Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 13/11/2008, sobre um ouvinte que tem uma dura decisão: perder um amigo ou uma oportunidade.
Eu geralmente concordo com o Max, mas nesse comentário, discordo de um ponto: a de que o amigo vai, depois de um bom tempo, entender a situação do ouvinte. Eu acho que só se ele for uma alma iluminada, porque a maioria das pessoas não perdoa uma traição, e é praticamente esse o caso.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui).
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Mudar de emprego em período de crise é bastante arriscado
Com tanta gente procurando empregos sem encontrar, é sempre reconfortante ouvir a história de alguém que conseguiu encontrar não apenas um, mas dois. Só que o ouvinte em questão está com um dilema. Ele conta o seguinte:
"Depois de passar um bom tempo desempregado, eu finalmente consegui uma vaga, graças à recomendação de um amigo, que me indicou para um processo de seleção na empresa em que ele trabalha há 10 anos. Além de me indicar, esse meu amigo, pelo que fiquei sabendo, ainda me deu uma forcinha extra, porque disse para o meu atual gerente que ele não iria se arrepender se me contratasse. Fui admitido e fiquei muito agradecido.
Agora, passado menos de 4 meses, outra empresa que tinha me entrevistado, me chamou. Eu até tinha esquecido dessa entrevista, mas decidi ir lá, para agradecer e dizer que já estava empregado. Para minha surpresa, no fim da conversa, recebi uma proposta muito boa para mudar de emprego. Quando comentei a situação com meu amigo, ele caiu das pernas e me disse que pegaria muito mal para ele, se eu pedisse a conta. Não sei o que faço. Você me ajudaria a pensar?"
Sem dúvida. Há duas opções: ou você perde a oportunidade ou perde o amigo. Se você analisou bem todos os aspectos da proposta recebida, e concluiu que ela realmente será muito mais benéfica para sua carreira, a razão diz que você deve aceitá-la. Boas oportunidades são raras, como você mesmo percebeu durante o tempo em que ficou desempregado. E quando uma aparece, ela não pode ser descartada.
Se você optar por mudar, eu acredito que com o tempo, o seu amigo acabará entendendo a sua decisão. Mas no curto prazo, certamente a amizade irá esfriar. Por isso, só aceite com a certeza absoluta de que a proposta virará não apenas mais dinheiro, mas também algum tipo de garantia de estabilidade de médio prazo.
Como eu já comentei aqui (Nota: acho que o Max se refere a este e este comentário), mudar de emprego em um período de crise, é bastante arriscado. E no seu caso, é mais ainda. Porque, se por azar, você vier a ficar novamente desempregado, terá um amigo a menos para indicá-lo.
Max Gehringer, para cBN.
Um comentário:
Como eu trabalho em empresa pública, de fato não teria nada contra meu amigo sair, se fosse pra algo melhor. Acho que a amizade não deve ficar abalada de forma alguma, se o seu amigo tá saindo de lá para crescer.
EM COMPENSAÇÃO, concordo com o Max: se fosse comigo, eu ia encarar de boa, quer mudar de emprego, muda, dou a maior força. Se quebrar a cara e ficar desempregado, eu serei uma a menos pra ficar distribuindo currículo. Certeza!
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