Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 23/07/2010, sobre tatuagens e o mercado de trabalho.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Tatuagens: será que os recrutadores ainda não entraram no século XXI?'
"Tenho uma tatuagem visível", escreve uma ouvinte, "e noto a imediata contrariedade dos recrutadores quando participo de um processo de seleção. Tenho a certeza de que já fui eliminada de alguns processos por exercer um direito que é meu: o de me expressar através de uma tatuagem, assim como existem pessoas que se expressam através das roupas, dos óculos, ou do estilo de penteado. Por que existe essa discriminação por parte das empresas, apenas em relação às tatuagens? Será que os recrutadores ainda não entraram no século 21?"
Bom, a diferença entre uma tatuagem e as demais modas que você mencionou, é que roupas, óculos e penteados podem ser mudados, e essa é a essência da moda, e a origem da palavra. A tatuagem contraria esse preceito porque ela é permanente.
De qualquer maneira, eu posso lhe assegurar que não existe um manual de recrutamento válido para todas as empresas, que faça restrições a candidatos tatuados. Eu conheço várias pessoas que têm tatuagens, estão empregadas e nunca sofreram qualquer restrição ou crítica.
O que existe são empresas mais conservadoras do que outras. Ou porque seus dirigentes são conservadores, ou porque a maioria de sua clientela é conservadora. E clientes conservadores fazem restrições a funcionários tatuados, o que leva a empresa a preferir contratar candidatos não-tatuados, cuja oferta é muito maior.
Fazer uma tatuagem é, sem dúvida, um direito seu. Nenhum recrutador irá lhe dizer que você não deveria ter feito. Alguns deles até gostariam de fazer também, mas optaram por seguir a tendência do mercado de trabalho, que por enquanto ainda é mais conservadora do que liberal.
Existem leis no Brasil que impedem a discriminação por uma série de motivos, mas nenhuma dessas leis menciona tatuagens. Tatuar-se é uma decisão pessoal, e não uma ação da natureza, ou uma situação proveniente de fatores externos e não controláveis.
Ao tatuar-se num local visível do corpo, uma pessoa deve estar consciente de que isso estará reduzindo o número de empresas privadas que poderiam contratá-la. Pelo menos, nesse começo de século 21. Qual será o futuro, só a moda dirá.
Max Gehringer, para CBN.
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