Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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O que é preciso para ser um consultor?
Escreve um ouvinte: "Tenho 48 anos, muita experiência profissional, e cada vez menos paciência. Alguns amigos meus se tornaram consultores autônomos e estão se dando muito bem. Por isso, pergunto o que é preciso para ser um consultor?"
Duas coisas: conhecimento e capacidade de convencimento.
O consultor está situado entre o empregado e o empresário. O empregado tem uma rotina de trabalho, e quando surge alguma dúvida, o chefe resolve. Já o empresário toma as decisões que julga serem as mais apropriadas. Portanto, ser empresário envolve riscos e ser empregado é basicamente seguir um processo pré-estabelecido.
O consultor não tem nem o poder do empresário e nem a rotina do empregado. O papel do consultor é avaliar uma situação e sugerir uma solução. E ele tanto pode ficar apenas na sugestão, quanto colocar a mão na massa e resolver o problema.
Essa segunda modalidade vem crescendo no mercado de trabalho. O consultor operacional tem o seu plano aprovado do empresário e aí recebe uma delegação temporária de poder, para transformar as suas sugestões em medidas práticas, com uma remuneração proporcional aos resultados. Portanto, ele tem que entender de vários setores e saber agir como um líder.
No outro extremo, estão os consultores especializados em uma coisa só. Alguém, por exemplo, que propõe as bases para um programa de qualidade de vida numa empresa, ou de um novo processo tributário.
O nosso ouvinte precisa então, decidir qual será o seu foco: uma coisa só, ou várias coisas. Apenas sugerir ou também executar.
E em seguida, ele precisará de algo óbvio: clientes. Geralmente, consultores que iniciam após os 40 anos, começam prestando consultoria a empresas em que eles já trabalharam. Logo, é essencial ter uma boa rede de contatos.
E quanto cobrar? No início, entre 30 e 100 reais por hora, até adquirir um nome no mercado.
E ao nosso ouvinte, eu diria que ele terá que melhorar um pouco no quesito paciência, que ele mesmo mencionou. Quem tem a certeza da decisão a tomar, mas não tem o poder para impôr suas ideias, precisa ser muito paciente. A capacidade de convencimento, que todo bom consultor deve ter, é a soma de persuasão e paciência.
Max Gehringer, para CBN.
Um comentário:
essa capacidade de convencimento, prá mim, é o mais difícil.
bjs
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