Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 17/03/2009, sobre as vantagens e desvantagens do serviço público em relação a uma carreira na iniciativa privada.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui).
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Trocar um emprego público por uma carreira na iniciativa privada é bom negócio?
Escreve um ouvinte indeciso: "Passei num concurso", ele diz, "e comecei a trabalhar em um banco público. Mas não me adaptei bem. A burocracia é excessiva, a expectativa salarial é menor em relação aos bancos privados, as regras para promoções não são muito claras e meus colegas não demonstram disposição para sair da zona de conforto. Será que trocar o emprego público por uma carreira na iniciativa privada seria um bom negócio?"
Bom, primeiro vamos às vantagens do serviço público. A maior delas é a estabilidade. O nosso ouvinte não terá que passar pelo dissabor de ficar sem emprego, um golpe que já afetou um milhão de trabalhadores de empresas privadas e está deixando mais uns três milhões de cabelo em pé.
No serviço público há também uma pressão menor por resultados, que permite o funcionário ter uma vida fora da empresa. E um plano de aposentadoria de primeiro mundo.
Tudo isso me lembra de uma história que eu ouvi há algum tempo. Num congresso médico, alguns renomados especialistas estavam discorrendo sobre os diversos métodos de controle de natalidade. Um falou que a camisinha era eficaz em 99,8% dos casos. Outro explicou que o DIU era eficaz em 99,6% dos casos. E por aí vai.
Quando todos concordaram que qualquer método sempre trazia algum risco embutido, um médico pediu a palavra e disse: "Os senhores estão enganados. Existe, sim, um contraceptivo 100% confiável: suco de maracujá." Após o burburinho que se seguiu, alguém da platéia perguntou se o suco de maracujá deveria ser tomado antes de, ou depois de. E o médico explicou: "Nada disso. É para ser tomado em vez de. É a substituição de um prazer arriscado por um prazer sem risco."
Neste momento, o nosso ouvinte está saboreando todas as doces vantagens do emprego público. E minimizando o sabor amargo das desvantagens que encontraria numa empresa privada. A decisão é simples. Se o nosso ouvinte está disposto a correr grandes riscos, o prazer é um. Se não está, o prazer é outro.
Historicamente, a última situação de prazer total, sem risco algum, ocorreu com Adão e Eva, antes de serem expelidos por justa causa pelo Criador. Hoje em dia, nenhuma empresa, pública ou privada, sequer chega perto de ser um paraíso.
Max Gehringer, para CBN.
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E esse papo de eficácia de contraceptivos me lembrou dessa placa motivacional, cortesia do Desmotivado:
Um comentário:
Acho que pela primeira vez, desde que comecei a ler os comentários do Max Guériguéri, através do seu blogue, eu posso dizer de boca cheia:
OBRIGADA, MAX GUÉRIGUÉRI!!!
Nunca me senti tão retratada... nunca ninguém disse com tanta simplicidade tudo o que eu precisava ouvir.
Cara, valeu MESMO!!! Você num sabe como ler isso aí me fez feliz nessa madrugada. NEM VOU PRECISAR BEBER!!! \o/
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