Quem é bom não precisa se desesperar - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 14/10/2008, dando continuidade a um comentário sobre os empregos nesses tempos de crise financeira mundial, e como os bons profissionais não precisam se desesperar.

O áudio original se encontra no site da CBN (neste link).

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Quem é bom não precisa se desesperar

No comentário de sexta-feira passada, sobre a crise econômica mundial, eu sugeri que esta não seria a melhor hora para mudar de emprego. E vários ouvintes escreveram perguntando o que pode acontecer com quem está empregado. E se haveria algo a fazer para manter o emprego, ao invés de simplesmente esperar e torcer para que a crise acabe logo.

Começando pelas notícias menos alviçareiras, existem empresas que aproveitam as crises para dar um corte nas gorduras. E elas começam dispensando aqueles funcionários que estão, faz algum tempo, na corda bamba. Os que vivem reclamando de tudo, os que faltam com constância e conseguem atestados, ou os que não conseguem ter um bom relacionamento com os colegas.


Esses não seriam motivos suficientemente fortes para dispensar alguém quando a situação é boa. Mas numa crise, a explicação fica mais fácil, porque o motivo alegado para a dispensa é a conjuntura econômica mundial. Já os bons funcionários, somente serão dispensados se houver uma bruta recessão. Por exemplo, uma fábrica que opera em 3 turnos e tem que cortar um turno inteiro, porque a demanda desabou.

Para avaliar o grau individual de risco, existem duas perguntas que cada um pode responder para si mesmo. Primeira: se amanhã cedo eu não estiver mais aqui, meu setor irá continuar operando normalmente? E a segunda: a empresa teria condições de contratar alguém para fazer o que eu faço, pagando bem menos do que eu ganho?

Se as respostas forem sim, o risco de ficar sem um emprego aumenta durante uma crise. Fora isso, empresas tendem a manter quem é bom, mesmo que isso tenha um custo. Porque todas as crises que existiram no mundo até hoje, um dia terminaram. E a atual também vai terminar. E aí, muitas empresas voltarão a abrir vagas ao mesmo tempo.

É por isso que as boas empresas, aquelas que já sobreviveram a outras crises, aprenderam que preservar os melhores é bem mais prático que sair contratando num momento em que o mercado volta a se aquecer.


Portanto, quem é bom não deve ficar tranquilo, mas também não precisa se desesperar.

Max Gehringer, para CBN.