Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Tenho uma vida pacata e sem ambições. Posso ser vista como acomodada?'
(Blah! Imagem do filme Simplesmente Feliz)
Uma consulta muito interessante. Escreve uma ouvinte: "Tem uma coisa que estou querendo perguntar faz tempo. Eu tenho uma vida pacata, tanto profissional quanto pessoal. Gosto das coisas que faço, tento me manter atualizada, mas não tenho grandes ambições. Na verdade, não tenho nenhuma. Acredito que as coisas estão bem do jeito que elas estão. Mas quando vejo colegas de trabalho falando sem parar sobre a brilhante carreira que eles terão, fico me perguntando se posso estar sendo percebida como uma pessoa acomodada, coisa que não sou e nunca fui."
Você tocou num ponto muito sensível: o da realização profissional e pessoal. Ela se divide em dois tipos: aquilo que mostramos e aquilo que somos.
Muitas das coisas que fazemos, nós fazemos para que os outros criem uma imagem de nós. Nós não precisamos ter um carro que custa centenas de milhares de reais. Aqueles que se dispõem a investir tanto dinheiro num carro assim, não estão resolvendo o seu problema de transporte. Estão mostrando que chegaram a um patamar diferenciado. O carro é, portanto, uma mensagem que vai além de sua real utilidade.
Da mesma forma, as propagandas que vemos todos os dias ajudam a criar a percepção de que, se você não é daquele jeito, nem consome aquele produto, você não é sucesso. Se você ler revistas e sites de negócios, jamais encontrará uma matéria sobre uma pessoa simples e normal, que quer continuar sendo simples e normal. Toda a ênfase é dada ao fato que não importa aonde você já chegou, ainda há muito mais que você pode conseguir.
Eu acredito que existam muitas pessoas como você, que vêem essa torrente de anúncios e dizem Blah! Gente que vê alguém sacrificando a vida pessoal por uma promoção, e diz: Blah!
Essa atitude realmente pode ser interpretada como acomodação, porque é assim que nós somos treinados para interpretá-la. Mas nós não sabemos como alguém que parece um sucesso, realmente é quando está sozinho. Nunca saberemos. Apenas vemos o personagem que foi moldado para consumo público.
Mas você sabe exatamente o que é, o que sente, o que deseja e o que deixa você feliz. Se isso já deixa você satisfeita e se você está consciente que não precisa mais do que isso, abra a janela, tome um longo fôlego e diga: Blah!
Max Gehringer, para CBN.
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