2009-03-05

O português corporativo dos planos estratégicos - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 05/03/2009, com 4 exemplos de como o português corporativo é usado.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui).

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O português corporativo dos planos estratégicos

planejamento estratégico
O nosso ouvinte Amélio Marques escreve para dizer que foi promovido a supervisor. (Parabéns, grande Amélio!) E também para contar que em sua nova função, ganhou o direito de opinar sobre o plano estratégico da sua empresa.

Diz o Amélio que recebeu um calhamaço de papel para ler. E, depois de ler uma dúzia de vezes, não entendeu nada. Ele não conseguiu ver, no plano estratégico que recebeu, nada que fosse vagamente parecido com as coisas que aconteciam no dia a dia da empresa. E me pede para ajudá-lo a compreender.

É simples, Amélio. Os planos estratégicos são redigidos num idioma diferente, chamado português corporativo. Uma língua tão complicada que nem é falada, é apenas escrita. Para facilitar, eu vou lhe dar 4 exemplos de coisas simples, que nós fazemos todos os dias, mas que ganham uma nova dimensão quando são escritas em português corporativo.

A primeira: implementar a substituição estratégica de equipamento periférico gerando alto grau de luminosidade adequada ao ambiente criativo. Isso significa trocar a lâmpada queimada do banheiro.

Segunda: avaliar as vantagens da implantação imediata de um programa emergencial de governança financeira doméstica balanceada. Ou seja, parar de estourar o cheque especial.

Terceira: estabelecer prioridades energéticas operacionais em detrimento de impulsos que possam redundar em um processo de surplus calórico. Tradução: não comer doce fora de hora.

E quarta: esquematizar a agenda de atividades de maneira a criar um gap vital para o atendimento imediato às demandas biológicas essenciais. Em português normal, tirar um cochilo depois do almoço.

relaxando na rede
Por isso, caro Amélio, não se preocupe. Sua empresa continua a mesma que era antes. Em sua nova função, você apenas ganhou o direito de complicar. Por isso, relaxe e complique. Porque se você mostrar competência para complicar criativamente, tem boas chances de ser promovido a gerente.

Max Gehringer, para CBN.

Um comentário:

Ana P. disse...

Caralho, que merda, hein... fiquei até com preguiça de tirar aquele cochilo depois do almoço, HUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUA!!!

Mas é bem por aí mesmo, o serviço deles é complicar o que é fácil.

Bah!