Trascrição do comentário do Max Gehringer, para a rádio CBN, do dia 09/07/2008. Áudio disponível no site da CBN.
Aliás, alguém sabe se ontem teve comentário do Max? Eu assino os feeds dos comentaristas, e nele não veio ontem o comentário do Max Gehringer. No site da CBN também não tem o áudio de ontem. Se alguém ouviu direto na CBN, de manhãzinha, deixe um comentário aí, sobre o que foi falado.
Pessoas felizes enxergam o trabalho como uma maneira de conseguir recursos para aproveitar ao máximo a vida fora da empresa
"Tenho 41 anos", diz uma ouvinte, "e estou vivendo uma fase de questionamentos. Já trabalho há 20 anos e não vejo grandes perspectivas para os próximos 20. Tenho consciência de que, se eu mudar de emprego, vou trocar seis por meia dúzia. A vida profissional é isso mesmo?"
Bom, é bem provável que a passagem dos 40 anos tenha feito a nossa ouvinte começar a pensar em coisas que ela nunca havia pensado antes. Aniversários redondos, dos 40 em diante, costumam produzir essa reflexão filosófica.
O que aconteceu é que o mundo corporativo mudou, principalmente no quesito "ambição". No século XX, o emprego foi visto apenas como meio para sustentar decentemente a família. A ambição não estava no sucesso profissional, mas nos filhos bem criados. E 8 anos de estudo eram mais que suficientes para ir tocando o barco. Essa situação começou a mudar na década de 1980, e vem se acelerando desde então. Rapidamente, a individualidade substituiu a coletividade. As próprias empresas criaram programas do tipo "você faz a diferença", para mostrar que cada colaborador era único. A competição aumentou e mudar de emprego se tornou rotina.
Hoje, um jovem de 20 anos, provavelmente, iria morrer de rir se alguém lhe dissesse que o importante é conseguir uma boa colocação e ficar na mesma empresa até a aposentadoria. Mas foi exatamente isto que seus pais ouviram quando eram crianças, e não estranharam. A geração que hoje está entre os 40 e 50 anos, foi apanhada no meio de uma revolução profissional, em que a falta de ambição foi substituída pelo excesso de ambição. O resultado é que nossa ouvinte começou a se questionar aos 40 anos, enquanto muitos jovens já começam a se questionar aos 25 anos.
As pessoas mais felizes que eu conheço são aquelas que não enxergam o trabalho como a razão de ser, de suas vidas. Mas como uma maneira de conseguir recursos para aproveitar ao máximo a vida fora da empresa. Exatamente como nossos avós faziam.
Max Gehringer, para CBN.
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