele, uma eterna viajante como ele, ou nas palavras dela, "pense nela como um Bingham com vagina". A segunda mulher é Natalie (Anna Kendrick, que faz a amiga patricinha da protagonista de Lua Nova), jovem um tanto arrogante, que espera implantar um processo diferente na demissão dos funcionários, via teleconferência. Mas antes, ele deve viajar com Bingham, para aprender como o negócio funciona na prática.
E, nessa jornada aérea, junto com essas mulheres, Bingham irá descobrir algumas coisas sobre si mesmo. Ou, como diz o cartaz, irá fazer uma conexão. ;)
O filme tem seus toques de comédia (aliás, na parte em que as duas mulheres se conhecem, rolam diálogos geniais, super engraçados), tem seus toques de romance, mas é acima de tudo, um drama. E dos bons, não daqueles que são feitos seguindo uma receitinha pra arrancar lágrimas, mas daqueles que nos fazem pensar, que dão um soco no seu estômago.
A atuação dos atores está ótima, a química entre eles está perfeita. George Clooney dá um verdadeiro show. Mérito do diretor Jason Reitman, que também dirigiu Juno e co-escreveu o roteiro, que é baseado num livro. Aliás, o roteiro, junto com Clooney, é a estrela do filme. Prova de que pra fazer bom cinema, é preciso antes de tudo, ter e querer contar uma história.
E claro, eu não poderia não gostar de um filme que cita Amélie Poulain e a história do duende de jardim viajante.
Em suma, Up in the Air (Amor sem Escalas é um nome muito ruim, prefiro ficar no original), é um excelente filme. É um drama realista, que não tem obrigação de dar um final feliz pra todo mundo. Alguns irão mudar, outros irão continuar, alguns crescerão, outros não. Mas todos são verossímeis, são como partes de mim e de você.
Definitivamente não é um filme feel good como por exemplo, Quem Quer Ser um Milionário. Nada contra esse tipo de filme, eu mesmo amei esse último. Mas de vez em quando, um soco de realidade é necessário. E Up in the Air, se visto de certa maneira, tem esse poder. E de ensinar uma ou duas lições pra gente.
Trailer:
Para saber mais: crítica no Omelete.
5 comentários:
no único dia q tive tempo de ir ao shopping e deu vontade de cinema esse filme ainda não estava em cartaz. :(
agora é esperar outro surto de tempo e vontade...
E Avatar?
E o que tem Avatar?
Não vai comentar?
Foi comentado ainda ano passado.
http://estou-sem.blogspot.com/2009/12/filme-avatar.html
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