Transcrição dos comentários do Max Gehringer para a CBN, do dia 28/07/2008.
Áudio original disponível no site da CBN.
A mudança radical de carreira
O tema de hoje é a mudança brusca e radical de carreira. Diariamente, recebo mensagens de pessoas que estão insatisfeitas em um determinado setor e por isso pensam em fazer um curso diferente, para poder mudar de área.
Vou citar dois exemplos. Um ouvinte que se formou em Economia e trabalha na área administrativa, pergunta se teria boas chances caso fizesse uma especialização em Marketing. E uma ouvinte que se formou em Psicologia pergunta se melhoraria suas possibilidades profissionais caso estudasse jornalismo.
A resposta mais coerente é a seguinte: quem está dirigindo um carro e não está gostando nem da estrada, nem da paisagem, só deve pegar uma estrada alternativa se souber onde ela irá levar. O simples fato de não estar satisfeito com a estrada atual não significa que qualquer outra estrada será melhor.
Eu não me arriscaria a dizer que uma mudança brusca de direção será sempre uma decisão errada. Mas posso afirmar, com base em muitos anos de observações práticas, que somente 2 em cada 10 pessoas, conseguirão chegar ao novo destino. As outras 8 ficarão pelo meio do caminho. Por isso, antes de tomar a decisão de fazer um curso completamente diferente, é preciso pesquisar as reais possibilidades que a nova área oferece, começando pelas pessoas que já trabalham nela e que poderiam fazer uma indicação direta.
Se a nossa ouvinte psicóloga não conhece nenhum jornalista, as chances de ela vir a conseguir uma vaga ou um estágio, somente através do envio de currículos, seriam praticamente nulas. E aí, a nossa ouvinte se veria numa estrada mais agradável, mas com todas as portas fechadas.
Em resumo, uma mudança radical de carreira não pode ser apenas emocional. Precisa ter uma base concreta. Arriscar para ver no que dá, no mais das vezes, dá em nada. Os 2 em cada 10 que conseguem, são os que encontram os profissionais que já conhecem bem o caminho e que podem ajudar a abrir as portas.
Max Gehringer, para CBN.
7 comentários:
Esse texto me lembra aquela história do gato de alice no país das maravilhas: para quem não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve. e todos eles levam a lugar nenhum...
eu acho o seguinte... tem que ter noção antes de fazer qualquer mudança radical, mas eu também acho que deve ser bem frustrante passar uma vida inteira fazendo o que não gosta. E por isso, vale o risco!
beijos
"Disconcordo" (ui) - não existe manual para emoções humanas, tem gente que agir por impulso é melhor que planejar e o contrário.
Beijundas
Bah, eu concordo com o Max...cai no bom e velho não troque o certo pelo duvidoso...mas se a pessoa realmente quiser, que pesquise as reais possibilidades e lute com garras e dentes, afinal tem 20% de chance de conseguir!
Fábio.
Eu gosto de fazer um monte de coisas ao mesmo tempo, mas até que eu acho que estou nos caminhos certos.
Bjo
eu gosto de faze o que faço, e nao penso mudar tão cedo. \o/
ainda bem que larguei akela facul de moda a tempo.. embora nao fosse uma area tao distinta da atual ne...
Esse cara é bom! Estou tentando mudar de carreira, de maneira gradual, afinal, sonhos não pagam contas. Tem sido importante manter a carreira, enquanto busc qualificação e contatos para mudar o rumo. Bom texto, boa sacação postá-lo.
Beijocas!
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