Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Tenho anos de profissão, mas resolvi mudar o rumo da minha carreira'
No mês passado eu recebi pelo menos umas vinte mensagens de ouvintes relatando seus desapontamentos com o mercado de trabalho. Todos eles estão na faixa dos 30 aos 40 anos e trabalhavam já fazia algum tempo em uma determinada função, quando decidiram fazer um curso que lhes daria um rumo diferente à carreira.
Para exemplificar, um técnico em qualidade se formou em gestão de recursos humanos, um auxiliar de expedição em turismo, um assistente administrativo em fisioterapia, e uma técnica em enfermagem em marketing. Após a conclusão dos cursos, todos enviaram currículos para empresas, cadastraram-se em sites, pediram indicação de amigos, mas nada aconteceu. E todos relatam a frustração de começar a perceber que talvez tenham feito um novo curso por nada. Nem mesmo nas próprias empresas em que alguns trabalhavam, esses ouvintes conseguiram uma transferência para a nova área em que se formaram. E todos perguntam: Por que o mercado de trabalho não valoriza e nem oferece oportunidades a quem demonstrou interesse em buscar uma nova profissão?
Bom, a resposta não é agradável, mas é sincera. Porque empresas, quando abrem processos de seleção, pensam no que será melhor para elas. E por isso, elas contratamprofissionais que possuam escolaridade e experiência prática na função. Assim, quem concluiu um curso, mas nunca trabalhou na área, leva uma desvantagem insuperável, já que sempre irão aparecer candidatos que preencham esses dois pré-requisitos.
Os nossos ouvintes devem continuar tentando. Mas o único caminho possível para uma mudança desse gênero é mesmo através de uma recomendação. Ou mais do que isso, é preciso que alguém, que conheça bem a pessoa, praticamente dê uma ordem para que ela seja contratada. Há também a possibilidade de tentar concursos públicos, que não exigem nem a experiência e nem a indicação.
Mas fica a dica para quem pensa em partir para um curso completamente diferente de tudo o que já fez na vida profissional até agora. Uma mudança radical não é impossível, mas não será rápida e nem será fácil. Isso não significa que não se deva tentar. O que acontece é que os ouvintes que já conseguiram fazer essa transição não me escrevem. Mas eu tenho certeza de que eles não são poucos e estão muito satisfeitos por terem tido, um dia, coragem de arriscar.
Max Gehringer, para CBN.
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