2008-07-11

O salário em um novo emprego - ou empresas pensam com a maquininha de calcular, e não com o coração- by Max Gehringer

Enquanto a vontade e a inspiração pra escrever outra coisa não vem, aqui vai mais uma transcrição dos comentários do Max Gehringer, para a rádio CBN, de 11/07/2008.

Se quiser ouvir o áudio original, clique neste link para o site da CBN.

O salário em um novo emprego

"Estou com uma dúvida", diz um ouvinte bastante preocupado. "Trabalhei em uma empresa durante 14 anos. Comecei em 1994 e fui demitido faz 4 meses, devido a um programa de redução de custos. Durante esses 14 anos, nunca procurei emprego porque nunca tive intenção de deixar a empresa. Mas sempre acreditei que meu salário estava abaixo do mercado e que eu não teria problemas em encontrar outro emprego. Porém, as propostas que tenho recebido são muito baixas, coisa assim de 60% do que eu ganhava. Será que as empresas estão se aproveitando do fato de eu estar desempregado?"

A resposta é não.

O que aconteceu com nosso ouvinte pode ajudar a abrir os olhos de muitas pessoas que trabalham há muito tempo na mesma empresa e na mesma função. Vamos fazer uma continha rápida, para demonstrar o que de fato aconteceu.

Vamos supor que nosso ouvinte foi admitido em 1994 ganhando 1000 reais por mês. E vamos dizer que nesses 14 anos ele não recebeu um só aumento por mérito, só recebeu aumentos mínimos de 4% a cada ano, apenas para acompanhar a inflação. Acontece que esses 4% anuais, acumulados durante 14 anos, fizeram o salário do nosso ouvinte saltar para 1732 reais em 2008, ou seja, 73% a mais do que ele ganhava em 1994.

Porém, um cargo que valia 1000 reais em 1994, vale hoje 1200 reais, apenas 20% a mais. Isso aconteceu devido à famosa lei de mercado. Quando a oferta é maior que a procura, o valor não sobe. E a oferta de bons candidatos subiu muito mais do que o número de vagas, nos últimos 15 anos.

Logo, as ofertas que nosso ouvinte está recebendo estão dentro do mercado. Por uma questão matemática, os pequenos aumentos que ele foi acumulando colocaram nosso ouvinte fora dessa faixa. E é bem provável que esse tenha sido o motivo da demissão dele.

Não estou dizendo que isso é certo, ou é justo ou seja o que for. É que empresas pensam com a maquininha de calcular, e não com o coração.

Max Gehringer, para CBN.

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu ficaria deprimida se fosse demitida e só recebesse ofertas com valor de salário abaixo do que recebia ;~.
Pôxa, eu tenho mais experiência que antes :/.

CintiaYamane disse...

to achando q compensaria mais eu montar um carrinho de cahorro quente ....ou ser dj.. ontem o dj que foi la no colegio pra tocar por 3 horas cobrou 150 reais.. isso pq ele so ficou colocando cd pra tocar... nem mexia com mixagem e tal.. isso eu tb faço..