(Assim como o pôster de O Golpista do Ano, esse também é digno de ir parar no Photoshop Disasters.)
Porque Encontro Explosivo pode ser muito ruim, ou até bom, dependendo do referencial do espectador. Se você espera por um bom filme de ação, que tem as suas explosões mas é até certo ponto verossímil, tchau, porque este filme não é pra você. Entretanto, se você estiver disposto a rir e enxergar as cenas de ação como meros acessórios (e muitas vezes, como sátiras dos clichês do gênero de ação), então o filme pode te agradar um pouco (como me agradou). Agora, se você for mulher, provavelmente vai adorar o filme, já que ele é praticamente uma comédia romântica anabolizada. Uma clara indicação é ver que a personagem principal do filme é June, interpretada por Cameron Diaz. É ela quem conduz o espectador, e é do ponto de vista dela, que a história se desenrola.
A história é bem simplória: no aeroporto, o agente secreto Roy Miller (Tom Cruise) esbarra em June Havens (Cameron Diaz), uma bela dona de oficina mecânica. Esse não é um encontro fortuito, já que Roy está sendo perseguido pela sua própria agência, e usa June como distração. Eles acabam pegando o mesmo vôo, e depois de uns flertes aqui e ali entre os dois (que, como regra, sabemos que vai acabar em paixão), June se vê em volta de uma trama (rasa) de espionagem e caça a um valioso item, que se revela sendo... uma bateria.
E a história é mais ou menos isso, não tem muito o que detalhar (sem contar tudo). Roy e June acabam viajando meio mundo, com direito a boas cenas de ação e perseguição (a cena da rodovia, por exemplo, achei bem divertida). Mas vale lembrar que em sua maioria, são cenas muito, muito exageradas, e que contém vários clichês de filmes de ação num tom auto-satírico muito forte (mas, que como sátira, nem todos gostam ou entendem bem). Quando Roy enfrenta de peito aberto os "bandidos" no final da cena da rodovia, por exemplo, fica claro o clichê do mocinho que só leva tiro (de raspão) se a cena seguinte for pra mocinha ficar preocupada com ele.
Outro ponto notável em Encontro Explosivo é que muito da ação simplesmente é "pulada" (tecnicamente, esses pulos são chamados de elipses). Algumas horas, de maneira genial (como quando June é drogada por Roy em uma das fugas e vemos apenas flashes da ação), e outras, de maneira bem cara-de-pau mesmo, como quando fogem da casa do traficante de armas. Aliás, esta cena entrega o público-alvo do filme. Um mini-spoiler, pra explicar (pule pro parágrafo seguinte, se não quiser ler): Roy acaba de resgatar June, e eles estão se fugindo pela mansão do traficante. June, meio drogada, reclama que Roy não está feliz por vê-la novamente. E então, Roy dá as costas para o tiroteio e caminha em direção a June e lhe tasca um beijo. No plano seguinte, só é mostrado eles quebrando o portão de moto, fugindo da mansão. Ou seja, pra que mostrar toda a ação, o que importa são os sentimentos! ;)
Visualmente, o filme também é exagerado e meio escrachado. Repare, por exemplo, na explosão do avião. Notadamente falsa, esse e outros efeitos 'especiais', só servem mesmo pra enfatizar ao espectador que o filme na verdade é uma grande comédia (e romântica). Por exemplo, repare na cena em que Roy e June estão viajando num carro. Antes da piada no final da cena, enquanto os dois personagens conversam e ele revela um pouco mais dos seus motivos, quando ela os entende, apenas os olhos dela são iluminados (pela luz batendo no retrovisor). O efeito final é óbvio: quando ela entende bem ele, e finalmente se apaixona de vez, os olhos mostram. Típico de comédia romântica, ainda mais com a piada que vem a seguir, não?
É bem legal ver Tom Cruise atuando em Encontro Explosivo, ele parece bem a vontade. Seu personagem é um super agente, a la Ethan Hunt (dos filmes Missão Impossível), mas muito mais divertido e carismático. Um cara tão gente boa, que atira num cara e mesmo assim, o cara fica amigo dele. Enfim, no filme, ele é O cara, como uma das cenas cômicas diz. Já Cameron Diaz faz o típico papel de mocinha-que-precisa-ser-salva, eficiente, de qualquer maneira. E apesar de melhorar um pouco, ainda continua com o rosto meio duro, típico daquele sempre-a-mesma-expressão-de-botox, que já era bem visível em A Caixa. Dentre os coadjuvantes, que têm bem pouco tempo em tela, vale citar Peter Sarsgaard como o agente Fitzgerald, que caça os protagonistas, e Paul Dano como Simon Feck, inventor da "bateria", ambos OK em seus papéis.
Enfim, o diretor James Mangold conseguiu fazer do roteiro original de Patrick O'Neill, um filme razoável. É um daqueles filmes que mira todos os públicos: coloca cenas de ação pros testosteronizados e a comédia romântica pras mulheres. Mas, como a maioria das coisas que se propõem a abranger todos os públicos, Encontro Explosivo acaba não sendo excelente pra nenhum. No final, é um entretenimento razoável, especialmente numa tarde fria e chuvosa.
Para saber mais: crítica no Omelete e no Cinema em Cena.
3 comentários:
vi esse filme com um amigo meu... que queria companhia depois de ter terminado com a namorada... tirando essa parte gay da noite achei o filme legalzinho... porque acho que.. não é um filme de ação, mas antes de ser uma comédia romântica ele é um filme de comédia... e as explosões falsas, são muito engraçadas.
pelo trailer eu achei o filme meio 'true lies'.
hummmm vou conferir esse negócio.
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