2009-03-18

As duas faces do estágio - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 18/03/2009, sobre o jovem, o empresário e o estágio.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui).

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As duas faces do estágio

estagiário
Vou tratar hoje de um assunto que tem duas faces: o estágio. Por um lado, recebo muitas mensagens de jovens que procuram estágio e não conseguem. Ou de jovens que conseguem, mas reclamam do tipo de trabalho, sem importância e sem desafios, que é confiado aos estagiários.

Por outro lado, chegam mensagens de empresas insatisfeitas com os estagiários que contratam. Vou ler uma dessas mensagens. Diz o ouvinte:

"Tenho um escritório de advocacia. Já faz alguns anos, venho encontrando dificuldade para selecionar bons estagiários. De um modo geral, percebo que os contratados não encaram o estágio como uma fase de grande responsabilidade, ou mesmo como uma oportunidade profissional. Pelo contrário, noto uma falta de comprometimento com os horários e com as normas de trabalho. Como se o estágio fosse uma obrigação passageira, apenas para constar no currículo."

Uma outra mensagem, esta de um gerente de uma empresa de grande porte, diz que 30% dos estagiários poderiam ser efetivados, mas apenas 10%, de fato, tem sido. E os motivos são basicamente os mesmos que o nobre advogado relacionou: falta de comprometimento ou de adequação.

Pessoalmente, eu atribuo essa situação ao fato de que nunca tivemos jovens tão bem preparados academicamente, como estamos tendo no século 21. Daí, um estagiário que recebe tarefas rotineiras e sem graça, desanima rapidamente porque fica com aquela sensação de que está desperdiçando o seu talento e o seu conhecimento.

Como o número de candidatos a estágio é bem maior que o número de vagas, um estagiário não precisa demonstrar que é brilhante. Quando a empresa fez a seleção, já ficou claro que os poucos escolhidos eram brilhantes e tinham grande potencial.

Durante o estágio, a empresa irá avaliar o que não dá para saber no momento da contratação. Se o estagiário saberá se adaptar à cultura da empresa, mesmo executando tarefas abaixo de suas qualificações.

Talvez os dois lados tenham lá suas razões. E talvez as perguntas precisem ser reconsideradas. Pergunta-se a um candidato a estágio se ele consegue trabalhar sob pressão, quais são suas ambições e seus pontos fortes.

Mas não se pergunta como ele se sentiria cumprindo ordens que não entende e executando serviços irrelevantes, que qualquer pessoa que anda e fala, seria capaz de executar. São perguntas que definem com mais exatidão o que é um estágio.

3 comentários:

Ana P. disse...

Isso aí não é só com estagiário, mtos empregados de uma empresa se sentem assim, e a empresa tb se sente assim em relação aos seus empregados.

Pra mim, o problema é aquela eterna falha na comunicação: o empregado não entende o que a empresa quer e a empresa não consegue expressar o que precisa que o funcionário faça.

Lá onde eu trampo é assim, pelo menos.

Lomyne disse...

Olha, eu fui estagiária por um ano, voluntária, não-remunerada. Fiz meu melhor porque quis, mas me explicar explicara muito pouco...

Anônimo disse...

os vídeos do Max deviam ser fazer parte das aulas do ensino médio...
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Hoje, dia 20 de março é dia do BLOGUEIRO.
Parabéns por ser da turma que sabe as dores e delícias de ‘blogar’.
Porque nem todo post é lido,
Poucos são entendidos...
Mas a gente ta sempre aí dando o nosso recado e esperando ser linkado.
Um dia depois do outro, vamos escrevendo... E tem uns FDP que continuam não lendo...
MAS a gente segue em frente e se é blogueiro, também é leitor.
Adooooooooro a blogsfera.
NEM sempre entendo...
NEM sempre participo...
Nem sempre aprovo o que leio...
MAS me divirto e aprendo SEMPRE( tudo bem que as vezes aprendo coisa que não presta........rs)
Mas como diria minha mãe: O que não presta tem o seu valor.
Serve pra gente lembrar de NÃO fazer igual.
(e depois tem sempre alguém que vai ler o que a gente postou e pensar ‘NOSSA, QUE HORROR!!!’
FAZ parte da vida de blogueiro)

Abração.

Atrê