Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 17/02/2011, sobre currículos cheios de qualificações e a paradoxal dificuldade de encontrar vagas com eles.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Não consigo emprego porque tenho muitas qualificações no currículo'
"Tenho 27 anos e trabalho desde os 19", escreve um ouvinte. "Nesses anos, fiz todos os cursos que o tempo e os recursos me permitiram fazer. Dois idiomas, MBA, mestrado e estou concluindo um doutorado. Acontece que a empresa na qual eu trabalhava, uma multinacional européia, decidiu fechar o escritório regional que mantinha aqui na minha cidade. E agora eu estou desempregado faz cinco meses. Disparei o meu currículo para todos os lados, dentro e fora do meu estado, mas nada aconteceu. Já me disseram que dificilmente uma empresa vai querer me contratar para uma vaga equivalente àquela que eu tinha, porque o meu currículo ficou pesado demais. Como eu posso explicar que estudei e continuo estudando porque gosto, e que não vou criar nenhum tipo de complicação para a empresa que me contratar?"
Vamos lá. Situações como a sua estão ficando mais comuns no mercado de trabalho na medida em que os anos vão passando, porque as oportunidades de estudar se ampliaram muito. Fazer um MBA, por exemplo, era algo complicado há 20 anos, mas atualmente não é mais. Não que isso seja ruim, muito pelo contrário. E da mesma forma, a sua decisão de não parar de estudar também foi acertada, e o tempo mostrará que não há motivos para você se arrepender.
O que está pegando é algo chamado superqualificação. Existem empresas que não querem contratar alguém cuja qualificação acadêmica esteja bem acima da média dos funcionários atuais e muito acima do exigido para o desempenho de uma função. Porque sempre pairaaquela suspeita de que a pessoa vai entrar na empresa e imediatamente começar a procurar outro emprego, mais compatível com a formação.
O que profissionais como você tem feito é preparar currículos de acordo com as vagas oferecidas. Se a vaga pede apenas um curso superior, os cursos restantes são eliminados do currículo.
Essa é a situação ideal? Não, nem de longe. Mas ela pode gerar algo que o nosso ouvinte está precisando muito: ser chamado para uma entrevista. Para mostrar quem realmente é. E, se for o caso, poder explicar pessoalmente ao entrevistador, que tem cursos adicionais, mas que a empresa não precisa ficar temerosa em relação a isso.
Max Gehringer, para CBN.
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