Bons filmes produzem diferentes reações em mim. Alguns me fazem sair do cinema sorrindo; alguns excelentes filmes me deixam sorrindo por um bom tempo depois de sair da sala escura. Entretanto, outros bons filmes me deixam estupefato, sem reação aparente, como se de repente, eu tivesse levado um tapa na cara ou um murro no estômago. E foi esse último tipo de reação que eu tive quando fui ver O Lutador (The Wrestler, em inglês).
O filme conta a história de Randy "The Ram" Robinson (vivido por um quase irreconhecível Mickey Rourke), um velho lutador de luta-livre, que já viu a idade e a decadência baterem a sua porta há algum tempo. Apesar da idade apertar, e o seu "esporte" (o melhor seria descrevê-lo como show) não ser mais tão popular, e consequentemente não tão rentável financeiramente, ele continua fazendo o que sabe: subindo aos ringues e dando o seu espetáculo. As pessoas são o que elas são.
Até que um dia, todos os anabolizantes que tomou vêm pedir a conta: Randy sofre um ataque cardíaco. E os médicos são categóricos: ou pára de lutar, ou morre. Justo no momento em que uma interessante oportunidade surge: a de fazer uma revanche com o seu maior adversário, o que deve render alguns bons trocados e quem sabe, um revival dos seus melhores dias? Mas a perspectiva de morrer não é das melhores, então...
Com a ajuda de Cassidy (vivida pela Marisa Tomei), uma stripper que já vê os anos baterem a sua porta e que gostaria de mudar, mas não vê solução para sua vida, Randy vai tentar mudar de vida. Quem sabe, se reconectando a sua filha, tentando um emprego 'normal'...
Mas O Lutador não é daqueles "filmes de superação". Não daqueles que vêm com uma fórmula pronta, e que no final à la Rock Balboa, o mocinho, depois de pancadas seguidas, se ergue triunfante. Não, o filme do diretor Darren Aronofsky é muito mais cru, mais real, mais humano. Porque afinal, as pessoas são o que são. Mudar não é fácil, e a redenção é para poucos, muito poucos. Provavelmente não é para mim, nem para você, e com certeza, não é para os personagens do filme.
Marisa Tomei está ótima no filme. Ousada e sensual nas cenas como stripper, frágil e melancólia nas cenas em que se despe do papel de stripper, não é a toa que foi indicada para o Oscar de melhor atriz coadjuvante (e que mereceria ganhar, na minha opinião). Eu já disse que adoro a Marisa Tomei? Mesmo não sendo aquele tipo "gostosa", eu tenho uma queda por ela. =P
E também merecido é a indicação ao Oscar de Mickey Rourke. Se por um lado, o físico de Randy tem tudo a ver com o truculento Marv de Sin City, o lado humano de Randy é muito, mas muito bem construído tanto pelo roteiro, quanto pela interpretação de Rourke. Dos outros concorrentes, só vi o filme do Benjamin Button, e sinto desapontar as fãs de Brad Pitt, mas Rourke está muito melhor como ator.
Em suma, O Lutador é um excelente filme. Mas talvez não seja pra qualquer um. Se você for assistí-lo, realmente enxergá-lo como é, esteja preparado. Assim como os adversários de Randy, você pode acabar sentindo uma porrada no estômago.
Se quiser ler mais sobre o filme, veja a crítica do Omelete. Não tive vontade de levantar e bater palmas como o Érico Borgo, mas o resto...
6 comentários:
Ou faz muito tempo que eu não venho aqui, ou tem uma coluna nova e um novo lay por aqui! Que bunito... casinha arrumada, pans pans pans...
Bão, sobre o filme: todo mundo falou desse tal de Mickey Rourke, que ele já foi mto famoso e pans, mas... oi? não faço a MENOR idéia de quem seja ele!
E hoje eu assisti Juno. Resolvi voltar aos meus velhos hábitos, filme, cerveja, enfim... as férias mudam uma pessoa!
Coluna nova? Vira e mexe eu falo de filmes...
E vc não conhece o clássico 9 e meia semanas de amor? É com ele, acredite se quiser.
E Juno é super bacana.
Não não, xuxu, quando eu disse coluna nova, não quis dizer coluna tipo coluna social. Hahahahahahahahaha!
É essa coluna ali do lado direito mesmo, agora são três colunas, antes eram duas... não????
Ah tá, era a coluna do layout... ¬¬
Me diz uma coisinha, vc tem cagueti sempre que vê um filme irado vc fala sempre o mesmo, vira o disco rsrs. Parece que levei um tapa da cara ou um soco no estomago que perola rsrsrs e rs.
Creio que cagueti eu não tenha, até porque cagueti não existe.
Agora, cacoetes eu tenho aos montes.
Postar um comentário