2016-11-04

'Sou membro da CIPA e não muito considerado pela empresa' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 04/11/2016, com uma breve história das comissões internas de prevenção de acidentes no trabalho.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Sou membro da Cipa e não muito considerado pela empresa'

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Um ouvinte escreve: "Fui eleito membro da CIPA e pergunto: como empresas enxergam o cipeiro? Porque, aqui na minha, não somos muito considerados."

Vamos lá. Tudo começou em 1942, quando o então ministro do trabalho Marcondes Filho lançou as bases de uma campanha que visava diminuir o alarmante número de acidentes com mortes no trabalho. Segundo o ministro, não seria apenas uma questão de boa vontade, mas de ouvir os maiores interessados, os próprios operários, que sabiam melhor que ninguém o que precisaria ser feito.

O resultado foi a criação, dois anos depois, da Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho. Como toda novidade, essa também não deixou de assustar os patrões, devido ao grande número inicial de demandas que acarretavam elevados gastos para serem colocadas em prática, com consequente redução nos lucros.

Para evitar que os operários fossem pressionados a serem menos exigentes, foi decretada a estabilidade provisória deles. Atualmente ainda há empresas que veem nos cipeiros, empregados que se encostam nessa estabilidade, mas o resultado positivo foi a gradual redução no número de acidentes.

O Brasil, entretanto, ainda derrapa nas estatísticas mundiais. Com cerca de 5 milhões de acidentes de trabalho por ano e 3 mil fatalidades, ainda há muito a ser feito, com ou sem a simpatia dos gestores.

Max Gehringer, para CBN.


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